RIO - Apesar de manter o discurso de confiança no governo, a Fifa admite certa apreensão com os novos casos de violência no Brasil às vésperas da Copa do Mundo. Nesta quinta-feira, em entrevista coletiva, o diretor de marketing da entidade, Thierry Weil, reconheceu que os episódios violentos têm preocupado a entidade e os patrocinadores do Mundial. Weil concedeu a entrevista no Rio de Janeiro, que ganhou as páginas dos jornais internacionais na quarta-feira por causa do conflito violento envolvendo manifestantes e policiais. O confronto fechou ruas de Copacabana e deixou ao menos uma morte na terça-feira.O protesto era uma reação de moradores da favela Pavão-Pavãozinho à morte de Douglas Rafael da Silva Pereira, conhecido como DG, dançarino do programa "Esquenta", da TV Globo. Ele teria sido assassinado por policiais, acusam os moradores. Em São Paulo, outra sede da Copa, notícias de ônibus incendiados vêm sendo recorrentes nas últimas semanas. "Vimos o que aconteceu no Rio nesta semana. Foi trágico. Infelizmente, acontece em grandes cidades, como Nova York por exemplo", disse Weil. "Houve muita repercussão, sim. Nossos parceiros comerciais nos fazem muitas perguntas, há muita discussão sobre isso. Mas, até agora, ninguém desistiu de trazer seus convidados".O dirigente, contudo, manteve a confiança na capacidade do governo em manter a segurança das cidades-sede durante a Copa. "Temos falado muito disso com o governo federal, prefeituras, governo do Estado. E temos toda confiança no governo federal de que haverá segurança para todos", declarou.Ele afirmou também que "grupos pequenos não vão estragar a festa", já estendendo seus comentários às manifestações de rua que aconteceram na Copa das Confederações, no ano passado, e que podem se repetir agora na Copa.