Do anúncio à queda: os sete dias de Cuca à frente do comando técnico do Corinthians


Treinador com a passagem mais curta na história do clube pediu demissão após a classificação sobre o Remo pela Copa do Brasil; profissional sofreu com pressões da torcida desde sua chegada por causa da condenação de estupro de 1987

Por Murillo César Alves
Atualização:

Na madrugada desta quinta-feira, chegou ao fim a passagem de Cuca como treinador do Corinthians. Foi uma passagem relâmpago. Após a classificação sobre o Remo, nos pênaltis, pela Copa do Brasil, o profissional anunciou durante a entrevista coletiva seu pedido de demissão. Era madrugada. Seu contrato não previa o pagamento de multa rescisória. Com isso, ele deixa o CT Joaquim Grava sendo o treinador com a passagem mais curta na história do clube – dois jogos e apenas sete dias. Antes dele, Júnior, lateral do Flamengo e da seleção brasileira, deixou o Corinthians em 2006 após duas derrotas em duas semanas.

Em sete dias, Cuca viveu uma pressão inédita em sua carreira. Desde seu anúncio no Corinthians de que substituiria Fernando Lázaro no comando técnico da equipe, o treinador lidou com questionamentos da torcida acerca do Escândalo de Berna, ocorrido em 1987. Na ocasião, quatro jogadores do Grêmio foram detidos sob a alegação de terem tido relações sexuais com uma garota de 13 anos sem consentimento. Alex Stival, nome verdadeiro de Cuca, foi um deles. O caso ocorreu no hotel Metrópole, em Berna, na Suíça, em 1987, ano em que o time gaúcho fez uma excursão pela Europa.

O Estadão conta dia a dia a situação de Cuca à frente do Corinthians, desde que ele foi anunciado, na última quinta-feira, até seu pedido de demissão, na madrugada desta quinta, após vitória sobre o Remo. Ao longo da última semana, treinador e diretoria foram criticados e receberam pressões por meio das redes sociais e na porta do Parque São Jorge, sede do clube social. Os sete dias de Cuca foram duros e intensos.

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Quinta-feira, 20 de abril – anúncio de Cuca e críticas nas redes sociais

A saída de Lázaro, anunciada na última quinta-feira, foi rapidamente suprida pela contratação de Cuca, divulgada poucos minutos depois da nota oficial do clube de que o treinador passaria a integrar a comissão técnica permanente da equipe. Na quinta-feira, Cuca e a diretoria corintiana, liderada pelo presidente Duílio Monteiro Alves, chegaram a um acordo para que o treinador comandasse a equipe até o fim de 2023. O clube buscou um treinador que pudesse estar à disposição para o jogo contra o Goiás, já no domingo, pelo Brasileirão.

Nas redes sociais, torcedores lamentaram a escolha do Corinthians – no mesmo dia, o São Paulo anunciou a chegada do técnico Dorival Júnior, que estava livre no mercado. Relembrando o caso de crime sexual, de 1987, torcedores foram às redes pedir pela saída imediata do treinador, sob o argumento de que estaria desonrando a história do clube. Em 1989, Cuca foi condenado a 15 meses de prisão e ao pagamento de US$ 8 mil por estupro.

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Sexta-feira, 21 de abril – primeira coletiva de Cuca

No dia seguinte ao anúncio, Cuca concedeu sua primeira entrevista coletiva como treinador do Corinthians. Na primeira pergunta, discursou durante longos minutos sobre sua inocência no caso de Berna, afirmando que teria sido julgado sob revelia. “Sou totalmente inocente, não fiz nada. As pessoas falam que houve um estupro. Eu não fiz nada”, enfatizou Cuca. “A gente vê e ouve um monte de coisas falando inverdades, chegando a me ofender. Vou fazer 60 anos, tenho duas filhas, de 32 e 34 anos. Venho de uma casa em que sou o único homem”, defendeu-se.

Foi também na sexta-feira quando Cuca conheceu o elenco corintiano e deu seu primeiro treinamento, preparando-se para sua estreia, que aconteceria no domingo, diante do Goiás. O treinador se dispôs a estar presente e a liderar essa sessão de treinos – inicialmente o clube planejava que Lázaro guiasse as atividades. Na manhã de sexta, muros do Parque São Jorge amanheceram pichados.

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Duílio foi criticado após a contratação de Cuca como novo treinador do Corinthians. Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

“Do fundo do coração, pode haver protesto, mas ele não é maior que minha vontade de estar aqui. Eu vou passar por cima de tudo, de protesto, do que tiver. E se não tiver, vou me fortalecer. Hoje eu sou Corinthians”, ressaltou o treinador na coletiva. “Se eu pudesse não estar no quarto, eu não estaria. Mas eu não fiz nada, se é que aconteceu alguma coisa. Qual é a palavra da mulher? Que o Cuca não esteve lá. Como posso ser condenado?”

