‘Dream Team’ do futebol de cegos tenta manter hegemonia em Paralimpíadas em cartão-postal de Paris


Brasil é o único campeão paralímpico na modalidade, que estreou em Paralimpíadas há 20 anos em Atenas

Por Leonardo Catto
Atualização:

Somente o Brasil conhece o lugar mais alto do pódio no futebol de cegos em Paralimpíadas. Neste domingo, 1º, a seleção brasileira estreia nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024, diante da Turquia, às 13h30 (horário de Brasília), no complexo montado no Campo de Marte, parque público onde fica a Torre Eiffel. O espaço é semelhante ao que sediou o vôlei de praia na Olimpíada.

A expectativa para esta edição é manter a hegemonia. Mais do que ter conquistado todos os cinco ouros, o time nunca perdeu sequer uma partida de Paralimpíada. Em 27 jogos, foram 22 vitórias e cinco empates, um aproveitamento de 87%. Além da Turquia, o Brasil encara a França e a China na fase inicial. São dois grupos, em que os dois primeiros avançam, em chaveamento cruzado, para a semifinal.

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Ainda que a torcida tenha que ficar em silêncio durante o jogo, a segunda rodada guarda um desafio extra, já que os franceses terão o apoio local. Torcedores podem fazer barulho apena nas comemorações de gol. Na análise do fixo Tiago Paraná, o Brasil encara adversários com diferentes qualidades.

Os jogadores fizeram treinos de reconhecimento do campo antes da estreia. Foto: Alexandre Schneider/CPB

“A Turquia é um time que marca mais do que sai para o jogo. A França é um time muito forte, com jogadores habilidosos. A China tem um jogo mais rápido, troca de passes boa e um ataque muito forte. Vamos começar marcando bem e depois saindo para o jogo”, projeta.

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A China foi carrasca do Brasil nas últimas edições de Grand Prix e Copa do Mundo. Para o fixo, isso já é passado na Paralipíada. “Vai ser um jogo complicado. É fazer nossa parte. Temos pecado em finalização. Mas creio que estamos preparados para estar aqui e para esse jogo. Vamos brigar”, garante.

Jogos vão ocorrer diante do principal cartão-postal da França. Foto: Alexandre Schneider/CPB

A preparação da seleção brasileira foi inédita neste ciclo paralímpico. Antes da estreia, foram sete meses em concentração na capital paraibana João Pessoa. “Temos alguns dos melhores jogadores e a mais bem preparada comissão técnica do mundo. Foi feito um grande trabalho, com estratégia, de modo que os atletas estivessem nas melhores condições possíveis. Eles abdicaram de estar em suas casas desde janeiro, treinando com uma equipe permanente”, aponta Mizael Conrado, ex-jogador da modalidade e atual presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

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Durante o ciclo, o Brasil conquistou duas das três edições do Grand Prix em que competiu, além de ter sido campeão parapan-americano do ano passado. Na Copa do Mundo, em Birmingham, na Inglaterra, a seleção acabou em terceiro lugar, após vencer a Colômbia, por 7 a 1, na disputa pelo bronze.

Experiência e habilidade de Ricardinho são alguns dos pontos fortes do time brasileiro. Foto: Alessandra Cabral/CPB

Eleito melhor jogador do mundo na modalidade três vezes (2006, 2014 e 2018), Ricardinho é um dos mais experientes do atual elenco. Aos 35 anos, ele quer chegar ao quinto ouro, já que esteve presente em quase todas as conquistas, desde 2008.

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“A diferença (hoje) é o nível de dificuldade. Os adversários estão evoluindo. A cada ano, eles estão tentando neutralizar o Brasil, que é a equipe a ser batida. Sabemos que temos chances de brigar. A entrega vai ser grande”, avalia, e conclui: “A preparação foi diferenciada. Isso nos dá mais afinidade. Estamos com esperança que nosso futebol apareça e que ganhemos mais um ouro”.

Brasil estreia contra a Turquia e ainda encara França e China na primeira fase. Foto: Alexandre Schneider/CPB

Ricardinho foi porta-bandeira do Brasil no encerramento dos Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio. Essa é a primeira paralimpíada com as novas regras do futebol de cegos. Antes, o tempo era de 40 minutos cronometrados, divididos em dois tempos de 20. Agora, o total é 30, com dois tempos de 15.

