Carlos Miguel Aidar e outras sete pessoas foram absolvidas sumariamente, nesta terça-feira, da acusação de furto e lavagem de dinheiro por pagamentos de honorários a um escritório de advocacia pelo São Paulo durante a última gestão do dirigente, entre 2014 e 2015.
O argumento acatado pela juíza Marcia Mayumi Okoda Oshiro observa que os pagamentos, feitos pelo São Paulo, ao escritório de advocacia de José Roberto Cortez - de cerca de R$ 4,5 milhões - foram realizados de maneira lícita, dada a ordem em decisão judicial anterior obrigando o clube a arcar com os valores dos honorários. O próprio clube do Morumbi também havia se manifestado favoravelmente à licitude do caso e informando não existir indícios de furto.
O Ministério Público, que ainda pode recorrer da decisão, apontava que os acordos feitos entre o clube e o escritório tiveram uma intermediação irregular de Carlos Miguel Aidar, que ao lado de outros acusados teria se beneficiado de parte desses valores. O pagamento desses honorários seriam objeto de fraude, cujo foco central era lavagem de dinheiro.
Além do ex-presidente do São Paulo, foram absolvidos no processo: Leonardo Serafim, ex-diretor jurídico; Douglas Schwartzmann, ex-diretor de marketing; o advogado José Roberto Cortez; Bruno Minelli; Cinira Maturana, ex-namorada de Aidar; Keila Cristina da Silva, sobrinha de Cinira; e Maria Eugênia Cortez, filha do advogado José Roberto.
O Ministério Público começou a investigar o ex-presidente do São Paulo ainda em 2015, após denúncias de fraude em transação envolvendo o zagueiro Iago Maidana. O caso inclusive deu origem a uma crise política no clube tricolor, que culminou na renúncia de Carlos Miguel Aidar. Além deste caso, está sob suspeita um acordo com a fornecedora de materiais esportivos Under Armour.
No entanto, apesar dos sete anos de investigação, o Ministério Público não conseguiu reunir provas suficientes para ofertar denúncia referentes aos casos Maidana e Under Armour. Em setembro de 2021, o MP levou à Justiça o processo envolvendo os pagamentos de honorários ao advogado José Roberto Cortez, cuja decisão em primeira instância foi proferida absolvendo todos os arrolados na ação.
Procurada, a defesa de Carlos Miguel Aidar preferiu não se manifestar sobre o tema, uma vez que o processo corre em segredo de Justiça.