Sábado, 22 de abril – segundo dia de atividades e novos protestos

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Os esclarecimentos de Cuca em seu anúncio não foram suficiente para a torcida corintiana. De acordo com a Justiça suíça e jornais que noticiaram o caso à época, o treinador foi condenado e teve participação direta – vestígios de seu sêmen foram encontrados no corpo da vítima. No sábado, Cuca comandou o segundo dia de treinamentos da equipe, a única vez em seis dias que conseguiu sessões em dois dias seguidos.

Cuca guiou apenas três sessões de treinamento à frente do Corinthians. Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Sem Fagner, Cuca começou a esboçar a equipe que enfrentaria o Goiás, no Estádio da Serrinha, em seu primeiro compromisso oficial à frente do clube.

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Domingo, 23 de abril – derrota na estreia e protesto da equipe feminina

Com alguns desfalques e com apenas dois dias de preparação, o Corinthians chegou a abrir o placar diante do Goiás, mas foi surpreendido com a virada para 3 a 1. Foi, até então, a maior derrota do clube na temporada. Na entrevista coletiva, Cuca reconheceu as dificuldades da equipe e prometeu que melhoria seu desempenho em até 15 dias – tempo que não teve no cargo.

“Não saio nada satisfeito. Não é esse o nosso jogo, não é o jogo que quero nem o que quero ter. A equipe está espaçada, sem saída de bola. Uma série de coisas que precisa melhorar”, afirmou o treinador. “O Goiás chegou quase meia-noite na sexta e correu mais que a gente. Não pode.”

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Cuca comandou seu primeiro jogo no Corinthians no último domingo e estreou com derrota. Foto: Rodrigo Coca/ Ag. Corinthians

Ainda durante o jogo, no minuto 87 – em referência ao ano em que o caso de Berna aconteceu –, todas jogadoras e o técnico da equipe feminina do Corinthians, Arthur Elias, publicaram em suas redes sociais uma nota conjunta, contra o atual momento do clube. “‘Respeita as Minas’ não é uma frase qualquer. É, acima de tudo, um estado de espírito e um compromisso compartilhado. Estar em um clube democrático significa que podemos usar a nossa voz, por vezes de forma pública, por vezes nos bastidores. Ser Corinthians significa viver e lutar por direitos todos os dias”, escreveram as atletas. No mesmo dia, Duílio reconheceu como legítimo o protesto da equipe.

Segunda-feira, 24 de abril – sem treinamentos e manifestação de Adilson Monteiro Alves

Após a derrota na estreia e a viagem de Goiânia para São Paulo, Cuca concedeu aos atletas um dia de descanso de suas atividades. Mesmo assim, além da pressão incessante da opinião pública e nas redes sociais, Adilson Monteiro Alves, pai de Duílio e idealizador da “Democracia Corinthiana” na década de 1980, publicou nota defendendo a equipe feminina após a manifestação contra Cuca.

“Respeita as Minas, Democracia Corinthiana e outros são movimentos do Corinthians, do Time do Povo (fundado por operários há 113 anos), de seus torcedores, associados dirigentes, atletas, funcionários. Democracia Corinthiana, há mais de 40 anos, pressupõe direitos, inclusive liberdade de opinião e expressão. Pressupõe também deveres, divisão de funções, atribuições, como tenho repetido desde o dia em que assumi nosso futebol, no fim de 1981, e não havia democracia: jogador joga, técnica treina, diretor dirige, torcedor torce”, escreveu.

“Cada um responde por seus atos e todos têm o direito e o dever de se expressar, contra tudo e contra todos, até contra a ditadura, que vigiava na época. E todos, em conjunto, amam, trabalham e lutam pelo Corinthians. As Brabas, nossas queridas atletas campeãs, e nosso orgulho, conhecem e vivem essa filosofia e, democraticamente, assim como fizeram muitos de nossos atletas através da história, se manifestaram. Vão, Brabas! Vai, Corinthians!”

Terça-feira, 25 de abril – advogado da vítima e silêncio de Cuca

Possivelmente o dia mais turbulento na breve passagem de Cuca pelo Corinthians. Na terça-feira, o portal Uol publicou uma entrevista com Willi Egloff, advogado que representou a vítima de estupro na Suíça, em que desmente as afirmações do treinador do Corinthians e afirma que a menina, então com 13 anos, reconheceu Cuca como um de seus agressores. Além disso, o profissional reiterou que a vítima pensou em se suicidar após o caso.

Após vir a público, Cuca, junto com seu corpo de advogados, optou por silenciar as manifestações públicas. A nota, enviada à imprensa, incluindo o Estadão, reafirmou que o treinador é inocente e que lutará para provar seu ponto na Justiça. “O treinador Cuca esclareceu que está totalmente concentrado e empenhando toda a sua energia para o jogo decisivo que o time enfrentará e, diante das notícias veiculadas nos últimos dias a seu respeito, comunica que, a partir desta nota, ele se manifestará e será representado exclusivamente por meio de seus advogados que contam com representantes na Suíça”, informa a nota.

