ESPN comemora um ano do Star+, o seu serviço de streaming: ‘Fazemos uma Olimpíada por semana’


Head de esportes da The Walt Disney Company Brasil, Carlos Maluf explica que intenção é entregar mais eventos em português no segundo ano de funcionamento da plataforma

Por Robson Morelli
Atualização:

O Star+, da ESPN, tem sido uma maratona para gestores, jornalistas e torcedores de todas as modalidades esportivas. São mais de 30. O canal de streaming completou um ano em agosto ainda cheio de desafios, caminhos a serem descobertos e desbravados, mas em fase de crescimento e apegado ao seu variado cardápio para os amantes do esporte.

Em sua segunda temporada no ar, a meta é entregar mais eventos em português, de modo a aumentar sua produção e preparação dos torneios a que a empresa tem direito. São muitos. Brigar pela atenção do torcedor é seu objetivo, assim como entender as peculiaridades da nova plataforma dos canais Disney. São mais de 221 milhões de assinantes globalizados nas plataformas da companhia (Disney, Star+, ESPN+ e Hulu), o que a faz maior do que a Netflix (220 milhões de assinantes). A fatia dos primeiros doze meses da Star+ ainda está sendo apurada, assim como o perfil desse novo consumidor de esportes. Uma coisa é certa, no entanto, o canal de streaming não tira o público da TV.

O maior trunfo do Star+ é seu portfólio, repleto de modalidades e opções esportivas, do basquete da NBA aos Grand Slams do tênis, passando pelas ligas europeias de futebol até chegar na bola oval da NFL, mas sem deixar outros esportes escondidos. Há de tudo um pouco, e para todos os gostos. “É isso que torna o Star+ um produto diferenciado em seu segmento”, entende o head de esportes da The Walt Disney Company Brasil, líder das operações de ESPN e Fox Sports no Brasil, Carlos Maluf. Os números de assinantes ainda não foram divulgados, mas existe na Disney o entendimento de que o produto caiu na graça do cara que gosta de esporte, um caminho sem volta. “A concepção de que o streaming veio para ficar parece clara para todos os produtores desse tipo de distribuição”.

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Na ESPN, a plataforma em nada atrapalha sua audiência nos canais fechados da TV à cabo. Na verdade, em muitos casos, elas se complementam. Pelos novos corredores da emissora localizada no Sumarezinho, em São Paulo, os profissionais se completam e se adaptam, de modo a fazer seu diretor se dedicar à nova plataforma com a atenção que ela pede e merece - sem perder o foco no conteúdo das outras plataformas da casa. Por ora, boa parte dos programas no streaming são ofertados com produção original, em inglês ou em outros idiomas. A ordem é não “esconder” os produtos. Aí está a grande tacada da Disney: mostrar no streaming o que não tinha como entregar na TV.

“O streaming nos traz a possibilidade de entregar muito mais programação e conteúdo para os nossos assinantes. O Star+ completou um ano no último dia 31, e digo de antemão que os resultados são satisfatórios. Viemos da fusão da Fox Sports, de uma cultura diferente, e ganhamos musculatura com isso, com os direitos de novas programações”, diz Maluf, de dentro de sua sala envidraçada, grande e apinhada de produtos Disney e ESPN, e de onde também tem acesso à nova redação. “A Disney teve papel forte em tudo isso. A sacada da empresa foi fazer o combo para todos os públicos, com filmes, séries e esportes (uma trilogia presente na vida das pessoas). Havia uma demanda reprimida de entrega de conteúdo esportivo, de jogos do Campeonato Inglês, Espanhol, Italiano, Francês, Holandês, Português, tênis... eles acontecem ao mesmo tempo e os canais lineares (da TV) têm limitação de espaço”.

Carlos Maluf é o head de esportes da The Walt Disney Company Brasil Foto: Divulgação / ESPN
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Com o Star+, explica, toda a produção será entregue aos assinantes, com ou sem preparação em português. “Fazemos uma olimpíada por semana aqui, com mais de 200 jogos, em média, de futebol ao vivo no streaming. São muitos eventos que estão também na TV. Com a plataforma de streaming, não deixamos de entregar nada”, defende Maluf ao informar que são quase 3 mil jogos de futebol na temporada (com 1 mil na TV). A ESPN não tinha mais canais para mostrar sua produção, por uma questão tecnológica, limitada. “O inventário era muito grande”.

O streaming acabou com esse problema na ESPN. Maluf cita o exemplo do tênis, que recentemente mostrou Carlos Alcaraz, de 19 anos, festejando seu primeiro Grand Slam e assumindo a liderança do ranking da ATP. O canal comprou todos os direitos do circuito mundial. Em média, são 15 quadras sendo usadas em um torneio de Grand Slam, com jogos simultâneos, mas nem tudo podia ser mostrado por questões de viabilidade, de disponibilidade de canais. Havia uma limitação técnica. “No streaming, isso não existe. O Star+ tem condições de entregar tudo. Ainda nem tudo com produção em português, mas com perspectivas reais de aumentar essa demanda”, diz Maluf.

“Nosso trunfo é a quantidade de esportes. Temos condições de entregar o que temos, todo o nosso cardápio”, pontua o gestor, indicando que todos os produtos têm contratos longos de duração com a Disney, como a Premier League, com acordo por três temporadas. Há uma tendência do mercado para que os períodos de acordos não sejam pequenos, mas também não tão longos por causa dos avanços tecnológicos. “Temos um leque enorme de produtos. Temos todo o pacote de basquete, todas as Ligas de futebol, tênis, NFL e muito mais. Está tudo lá. Esse é o nosso diferencial”. Em média, uma assinatura mensal é vendida por R$ 32. Esse valor cai com a opção anual de vínculo.

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DESAFIOS

Maluf tem na ponta da língua um dos maiores desafios após a chegada do streaming: não deixar transparecer que a TV a Cabo está acabando. “Não está”. A ideia é aproveitar o público mais jovem, mas também o torcedor de todas as faixas etárias que gostam de consumir esporte. O nosso maior desafio é mostrar quanto temos de esportes na plataforma. Não há outro lugar para assistir tantos eventos”, diz Maluf, que já foi responsável pela aquisição dos direitos de transmissão de eventos e da parte jurídica da ESPN. “Não tivemos queda de audiência nos canais da TV e estamos fazendo uma base consolidada no streaming. Não estamos canibalizando nossa audiência. Estamos atingindo mais gente. Estamos agregando”.

