Análise|Dorival acerta ao deixar Estêvão fora e premiar fase do Botafogo, mas problemas da seleção vão além


Priorizar momento vivido por cada atleta é ponto positivo, mas necessidade de encontrar rapidamente soluções para problemas recorrentes tornam jogos com Chile e Peru cruciais

Por Rodrigo Sampaio
Atualização:

A lista divulgada por Dorival Júnior para os jogos da seleção brasileira contra Chile e Bolívia não chega a ser surpreendente. A relação segue a mesma base da anunciada na última Data Fifa, mas o treinador demonstra virtude ao deixar Estêvão fora e premiar a boa fase do Botafogo, chamando Luiz Henrique e o novato Igor Jesus. A qualidade do ponta-direita do Palmeiras é indiscutível, mas ele acabou perdendo espaço por causa das recentes lesões, o que dá a entender que o técnico do Brasil vai continuar priorizando o momento vivido por cada atleta, o que nem sempre foi levado em consideração por comandantes anteriores, mais preocupados em se “fechar” com um grupo em proveito de uma suposto fortalecimento do time. Contudo, o problema da seleção atualmente vai muito além dos nomes escolhidos.

É possível imaginar Estêvão em uma eventual convocação para a Copa do Mundo daqui a dois anos, mas o jovem de 17 anos tem concorrência indigesta. Ele briga por posição justamente com Luiz Henrique, um dos melhores do futebol nacional, além de Savinho, novo queridinho de Guardiola no Manchester City, e Raphinha, em grande fase no Barcelona. A hipótese de o ponteiro palmeirense jogar por dentro, como ponta-de-lança, não seria ruim. Ali, a vaga seria disputada com Rodrygo, um dos alentos da seleção atualmente, mas o problema vai muito além dos nomes escolhidos.

Dorival Júnior acerta ao privilegiar atletas em melhor momento, mas precisa encontrar rapidamente soluções para problemas antigos.  Foto: Silvia Izquierdo/AP
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O leque de opções disponíveis a Dorival vai de encontro ao futebol apresentando. “Acredito em processos”, disse o treinador na coletiva de imprensa desta sexta-feira. Dez partidas talvez sejam um número pequeno para a seleção começar a engrenar, ainda mais levando em consideração eventuais rotatividades no elenco, cujo cronograma prevê encontros em períodos muitos distantes um do outro. Ressalvas feitas, não há discussão quanto ao fato de faltar ideias ao time.

A derrota por 1 a 0 para o Paraguai foi sintomática. Quando tinha a bola na defesa, a seleção não conseguia progredir trocando passes, com os jogadores de lado bem marcados e sem opções. A solução era a bola longa aos atacantes, todos de estatura mediana. Sem Pedro, do Flamengo, que está lesionado, a convocação de Igor Jesus se justifica pela possibilidade de Dorival testar o time com um centroavante de boa mobilidade e que consiga fazer o pivô para quem apareça vindo de trás. Porém, é provável que o treinador continuar escalando um time com o tal “falso 9″, função bem desempenhada por Rodrygo. Em ambas as situações, a bola precisa chegar em boas condições.

O time brasileiro carece de boa movimentação dos jogadores de meio-campo. A escolha por André nos últimos jogos demonstrou ser acertada. O volante consegue encostar bem na defesa para pegar a bola de trás e sair jogando. O mesmo não acontece com Bruno Guimarães e tampouco com Paquetá. A dupla tem total condição de realizar a função, mesmo desempenhando funções diferentes em seus clubes. Cabe a Dorival exercitar esse mecanismo ou simplesmente encontrar novas soluções táticas.

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Problema semelhante acontece com Vini Jr, que não consegue jogar na seleção no mesmo nível de suas apresentações no Real Madrid. Ao escolher jogar com ponteiros velozes e dribladores, é preciso criar espaços para este jogadores correrem. Como o Brasil de Dorival dificilmente vai encontrar adversários dispostos a pressionaram a defesa brasileira, a “coerografia” tática precisa estar bem ensaiada para o Brasil furar o bloqueio do rival.