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Para ele, mesmo que o nível tenha melhorado, a mudança prejudica equipes mais técnicas, como o Brasil. “Foi um retrocesso para nossa modalidade. Isso joga o nível lá para baixo. Favorece o time que só quer marcar. O que fazemos para driblar as adversidades é passar o ano todo juntos, treinando”, ressalta.

Conheça os 10 jogadores da seleção brasileira de futebol de cegos convocados a Paris-2024

  • Goleiros: Luan Gonçalves (Agafuc-RS) e Matheus Bumussa (Apace-PB).
  • Alas defensivos: Cássio Lopes (Maestro-PR), Maicon Jr.* (Apace-PB), Tiago Paraná (Maestro-PR).
  • Alas ofensivos: Jardiel (Apace-PB), Jefinho (Maestro-PR), Nonato (Agafuc-RS), Ricardinho (Agafuc-RS)
  • Pivôs: Jonatan* (Apace-PB).
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*Estreantes em Paralimpíada

Todos os 10 jogadores da seleção de futebol de cegos são integrantes do Bolsa Atleta, o programa de patrocínio direto do governo federal. Dos 280 atletas brasileiros em Paris, 274 recebem apoio do Ministério do Esporte.

A segunda rodada, contra a França, será na segunda-feira, 2, às 15h30 (horário de Brasília). A fase de grupos será fechada contra a China, na terça, 3, às 13h30.

Medalhistas têm maior valor de premiações em Paris

Assim como o COB fez na Olimpíada, o CPB aumentou os valores que serão repassados aos atletas que conquistarem medalhas em Paris. O aumento foi de 56,25% na comparação com as premiações oferecidas nos Jogos de Tóquio 2020.

O título paralímpico em modalidades coletivas, por equipes, revezamentos e em pares (bocha) valerá um prêmio de R$ 125 mil por atleta. Já a prata, neste caso, será bonificada com R$ 50 mil e o bronze, com R$ 25 mil. É o caso do futebol de cegos.

Os medalhistas de ouro em provas individuais receberão R$ 250 mil por medalha, enquanto a prata renderá R$ 100 mil cada e o bronze, R$ 50 mil.

Somente o Brasil conhece o lugar mais alto do pódio no futebol de cegos em Paralimpíadas. Neste domingo, 1º, a seleção brasileira estreia nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024, diante da Turquia, às 13h30 (horário de Brasília), no complexo montado no Campo de Marte, parque público onde fica a Torre Eiffel. O espaço é semelhante ao que sediou o vôlei de praia na Olimpíada.

A expectativa para esta edição é manter a hegemonia. Mais do que ter conquistado todos os cinco ouros, o time nunca perdeu sequer uma partida de Paralimpíada. Em 27 jogos, foram 22 vitórias e cinco empates, um aproveitamento de 87%. Além da Turquia, o Brasil encara a França e a China na fase inicial. São dois grupos, em que os dois primeiros avançam, em chaveamento cruzado, para a semifinal.

Ainda que a torcida tenha que ficar em silêncio durante o jogo, a segunda rodada guarda um desafio extra, já que os franceses terão o apoio local. Torcedores podem fazer barulho apena nas comemorações de gol. Na análise do fixo Tiago Paraná, o Brasil encara adversários com diferentes qualidades.

Os jogadores fizeram treinos de reconhecimento do campo antes da estreia. Foto: Alexandre Schneider/CPB

“A Turquia é um time que marca mais do que sai para o jogo. A França é um time muito forte, com jogadores habilidosos. A China tem um jogo mais rápido, troca de passes boa e um ataque muito forte. Vamos começar marcando bem e depois saindo para o jogo”, projeta.

A China foi carrasca do Brasil nas últimas edições de Grand Prix e Copa do Mundo. Para o fixo, isso já é passado na Paralipíada. “Vai ser um jogo complicado. É fazer nossa parte. Temos pecado em finalização. Mas creio que estamos preparados para estar aqui e para esse jogo. Vamos brigar”, garante.