NOVIDADES

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O Star+ tem o que se chama nos EUA de RedZone da temporada da NFL. Segundo o Ibope Repucom, o número de brasileiros que declararam ter algum interesse no futebol americano cresceu 117% entre 2016 e 2021, passando de 15,2 milhões para 33 milhões de pessoas. A RedZone mostra as melhores jogadas da rodada ao vivo em meio ao jogo em transmissão. São lances aplaudidos pelos torcedores em diversos estádios. “É uma curva de aprendizagem para todos nós. É nosso primeiro ano, e um primeiro ano bom. Tenho 23 anos de ESPN, mas agora é um produto novo, entramos num mercado diferente. Está sendo uma experiência grande”.

Maluf conta novidade do Star+ se valendo de uma multicam, com várias imagens na tela, o jogo, mas também um close do treinador, do atleta, da torcida. No streaming, muita gente gosta de assistir aos eventos nesse formato. Premier e LaLiga vão entregar partidas assim. “E nós vamos colocar no streaming. Não é mais uma segunda tela, é a tela principal. São formatos diferentes dentro da tela principal. As pessoas estão cada vez mais interessadas em ver as reações dos atletas, das pessoas nos estádios. O negócio é oferecer mais conteúdo para o maior número de pessoas. Esse é o ponto”.

PRÓXIMOS PASSOS

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Como todo canal de streaming, o Star+ pretende desenvolver um braço para produções próprias, de documentários, debates de temas específicos, a exemplo de Independência e Gol, comandado pelo jornalista Paulo Calçade. “Teremos nosso próprio conteúdo de esportes. Na parte de direitos, vamos ter a Sul-Americana no ano que vem. Sempre que há oportunidades, estamos trazendo novos produtos. Fechamos a Copa Davis. Agora, temos onde distribuir. Vamos entregar tudo. Há a grade da TV e a do Star+”, explica Maluf.

Ele sabe que o caminho ainda é longo e há muita coisa a ser feita no canal nos próximos anos, com novos profissionais e os que já estão na ESPN. Há orçamentos a serem respeitados e cumpridos sem tirar o pé das entregas, das produções em português. “Não há portfólio para o streaming como o nosso em nenhum outro lugar. É uma olimpíada por semana”.

A Disney é defensora da diversidade: 58% das novas contratações da ESPN foram de mulheres. Além da aquisição de direitos, há uma ampla reforma nos estúdios, na redação, incrementando os padrões visuais e informativos, com mais tecnologia. São 12 horas diárias de jornalismo. Isso enche de orgulho seu gestor e motiva o time.

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“É uma coisa diferente da TV, é uma outra pegada. O mundo do streaming é diferente do mundo da TV, com cortes diferentes, iluminação diferente, pauta diferente, vestuário diferente. Hoje ninguém fala mais que nossos programas são iguais aos da TV. O nosso comercial está indo bem, assim como nossa audiência. Futebol, tênis, NBA e NFL foram muito bem nesse sentido. Não há esportes no Star+ sem patrocinador. Isso nos traz mais responsabilidade de entregar bem feito”.

PÚBLICO

Há dois pontos que parecem definidos na plataforma de streaming da ESPN: o torcedor procura o canal quando gosta de uma modalidade específica e ele não vai ao Star+ só pelo time dele ou por um jogo apenas. Sabe-se que o assinante é mais jovem por natureza, como em todo streaming, mas pessoas mais velhas também estão ligadas na nova tela. “Nosso ouro é essa multidiversidade de esportes e quantidade que a gente tem para entregar. Ainda não tem ninguém fazendo a mesma coisa que a gente no streaming. Os números estão sendo levantados. Há uma briga macro no entretenimento e estamos nela”, diz Maluf, ressaltando a peculiaridade de o Brasil produzir conteúdos em português e a disposição da nova mídia de ser consumida em qualquer lugar.

O Star+, da ESPN, tem sido uma maratona para gestores, jornalistas e torcedores de todas as modalidades esportivas. São mais de 30. O canal de streaming completou um ano em agosto ainda cheio de desafios, caminhos a serem descobertos e desbravados, mas em fase de crescimento e apegado ao seu variado cardápio para os amantes do esporte.

Em sua segunda temporada no ar, a meta é entregar mais eventos em português, de modo a aumentar sua produção e preparação dos torneios a que a empresa tem direito. São muitos. Brigar pela atenção do torcedor é seu objetivo, assim como entender as peculiaridades da nova plataforma dos canais Disney. São mais de 221 milhões de assinantes globalizados nas plataformas da companhia (Disney, Star+, ESPN+ e Hulu), o que a faz maior do que a Netflix (220 milhões de assinantes). A fatia dos primeiros doze meses da Star+ ainda está sendo apurada, assim como o perfil desse novo consumidor de esportes. Uma coisa é certa, no entanto, o canal de streaming não tira o público da TV.

O maior trunfo do Star+ é seu portfólio, repleto de modalidades e opções esportivas, do basquete da NBA aos Grand Slams do tênis, passando pelas ligas europeias de futebol até chegar na bola oval da NFL, mas sem deixar outros esportes escondidos. Há de tudo um pouco, e para todos os gostos. “É isso que torna o Star+ um produto diferenciado em seu segmento”, entende o head de esportes da The Walt Disney Company Brasil, líder das operações de ESPN e Fox Sports no Brasil, Carlos Maluf. Os números de assinantes ainda não foram divulgados, mas existe na Disney o entendimento de que o produto caiu na graça do cara que gosta de esporte, um caminho sem volta. “A concepção de que o streaming veio para ficar parece clara para todos os produtores desse tipo de distribuição”.

Na ESPN, a plataforma em nada atrapalha sua audiência nos canais fechados da TV à cabo. Na verdade, em muitos casos, elas se complementam. Pelos novos corredores da emissora localizada no Sumarezinho, em São Paulo, os profissionais se completam e se adaptam, de modo a fazer seu diretor se dedicar à nova plataforma com a atenção que ela pede e merece - sem perder o foco no conteúdo das outras plataformas da casa. Por ora, boa parte dos programas no streaming são ofertados com produção original, em inglês ou em outros idiomas. A ordem é não “esconder” os produtos. Aí está a grande tacada da Disney: mostrar no streaming o que não tinha como entregar na TV.