Desmantelar fortes defesas já era um problema com Tite, como visto diante da Croácia, mas o time regrediu a ponto de nem conseguir mais chegar ao ataque com facilidade. A regressão do Brasil fica na conta da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que em vez de encontrar um treinador com uma filosofia similar à de Tite para aproveitar o legado da solidez defensiva, perdeu tempo com a ilusão de contratar Ancelotti, chamou Diniz, que pensa futebol de maneira totalmente diferente, e, por fim, Dorival, que também dispõe de outra ideia. Um trabalho do zero faltando dois anos para a Copa do Mundo é refletido na mera 5ª colocação do País nas Eliminatórias.

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Chile e Peru são os adversários perfeitos para o momento vivido pela seleção brasileira. Os chilenos venceram apenas uma partida em oito e estão na penúltima posição das Eliminatórias, com 5 pontos. Independentemente de o jogo ser disputado em Santiago, onde até a modesta Bolívia saiu vitoriosa, o Brasil tem a obrigação de vencer. O mesmo cenário se aplica ao duelo em Brasília com os peruanos, que estão na última colocação. Em ambos os casos, os três pontos são inegociáveis, mas o bom desempenho é crucial.

A lista divulgada por Dorival Júnior para os jogos da seleção brasileira contra Chile e Bolívia não chega a ser surpreendente. A relação segue a mesma base da anunciada na última Data Fifa, mas o treinador demonstra virtude ao deixar Estêvão fora e premiar a boa fase do Botafogo, chamando Luiz Henrique e o novato Igor Jesus. A qualidade do ponta-direita do Palmeiras é indiscutível, mas ele acabou perdendo espaço por causa das recentes lesões, o que dá a entender que o técnico do Brasil vai continuar priorizando o momento vivido por cada atleta, o que nem sempre foi levado em consideração por comandantes anteriores, mais preocupados em se “fechar” com um grupo em proveito de uma suposto fortalecimento do time. Contudo, o problema da seleção atualmente vai muito além dos nomes escolhidos.

É possível imaginar Estêvão em uma eventual convocação para a Copa do Mundo daqui a dois anos, mas o jovem de 17 anos tem concorrência indigesta. Ele briga por posição justamente com Luiz Henrique, um dos melhores do futebol nacional, além de Savinho, novo queridinho de Guardiola no Manchester City, e Raphinha, em grande fase no Barcelona. A hipótese de o ponteiro palmeirense jogar por dentro, como ponta-de-lança, não seria ruim. Ali, a vaga seria disputada com Rodrygo, um dos alentos da seleção atualmente, mas o problema vai muito além dos nomes escolhidos.

Dorival Júnior acerta ao privilegiar atletas em melhor momento, mas precisa encontrar rapidamente soluções para problemas antigos.  Foto: Silvia Izquierdo/AP

O leque de opções disponíveis a Dorival vai de encontro ao futebol apresentando. “Acredito em processos”, disse o treinador na coletiva de imprensa desta sexta-feira. Dez partidas talvez sejam um número pequeno para a seleção começar a engrenar, ainda mais levando em consideração eventuais rotatividades no elenco, cujo cronograma prevê encontros em períodos muitos distantes um do outro. Ressalvas feitas, não há discussão quanto ao fato de faltar ideias ao time.

A derrota por 1 a 0 para o Paraguai foi sintomática. Quando tinha a bola na defesa, a seleção não conseguia progredir trocando passes, com os jogadores de lado bem marcados e sem opções. A solução era a bola longa aos atacantes, todos de estatura mediana. Sem Pedro, do Flamengo, que está lesionado, a convocação de Igor Jesus se justifica pela possibilidade de Dorival testar o time com um centroavante de boa mobilidade e que consiga fazer o pivô para quem apareça vindo de trás. Porém, é provável que o treinador continuar escalando um time com o tal “falso 9″, função bem desempenhada por Rodrygo. Em ambas as situações, a bola precisa chegar em boas condições.

O time brasileiro carece de boa movimentação dos jogadores de meio-campo. A escolha por André nos últimos jogos demonstrou ser acertada. O volante consegue encostar bem na defesa para pegar a bola de trás e sair jogando. O mesmo não acontece com Bruno Guimarães e tampouco com Paquetá. A dupla tem total condição de realizar a função, mesmo desempenhando funções diferentes em seus clubes. Cabe a Dorival exercitar esse mecanismo ou simplesmente encontrar novas soluções táticas.

