Neymar fará exames de imagem para saber a gravidade de sua lesão, se precisar. O jogador deixou o jogo aos 35 minutos do segundo tempo e já foi atendido no próprio banco de reservas da seleção. Sua fisionomia assustou mais do que as informações que chegaram do Catar, após a boa vitória do Brasil sobre a Sérvia por 2 a 0. Depois do entorse, ele ficou mais 11 minutos no campo. Tite não viu sua lesão. Nem foi informado dela. Neymar estava com a camisa cobrindo o rosto enquanto o médico Rodrigo Lasmar o atendia. Seu tornozelo direito já estava com um pacote de gelo.
Pode ser uma contusão comum, embora a cena não nos faça acreditar nisso. Neymar sempre gostou de uma firula e isso agora pesa contra ele. Ocorre que seu histórico em Copas não é animador. Na primeira, em 2014, ele foi atropelado por um marcador colombiano. Foi parar no hospital em Fortaleza e, depois, cortado. Por isso não estava naquele confronto com a Alemanha (7 a 1) em Minas Gerais.
Quatro anos depois, na Rússia, sua condição física não era das melhores. Havia uma fissura no 5° metatarso do pé direito que deu trabalho para colocá-lo em pé para o Mundial.
Vai ser preciso esperar para saber se ele jogará contra a Suíça, na segunda-feira, dia 28. Começa uma corrida contra o tempo. Ele está em observação. Os médicos costumam falar em 24 horas para a reação clínica do atleta, seja quem for.
Se ele não atuar, Tite poderá avançar Paquetá e escalar Fred ao lado de Casemiro. Pode ainda optar por Everton Ribeiro. Raphinha já fez essa função, mas tem menos chances de assumir o posto do camisa 10.
A boa notícia é que a seleção brasileira não depende mais de Neymar, como no passado.
Dos craques da Copa do Catar, Neymar foi quem teve a pior atuação. Jogou menos do que Messi, Cristiano Ronaldo e Mbappé. Não achou seu espaço no campo. Teve dificuldades no primeiro tempo, ficou distante de Paquetá, que tinha a função de marcar e atacar, e acabou não fazendo bem nem uma coisa nem outra.
Neymar melhorou no segundo tempo, se aproximou do gol e da área. E se valeu mais do drible perto do gol, onde deve ser. Ele não abriu a boca como em outras Copas em relação às faltas recebidas. Os sérvios até que tentaram se revezar na marcação do atacante, com algumas entradas mais duras e deixadas de pé nas divididas.
Mas nada disso tirou Neymar de sua concentração do jogo, como em edições passadas. Na Rússia, ele foi duramente criticado por reclamar e rolar no chão após as faltas. Desta vez, mesmo jogando mal, Neymar não se deixou envolver em confusão. Isso demonstra amadurecimento. Ainda é cedo para tomar o assunto como concluído porque estamos falando de Neymar, e na primeira rodada da Copa, mas desse ponto de vista, aos 30 anos, Neymar foi muito bem.