“O streaming nos traz a possibilidade de entregar muito mais programação e conteúdo para os nossos assinantes. O Star+ completou um ano no último dia 31, e digo de antemão que os resultados são satisfatórios. Viemos da fusão da Fox Sports, de uma cultura diferente, e ganhamos musculatura com isso, com os direitos de novas programações”, diz Maluf, de dentro de sua sala envidraçada, grande e apinhada de produtos Disney e ESPN, e de onde também tem acesso à nova redação. “A Disney teve papel forte em tudo isso. A sacada da empresa foi fazer o combo para todos os públicos, com filmes, séries e esportes (uma trilogia presente na vida das pessoas). Havia uma demanda reprimida de entrega de conteúdo esportivo, de jogos do Campeonato Inglês, Espanhol, Italiano, Francês, Holandês, Português, tênis... eles acontecem ao mesmo tempo e os canais lineares (da TV) têm limitação de espaço”.

Carlos Maluf é o head de esportes da The Walt Disney Company Brasil Foto: Divulgação / ESPN

Com o Star+, explica, toda a produção será entregue aos assinantes, com ou sem preparação em português. “Fazemos uma olimpíada por semana aqui, com mais de 200 jogos, em média, de futebol ao vivo no streaming. São muitos eventos que estão também na TV. Com a plataforma de streaming, não deixamos de entregar nada”, defende Maluf ao informar que são quase 3 mil jogos de futebol na temporada (com 1 mil na TV). A ESPN não tinha mais canais para mostrar sua produção, por uma questão tecnológica, limitada. “O inventário era muito grande”.

O streaming acabou com esse problema na ESPN. Maluf cita o exemplo do tênis, que recentemente mostrou Carlos Alcaraz, de 19 anos, festejando seu primeiro Grand Slam e assumindo a liderança do ranking da ATP. O canal comprou todos os direitos do circuito mundial. Em média, são 15 quadras sendo usadas em um torneio de Grand Slam, com jogos simultâneos, mas nem tudo podia ser mostrado por questões de viabilidade, de disponibilidade de canais. Havia uma limitação técnica. “No streaming, isso não existe. O Star+ tem condições de entregar tudo. Ainda nem tudo com produção em português, mas com perspectivas reais de aumentar essa demanda”, diz Maluf.

“Nosso trunfo é a quantidade de esportes. Temos condições de entregar o que temos, todo o nosso cardápio”, pontua o gestor, indicando que todos os produtos têm contratos longos de duração com a Disney, como a Premier League, com acordo por três temporadas. Há uma tendência do mercado para que os períodos de acordos não sejam pequenos, mas também não tão longos por causa dos avanços tecnológicos. “Temos um leque enorme de produtos. Temos todo o pacote de basquete, todas as Ligas de futebol, tênis, NFL e muito mais. Está tudo lá. Esse é o nosso diferencial”. Em média, uma assinatura mensal é vendida por R$ 32. Esse valor cai com a opção anual de vínculo.

DESAFIOS

Maluf tem na ponta da língua um dos maiores desafios após a chegada do streaming: não deixar transparecer que a TV a Cabo está acabando. “Não está”. A ideia é aproveitar o público mais jovem, mas também o torcedor de todas as faixas etárias que gostam de consumir esporte. O nosso maior desafio é mostrar quanto temos de esportes na plataforma. Não há outro lugar para assistir tantos eventos”, diz Maluf, que já foi responsável pela aquisição dos direitos de transmissão de eventos e da parte jurídica da ESPN. “Não tivemos queda de audiência nos canais da TV e estamos fazendo uma base consolidada no streaming. Não estamos canibalizando nossa audiência. Estamos atingindo mais gente. Estamos agregando”.

NOVIDADES

O Star+ tem o que se chama nos EUA de RedZone da temporada da NFL. Segundo o Ibope Repucom, o número de brasileiros que declararam ter algum interesse no futebol americano cresceu 117% entre 2016 e 2021, passando de 15,2 milhões para 33 milhões de pessoas. A RedZone mostra as melhores jogadas da rodada ao vivo em meio ao jogo em transmissão. São lances aplaudidos pelos torcedores em diversos estádios. “É uma curva de aprendizagem para todos nós. É nosso primeiro ano, e um primeiro ano bom. Tenho 23 anos de ESPN, mas agora é um produto novo, entramos num mercado diferente. Está sendo uma experiência grande”.

Maluf conta novidade do Star+ se valendo de uma multicam, com várias imagens na tela, o jogo, mas também um close do treinador, do atleta, da torcida. No streaming, muita gente gosta de assistir aos eventos nesse formato. Premier e LaLiga vão entregar partidas assim. “E nós vamos colocar no streaming. Não é mais uma segunda tela, é a tela principal. São formatos diferentes dentro da tela principal. As pessoas estão cada vez mais interessadas em ver as reações dos atletas, das pessoas nos estádios. O negócio é oferecer mais conteúdo para o maior número de pessoas. Esse é o ponto”.

PRÓXIMOS PASSOS

Como todo canal de streaming, o Star+ pretende desenvolver um braço para produções próprias, de documentários, debates de temas específicos, a exemplo de Independência e Gol, comandado pelo jornalista Paulo Calçade. “Teremos nosso próprio conteúdo de esportes. Na parte de direitos, vamos ter a Sul-Americana no ano que vem. Sempre que há oportunidades, estamos trazendo novos produtos. Fechamos a Copa Davis. Agora, temos onde distribuir. Vamos entregar tudo. Há a grade da TV e a do Star+”, explica Maluf.

Ele sabe que o caminho ainda é longo e há muita coisa a ser feita no canal nos próximos anos, com novos profissionais e os que já estão na ESPN. Há orçamentos a serem respeitados e cumpridos sem tirar o pé das entregas, das produções em português. “Não há portfólio para o streaming como o nosso em nenhum outro lugar. É uma olimpíada por semana”.