Problema semelhante acontece com Vini Jr, que não consegue jogar na seleção no mesmo nível de suas apresentações no Real Madrid. Ao escolher jogar com ponteiros velozes e dribladores, é preciso criar espaços para este jogadores correrem. Como o Brasil de Dorival dificilmente vai encontrar adversários dispostos a pressionaram a defesa brasileira, a “coerografia” tática precisa estar bem ensaiada para o Brasil furar o bloqueio do rival.

Desmantelar fortes defesas já era um problema com Tite, como visto diante da Croácia, mas o time regrediu a ponto de nem conseguir mais chegar ao ataque com facilidade. A regressão do Brasil fica na conta da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que em vez de encontrar um treinador com uma filosofia similar à de Tite para aproveitar o legado da solidez defensiva, perdeu tempo com a ilusão de contratar Ancelotti, chamou Diniz, que pensa futebol de maneira totalmente diferente, e, por fim, Dorival, que também dispõe de outra ideia. Um trabalho do zero faltando dois anos para a Copa do Mundo é refletido na mera 5ª colocação do País nas Eliminatórias.

Chile e Peru são os adversários perfeitos para o momento vivido pela seleção brasileira. Os chilenos venceram apenas uma partida em oito e estão na penúltima posição das Eliminatórias, com 5 pontos. Independentemente de o jogo ser disputado em Santiago, onde até a modesta Bolívia saiu vitoriosa, o Brasil tem a obrigação de vencer. O mesmo cenário se aplica ao duelo em Brasília com os peruanos, que estão na última colocação. Em ambos os casos, os três pontos são inegociáveis, mas o bom desempenho é crucial.

A lista divulgada por Dorival Júnior para os jogos da seleção brasileira contra Chile e Bolívia não chega a ser surpreendente. A relação segue a mesma base da anunciada na última Data Fifa, mas o treinador demonstra virtude ao deixar Estêvão fora e premiar a boa fase do Botafogo, chamando Luiz Henrique e o novato Igor Jesus. A qualidade do ponta-direita do Palmeiras é indiscutível, mas ele acabou perdendo espaço por causa das recentes lesões, o que dá a entender que o técnico do Brasil vai continuar priorizando o momento vivido por cada atleta, o que nem sempre foi levado em consideração por comandantes anteriores, mais preocupados em se “fechar” com um grupo em proveito de uma suposto fortalecimento do time. Contudo, o problema da seleção atualmente vai muito além dos nomes escolhidos.

É possível imaginar Estêvão em uma eventual convocação para a Copa do Mundo daqui a dois anos, mas o jovem de 17 anos tem concorrência indigesta. Ele briga por posição justamente com Luiz Henrique, um dos melhores do futebol nacional, além de Savinho, novo queridinho de Guardiola no Manchester City, e Raphinha, em grande fase no Barcelona. A hipótese de o ponteiro palmeirense jogar por dentro, como ponta-de-lança, não seria ruim. Ali, a vaga seria disputada com Rodrygo, um dos alentos da seleção atualmente, mas o problema vai muito além dos nomes escolhidos.

Dorival Júnior acerta ao privilegiar atletas em melhor momento, mas precisa encontrar rapidamente soluções para problemas antigos.  Foto: Silvia Izquierdo/AP

O leque de opções disponíveis a Dorival vai de encontro ao futebol apresentando. “Acredito em processos”, disse o treinador na coletiva de imprensa desta sexta-feira. Dez partidas talvez sejam um número pequeno para a seleção começar a engrenar, ainda mais levando em consideração eventuais rotatividades no elenco, cujo cronograma prevê encontros em períodos muitos distantes um do outro. Ressalvas feitas, não há discussão quanto ao fato de faltar ideias ao time.

A derrota por 1 a 0 para o Paraguai foi sintomática. Quando tinha a bola na defesa, a seleção não conseguia progredir trocando passes, com os jogadores de lado bem marcados e sem opções. A solução era a bola longa aos atacantes, todos de estatura mediana. Sem Pedro, do Flamengo, que está lesionado, a convocação de Igor Jesus se justifica pela possibilidade de Dorival testar o time com um centroavante de boa mobilidade e que consiga fazer o pivô para quem apareça vindo de trás. Porém, é provável que o treinador continuar escalando um time com o tal “falso 9″, função bem desempenhada por Rodrygo. Em ambas as situações, a bola precisa chegar em boas condições.

