Vítor Pereira não tem o hábito de comentar sobre a atuação da arbitragem nos jogos do Corinthians. Mas ele mudou de postura depois da partida de ida da final da Copa do Brasil contra o Flamengo, nesta quarta, em virtude de um pênalti não assinalado a favor de sua equipe no segundo tempo, de acordo com o seu entendimento.
Indignado, o treinador português respondeu às perguntas dos jornalistas na entrevista coletiva com uma anotação dos nomes de cada um dos membros da arbitragem na partida realizada na Neo Química Arena, em Itaquera.
Na jogada que deixou o técnico, os jogadores corintianos e até o presidente Duílio Monteiro Alves revoltados, a bola resvala no braço de Léo Pereira dentro da área. Para todos eles, o árbitro e o VAR deveriam ter apontado a falta. O juiz Bráulio da Silva Machado, que pertence ao quadro da Fifa, não marcou a penalidade na hora nem depois de ouvir a opinião do árbitro de vídeo, que não recomendou que ele revisse o lance no monitor.
“Nem se quer chamou para análise. É isso que eu acho estranho. Não consegui entender”, exclamou Vítor Pereira. Ele também apontou erro do juiz ao não expulsar João Gomes, volante do Flamengo, que levou um amarelo no primeiro tempo e desfalcará o time rubro-negro no jogo da volta da decisão, dia 19. “Em duas decisões, foram lesados mais de 30 milhões de corintianos. É preciso falar disso. Não vou falar de flores. Quero que se falem disso”, esbravejou o português.
Simultaneamente à coletiva de Vítor Pereira, Duílio Monteiro Alves apareceu para falar com os jornalistas na zona mista, o que não é comum. O assunto que dominou a conversa foi a decisão do juiz no lance que aconteceu aos 36 minutos do segundo tempo.
“Todo mundo viu que a bola bateu no braço do jogador do Flamengo. É um absurdo, o braço está aberto, aumenta o espaço corporal e a bola sobraria para o Giuliano”, reclamou o presidente do Corinthians. A revolta foi tanta que o VAR, para Duílio, não tem mais utilidade depois de não recomendar a penalidade.
“Não sei para que serve o VAR. É melhor tirar (de cena). Só atrapalha. Toda hora para o jogo. E quando tem de usar, não usa”, queixou-se. “É um erro que não precisava existir porque o VAR só existe para isso. É inexplicável”, continuou.
Conforme Duílio, a arbitragem argumentou que, antes de desviar no braço de Léo Pereira, a bola bateu na coxa do zagueiro rubro-negro. O “prejuízo”, porém, não tira a confiança do presidente corintiano no título. “O Corinthians vai fazer um grande jogo no Maracanã e tem todas as condições de sair do Rio com o título. Não é esse erro que vai mudar nosso caminho”.
Confissão rubro-negra
Os jogadores endossaram o discurso de Vítor Pereira e Duílio ao questionar a atuação do juiz. “Foi pênalti claro, bateu no braço dele direto”, opinou Roger Guedes. O atacante contou que Léo Pereira confessou que a bola resvala em seu braço. “Ele falou que realmente tinha batido na mão. A gente não sabe o motivo de o VAR não ter visto isso nem o árbitro”, questionou.
Cássio não ficou exatamente alheio à discussão em torno do possível erro do juiz, mas preferiu não se aprofundar para que o assunto não tire o foco da equipe antes do duelo de volta dia 19, no Maracanã, onde será conhecido o campeão da Copa do Brasil. Ambos buscam o quarto título. “Temos de ficar atentos com esse tipo de situação, mas focar no jogo. Vamos para o Rio fazer outro grande jogo. Temos de ter postura de Corinthians. Vontade, dedicação e empenho”, pediu o goleiro.