Jogos vão ocorrer diante do principal cartão-postal da França. Foto: Alexandre Schneider/CPB

A preparação da seleção brasileira foi inédita neste ciclo paralímpico. Antes da estreia, foram sete meses em concentração na capital paraibana João Pessoa. “Temos alguns dos melhores jogadores e a mais bem preparada comissão técnica do mundo. Foi feito um grande trabalho, com estratégia, de modo que os atletas estivessem nas melhores condições possíveis. Eles abdicaram de estar em suas casas desde janeiro, treinando com uma equipe permanente”, aponta Mizael Conrado, ex-jogador da modalidade e atual presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Durante o ciclo, o Brasil conquistou duas das três edições do Grand Prix em que competiu, além de ter sido campeão parapan-americano do ano passado. Na Copa do Mundo, em Birmingham, na Inglaterra, a seleção acabou em terceiro lugar, após vencer a Colômbia, por 7 a 1, na disputa pelo bronze.

Experiência e habilidade de Ricardinho são alguns dos pontos fortes do time brasileiro. Foto: Alessandra Cabral/CPB

Eleito melhor jogador do mundo na modalidade três vezes (2006, 2014 e 2018), Ricardinho é um dos mais experientes do atual elenco. Aos 35 anos, ele quer chegar ao quinto ouro, já que esteve presente em quase todas as conquistas, desde 2008.

“A diferença (hoje) é o nível de dificuldade. Os adversários estão evoluindo. A cada ano, eles estão tentando neutralizar o Brasil, que é a equipe a ser batida. Sabemos que temos chances de brigar. A entrega vai ser grande”, avalia, e conclui: “A preparação foi diferenciada. Isso nos dá mais afinidade. Estamos com esperança que nosso futebol apareça e que ganhemos mais um ouro”.

Brasil estreia contra a Turquia e ainda encara França e China na primeira fase. Foto: Alexandre Schneider/CPB

Ricardinho foi porta-bandeira do Brasil no encerramento dos Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio. Essa é a primeira paralimpíada com as novas regras do futebol de cegos. Antes, o tempo era de 40 minutos cronometrados, divididos em dois tempos de 20. Agora, o total é 30, com dois tempos de 15.

Para ele, mesmo que o nível tenha melhorado, a mudança prejudica equipes mais técnicas, como o Brasil. “Foi um retrocesso para nossa modalidade. Isso joga o nível lá para baixo. Favorece o time que só quer marcar. O que fazemos para driblar as adversidades é passar o ano todo juntos, treinando”, ressalta.

Conheça os 10 jogadores da seleção brasileira de futebol de cegos convocados a Paris-2024

  • Goleiros: Luan Gonçalves (Agafuc-RS) e Matheus Bumussa (Apace-PB).
  • Alas defensivos: Cássio Lopes (Maestro-PR), Maicon Jr.* (Apace-PB), Tiago Paraná (Maestro-PR).
  • Alas ofensivos: Jardiel (Apace-PB), Jefinho (Maestro-PR), Nonato (Agafuc-RS), Ricardinho (Agafuc-RS)
  • Pivôs: Jonatan* (Apace-PB).

*Estreantes em Paralimpíada

Todos os 10 jogadores da seleção de futebol de cegos são integrantes do Bolsa Atleta, o programa de patrocínio direto do governo federal. Dos 280 atletas brasileiros em Paris, 274 recebem apoio do Ministério do Esporte.

A segunda rodada, contra a França, será na segunda-feira, 2, às 15h30 (horário de Brasília). A fase de grupos será fechada contra a China, na terça, 3, às 13h30.

Medalhistas têm maior valor de premiações em Paris

Assim como o COB fez na Olimpíada, o CPB aumentou os valores que serão repassados aos atletas que conquistarem medalhas em Paris. O aumento foi de 56,25% na comparação com as premiações oferecidas nos Jogos de Tóquio 2020.

O título paralímpico em modalidades coletivas, por equipes, revezamentos e em pares (bocha) valerá um prêmio de R$ 125 mil por atleta. Já a prata, neste caso, será bonificada com R$ 50 mil e o bronze, com R$ 25 mil. É o caso do futebol de cegos.