O time brasileiro carece de boa movimentação dos jogadores de meio-campo. A escolha por André nos últimos jogos demonstrou ser acertada. O volante consegue encostar bem na defesa para pegar a bola de trás e sair jogando. O mesmo não acontece com Bruno Guimarães e tampouco com Paquetá. A dupla tem total condição de realizar a função, mesmo desempenhando funções diferentes em seus clubes. Cabe a Dorival exercitar esse mecanismo ou simplesmente encontrar novas soluções táticas.

Problema semelhante acontece com Vini Jr, que não consegue jogar na seleção no mesmo nível de suas apresentações no Real Madrid. Ao escolher jogar com ponteiros velozes e dribladores, é preciso criar espaços para este jogadores correrem. Como o Brasil de Dorival dificilmente vai encontrar adversários dispostos a pressionaram a defesa brasileira, a “coerografia” tática precisa estar bem ensaiada para o Brasil furar o bloqueio do rival.

Desmantelar fortes defesas já era um problema com Tite, como visto diante da Croácia, mas o time regrediu a ponto de nem conseguir mais chegar ao ataque com facilidade. A regressão do Brasil fica na conta da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que em vez de encontrar um treinador com uma filosofia similar à de Tite para aproveitar o legado da solidez defensiva, perdeu tempo com a ilusão de contratar Ancelotti, chamou Diniz, que pensa futebol de maneira totalmente diferente, e, por fim, Dorival, que também dispõe de outra ideia. Um trabalho do zero faltando dois anos para a Copa do Mundo é refletido na mera 5ª colocação do País nas Eliminatórias.

Chile e Peru são os adversários perfeitos para o momento vivido pela seleção brasileira. Os chilenos venceram apenas uma partida em oito e estão na penúltima posição das Eliminatórias, com 5 pontos. Independentemente de o jogo ser disputado em Santiago, onde até a modesta Bolívia saiu vitoriosa, o Brasil tem a obrigação de vencer. O mesmo cenário se aplica ao duelo em Brasília com os peruanos, que estão na última colocação. Em ambos os casos, os três pontos são inegociáveis, mas o bom desempenho é crucial.

A lista divulgada por Dorival Júnior para os jogos da seleção brasileira contra Chile e Bolívia não chega a ser surpreendente. A relação segue a mesma base da anunciada na última Data Fifa, mas o treinador demonstra virtude ao deixar Estêvão fora e premiar a boa fase do Botafogo, chamando Luiz Henrique e o novato Igor Jesus. A qualidade do ponta-direita do Palmeiras é indiscutível, mas ele acabou perdendo espaço por causa das recentes lesões, o que dá a entender que o técnico do Brasil vai continuar priorizando o momento vivido por cada atleta, o que nem sempre foi levado em consideração por comandantes anteriores, mais preocupados em se “fechar” com um grupo em proveito de uma suposto fortalecimento do time. Contudo, o problema da seleção atualmente vai muito além dos nomes escolhidos.

É possível imaginar Estêvão em uma eventual convocação para a Copa do Mundo daqui a dois anos, mas o jovem de 17 anos tem concorrência indigesta. Ele briga por posição justamente com Luiz Henrique, um dos melhores do futebol nacional, além de Savinho, novo queridinho de Guardiola no Manchester City, e Raphinha, em grande fase no Barcelona. A hipótese de o ponteiro palmeirense jogar por dentro, como ponta-de-lança, não seria ruim. Ali, a vaga seria disputada com Rodrygo, um dos alentos da seleção atualmente, mas o problema vai muito além dos nomes escolhidos.

Dorival Júnior acerta ao privilegiar atletas em melhor momento, mas precisa encontrar rapidamente soluções para problemas antigos.  Foto: Silvia Izquierdo/AP

O leque de opções disponíveis a Dorival vai de encontro ao futebol apresentando. “Acredito em processos”, disse o treinador na coletiva de imprensa desta sexta-feira. Dez partidas talvez sejam um número pequeno para a seleção começar a engrenar, ainda mais levando em consideração eventuais rotatividades no elenco, cujo cronograma prevê encontros em períodos muitos distantes um do outro. Ressalvas feitas, não há discussão quanto ao fato de faltar ideias ao time.

