O lateral-esquerdo Pedrinho e o volante Bryan García foram demitidos pelo Athletico-PR nesta sexta-feira após terem os nomes citados pelo Ministério Público de Goiás na Operação Penalidade Máxima, em curso para investigar um esquema de apostas no futebol brasileiro. Ao anunciar o desligamento, o clube afirmou que o assunto não será mais abordado publicamente por jogadores - bombardeados com perguntas sobre o caso depois da vitória sobre o Inter -, comissão técnica e demais empregados.
“O clube não se manifestará mais a respeito, inclusive por meio de seus profissionais, por entender que a questão deve ser tratada pelas autoridades competentes”, diz a nota. “A integridade e a ética são valores irrenunciáveis ao Club Athletico Paranaense. Mais que um esporte, o futebol é manifestação cultural do nosso povo. E por isso, entendemos ser dever de todos, principalmente daqueles que praticam e orbitam o futebol, preservar e proteger este patrimônio, combatendo duramente toda e qualquer conduta que ameace sua dignidade e credibilidade”, completa.
Até o momento, Pedrinho e Bryan García não são alvos de denúncia, mas o MP descobriu o nome de ambos em uma planilha feita por apostadores para listar os jogadores que concordaram em praticar ações combinadas em campo em troca de pagamentos de até R$ 80 mil.
Os dois estavam afastados desde quarta-feira e são os primeiros jogadores a terem os contratos rescindidos após os desdobramentos da segunda fase da Operação Penalidade Máxima, que trouxe à tona uma série de trocas de mensagens entre apostadores e jogadores, além de outros documentos. Em abril, quando foram divulgadas as apurações da primeira fase da investigação, ainda com poucas informações, o zagueiro Paulo Miranda, um dos alvos e também citado na planilha, fez um acordo para deixar o Náutico. Ele se diz inocente.
O Ministério Público de Goiás (MP-GO), por meio da Operação Penalidade Máxima, investiga um esquema de manipulação de apostas esportivas em partidas do Campeonato Brasileiro das séries A e B de 2022 e partidas do Paulistão e do Campeonato Gaúcho de 2023. Jogadores cooptados por grupos criminosos recebiam até R$ 100 mil para provocar cartões amarelos e vermelhos ou realizar outras ações dentro de campo e, assim, ajudar os apostadores. Quinze atletas já são réus no processo.