Também na terça-feira, o treinador comandou o treino da equipe, com foco na partida de volta da Copa do Brasil contra o Remo. Foi a última sessão de Cuca à frente do clube e a única na preparação para o confronto decisivo – o Corinthians precisaria reverter um placar de 2 a 0 para avançar na competição.

Quarta-feira, 26 de abril – classificação na Copa do Brasil, manifestação dos jogadores e pedido de demissão

No último ato de Cuca à frente da equipe, o Estadão revelou que o Tribunal Superior do Cantão de Berna, onde o treinador foi julgado sob a acusação de manter relação sexual com uma jovem de 13 anos em 1987, confirmou o sigilo de 110 anos – sob o argumento de que nenhum dos personagens estaria vivo quando o processo viesse à público – e sugeriu, para estudo do caso, matérias da época que afirmam que o sêmen de Cuca foi encontrado no corpo da vítima.

Na partida contra o Remo, o Corinthians sofreu para avançar na Copa do Brasil. Apesar de um gol marcado no início, com Adson, o segundo só veio nos acréscimos da segunda etapa, com Róger Guedes – o atacante marcou dois gols nos dois jogos com Cuca. Nos pênaltis, Cássio defendeu uma cobrança, se tornou o goleiro com o maior número de penalidades defendidas na história do clube e o Corinthians garantiu a classificação.

Após a última cobrança de Róger Guedes, todos os jogadores avançaram em direção a Cuca e o abraçaram, em sinal de apoio ao treinador, que utilizava sua clássica camiseta de Nossa Senhora, que afirma que lhe traz sorte. Na entrevista coletiva, cedeu à pressão e aos pedidos de sua família e anunciou seu pedido de demissão, facilitada pela ausência de uma multa rescisória em seu contrato.

Jogadores do Corinthians abraçaram o técnico Cuca após a classificação na Copa do Brasil. Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

“Não era o que queria, foi um pedido de minha família. Amanhã (nesta quinta), estarei em casa, vou cuidar de vocês”, afirmou Cuca. “Foi quase um massacre, um pesadelo. Eu estava muito concentrado para esta decisão. Os jogadores me emocionaram, os jogadores sentiram o que estava passando. Não quero ser vítima de nada, mas foi a pior coisa que se pode passar. Não esperava esta avalanche, coisas passadas há muito tempo, fui julgado e punido pela internet, mas não quero entrar em detalhes.”

Róger Guedes e Cássio saíram em defesa do treinador. O atacante chegou até a criticar a comentarista da TV Globo, Ana Thaís Matos, na zona mista. “Ontem mesmo fiquei uma hora na sala dele (Cuca). O cara chorar na sua frente é f.... Infelizmente, vivemos num momento em que as pessoas julgam, colocam muito o dedo e não deixam a pessoa provar sua inocência”, afirmou o jogador, em zona mista após a vitória sobre o Remo. “As pessoas precisam rever as falas. A Ana Thaís (Matos, comentarista da Globo) fala bastante. Particularmente em mim, ela bate bastante, sem motivo algum.”

Tite e Vanderlei Luxemburgo seriam nomes apontados para assumir a função deixada por Cuca, de forma imediata. O próximo jogo do Corinthians é sábado, às 18h30, diante do Palmeiras, no Allianz Parque, pelo Brasileirão.

Na madrugada desta quinta-feira, chegou ao fim a passagem de Cuca como treinador do Corinthians. Foi uma passagem relâmpago. Após a classificação sobre o Remo, nos pênaltis, pela Copa do Brasil, o profissional anunciou durante a entrevista coletiva seu pedido de demissão. Era madrugada. Seu contrato não previa o pagamento de multa rescisória. Com isso, ele deixa o CT Joaquim Grava sendo o treinador com a passagem mais curta na história do clube – dois jogos e apenas sete dias. Antes dele, Júnior, lateral do Flamengo e da seleção brasileira, deixou o Corinthians em 2006 após duas derrotas em duas semanas.

Em sete dias, Cuca viveu uma pressão inédita em sua carreira. Desde seu anúncio no Corinthians de que substituiria Fernando Lázaro no comando técnico da equipe, o treinador lidou com questionamentos da torcida acerca do Escândalo de Berna, ocorrido em 1987. Na ocasião, quatro jogadores do Grêmio foram detidos sob a alegação de terem tido relações sexuais com uma garota de 13 anos sem consentimento. Alex Stival, nome verdadeiro de Cuca, foi um deles. O caso ocorreu no hotel Metrópole, em Berna, na Suíça, em 1987, ano em que o time gaúcho fez uma excursão pela Europa.