A Disney é defensora da diversidade: 58% das novas contratações da ESPN foram de mulheres. Além da aquisição de direitos, há uma ampla reforma nos estúdios, na redação, incrementando os padrões visuais e informativos, com mais tecnologia. São 12 horas diárias de jornalismo. Isso enche de orgulho seu gestor e motiva o time.

“É uma coisa diferente da TV, é uma outra pegada. O mundo do streaming é diferente do mundo da TV, com cortes diferentes, iluminação diferente, pauta diferente, vestuário diferente. Hoje ninguém fala mais que nossos programas são iguais aos da TV. O nosso comercial está indo bem, assim como nossa audiência. Futebol, tênis, NBA e NFL foram muito bem nesse sentido. Não há esportes no Star+ sem patrocinador. Isso nos traz mais responsabilidade de entregar bem feito”.

PÚBLICO

Há dois pontos que parecem definidos na plataforma de streaming da ESPN: o torcedor procura o canal quando gosta de uma modalidade específica e ele não vai ao Star+ só pelo time dele ou por um jogo apenas. Sabe-se que o assinante é mais jovem por natureza, como em todo streaming, mas pessoas mais velhas também estão ligadas na nova tela. “Nosso ouro é essa multidiversidade de esportes e quantidade que a gente tem para entregar. Ainda não tem ninguém fazendo a mesma coisa que a gente no streaming. Os números estão sendo levantados. Há uma briga macro no entretenimento e estamos nela”, diz Maluf, ressaltando a peculiaridade de o Brasil produzir conteúdos em português e a disposição da nova mídia de ser consumida em qualquer lugar.

O Star+, da ESPN, tem sido uma maratona para gestores, jornalistas e torcedores de todas as modalidades esportivas. São mais de 30. O canal de streaming completou um ano em agosto ainda cheio de desafios, caminhos a serem descobertos e desbravados, mas em fase de crescimento e apegado ao seu variado cardápio para os amantes do esporte.

Em sua segunda temporada no ar, a meta é entregar mais eventos em português, de modo a aumentar sua produção e preparação dos torneios a que a empresa tem direito. São muitos. Brigar pela atenção do torcedor é seu objetivo, assim como entender as peculiaridades da nova plataforma dos canais Disney. São mais de 221 milhões de assinantes globalizados nas plataformas da companhia (Disney, Star+, ESPN+ e Hulu), o que a faz maior do que a Netflix (220 milhões de assinantes). A fatia dos primeiros doze meses da Star+ ainda está sendo apurada, assim como o perfil desse novo consumidor de esportes. Uma coisa é certa, no entanto, o canal de streaming não tira o público da TV.

O maior trunfo do Star+ é seu portfólio, repleto de modalidades e opções esportivas, do basquete da NBA aos Grand Slams do tênis, passando pelas ligas europeias de futebol até chegar na bola oval da NFL, mas sem deixar outros esportes escondidos. Há de tudo um pouco, e para todos os gostos. “É isso que torna o Star+ um produto diferenciado em seu segmento”, entende o head de esportes da The Walt Disney Company Brasil, líder das operações de ESPN e Fox Sports no Brasil, Carlos Maluf. Os números de assinantes ainda não foram divulgados, mas existe na Disney o entendimento de que o produto caiu na graça do cara que gosta de esporte, um caminho sem volta. “A concepção de que o streaming veio para ficar parece clara para todos os produtores desse tipo de distribuição”.

Na ESPN, a plataforma em nada atrapalha sua audiência nos canais fechados da TV à cabo. Na verdade, em muitos casos, elas se complementam. Pelos novos corredores da emissora localizada no Sumarezinho, em São Paulo, os profissionais se completam e se adaptam, de modo a fazer seu diretor se dedicar à nova plataforma com a atenção que ela pede e merece - sem perder o foco no conteúdo das outras plataformas da casa. Por ora, boa parte dos programas no streaming são ofertados com produção original, em inglês ou em outros idiomas. A ordem é não “esconder” os produtos. Aí está a grande tacada da Disney: mostrar no streaming o que não tinha como entregar na TV.

“O streaming nos traz a possibilidade de entregar muito mais programação e conteúdo para os nossos assinantes. O Star+ completou um ano no último dia 31, e digo de antemão que os resultados são satisfatórios. Viemos da fusão da Fox Sports, de uma cultura diferente, e ganhamos musculatura com isso, com os direitos de novas programações”, diz Maluf, de dentro de sua sala envidraçada, grande e apinhada de produtos Disney e ESPN, e de onde também tem acesso à nova redação. “A Disney teve papel forte em tudo isso. A sacada da empresa foi fazer o combo para todos os públicos, com filmes, séries e esportes (uma trilogia presente na vida das pessoas). Havia uma demanda reprimida de entrega de conteúdo esportivo, de jogos do Campeonato Inglês, Espanhol, Italiano, Francês, Holandês, Português, tênis... eles acontecem ao mesmo tempo e os canais lineares (da TV) têm limitação de espaço”.

Carlos Maluf é o head de esportes da The Walt Disney Company Brasil Foto: Divulgação / ESPN

Com o Star+, explica, toda a produção será entregue aos assinantes, com ou sem preparação em português. “Fazemos uma olimpíada por semana aqui, com mais de 200 jogos, em média, de futebol ao vivo no streaming. São muitos eventos que estão também na TV. Com a plataforma de streaming, não deixamos de entregar nada”, defende Maluf ao informar que são quase 3 mil jogos de futebol na temporada (com 1 mil na TV). A ESPN não tinha mais canais para mostrar sua produção, por uma questão tecnológica, limitada. “O inventário era muito grande”.

O streaming acabou com esse problema na ESPN. Maluf cita o exemplo do tênis, que recentemente mostrou Carlos Alcaraz, de 19 anos, festejando seu primeiro Grand Slam e assumindo a liderança do ranking da ATP. O canal comprou todos os direitos do circuito mundial. Em média, são 15 quadras sendo usadas em um torneio de Grand Slam, com jogos simultâneos, mas nem tudo podia ser mostrado por questões de viabilidade, de disponibilidade de canais. Havia uma limitação técnica. “No streaming, isso não existe. O Star+ tem condições de entregar tudo. Ainda nem tudo com produção em português, mas com perspectivas reais de aumentar essa demanda”, diz Maluf.

