Quase 90 anos depois do italiano Vittorio Pozzo conquistar dois títulos de Copas do Mundo seguidos à frente da seleção italiana — em 1934 e 1938 —, e ser o único treinador na história a levar uma equipe ao bicampeonato mundial, o técnico da França, Didier Deschamps, tem a chance de igualar esta marca no torneio do Catar.
Semifinalistas, os franceses enfrentam o Marrocos na quarta-feira, 14, às 16h (horário de Brasília), em partida que vale a vaga para a final do torneio. O jogo será disputado no Estádio Al Bayt, em Al Khor.
Deschamps já tinha marcado seu nome na história dos Mundiais há quatro anos e meio, quando conduziu a seleção da França ao bicampeonato na Rússia, e se tornou a terceira pessoa no mundo a vencer a Copa como jogador e treinador. Ele foi campeão com a seleção francesa em 1998, usando a braçadeira de capitão na final contra o Brasil.
Antes dele só o brasileiro Mario Jorge Lobo Zagallo (em 1958 e 1962 como atleta, e em 1970 como treinador) e o alemão Franz Beckenbauer (em 1974 como jogador, e em 1990 como técnico) haviam conseguido ser campeões pelas duas funções.
A continuidade de Deschamps à frente do comando da equipe francesa, porém, é incerta, uma vez que o seu contrato se encerra ao final da Copa do Catar. A decisão de continuar na seleção só depende do treinador de 54 anos, segundo o presidente da Federação Francesa de Futebol, Noël Le Graët.
Em uma entrevista publicada neste domingo pelo jornal esportivo francês L’Équipe, o dirigente disse que “a questão da prorrogação (do contrato) depende totalmente de Deschamps”. “Ele esbanja felicidade e os jogadores também. Encontrar um treinador desta qualidade não é fácil. Espero que diga sim”, disse Noël Le Graët.
Após a vitória da França por 2 a 1 sobre a Inglaterra no sábado, pelas quartas de final da Copa, Didier Deschamps desconversou sobre a renovação do seu contrato em entrevista coletiva. “Neste momento estou concentrado em preparar nossa equipe para um jogo complicado contra o Marrocos”, disse. “Cada coisa no seu tempo”, acrescentou.