O presidente da Federação Alemã de Futebol, Bernd Neuendorf, defendeu os planos da Alemanha e de outras seleções europeias de usar jogos da Copa do Mundo para protestar contra as violações de direitos humanos no Catar. Além disso, disse não temer possíveis punições e criticou a postura da Fifa, que pediu às federações que “foquem no futebol”, em carta assinada por Gianni Infantino, presidente da entidade máxima do futebol mundial.
“Dizer que o assunto dos direitos humanos não deve ser pauta, que temos que nos concentrar apenas no futebol, é algo que nos irritou bastante e nos perturbou”, afirmou Neuendorf na primeira coletiva de imprensa da seleção alemã no Catar, nesta sexta-feira, reforçando que não aceitará “ser silenciado”.
O dirigente alemão também condenou a decisão da Fifa em não permitir que a Dinamarca treinasse com com a frase “Direitos Humanos para Todos” estampada nas camisas dos jogadores. “Foi considerada como um posicionamento político e foi proibido. Não estamos falando de uma declaração política que pode ser entendida de uma forma ou de outra. Estamos falando de direitos humanos, que são universais e obrigatórios em todo o mundo”.
Outro assunto abordado por Neuendorf foi a iniciativa de seleções europeias, entre elas a Alemanha, para apoiar a comunidade LGBT+, tratada como criminosa no Catar. A ideia é que os capitães das equipes entrem em campo vestindo uma braçadeira com as cores do arco-íris. “Não é um posicionamento político, é um posicionamento a favor dos direitos humanos. Eu estaria bastante preparado para aceitar uma multa, se for o caso”.
O ato de apoio, contudo, não é unanimidade. O goleiro Lloris, capitão da França, disse nesta semana que não usará a faixa por respeito às tradições do Catar, independentemente de concordar ou não com elas. Antes, o presidente da Federação Francesa de Futebol, Noël Le Graët, já havia dado uma opinião parecida com a do jogador do Tottenham.