A derrota por 1 a 0 para o Paraguai foi sintomática. Quando tinha a bola na defesa, a seleção não conseguia progredir trocando passes, com os jogadores de lado bem marcados e sem opções. A solução era a bola longa aos atacantes, todos de estatura mediana. Sem Pedro, do Flamengo, que está lesionado, a convocação de Igor Jesus se justifica pela possibilidade de Dorival testar o time com um centroavante de boa mobilidade e que consiga fazer o pivô para quem apareça vindo de trás. Porém, é provável que o treinador continuar escalando um time com o tal “falso 9″, função bem desempenhada por Rodrygo. Em ambas as situações, a bola precisa chegar em boas condições.

O time brasileiro carece de boa movimentação dos jogadores de meio-campo. A escolha por André nos últimos jogos demonstrou ser acertada. O volante consegue encostar bem na defesa para pegar a bola de trás e sair jogando. O mesmo não acontece com Bruno Guimarães e tampouco com Paquetá. A dupla tem total condição de realizar a função, mesmo desempenhando funções diferentes em seus clubes. Cabe a Dorival exercitar esse mecanismo ou simplesmente encontrar novas soluções táticas.

Problema semelhante acontece com Vini Jr, que não consegue jogar na seleção no mesmo nível de suas apresentações no Real Madrid. Ao escolher jogar com ponteiros velozes e dribladores, é preciso criar espaços para este jogadores correrem. Como o Brasil de Dorival dificilmente vai encontrar adversários dispostos a pressionaram a defesa brasileira, a “coerografia” tática precisa estar bem ensaiada para o Brasil furar o bloqueio do rival.

Desmantelar fortes defesas já era um problema com Tite, como visto diante da Croácia, mas o time regrediu a ponto de nem conseguir mais chegar ao ataque com facilidade. A regressão do Brasil fica na conta da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que em vez de encontrar um treinador com uma filosofia similar à de Tite para aproveitar o legado da solidez defensiva, perdeu tempo com a ilusão de contratar Ancelotti, chamou Diniz, que pensa futebol de maneira totalmente diferente, e, por fim, Dorival, que também dispõe de outra ideia. Um trabalho do zero faltando dois anos para a Copa do Mundo é refletido na mera 5ª colocação do País nas Eliminatórias.

Chile e Peru são os adversários perfeitos para o momento vivido pela seleção brasileira. Os chilenos venceram apenas uma partida em oito e estão na penúltima posição das Eliminatórias, com 5 pontos. Independentemente de o jogo ser disputado em Santiago, onde até a modesta Bolívia saiu vitoriosa, o Brasil tem a obrigação de vencer. O mesmo cenário se aplica ao duelo em Brasília com os peruanos, que estão na última colocação. Em ambos os casos, os três pontos são inegociáveis, mas o bom desempenho é crucial.

A lista divulgada por Dorival Júnior para os jogos da seleção brasileira contra Chile e Bolívia não chega a ser surpreendente. A relação segue a mesma base da anunciada na última Data Fifa, mas o treinador demonstra virtude ao deixar Estêvão fora e premiar a boa fase do Botafogo, chamando Luiz Henrique e o novato Igor Jesus. A qualidade do ponta-direita do Palmeiras é indiscutível, mas ele acabou perdendo espaço por causa das recentes lesões, o que dá a entender que o técnico do Brasil vai continuar priorizando o momento vivido por cada atleta, o que nem sempre foi levado em consideração por comandantes anteriores, mais preocupados em se “fechar” com um grupo em proveito de uma suposto fortalecimento do time. Contudo, o problema da seleção atualmente vai muito além dos nomes escolhidos.