Os medalhistas de ouro em provas individuais receberão R$ 250 mil por medalha, enquanto a prata renderá R$ 100 mil cada e o bronze, R$ 50 mil.

Somente o Brasil conhece o lugar mais alto do pódio no futebol de cegos em Paralimpíadas. Neste domingo, 1º, a seleção brasileira estreia nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024, diante da Turquia, às 13h30 (horário de Brasília), no complexo montado no Campo de Marte, parque público onde fica a Torre Eiffel. O espaço é semelhante ao que sediou o vôlei de praia na Olimpíada.

A expectativa para esta edição é manter a hegemonia. Mais do que ter conquistado todos os cinco ouros, o time nunca perdeu sequer uma partida de Paralimpíada. Em 27 jogos, foram 22 vitórias e cinco empates, um aproveitamento de 87%. Além da Turquia, o Brasil encara a França e a China na fase inicial. São dois grupos, em que os dois primeiros avançam, em chaveamento cruzado, para a semifinal.

Ainda que a torcida tenha que ficar em silêncio durante o jogo, a segunda rodada guarda um desafio extra, já que os franceses terão o apoio local. Torcedores podem fazer barulho apena nas comemorações de gol. Na análise do fixo Tiago Paraná, o Brasil encara adversários com diferentes qualidades.

Os jogadores fizeram treinos de reconhecimento do campo antes da estreia. Foto: Alexandre Schneider/CPB

“A Turquia é um time que marca mais do que sai para o jogo. A França é um time muito forte, com jogadores habilidosos. A China tem um jogo mais rápido, troca de passes boa e um ataque muito forte. Vamos começar marcando bem e depois saindo para o jogo”, projeta.

A China foi carrasca do Brasil nas últimas edições de Grand Prix e Copa do Mundo. Para o fixo, isso já é passado na Paralipíada. “Vai ser um jogo complicado. É fazer nossa parte. Temos pecado em finalização. Mas creio que estamos preparados para estar aqui e para esse jogo. Vamos brigar”, garante.

Jogos vão ocorrer diante do principal cartão-postal da França. Foto: Alexandre Schneider/CPB

A preparação da seleção brasileira foi inédita neste ciclo paralímpico. Antes da estreia, foram sete meses em concentração na capital paraibana João Pessoa. “Temos alguns dos melhores jogadores e a mais bem preparada comissão técnica do mundo. Foi feito um grande trabalho, com estratégia, de modo que os atletas estivessem nas melhores condições possíveis. Eles abdicaram de estar em suas casas desde janeiro, treinando com uma equipe permanente”, aponta Mizael Conrado, ex-jogador da modalidade e atual presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Durante o ciclo, o Brasil conquistou duas das três edições do Grand Prix em que competiu, além de ter sido campeão parapan-americano do ano passado. Na Copa do Mundo, em Birmingham, na Inglaterra, a seleção acabou em terceiro lugar, após vencer a Colômbia, por 7 a 1, na disputa pelo bronze.

Experiência e habilidade de Ricardinho são alguns dos pontos fortes do time brasileiro. Foto: Alessandra Cabral/CPB

Eleito melhor jogador do mundo na modalidade três vezes (2006, 2014 e 2018), Ricardinho é um dos mais experientes do atual elenco. Aos 35 anos, ele quer chegar ao quinto ouro, já que esteve presente em quase todas as conquistas, desde 2008.

“A diferença (hoje) é o nível de dificuldade. Os adversários estão evoluindo. A cada ano, eles estão tentando neutralizar o Brasil, que é a equipe a ser batida. Sabemos que temos chances de brigar. A entrega vai ser grande”, avalia, e conclui: “A preparação foi diferenciada. Isso nos dá mais afinidade. Estamos com esperança que nosso futebol apareça e que ganhemos mais um ouro”.

Brasil estreia contra a Turquia e ainda encara França e China na primeira fase. Foto: Alexandre Schneider/CPB

Ricardinho foi porta-bandeira do Brasil no encerramento dos Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio. Essa é a primeira paralimpíada com as novas regras do futebol de cegos. Antes, o tempo era de 40 minutos cronometrados, divididos em dois tempos de 20. Agora, o total é 30, com dois tempos de 15.

