Leila Pereira, presidente do Palmeiras, é a quinta mulher mais rica do Brasil e ostenta a 45ª maior fortuna do País, de acordo com a Forbes, revista especializada em negócios e economia. Segundo a publicação, a empresária de 58 anos é dona de um patrimônio avaliado em R$ 7,2 bilhões. O Estadão informou nesta terça-feira 31, que a mandatária do clube comprou uma aeronave para uso dos atletas em deslocamento dentro do Brasil e no exterior. A informação foi divulgada na reunião do Conselho Deliberativo do Palmeiras.
O avião, um E-190 da Embraer avaliado em R$ 280 milhões, tem capacidade para 114 passageiros e é de propriedade de uma das empresas de Leila Pereira e de seu marido, José Roberto Lamacchia, donos da Crefisa e da FAM, que patrocinam o Palmeiras desde 2015. O clube gasta em média R$ 1,5 milhão mensalmente para fretar voos em meses com jogos internacionais.
O objetivo com a compra da aeronave é evitar o desgaste com a malha aérea brasileira e diminuir os custos operacionais. As empresas de Leila vão patrocinar o Palmeiras ao menos até o fim de seu mandato de presidente, em 2024. Ela paga anualmente R$ 81 milhões ao clube, podendo chegar a R$ 120 milhões em caso de metas alcançadas.
Desde o início da parceria, as empresas de Leila já investiram mais de R$ 1 bilhão no Palmeiras, mas também obtiveram retorno financeiro considerável ao expor suas marcas, sobretudo em razão da visibilidade e dos títulos que a equipe ganhou nas últimas temporadas.
Foi no mandato de Leila Pereira que o Palmeiras realizou a maior venda da sua história. Em dezembro de 2022, o clube acertou a venda do atacante Endrick, de 16 anos, ao Real Madrid por cifras que podem superar 72 milhões de euros (R$ 408,6 milhões na cotação atual). O jogador irá ficar no Brasil até julho de 2024, quando ele completará 18 anos. Seus negócios particulares prosperaram com a parceria no futebol, de modo a colocá-la na lista das mais ricas do Brasil.
Apesar do aporte financeiro bilionário e da conquista de títulos, Leila começou 2023 enfrentando sua primeira crise no comando do Palmeiras. Insatisfeita com o empate sem gols no clássico com o São Paulo pelo Campeonato Paulista, a torcida protestou pichando os muros do Allianz Parque. A presidente foi cobrada pela falta de reforços e chamada de “blogueirinha” por conta de sua presença nas redes sociais.
História
Natural de Cambuci, no Rio, mas criada em Cabo Frio, no litoral fluminense, Leila Pereira não quis ser médica como o pai, vítima fatal de um acidente há 20 anos, e os dois irmãos. Formou-se em Jornalismo e Direito. Foi quando estudava para ser jornalista na faculdade Estácio de Sá, no Rio, que conheceu o marido em uma festa de carnaval que o empresário organizou em seu apartamento em Ipanema. O casal está junto há 40 anos.
Foi José Roberto Lamacchia que potencializou a vocação para os negócios de Leila, fazendo com que ela entrasse no mundo empresarial e se tornasse executiva. A carioca assumiu o comando da Crefisa em 2008. Hoje, administra 11 empresas do grupo, além do Palmeiras, do qual foi eleita a primeira presidente mulher da história no fim do ano passado.
Seu mandato termina em 2024, mas, se depender de sua vontade, será renovado para mais três anos. “Meu projeto é ficar seis anos na presidência do Palmeiras”, afirmou a executiva ao Estadão no início de seu mandato. Para ocupar o cargo mais importante do Palmeiras no pleito que ganhou como candidata única, a empresária desbancou velhas lideranças do clube, formou alianças e fez, entre outras, a promessa de reduzir o preço dos ingressos dos jogos.
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Leila empresária
Lamacchia tem o controle acionário absoluto das empresas da família, mas não esconde de ninguém que Leila é sua sucessora, embora ela hoje dê muito mais atenção ao Palmeiras, haja vista que passa quase todo o dia na Academia de Futebol. No entanto, as decisões estratégicas relacionadas às empresas continuam passando por ela.
A holding de capital fechado Crefipar controla a Crefisa, a FAM e a outras nove empresas do grupo. A instituição financeira, uma das mais lucrativas do Brasil, empresta dinheiro para quem não tem crédito na praça e cobra por isso. Faz parte de seu perfil se impor e estar - muitas vezes - sob os holofotes. Ao contrário de seu antecessor na presidência do Palmeiras, Maurício Galiotte, Leila tem o hábito de falar com frequência com a imprensa, gosta de estar perto dos jogadores e do técnico Abel Ferreira e de assistir a todos os jogos no Allianz Parque. É comunicativa e também ativa nas redes, que usa para registrar a sua rotina acompanhando treinos, partidas e outros compromissos.
Outras bilionárias
Vicky Sarfati Safra, viúva do banqueiro Joseph Safra, morto em dezembro de 2020, lidera o ranking de bilionárias brasileiras, com fortuna estimada em R$ 37,5 bilhões. Maria Helena Moraes Scripilliti, (R$ 20,6 bilhões), Ana Lúcia de Mattos Barreto Vilela, (R$ 8,1 bilhões), e Dulce Pugliese de Godoy Bueno, (R$ 7,6 bilhões), ocupam o segundo, terceiro e quarto posto, respectivamente, na lista das mulheres mais abastadas do País.
Veja a lista com as 10 mulheres mais ricas do Brasil:
- Vicky Safra - R$ 37,5 bilhões (Bando Safra)
- Maria Helena Moraes Scripilliti - R$ 20,6 bilhões (Grupo Votorantim)
- Ana Lúcia de Mattos Barreto Vilela - R$ 8,1 bilhões (Itaú)
- Dulce Pugliese de Godoy Bueno - R$ 7,6 bilhões (Amil)
- Leila Pereira - R$ 7,2 bilhões (Crefisa)
- Lucia Borges Maggi - R$ 7,1 bilhões (AMaggi)
- Marli Maggi Pissollo - R$ 7,1 bilhçoes (AMaggi)
- Neide Helena de Moraes - R$ 6,5 bilhões (Grupo Votorantim)
- Camilla de Godoy Bueno Grossi - R$ 5,3 bilhões (Dasa)
- Maria Consuelo Leão Dias Branco - R$ 5,2 bilhões (M. Dias Branco).