É possível imaginar Estêvão em uma eventual convocação para a Copa do Mundo daqui a dois anos, mas o jovem de 17 anos tem concorrência indigesta. Ele briga por posição justamente com Luiz Henrique, um dos melhores do futebol nacional, além de Savinho, novo queridinho de Guardiola no Manchester City, e Raphinha, em grande fase no Barcelona. A hipótese de o ponteiro palmeirense jogar por dentro, como ponta-de-lança, não seria ruim. Ali, a vaga seria disputada com Rodrygo, um dos alentos da seleção atualmente, mas o problema vai muito além dos nomes escolhidos.

Dorival Júnior acerta ao privilegiar atletas em melhor momento, mas precisa encontrar rapidamente soluções para problemas antigos.  Foto: Silvia Izquierdo/AP

O leque de opções disponíveis a Dorival vai de encontro ao futebol apresentando. “Acredito em processos”, disse o treinador na coletiva de imprensa desta sexta-feira. Dez partidas talvez sejam um número pequeno para a seleção começar a engrenar, ainda mais levando em consideração eventuais rotatividades no elenco, cujo cronograma prevê encontros em períodos muitos distantes um do outro. Ressalvas feitas, não há discussão quanto ao fato de faltar ideias ao time.

A derrota por 1 a 0 para o Paraguai foi sintomática. Quando tinha a bola na defesa, a seleção não conseguia progredir trocando passes, com os jogadores de lado bem marcados e sem opções. A solução era a bola longa aos atacantes, todos de estatura mediana. Sem Pedro, do Flamengo, que está lesionado, a convocação de Igor Jesus se justifica pela possibilidade de Dorival testar o time com um centroavante de boa mobilidade e que consiga fazer o pivô para quem apareça vindo de trás. Porém, é provável que o treinador continuar escalando um time com o tal “falso 9″, função bem desempenhada por Rodrygo. Em ambas as situações, a bola precisa chegar em boas condições.

O time brasileiro carece de boa movimentação dos jogadores de meio-campo. A escolha por André nos últimos jogos demonstrou ser acertada. O volante consegue encostar bem na defesa para pegar a bola de trás e sair jogando. O mesmo não acontece com Bruno Guimarães e tampouco com Paquetá. A dupla tem total condição de realizar a função, mesmo desempenhando funções diferentes em seus clubes. Cabe a Dorival exercitar esse mecanismo ou simplesmente encontrar novas soluções táticas.

Problema semelhante acontece com Vini Jr, que não consegue jogar na seleção no mesmo nível de suas apresentações no Real Madrid. Ao escolher jogar com ponteiros velozes e dribladores, é preciso criar espaços para este jogadores correrem. Como o Brasil de Dorival dificilmente vai encontrar adversários dispostos a pressionaram a defesa brasileira, a “coerografia” tática precisa estar bem ensaiada para o Brasil furar o bloqueio do rival.

Desmantelar fortes defesas já era um problema com Tite, como visto diante da Croácia, mas o time regrediu a ponto de nem conseguir mais chegar ao ataque com facilidade. A regressão do Brasil fica na conta da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que em vez de encontrar um treinador com uma filosofia similar à de Tite para aproveitar o legado da solidez defensiva, perdeu tempo com a ilusão de contratar Ancelotti, chamou Diniz, que pensa futebol de maneira totalmente diferente, e, por fim, Dorival, que também dispõe de outra ideia. Um trabalho do zero faltando dois anos para a Copa do Mundo é refletido na mera 5ª colocação do País nas Eliminatórias.

Chile e Peru são os adversários perfeitos para o momento vivido pela seleção brasileira. Os chilenos venceram apenas uma partida em oito e estão na penúltima posição das Eliminatórias, com 5 pontos. Independentemente de o jogo ser disputado em Santiago, onde até a modesta Bolívia saiu vitoriosa, o Brasil tem a obrigação de vencer. O mesmo cenário se aplica ao duelo em Brasília com os peruanos, que estão na última colocação. Em ambos os casos, os três pontos são inegociáveis, mas o bom desempenho é crucial.

Análise por Rodrigo Sampaio

Jornalista natural do Rio de Janeiro (RJ) em São Paulo. Repórter de Esportes do Estadão desde 2021. Antes, passagens por TV Globo e Jornal O Dia, com experiência na cobertura da Metrópole, Cultura, Política e Judiciário. Fez parte da 30ª turma do Curso Estado de Jornalismo.

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