O Estadão conta dia a dia a situação de Cuca à frente do Corinthians, desde que ele foi anunciado, na última quinta-feira, até seu pedido de demissão, na madrugada desta quinta, após vitória sobre o Remo. Ao longo da última semana, treinador e diretoria foram criticados e receberam pressões por meio das redes sociais e na porta do Parque São Jorge, sede do clube social. Os sete dias de Cuca foram duros e intensos.

Quinta-feira, 20 de abril – anúncio de Cuca e críticas nas redes sociais

A saída de Lázaro, anunciada na última quinta-feira, foi rapidamente suprida pela contratação de Cuca, divulgada poucos minutos depois da nota oficial do clube de que o treinador passaria a integrar a comissão técnica permanente da equipe. Na quinta-feira, Cuca e a diretoria corintiana, liderada pelo presidente Duílio Monteiro Alves, chegaram a um acordo para que o treinador comandasse a equipe até o fim de 2023. O clube buscou um treinador que pudesse estar à disposição para o jogo contra o Goiás, já no domingo, pelo Brasileirão.

Nas redes sociais, torcedores lamentaram a escolha do Corinthians – no mesmo dia, o São Paulo anunciou a chegada do técnico Dorival Júnior, que estava livre no mercado. Relembrando o caso de crime sexual, de 1987, torcedores foram às redes pedir pela saída imediata do treinador, sob o argumento de que estaria desonrando a história do clube. Em 1989, Cuca foi condenado a 15 meses de prisão e ao pagamento de US$ 8 mil por estupro.

Sexta-feira, 21 de abril – primeira coletiva de Cuca

No dia seguinte ao anúncio, Cuca concedeu sua primeira entrevista coletiva como treinador do Corinthians. Na primeira pergunta, discursou durante longos minutos sobre sua inocência no caso de Berna, afirmando que teria sido julgado sob revelia. “Sou totalmente inocente, não fiz nada. As pessoas falam que houve um estupro. Eu não fiz nada”, enfatizou Cuca. “A gente vê e ouve um monte de coisas falando inverdades, chegando a me ofender. Vou fazer 60 anos, tenho duas filhas, de 32 e 34 anos. Venho de uma casa em que sou o único homem”, defendeu-se.

Foi também na sexta-feira quando Cuca conheceu o elenco corintiano e deu seu primeiro treinamento, preparando-se para sua estreia, que aconteceria no domingo, diante do Goiás. O treinador se dispôs a estar presente e a liderar essa sessão de treinos – inicialmente o clube planejava que Lázaro guiasse as atividades. Na manhã de sexta, muros do Parque São Jorge amanheceram pichados.

Duílio foi criticado após a contratação de Cuca como novo treinador do Corinthians. Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

“Do fundo do coração, pode haver protesto, mas ele não é maior que minha vontade de estar aqui. Eu vou passar por cima de tudo, de protesto, do que tiver. E se não tiver, vou me fortalecer. Hoje eu sou Corinthians”, ressaltou o treinador na coletiva. “Se eu pudesse não estar no quarto, eu não estaria. Mas eu não fiz nada, se é que aconteceu alguma coisa. Qual é a palavra da mulher? Que o Cuca não esteve lá. Como posso ser condenado?”

Sábado, 22 de abril – segundo dia de atividades e novos protestos

Os esclarecimentos de Cuca em seu anúncio não foram suficiente para a torcida corintiana. De acordo com a Justiça suíça e jornais que noticiaram o caso à época, o treinador foi condenado e teve participação direta – vestígios de seu sêmen foram encontrados no corpo da vítima. No sábado, Cuca comandou o segundo dia de treinamentos da equipe, a única vez em seis dias que conseguiu sessões em dois dias seguidos.

Cuca guiou apenas três sessões de treinamento à frente do Corinthians. Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Sem Fagner, Cuca começou a esboçar a equipe que enfrentaria o Goiás, no Estádio da Serrinha, em seu primeiro compromisso oficial à frente do clube.

Domingo, 23 de abril – derrota na estreia e protesto da equipe feminina

Com alguns desfalques e com apenas dois dias de preparação, o Corinthians chegou a abrir o placar diante do Goiás, mas foi surpreendido com a virada para 3 a 1. Foi, até então, a maior derrota do clube na temporada. Na entrevista coletiva, Cuca reconheceu as dificuldades da equipe e prometeu que melhoria seu desempenho em até 15 dias – tempo que não teve no cargo.

“Não saio nada satisfeito. Não é esse o nosso jogo, não é o jogo que quero nem o que quero ter. A equipe está espaçada, sem saída de bola. Uma série de coisas que precisa melhorar”, afirmou o treinador. “O Goiás chegou quase meia-noite na sexta e correu mais que a gente. Não pode.”