Para ele, mesmo que o nível tenha melhorado, a mudança prejudica equipes mais técnicas, como o Brasil. “Foi um retrocesso para nossa modalidade. Isso joga o nível lá para baixo. Favorece o time que só quer marcar. O que fazemos para driblar as adversidades é passar o ano todo juntos, treinando”, ressalta.

Conheça os 10 jogadores da seleção brasileira de futebol de cegos convocados a Paris-2024

  • Goleiros: Luan Gonçalves (Agafuc-RS) e Matheus Bumussa (Apace-PB).
  • Alas defensivos: Cássio Lopes (Maestro-PR), Maicon Jr.* (Apace-PB), Tiago Paraná (Maestro-PR).
  • Alas ofensivos: Jardiel (Apace-PB), Jefinho (Maestro-PR), Nonato (Agafuc-RS), Ricardinho (Agafuc-RS)
  • Pivôs: Jonatan* (Apace-PB).

*Estreantes em Paralimpíada

Todos os 10 jogadores da seleção de futebol de cegos são integrantes do Bolsa Atleta, o programa de patrocínio direto do governo federal. Dos 280 atletas brasileiros em Paris, 274 recebem apoio do Ministério do Esporte.

A segunda rodada, contra a França, será na segunda-feira, 2, às 15h30 (horário de Brasília). A fase de grupos será fechada contra a China, na terça, 3, às 13h30.

Medalhistas têm maior valor de premiações em Paris

Assim como o COB fez na Olimpíada, o CPB aumentou os valores que serão repassados aos atletas que conquistarem medalhas em Paris. O aumento foi de 56,25% na comparação com as premiações oferecidas nos Jogos de Tóquio 2020.

O título paralímpico em modalidades coletivas, por equipes, revezamentos e em pares (bocha) valerá um prêmio de R$ 125 mil por atleta. Já a prata, neste caso, será bonificada com R$ 50 mil e o bronze, com R$ 25 mil. É o caso do futebol de cegos.

Os medalhistas de ouro em provas individuais receberão R$ 250 mil por medalha, enquanto a prata renderá R$ 100 mil cada e o bronze, R$ 50 mil.

Somente o Brasil conhece o lugar mais alto do pódio no futebol de cegos em Paralimpíadas. Neste domingo, 1º, a seleção brasileira estreia nos Jogos Paralímpicos de Paris-2024, diante da Turquia, às 13h30 (horário de Brasília), no complexo montado no Campo de Marte, parque público onde fica a Torre Eiffel. O espaço é semelhante ao que sediou o vôlei de praia na Olimpíada.

A expectativa para esta edição é manter a hegemonia. Mais do que ter conquistado todos os cinco ouros, o time nunca perdeu sequer uma partida de Paralimpíada. Em 27 jogos, foram 22 vitórias e cinco empates, um aproveitamento de 87%. Além da Turquia, o Brasil encara a França e a China na fase inicial. São dois grupos, em que os dois primeiros avançam, em chaveamento cruzado, para a semifinal.

Ainda que a torcida tenha que ficar em silêncio durante o jogo, a segunda rodada guarda um desafio extra, já que os franceses terão o apoio local. Torcedores podem fazer barulho apena nas comemorações de gol. Na análise do fixo Tiago Paraná, o Brasil encara adversários com diferentes qualidades.

Os jogadores fizeram treinos de reconhecimento do campo antes da estreia. Foto: Alexandre Schneider/CPB

“A Turquia é um time que marca mais do que sai para o jogo. A França é um time muito forte, com jogadores habilidosos. A China tem um jogo mais rápido, troca de passes boa e um ataque muito forte. Vamos começar marcando bem e depois saindo para o jogo”, projeta.

A China foi carrasca do Brasil nas últimas edições de Grand Prix e Copa do Mundo. Para o fixo, isso já é passado na Paralipíada. “Vai ser um jogo complicado. É fazer nossa parte. Temos pecado em finalização. Mas creio que estamos preparados para estar aqui e para esse jogo. Vamos brigar”, garante.