“Nosso trunfo é a quantidade de esportes. Temos condições de entregar o que temos, todo o nosso cardápio”, pontua o gestor, indicando que todos os produtos têm contratos longos de duração com a Disney, como a Premier League, com acordo por três temporadas. Há uma tendência do mercado para que os períodos de acordos não sejam pequenos, mas também não tão longos por causa dos avanços tecnológicos. “Temos um leque enorme de produtos. Temos todo o pacote de basquete, todas as Ligas de futebol, tênis, NFL e muito mais. Está tudo lá. Esse é o nosso diferencial”. Em média, uma assinatura mensal é vendida por R$ 32. Esse valor cai com a opção anual de vínculo.

DESAFIOS

Maluf tem na ponta da língua um dos maiores desafios após a chegada do streaming: não deixar transparecer que a TV a Cabo está acabando. “Não está”. A ideia é aproveitar o público mais jovem, mas também o torcedor de todas as faixas etárias que gostam de consumir esporte. O nosso maior desafio é mostrar quanto temos de esportes na plataforma. Não há outro lugar para assistir tantos eventos”, diz Maluf, que já foi responsável pela aquisição dos direitos de transmissão de eventos e da parte jurídica da ESPN. “Não tivemos queda de audiência nos canais da TV e estamos fazendo uma base consolidada no streaming. Não estamos canibalizando nossa audiência. Estamos atingindo mais gente. Estamos agregando”.

NOVIDADES

O Star+ tem o que se chama nos EUA de RedZone da temporada da NFL. Segundo o Ibope Repucom, o número de brasileiros que declararam ter algum interesse no futebol americano cresceu 117% entre 2016 e 2021, passando de 15,2 milhões para 33 milhões de pessoas. A RedZone mostra as melhores jogadas da rodada ao vivo em meio ao jogo em transmissão. São lances aplaudidos pelos torcedores em diversos estádios. “É uma curva de aprendizagem para todos nós. É nosso primeiro ano, e um primeiro ano bom. Tenho 23 anos de ESPN, mas agora é um produto novo, entramos num mercado diferente. Está sendo uma experiência grande”.

Maluf conta novidade do Star+ se valendo de uma multicam, com várias imagens na tela, o jogo, mas também um close do treinador, do atleta, da torcida. No streaming, muita gente gosta de assistir aos eventos nesse formato. Premier e LaLiga vão entregar partidas assim. “E nós vamos colocar no streaming. Não é mais uma segunda tela, é a tela principal. São formatos diferentes dentro da tela principal. As pessoas estão cada vez mais interessadas em ver as reações dos atletas, das pessoas nos estádios. O negócio é oferecer mais conteúdo para o maior número de pessoas. Esse é o ponto”.

PRÓXIMOS PASSOS

Como todo canal de streaming, o Star+ pretende desenvolver um braço para produções próprias, de documentários, debates de temas específicos, a exemplo de Independência e Gol, comandado pelo jornalista Paulo Calçade. “Teremos nosso próprio conteúdo de esportes. Na parte de direitos, vamos ter a Sul-Americana no ano que vem. Sempre que há oportunidades, estamos trazendo novos produtos. Fechamos a Copa Davis. Agora, temos onde distribuir. Vamos entregar tudo. Há a grade da TV e a do Star+”, explica Maluf.

Ele sabe que o caminho ainda é longo e há muita coisa a ser feita no canal nos próximos anos, com novos profissionais e os que já estão na ESPN. Há orçamentos a serem respeitados e cumpridos sem tirar o pé das entregas, das produções em português. “Não há portfólio para o streaming como o nosso em nenhum outro lugar. É uma olimpíada por semana”.

A Disney é defensora da diversidade: 58% das novas contratações da ESPN foram de mulheres. Além da aquisição de direitos, há uma ampla reforma nos estúdios, na redação, incrementando os padrões visuais e informativos, com mais tecnologia. São 12 horas diárias de jornalismo. Isso enche de orgulho seu gestor e motiva o time.

“É uma coisa diferente da TV, é uma outra pegada. O mundo do streaming é diferente do mundo da TV, com cortes diferentes, iluminação diferente, pauta diferente, vestuário diferente. Hoje ninguém fala mais que nossos programas são iguais aos da TV. O nosso comercial está indo bem, assim como nossa audiência. Futebol, tênis, NBA e NFL foram muito bem nesse sentido. Não há esportes no Star+ sem patrocinador. Isso nos traz mais responsabilidade de entregar bem feito”.

PÚBLICO

Há dois pontos que parecem definidos na plataforma de streaming da ESPN: o torcedor procura o canal quando gosta de uma modalidade específica e ele não vai ao Star+ só pelo time dele ou por um jogo apenas. Sabe-se que o assinante é mais jovem por natureza, como em todo streaming, mas pessoas mais velhas também estão ligadas na nova tela. “Nosso ouro é essa multidiversidade de esportes e quantidade que a gente tem para entregar. Ainda não tem ninguém fazendo a mesma coisa que a gente no streaming. Os números estão sendo levantados. Há uma briga macro no entretenimento e estamos nela”, diz Maluf, ressaltando a peculiaridade de o Brasil produzir conteúdos em português e a disposição da nova mídia de ser consumida em qualquer lugar.

O Star+, da ESPN, tem sido uma maratona para gestores, jornalistas e torcedores de todas as modalidades esportivas. São mais de 30. O canal de streaming completou um ano em agosto ainda cheio de desafios, caminhos a serem descobertos e desbravados, mas em fase de crescimento e apegado ao seu variado cardápio para os amantes do esporte.

Em sua segunda temporada no ar, a meta é entregar mais eventos em português, de modo a aumentar sua produção e preparação dos torneios a que a empresa tem direito. São muitos. Brigar pela atenção do torcedor é seu objetivo, assim como entender as peculiaridades da nova plataforma dos canais Disney. São mais de 221 milhões de assinantes globalizados nas plataformas da companhia (Disney, Star+, ESPN+ e Hulu), o que a faz maior do que a Netflix (220 milhões de assinantes). A fatia dos primeiros doze meses da Star+ ainda está sendo apurada, assim como o perfil desse novo consumidor de esportes. Uma coisa é certa, no entanto, o canal de streaming não tira o público da TV.