Cuca comandou seu primeiro jogo no Corinthians no último domingo e estreou com derrota. Foto: Rodrigo Coca/ Ag. Corinthians

Ainda durante o jogo, no minuto 87 – em referência ao ano em que o caso de Berna aconteceu –, todas jogadoras e o técnico da equipe feminina do Corinthians, Arthur Elias, publicaram em suas redes sociais uma nota conjunta, contra o atual momento do clube. “‘Respeita as Minas’ não é uma frase qualquer. É, acima de tudo, um estado de espírito e um compromisso compartilhado. Estar em um clube democrático significa que podemos usar a nossa voz, por vezes de forma pública, por vezes nos bastidores. Ser Corinthians significa viver e lutar por direitos todos os dias”, escreveram as atletas. No mesmo dia, Duílio reconheceu como legítimo o protesto da equipe.

Segunda-feira, 24 de abril – sem treinamentos e manifestação de Adilson Monteiro Alves

Após a derrota na estreia e a viagem de Goiânia para São Paulo, Cuca concedeu aos atletas um dia de descanso de suas atividades. Mesmo assim, além da pressão incessante da opinião pública e nas redes sociais, Adilson Monteiro Alves, pai de Duílio e idealizador da “Democracia Corinthiana” na década de 1980, publicou nota defendendo a equipe feminina após a manifestação contra Cuca.

“Respeita as Minas, Democracia Corinthiana e outros são movimentos do Corinthians, do Time do Povo (fundado por operários há 113 anos), de seus torcedores, associados dirigentes, atletas, funcionários. Democracia Corinthiana, há mais de 40 anos, pressupõe direitos, inclusive liberdade de opinião e expressão. Pressupõe também deveres, divisão de funções, atribuições, como tenho repetido desde o dia em que assumi nosso futebol, no fim de 1981, e não havia democracia: jogador joga, técnica treina, diretor dirige, torcedor torce”, escreveu.

“Cada um responde por seus atos e todos têm o direito e o dever de se expressar, contra tudo e contra todos, até contra a ditadura, que vigiava na época. E todos, em conjunto, amam, trabalham e lutam pelo Corinthians. As Brabas, nossas queridas atletas campeãs, e nosso orgulho, conhecem e vivem essa filosofia e, democraticamente, assim como fizeram muitos de nossos atletas através da história, se manifestaram. Vão, Brabas! Vai, Corinthians!”

Terça-feira, 25 de abril – advogado da vítima e silêncio de Cuca

Possivelmente o dia mais turbulento na breve passagem de Cuca pelo Corinthians. Na terça-feira, o portal Uol publicou uma entrevista com Willi Egloff, advogado que representou a vítima de estupro na Suíça, em que desmente as afirmações do treinador do Corinthians e afirma que a menina, então com 13 anos, reconheceu Cuca como um de seus agressores. Além disso, o profissional reiterou que a vítima pensou em se suicidar após o caso.

Após vir a público, Cuca, junto com seu corpo de advogados, optou por silenciar as manifestações públicas. A nota, enviada à imprensa, incluindo o Estadão, reafirmou que o treinador é inocente e que lutará para provar seu ponto na Justiça. “O treinador Cuca esclareceu que está totalmente concentrado e empenhando toda a sua energia para o jogo decisivo que o time enfrentará e, diante das notícias veiculadas nos últimos dias a seu respeito, comunica que, a partir desta nota, ele se manifestará e será representado exclusivamente por meio de seus advogados que contam com representantes na Suíça”, informa a nota.

Também na terça-feira, o treinador comandou o treino da equipe, com foco na partida de volta da Copa do Brasil contra o Remo. Foi a última sessão de Cuca à frente do clube e a única na preparação para o confronto decisivo – o Corinthians precisaria reverter um placar de 2 a 0 para avançar na competição.

Quarta-feira, 26 de abril – classificação na Copa do Brasil, manifestação dos jogadores e pedido de demissão

No último ato de Cuca à frente da equipe, o Estadão revelou que o Tribunal Superior do Cantão de Berna, onde o treinador foi julgado sob a acusação de manter relação sexual com uma jovem de 13 anos em 1987, confirmou o sigilo de 110 anos – sob o argumento de que nenhum dos personagens estaria vivo quando o processo viesse à público – e sugeriu, para estudo do caso, matérias da época que afirmam que o sêmen de Cuca foi encontrado no corpo da vítima.

Na partida contra o Remo, o Corinthians sofreu para avançar na Copa do Brasil. Apesar de um gol marcado no início, com Adson, o segundo só veio nos acréscimos da segunda etapa, com Róger Guedes – o atacante marcou dois gols nos dois jogos com Cuca. Nos pênaltis, Cássio defendeu uma cobrança, se tornou o goleiro com o maior número de penalidades defendidas na história do clube e o Corinthians garantiu a classificação.

Após a última cobrança de Róger Guedes, todos os jogadores avançaram em direção a Cuca e o abraçaram, em sinal de apoio ao treinador, que utilizava sua clássica camiseta de Nossa Senhora, que afirma que lhe traz sorte. Na entrevista coletiva, cedeu à pressão e aos pedidos de sua família e anunciou seu pedido de demissão, facilitada pela ausência de uma multa rescisória em seu contrato.