Jogos vão ocorrer diante do principal cartão-postal da França. Foto: Alexandre Schneider/CPB

A preparação da seleção brasileira foi inédita neste ciclo paralímpico. Antes da estreia, foram sete meses em concentração na capital paraibana João Pessoa. “Temos alguns dos melhores jogadores e a mais bem preparada comissão técnica do mundo. Foi feito um grande trabalho, com estratégia, de modo que os atletas estivessem nas melhores condições possíveis. Eles abdicaram de estar em suas casas desde janeiro, treinando com uma equipe permanente”, aponta Mizael Conrado, ex-jogador da modalidade e atual presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Durante o ciclo, o Brasil conquistou duas das três edições do Grand Prix em que competiu, além de ter sido campeão parapan-americano do ano passado. Na Copa do Mundo, em Birmingham, na Inglaterra, a seleção acabou em terceiro lugar, após vencer a Colômbia, por 7 a 1, na disputa pelo bronze.

Experiência e habilidade de Ricardinho são alguns dos pontos fortes do time brasileiro. Foto: Alessandra Cabral/CPB

Eleito melhor jogador do mundo na modalidade três vezes (2006, 2014 e 2018), Ricardinho é um dos mais experientes do atual elenco. Aos 35 anos, ele quer chegar ao quinto ouro, já que esteve presente em quase todas as conquistas, desde 2008.

“A diferença (hoje) é o nível de dificuldade. Os adversários estão evoluindo. A cada ano, eles estão tentando neutralizar o Brasil, que é a equipe a ser batida. Sabemos que temos chances de brigar. A entrega vai ser grande”, avalia, e conclui: “A preparação foi diferenciada. Isso nos dá mais afinidade. Estamos com esperança que nosso futebol apareça e que ganhemos mais um ouro”.

Brasil estreia contra a Turquia e ainda encara França e China na primeira fase. Foto: Alexandre Schneider/CPB

Ricardinho foi porta-bandeira do Brasil no encerramento dos Jogos Paralímpicos de 2016, no Rio. Essa é a primeira paralimpíada com as novas regras do futebol de cegos. Antes, o tempo era de 40 minutos cronometrados, divididos em dois tempos de 20. Agora, o total é 30, com dois tempos de 15.

Para ele, mesmo que o nível tenha melhorado, a mudança prejudica equipes mais técnicas, como o Brasil. “Foi um retrocesso para nossa modalidade. Isso joga o nível lá para baixo. Favorece o time que só quer marcar. O que fazemos para driblar as adversidades é passar o ano todo juntos, treinando”, ressalta.

Conheça os 10 jogadores da seleção brasileira de futebol de cegos convocados a Paris-2024

  • Goleiros: Luan Gonçalves (Agafuc-RS) e Matheus Bumussa (Apace-PB).
  • Alas defensivos: Cássio Lopes (Maestro-PR), Maicon Jr.* (Apace-PB), Tiago Paraná (Maestro-PR).
  • Alas ofensivos: Jardiel (Apace-PB), Jefinho (Maestro-PR), Nonato (Agafuc-RS), Ricardinho (Agafuc-RS)
  • Pivôs: Jonatan* (Apace-PB).

*Estreantes em Paralimpíada

Todos os 10 jogadores da seleção de futebol de cegos são integrantes do Bolsa Atleta, o programa de patrocínio direto do governo federal. Dos 280 atletas brasileiros em Paris, 274 recebem apoio do Ministério do Esporte.

A segunda rodada, contra a França, será na segunda-feira, 2, às 15h30 (horário de Brasília). A fase de grupos será fechada contra a China, na terça, 3, às 13h30.

Medalhistas têm maior valor de premiações em Paris

Assim como o COB fez na Olimpíada, o CPB aumentou os valores que serão repassados aos atletas que conquistarem medalhas em Paris. O aumento foi de 56,25% na comparação com as premiações oferecidas nos Jogos de Tóquio 2020.

O título paralímpico em modalidades coletivas, por equipes, revezamentos e em pares (bocha) valerá um prêmio de R$ 125 mil por atleta. Já a prata, neste caso, será bonificada com R$ 50 mil e o bronze, com R$ 25 mil. É o caso do futebol de cegos.

Os medalhistas de ouro em provas individuais receberão R$ 250 mil por medalha, enquanto a prata renderá R$ 100 mil cada e o bronze, R$ 50 mil.

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