O maior trunfo do Star+ é seu portfólio, repleto de modalidades e opções esportivas, do basquete da NBA aos Grand Slams do tênis, passando pelas ligas europeias de futebol até chegar na bola oval da NFL, mas sem deixar outros esportes escondidos. Há de tudo um pouco, e para todos os gostos. “É isso que torna o Star+ um produto diferenciado em seu segmento”, entende o head de esportes da The Walt Disney Company Brasil, líder das operações de ESPN e Fox Sports no Brasil, Carlos Maluf. Os números de assinantes ainda não foram divulgados, mas existe na Disney o entendimento de que o produto caiu na graça do cara que gosta de esporte, um caminho sem volta. “A concepção de que o streaming veio para ficar parece clara para todos os produtores desse tipo de distribuição”.

Na ESPN, a plataforma em nada atrapalha sua audiência nos canais fechados da TV à cabo. Na verdade, em muitos casos, elas se complementam. Pelos novos corredores da emissora localizada no Sumarezinho, em São Paulo, os profissionais se completam e se adaptam, de modo a fazer seu diretor se dedicar à nova plataforma com a atenção que ela pede e merece - sem perder o foco no conteúdo das outras plataformas da casa. Por ora, boa parte dos programas no streaming são ofertados com produção original, em inglês ou em outros idiomas. A ordem é não “esconder” os produtos. Aí está a grande tacada da Disney: mostrar no streaming o que não tinha como entregar na TV.

“O streaming nos traz a possibilidade de entregar muito mais programação e conteúdo para os nossos assinantes. O Star+ completou um ano no último dia 31, e digo de antemão que os resultados são satisfatórios. Viemos da fusão da Fox Sports, de uma cultura diferente, e ganhamos musculatura com isso, com os direitos de novas programações”, diz Maluf, de dentro de sua sala envidraçada, grande e apinhada de produtos Disney e ESPN, e de onde também tem acesso à nova redação. “A Disney teve papel forte em tudo isso. A sacada da empresa foi fazer o combo para todos os públicos, com filmes, séries e esportes (uma trilogia presente na vida das pessoas). Havia uma demanda reprimida de entrega de conteúdo esportivo, de jogos do Campeonato Inglês, Espanhol, Italiano, Francês, Holandês, Português, tênis... eles acontecem ao mesmo tempo e os canais lineares (da TV) têm limitação de espaço”.

Carlos Maluf é o head de esportes da The Walt Disney Company Brasil Foto: Divulgação / ESPN

Com o Star+, explica, toda a produção será entregue aos assinantes, com ou sem preparação em português. “Fazemos uma olimpíada por semana aqui, com mais de 200 jogos, em média, de futebol ao vivo no streaming. São muitos eventos que estão também na TV. Com a plataforma de streaming, não deixamos de entregar nada”, defende Maluf ao informar que são quase 3 mil jogos de futebol na temporada (com 1 mil na TV). A ESPN não tinha mais canais para mostrar sua produção, por uma questão tecnológica, limitada. “O inventário era muito grande”.

O streaming acabou com esse problema na ESPN. Maluf cita o exemplo do tênis, que recentemente mostrou Carlos Alcaraz, de 19 anos, festejando seu primeiro Grand Slam e assumindo a liderança do ranking da ATP. O canal comprou todos os direitos do circuito mundial. Em média, são 15 quadras sendo usadas em um torneio de Grand Slam, com jogos simultâneos, mas nem tudo podia ser mostrado por questões de viabilidade, de disponibilidade de canais. Havia uma limitação técnica. “No streaming, isso não existe. O Star+ tem condições de entregar tudo. Ainda nem tudo com produção em português, mas com perspectivas reais de aumentar essa demanda”, diz Maluf.

“Nosso trunfo é a quantidade de esportes. Temos condições de entregar o que temos, todo o nosso cardápio”, pontua o gestor, indicando que todos os produtos têm contratos longos de duração com a Disney, como a Premier League, com acordo por três temporadas. Há uma tendência do mercado para que os períodos de acordos não sejam pequenos, mas também não tão longos por causa dos avanços tecnológicos. “Temos um leque enorme de produtos. Temos todo o pacote de basquete, todas as Ligas de futebol, tênis, NFL e muito mais. Está tudo lá. Esse é o nosso diferencial”. Em média, uma assinatura mensal é vendida por R$ 32. Esse valor cai com a opção anual de vínculo.

DESAFIOS

Maluf tem na ponta da língua um dos maiores desafios após a chegada do streaming: não deixar transparecer que a TV a Cabo está acabando. “Não está”. A ideia é aproveitar o público mais jovem, mas também o torcedor de todas as faixas etárias que gostam de consumir esporte. O nosso maior desafio é mostrar quanto temos de esportes na plataforma. Não há outro lugar para assistir tantos eventos”, diz Maluf, que já foi responsável pela aquisição dos direitos de transmissão de eventos e da parte jurídica da ESPN. “Não tivemos queda de audiência nos canais da TV e estamos fazendo uma base consolidada no streaming. Não estamos canibalizando nossa audiência. Estamos atingindo mais gente. Estamos agregando”.

NOVIDADES

O Star+ tem o que se chama nos EUA de RedZone da temporada da NFL. Segundo o Ibope Repucom, o número de brasileiros que declararam ter algum interesse no futebol americano cresceu 117% entre 2016 e 2021, passando de 15,2 milhões para 33 milhões de pessoas. A RedZone mostra as melhores jogadas da rodada ao vivo em meio ao jogo em transmissão. São lances aplaudidos pelos torcedores em diversos estádios. “É uma curva de aprendizagem para todos nós. É nosso primeiro ano, e um primeiro ano bom. Tenho 23 anos de ESPN, mas agora é um produto novo, entramos num mercado diferente. Está sendo uma experiência grande”.

Maluf conta novidade do Star+ se valendo de uma multicam, com várias imagens na tela, o jogo, mas também um close do treinador, do atleta, da torcida. No streaming, muita gente gosta de assistir aos eventos nesse formato. Premier e LaLiga vão entregar partidas assim. “E nós vamos colocar no streaming. Não é mais uma segunda tela, é a tela principal. São formatos diferentes dentro da tela principal. As pessoas estão cada vez mais interessadas em ver as reações dos atletas, das pessoas nos estádios. O negócio é oferecer mais conteúdo para o maior número de pessoas. Esse é o ponto”.