Jogadores do Corinthians abraçaram o técnico Cuca após a classificação na Copa do Brasil. Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

“Não era o que queria, foi um pedido de minha família. Amanhã (nesta quinta), estarei em casa, vou cuidar de vocês”, afirmou Cuca. “Foi quase um massacre, um pesadelo. Eu estava muito concentrado para esta decisão. Os jogadores me emocionaram, os jogadores sentiram o que estava passando. Não quero ser vítima de nada, mas foi a pior coisa que se pode passar. Não esperava esta avalanche, coisas passadas há muito tempo, fui julgado e punido pela internet, mas não quero entrar em detalhes.”

Róger Guedes e Cássio saíram em defesa do treinador. O atacante chegou até a criticar a comentarista da TV Globo, Ana Thaís Matos, na zona mista. “Ontem mesmo fiquei uma hora na sala dele (Cuca). O cara chorar na sua frente é f.... Infelizmente, vivemos num momento em que as pessoas julgam, colocam muito o dedo e não deixam a pessoa provar sua inocência”, afirmou o jogador, em zona mista após a vitória sobre o Remo. “As pessoas precisam rever as falas. A Ana Thaís (Matos, comentarista da Globo) fala bastante. Particularmente em mim, ela bate bastante, sem motivo algum.”

Tite e Vanderlei Luxemburgo seriam nomes apontados para assumir a função deixada por Cuca, de forma imediata. O próximo jogo do Corinthians é sábado, às 18h30, diante do Palmeiras, no Allianz Parque, pelo Brasileirão.

Na madrugada desta quinta-feira, chegou ao fim a passagem de Cuca como treinador do Corinthians. Foi uma passagem relâmpago. Após a classificação sobre o Remo, nos pênaltis, pela Copa do Brasil, o profissional anunciou durante a entrevista coletiva seu pedido de demissão. Era madrugada. Seu contrato não previa o pagamento de multa rescisória. Com isso, ele deixa o CT Joaquim Grava sendo o treinador com a passagem mais curta na história do clube – dois jogos e apenas sete dias. Antes dele, Júnior, lateral do Flamengo e da seleção brasileira, deixou o Corinthians em 2006 após duas derrotas em duas semanas.

Em sete dias, Cuca viveu uma pressão inédita em sua carreira. Desde seu anúncio no Corinthians de que substituiria Fernando Lázaro no comando técnico da equipe, o treinador lidou com questionamentos da torcida acerca do Escândalo de Berna, ocorrido em 1987. Na ocasião, quatro jogadores do Grêmio foram detidos sob a alegação de terem tido relações sexuais com uma garota de 13 anos sem consentimento. Alex Stival, nome verdadeiro de Cuca, foi um deles. O caso ocorreu no hotel Metrópole, em Berna, na Suíça, em 1987, ano em que o time gaúcho fez uma excursão pela Europa.

O Estadão conta dia a dia a situação de Cuca à frente do Corinthians, desde que ele foi anunciado, na última quinta-feira, até seu pedido de demissão, na madrugada desta quinta, após vitória sobre o Remo. Ao longo da última semana, treinador e diretoria foram criticados e receberam pressões por meio das redes sociais e na porta do Parque São Jorge, sede do clube social. Os sete dias de Cuca foram duros e intensos.

Quinta-feira, 20 de abril – anúncio de Cuca e críticas nas redes sociais

A saída de Lázaro, anunciada na última quinta-feira, foi rapidamente suprida pela contratação de Cuca, divulgada poucos minutos depois da nota oficial do clube de que o treinador passaria a integrar a comissão técnica permanente da equipe. Na quinta-feira, Cuca e a diretoria corintiana, liderada pelo presidente Duílio Monteiro Alves, chegaram a um acordo para que o treinador comandasse a equipe até o fim de 2023. O clube buscou um treinador que pudesse estar à disposição para o jogo contra o Goiás, já no domingo, pelo Brasileirão.

Nas redes sociais, torcedores lamentaram a escolha do Corinthians – no mesmo dia, o São Paulo anunciou a chegada do técnico Dorival Júnior, que estava livre no mercado. Relembrando o caso de crime sexual, de 1987, torcedores foram às redes pedir pela saída imediata do treinador, sob o argumento de que estaria desonrando a história do clube. Em 1989, Cuca foi condenado a 15 meses de prisão e ao pagamento de US$ 8 mil por estupro.

