Apesar de ainda nunca ter disputado uma Copa do Mundo, Danilo é uma das lideranças da seleção brasileira. O lateral-direito tem 31 anos e divide a responsabilidade de capitanear a equipe com Thiago Silva, Daniel Alves, Casemiro e Neymar. Para o atleta, há mais de dez anos no futebol europeu, há uma mescla equilibrada entre jovens e veteranos no grupo e tem sido fácil lidar com a garotada.
Titular na lateral direita, o jogador da Juventus fez elogios ao “senso de responsabilidade” dos mais novos que compõem os 26 convocados por Tite para a disputa da Copa do Mundo do Catar. “O grupo tem a mistura entre os mais experientes e muito mais jovens, mas é muito legal, porque vejo nesta geração mais jovem um senso de responsabilidade que não tinha visto antes no futebol em geral. Faz a diferença no futebol em alto nível e eles têm este senso, apesar das brincadeiras, das risadas”, opinou o atleta.
“O Casemiro fala: o Vini, o Militão, o Paquetá, eles riem o tempo inteiro. É legal, às vezes eu até falo para rirem mais baixo (risos). Mas eles se cuidam, na forma de treinar, sempre 100%. É legal de ver, e influencia a nós, também, mais experientes, de estarmos nesta vibe, neste clima deles. Com muita responsabilidade, com uma conexão grande e é um ponto positivo para a seleção brasileira”, prosseguiu Danilo.
Ele foi o escolhido para falar na primeira entrevista coletiva do Brasil durante o período de preparação para a Copa do Mundo, no centro de treinamento de sua equipe, a Juventus, em Turim, na Itália. A equipe fez o segundo treinamento nesta terça-feira em solo italiano e embarca para o Catar no sábado, dia 19, véspera da abertura da Copa.
Os números impressionantes da seleção brasileira no ciclo até o Catar, sobretudo a campanha histórica nas Eliminatórias, a qual encerrou invicta, fazem Danilo reconhecer que a equipe é, mesmo, uma das favoritas ao título mundial. “Depois dos números que tivemos, a sequência de vitórias e a forma que jogamos, com estes nomes, temos que aceitar esta responsabilidade, impossível olhar para o lado”, admitiu, antes de ponderar e apontar que e o seleção divide o favoritismo com outros oponentes.
“Mas junto com o Brasil tem seleções de bons nomes, de nível muito alto. Aí a graça da competição, que talvez tenha o nível mais alto dos últimos tempos. Inegável que somos um dos favoritos, mas tem outras seleções com grandíssimos nomes e vai ser uma Copa bem bonita”.
Danilo tem como sombra na seleção o veterano e multicampeão Daniel Alves, de 39 anos, a quem dispensou uma série de elogios. Ele vê o concorrente por posição como alguém em quem se inspirar e enalteceu a capacidade de o experiente lateral do Pumas, do México, de liderar o elenco.
“Em campo, todo mundo sabe o que ele pode representar. Ele mostrou na carreira um poder de dar a volta por cima incrível. Ele pode dar muito para a equipe, inclusive características que não tenho condições de dar. Mostrou uma qualidade de passe, descobrir espaços, que poucos jogadores, até de outras posições, têm. Em termos de liderança, o Daniel é um exemplo, seguramente”, disse. Também elogiou a resiliência de Daniel Alves, cortado da última Copa na Rússia por lesão.
“A gente falou nesta manhã que é muito fácil quando tudo corre bem, a pessoa se autodenominar resiliente. E quando as coisas não vão tão bem, aí é hora de ver a resiliência. Ele buscou melhorar, se adaptar ao momento para estar na melhor forma possível e realizar o sonho de jogar mais uma Copa. É uma inspiração fora de campo, está sempre motivado, sempre alegre. Nos treinos não relaxa, sempre dá 110%”.
Com Danilo entre os titulares, o Brasil contra a Sérvia no dia 24, às 16h (de Brasília), 22h no horário local. O jogo será no Lusail, estádio com capacidade para 80 mil espectadores e que também será palco da final, marcada para o dia 18 de dezembro.