PRÓXIMOS PASSOS

Como todo canal de streaming, o Star+ pretende desenvolver um braço para produções próprias, de documentários, debates de temas específicos, a exemplo de Independência e Gol, comandado pelo jornalista Paulo Calçade. “Teremos nosso próprio conteúdo de esportes. Na parte de direitos, vamos ter a Sul-Americana no ano que vem. Sempre que há oportunidades, estamos trazendo novos produtos. Fechamos a Copa Davis. Agora, temos onde distribuir. Vamos entregar tudo. Há a grade da TV e a do Star+”, explica Maluf.

Ele sabe que o caminho ainda é longo e há muita coisa a ser feita no canal nos próximos anos, com novos profissionais e os que já estão na ESPN. Há orçamentos a serem respeitados e cumpridos sem tirar o pé das entregas, das produções em português. “Não há portfólio para o streaming como o nosso em nenhum outro lugar. É uma olimpíada por semana”.

A Disney é defensora da diversidade: 58% das novas contratações da ESPN foram de mulheres. Além da aquisição de direitos, há uma ampla reforma nos estúdios, na redação, incrementando os padrões visuais e informativos, com mais tecnologia. São 12 horas diárias de jornalismo. Isso enche de orgulho seu gestor e motiva o time.

“É uma coisa diferente da TV, é uma outra pegada. O mundo do streaming é diferente do mundo da TV, com cortes diferentes, iluminação diferente, pauta diferente, vestuário diferente. Hoje ninguém fala mais que nossos programas são iguais aos da TV. O nosso comercial está indo bem, assim como nossa audiência. Futebol, tênis, NBA e NFL foram muito bem nesse sentido. Não há esportes no Star+ sem patrocinador. Isso nos traz mais responsabilidade de entregar bem feito”.

PÚBLICO

Há dois pontos que parecem definidos na plataforma de streaming da ESPN: o torcedor procura o canal quando gosta de uma modalidade específica e ele não vai ao Star+ só pelo time dele ou por um jogo apenas. Sabe-se que o assinante é mais jovem por natureza, como em todo streaming, mas pessoas mais velhas também estão ligadas na nova tela. “Nosso ouro é essa multidiversidade de esportes e quantidade que a gente tem para entregar. Ainda não tem ninguém fazendo a mesma coisa que a gente no streaming. Os números estão sendo levantados. Há uma briga macro no entretenimento e estamos nela”, diz Maluf, ressaltando a peculiaridade de o Brasil produzir conteúdos em português e a disposição da nova mídia de ser consumida em qualquer lugar.

O Star+, da ESPN, tem sido uma maratona para gestores, jornalistas e torcedores de todas as modalidades esportivas. São mais de 30. O canal de streaming completou um ano em agosto ainda cheio de desafios, caminhos a serem descobertos e desbravados, mas em fase de crescimento e apegado ao seu variado cardápio para os amantes do esporte.

Em sua segunda temporada no ar, a meta é entregar mais eventos em português, de modo a aumentar sua produção e preparação dos torneios a que a empresa tem direito. São muitos. Brigar pela atenção do torcedor é seu objetivo, assim como entender as peculiaridades da nova plataforma dos canais Disney. São mais de 221 milhões de assinantes globalizados nas plataformas da companhia (Disney, Star+, ESPN+ e Hulu), o que a faz maior do que a Netflix (220 milhões de assinantes). A fatia dos primeiros doze meses da Star+ ainda está sendo apurada, assim como o perfil desse novo consumidor de esportes. Uma coisa é certa, no entanto, o canal de streaming não tira o público da TV.

O maior trunfo do Star+ é seu portfólio, repleto de modalidades e opções esportivas, do basquete da NBA aos Grand Slams do tênis, passando pelas ligas europeias de futebol até chegar na bola oval da NFL, mas sem deixar outros esportes escondidos. Há de tudo um pouco, e para todos os gostos. “É isso que torna o Star+ um produto diferenciado em seu segmento”, entende o head de esportes da The Walt Disney Company Brasil, líder das operações de ESPN e Fox Sports no Brasil, Carlos Maluf. Os números de assinantes ainda não foram divulgados, mas existe na Disney o entendimento de que o produto caiu na graça do cara que gosta de esporte, um caminho sem volta. “A concepção de que o streaming veio para ficar parece clara para todos os produtores desse tipo de distribuição”.

Na ESPN, a plataforma em nada atrapalha sua audiência nos canais fechados da TV à cabo. Na verdade, em muitos casos, elas se complementam. Pelos novos corredores da emissora localizada no Sumarezinho, em São Paulo, os profissionais se completam e se adaptam, de modo a fazer seu diretor se dedicar à nova plataforma com a atenção que ela pede e merece - sem perder o foco no conteúdo das outras plataformas da casa. Por ora, boa parte dos programas no streaming são ofertados com produção original, em inglês ou em outros idiomas. A ordem é não “esconder” os produtos. Aí está a grande tacada da Disney: mostrar no streaming o que não tinha como entregar na TV.

“O streaming nos traz a possibilidade de entregar muito mais programação e conteúdo para os nossos assinantes. O Star+ completou um ano no último dia 31, e digo de antemão que os resultados são satisfatórios. Viemos da fusão da Fox Sports, de uma cultura diferente, e ganhamos musculatura com isso, com os direitos de novas programações”, diz Maluf, de dentro de sua sala envidraçada, grande e apinhada de produtos Disney e ESPN, e de onde também tem acesso à nova redação. “A Disney teve papel forte em tudo isso. A sacada da empresa foi fazer o combo para todos os públicos, com filmes, séries e esportes (uma trilogia presente na vida das pessoas). Havia uma demanda reprimida de entrega de conteúdo esportivo, de jogos do Campeonato Inglês, Espanhol, Italiano, Francês, Holandês, Português, tênis... eles acontecem ao mesmo tempo e os canais lineares (da TV) têm limitação de espaço”.