Sexta-feira, 21 de abril – primeira coletiva de Cuca

No dia seguinte ao anúncio, Cuca concedeu sua primeira entrevista coletiva como treinador do Corinthians. Na primeira pergunta, discursou durante longos minutos sobre sua inocência no caso de Berna, afirmando que teria sido julgado sob revelia. “Sou totalmente inocente, não fiz nada. As pessoas falam que houve um estupro. Eu não fiz nada”, enfatizou Cuca. “A gente vê e ouve um monte de coisas falando inverdades, chegando a me ofender. Vou fazer 60 anos, tenho duas filhas, de 32 e 34 anos. Venho de uma casa em que sou o único homem”, defendeu-se.

Foi também na sexta-feira quando Cuca conheceu o elenco corintiano e deu seu primeiro treinamento, preparando-se para sua estreia, que aconteceria no domingo, diante do Goiás. O treinador se dispôs a estar presente e a liderar essa sessão de treinos – inicialmente o clube planejava que Lázaro guiasse as atividades. Na manhã de sexta, muros do Parque São Jorge amanheceram pichados.

Duílio foi criticado após a contratação de Cuca como novo treinador do Corinthians. Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

“Do fundo do coração, pode haver protesto, mas ele não é maior que minha vontade de estar aqui. Eu vou passar por cima de tudo, de protesto, do que tiver. E se não tiver, vou me fortalecer. Hoje eu sou Corinthians”, ressaltou o treinador na coletiva. “Se eu pudesse não estar no quarto, eu não estaria. Mas eu não fiz nada, se é que aconteceu alguma coisa. Qual é a palavra da mulher? Que o Cuca não esteve lá. Como posso ser condenado?”

Sábado, 22 de abril – segundo dia de atividades e novos protestos

Os esclarecimentos de Cuca em seu anúncio não foram suficiente para a torcida corintiana. De acordo com a Justiça suíça e jornais que noticiaram o caso à época, o treinador foi condenado e teve participação direta – vestígios de seu sêmen foram encontrados no corpo da vítima. No sábado, Cuca comandou o segundo dia de treinamentos da equipe, a única vez em seis dias que conseguiu sessões em dois dias seguidos.

Cuca guiou apenas três sessões de treinamento à frente do Corinthians. Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Sem Fagner, Cuca começou a esboçar a equipe que enfrentaria o Goiás, no Estádio da Serrinha, em seu primeiro compromisso oficial à frente do clube.

Domingo, 23 de abril – derrota na estreia e protesto da equipe feminina

Com alguns desfalques e com apenas dois dias de preparação, o Corinthians chegou a abrir o placar diante do Goiás, mas foi surpreendido com a virada para 3 a 1. Foi, até então, a maior derrota do clube na temporada. Na entrevista coletiva, Cuca reconheceu as dificuldades da equipe e prometeu que melhoria seu desempenho em até 15 dias – tempo que não teve no cargo.

“Não saio nada satisfeito. Não é esse o nosso jogo, não é o jogo que quero nem o que quero ter. A equipe está espaçada, sem saída de bola. Uma série de coisas que precisa melhorar”, afirmou o treinador. “O Goiás chegou quase meia-noite na sexta e correu mais que a gente. Não pode.”

Cuca comandou seu primeiro jogo no Corinthians no último domingo e estreou com derrota. Foto: Rodrigo Coca/ Ag. Corinthians

Ainda durante o jogo, no minuto 87 – em referência ao ano em que o caso de Berna aconteceu –, todas jogadoras e o técnico da equipe feminina do Corinthians, Arthur Elias, publicaram em suas redes sociais uma nota conjunta, contra o atual momento do clube. “‘Respeita as Minas’ não é uma frase qualquer. É, acima de tudo, um estado de espírito e um compromisso compartilhado. Estar em um clube democrático significa que podemos usar a nossa voz, por vezes de forma pública, por vezes nos bastidores. Ser Corinthians significa viver e lutar por direitos todos os dias”, escreveram as atletas. No mesmo dia, Duílio reconheceu como legítimo o protesto da equipe.

Segunda-feira, 24 de abril – sem treinamentos e manifestação de Adilson Monteiro Alves

Após a derrota na estreia e a viagem de Goiânia para São Paulo, Cuca concedeu aos atletas um dia de descanso de suas atividades. Mesmo assim, além da pressão incessante da opinião pública e nas redes sociais, Adilson Monteiro Alves, pai de Duílio e idealizador da “Democracia Corinthiana” na década de 1980, publicou nota defendendo a equipe feminina após a manifestação contra Cuca.

“Respeita as Minas, Democracia Corinthiana e outros são movimentos do Corinthians, do Time do Povo (fundado por operários há 113 anos), de seus torcedores, associados dirigentes, atletas, funcionários. Democracia Corinthiana, há mais de 40 anos, pressupõe direitos, inclusive liberdade de opinião e expressão. Pressupõe também deveres, divisão de funções, atribuições, como tenho repetido desde o dia em que assumi nosso futebol, no fim de 1981, e não havia democracia: jogador joga, técnica treina, diretor dirige, torcedor torce”, escreveu.

“Cada um responde por seus atos e todos têm o direito e o dever de se expressar, contra tudo e contra todos, até contra a ditadura, que vigiava na época. E todos, em conjunto, amam, trabalham e lutam pelo Corinthians. As Brabas, nossas queridas atletas campeãs, e nosso orgulho, conhecem e vivem essa filosofia e, democraticamente, assim como fizeram muitos de nossos atletas através da história, se manifestaram. Vão, Brabas! Vai, Corinthians!”

Terça-feira, 25 de abril – advogado da vítima e silêncio de Cuca

Possivelmente o dia mais turbulento na breve passagem de Cuca pelo Corinthians. Na terça-feira, o portal Uol publicou uma entrevista com Willi Egloff, advogado que representou a vítima de estupro na Suíça, em que desmente as afirmações do treinador do Corinthians e afirma que a menina, então com 13 anos, reconheceu Cuca como um de seus agressores. Além disso, o profissional reiterou que a vítima pensou em se suicidar após o caso.

Após vir a público, Cuca, junto com seu corpo de advogados, optou por silenciar as manifestações públicas. A nota, enviada à imprensa, incluindo o Estadão, reafirmou que o treinador é inocente e que lutará para provar seu ponto na Justiça. “O treinador Cuca esclareceu que está totalmente concentrado e empenhando toda a sua energia para o jogo decisivo que o time enfrentará e, diante das notícias veiculadas nos últimos dias a seu respeito, comunica que, a partir desta nota, ele se manifestará e será representado exclusivamente por meio de seus advogados que contam com representantes na Suíça”, informa a nota.

Também na terça-feira, o treinador comandou o treino da equipe, com foco na partida de volta da Copa do Brasil contra o Remo. Foi a última sessão de Cuca à frente do clube e a única na preparação para o confronto decisivo – o Corinthians precisaria reverter um placar de 2 a 0 para avançar na competição.

Quarta-feira, 26 de abril – classificação na Copa do Brasil, manifestação dos jogadores e pedido de demissão

No último ato de Cuca à frente da equipe, o Estadão revelou que o Tribunal Superior do Cantão de Berna, onde o treinador foi julgado sob a acusação de manter relação sexual com uma jovem de 13 anos em 1987, confirmou o sigilo de 110 anos – sob o argumento de que nenhum dos personagens estaria vivo quando o processo viesse à público – e sugeriu, para estudo do caso, matérias da época que afirmam que o sêmen de Cuca foi encontrado no corpo da vítima.

Na partida contra o Remo, o Corinthians sofreu para avançar na Copa do Brasil. Apesar de um gol marcado no início, com Adson, o segundo só veio nos acréscimos da segunda etapa, com Róger Guedes – o atacante marcou dois gols nos dois jogos com Cuca. Nos pênaltis, Cássio defendeu uma cobrança, se tornou o goleiro com o maior número de penalidades defendidas na história do clube e o Corinthians garantiu a classificação.

Após a última cobrança de Róger Guedes, todos os jogadores avançaram em direção a Cuca e o abraçaram, em sinal de apoio ao treinador, que utilizava sua clássica camiseta de Nossa Senhora, que afirma que lhe traz sorte. Na entrevista coletiva, cedeu à pressão e aos pedidos de sua família e anunciou seu pedido de demissão, facilitada pela ausência de uma multa rescisória em seu contrato.

Jogadores do Corinthians abraçaram o técnico Cuca após a classificação na Copa do Brasil. Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

“Não era o que queria, foi um pedido de minha família. Amanhã (nesta quinta), estarei em casa, vou cuidar de vocês”, afirmou Cuca. “Foi quase um massacre, um pesadelo. Eu estava muito concentrado para esta decisão. Os jogadores me emocionaram, os jogadores sentiram o que estava passando. Não quero ser vítima de nada, mas foi a pior coisa que se pode passar. Não esperava esta avalanche, coisas passadas há muito tempo, fui julgado e punido pela internet, mas não quero entrar em detalhes.”

Róger Guedes e Cássio saíram em defesa do treinador. O atacante chegou até a criticar a comentarista da TV Globo, Ana Thaís Matos, na zona mista. “Ontem mesmo fiquei uma hora na sala dele (Cuca). O cara chorar na sua frente é f.... Infelizmente, vivemos num momento em que as pessoas julgam, colocam muito o dedo e não deixam a pessoa provar sua inocência”, afirmou o jogador, em zona mista após a vitória sobre o Remo. “As pessoas precisam rever as falas. A Ana Thaís (Matos, comentarista da Globo) fala bastante. Particularmente em mim, ela bate bastante, sem motivo algum.”

Tite e Vanderlei Luxemburgo seriam nomes apontados para assumir a função deixada por Cuca, de forma imediata. O próximo jogo do Corinthians é sábado, às 18h30, diante do Palmeiras, no Allianz Parque, pelo Brasileirão.

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