Carlos Maluf é o head de esportes da The Walt Disney Company Brasil Foto: Divulgação / ESPN

Com o Star+, explica, toda a produção será entregue aos assinantes, com ou sem preparação em português. “Fazemos uma olimpíada por semana aqui, com mais de 200 jogos, em média, de futebol ao vivo no streaming. São muitos eventos que estão também na TV. Com a plataforma de streaming, não deixamos de entregar nada”, defende Maluf ao informar que são quase 3 mil jogos de futebol na temporada (com 1 mil na TV). A ESPN não tinha mais canais para mostrar sua produção, por uma questão tecnológica, limitada. “O inventário era muito grande”.

O streaming acabou com esse problema na ESPN. Maluf cita o exemplo do tênis, que recentemente mostrou Carlos Alcaraz, de 19 anos, festejando seu primeiro Grand Slam e assumindo a liderança do ranking da ATP. O canal comprou todos os direitos do circuito mundial. Em média, são 15 quadras sendo usadas em um torneio de Grand Slam, com jogos simultâneos, mas nem tudo podia ser mostrado por questões de viabilidade, de disponibilidade de canais. Havia uma limitação técnica. “No streaming, isso não existe. O Star+ tem condições de entregar tudo. Ainda nem tudo com produção em português, mas com perspectivas reais de aumentar essa demanda”, diz Maluf.

“Nosso trunfo é a quantidade de esportes. Temos condições de entregar o que temos, todo o nosso cardápio”, pontua o gestor, indicando que todos os produtos têm contratos longos de duração com a Disney, como a Premier League, com acordo por três temporadas. Há uma tendência do mercado para que os períodos de acordos não sejam pequenos, mas também não tão longos por causa dos avanços tecnológicos. “Temos um leque enorme de produtos. Temos todo o pacote de basquete, todas as Ligas de futebol, tênis, NFL e muito mais. Está tudo lá. Esse é o nosso diferencial”. Em média, uma assinatura mensal é vendida por R$ 32. Esse valor cai com a opção anual de vínculo.

DESAFIOS

Maluf tem na ponta da língua um dos maiores desafios após a chegada do streaming: não deixar transparecer que a TV a Cabo está acabando. “Não está”. A ideia é aproveitar o público mais jovem, mas também o torcedor de todas as faixas etárias que gostam de consumir esporte. O nosso maior desafio é mostrar quanto temos de esportes na plataforma. Não há outro lugar para assistir tantos eventos”, diz Maluf, que já foi responsável pela aquisição dos direitos de transmissão de eventos e da parte jurídica da ESPN. “Não tivemos queda de audiência nos canais da TV e estamos fazendo uma base consolidada no streaming. Não estamos canibalizando nossa audiência. Estamos atingindo mais gente. Estamos agregando”.

NOVIDADES

O Star+ tem o que se chama nos EUA de RedZone da temporada da NFL. Segundo o Ibope Repucom, o número de brasileiros que declararam ter algum interesse no futebol americano cresceu 117% entre 2016 e 2021, passando de 15,2 milhões para 33 milhões de pessoas. A RedZone mostra as melhores jogadas da rodada ao vivo em meio ao jogo em transmissão. São lances aplaudidos pelos torcedores em diversos estádios. “É uma curva de aprendizagem para todos nós. É nosso primeiro ano, e um primeiro ano bom. Tenho 23 anos de ESPN, mas agora é um produto novo, entramos num mercado diferente. Está sendo uma experiência grande”.

Maluf conta novidade do Star+ se valendo de uma multicam, com várias imagens na tela, o jogo, mas também um close do treinador, do atleta, da torcida. No streaming, muita gente gosta de assistir aos eventos nesse formato. Premier e LaLiga vão entregar partidas assim. “E nós vamos colocar no streaming. Não é mais uma segunda tela, é a tela principal. São formatos diferentes dentro da tela principal. As pessoas estão cada vez mais interessadas em ver as reações dos atletas, das pessoas nos estádios. O negócio é oferecer mais conteúdo para o maior número de pessoas. Esse é o ponto”.

PRÓXIMOS PASSOS

Como todo canal de streaming, o Star+ pretende desenvolver um braço para produções próprias, de documentários, debates de temas específicos, a exemplo de Independência e Gol, comandado pelo jornalista Paulo Calçade. “Teremos nosso próprio conteúdo de esportes. Na parte de direitos, vamos ter a Sul-Americana no ano que vem. Sempre que há oportunidades, estamos trazendo novos produtos. Fechamos a Copa Davis. Agora, temos onde distribuir. Vamos entregar tudo. Há a grade da TV e a do Star+”, explica Maluf.

Ele sabe que o caminho ainda é longo e há muita coisa a ser feita no canal nos próximos anos, com novos profissionais e os que já estão na ESPN. Há orçamentos a serem respeitados e cumpridos sem tirar o pé das entregas, das produções em português. “Não há portfólio para o streaming como o nosso em nenhum outro lugar. É uma olimpíada por semana”.

A Disney é defensora da diversidade: 58% das novas contratações da ESPN foram de mulheres. Além da aquisição de direitos, há uma ampla reforma nos estúdios, na redação, incrementando os padrões visuais e informativos, com mais tecnologia. São 12 horas diárias de jornalismo. Isso enche de orgulho seu gestor e motiva o time.

“É uma coisa diferente da TV, é uma outra pegada. O mundo do streaming é diferente do mundo da TV, com cortes diferentes, iluminação diferente, pauta diferente, vestuário diferente. Hoje ninguém fala mais que nossos programas são iguais aos da TV. O nosso comercial está indo bem, assim como nossa audiência. Futebol, tênis, NBA e NFL foram muito bem nesse sentido. Não há esportes no Star+ sem patrocinador. Isso nos traz mais responsabilidade de entregar bem feito”.

PÚBLICO

Há dois pontos que parecem definidos na plataforma de streaming da ESPN: o torcedor procura o canal quando gosta de uma modalidade específica e ele não vai ao Star+ só pelo time dele ou por um jogo apenas. Sabe-se que o assinante é mais jovem por natureza, como em todo streaming, mas pessoas mais velhas também estão ligadas na nova tela. “Nosso ouro é essa multidiversidade de esportes e quantidade que a gente tem para entregar. Ainda não tem ninguém fazendo a mesma coisa que a gente no streaming. Os números estão sendo levantados. Há uma briga macro no entretenimento e estamos nela”, diz Maluf, ressaltando a peculiaridade de o Brasil produzir conteúdos em português e a disposição da nova mídia de ser consumida em qualquer lugar.

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