A Fifa oficializou nesta quarta-feira, 11, a Arábia Saudita como sede da Copa do Mundo de 2034. A escolha pelo reino árabe estava praticamente definida desde o ano passado, quando Austrália e Indonésia não formalizarem a proposta de realizar o evento de maneira conjunta. Depois do Mundial do Catar, em 2022, esta será a segunda edição no Oriente Médio, e a terceira na Ásia. Anteriormente, Coreia do Sul e Japão sediaram o principal torneio de seleções em 2002, quando o Brasil conquistou o Penta.
Sediar a Copa do Mundo faz parte do Saudi Vision 2030, um megaprojeto da Arábia Saudita que combina entretenimento e turismo com o intuito de diversificar a economia do país, com vasta riqueza em combustíveis fósseis. A aclamação é considerada uma grande vitória do governo, que há pelo menos dois anos se dedica a investir o dinheiro do petróleo para se tornar uma potência esportiva.
A principal commodity do país árabe serve de combustível para projeto de fortalecimento do futebol local para melhorar a imagem da nação junto à comunidade internacional, prática conhecida como sportwashing. A candidatura da Arábia Saudita foi alvo de críticas pelo fato de o país ter um histórico de denúncias de violações aos direitos humanos. Uma das preocupações é o aumento de casos de abuso no setor da construção civil.
Em 2022, o Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita, administrado pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, adquiriu 80% das ações do inglês Newcastle, da Inglaterra, por 300 milhões de libras (cerca de R$ 2,2 bilhões) e, mais recentemente, comprou os quatro principais clubes do país: Al-Nassr, Al-Ittihad, Al-Hilal e Al-Ahly. Depois de seduzir astros do futebol mundial, como Cristiano Ronaldo, Neymar e Benzema, a cereja do bolo foi a oportunidade de realizar uma Copa do Mundo.
Assim como na Copa do Catar, existe a expectativa de o torneio ser realizado entre os meses de novembro e dezembro, período em que o forte calor da região arrefece. Segundo o documento oficial enviado à Fifa, a temperatura média em Riad no mês de julho, calendário tradicional do Mundial, é de 38 graus. Em dias de sol forte, os termômetros podem passar dos 45 graus. Em dezembro, a média dos marcadores cai para 17 graus. Cabe lembrar que os estádios no Catar contaram com esquema de climatização mesmo com a competição sendo realizada no fim do ano.
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Ao todo, 15 estádios vão receber partidas da Copa. Oito serão construídos do zero, mesmo número de arenas que a capital Riad vai ter durante a competição. Jeddah terá quatro, enquanto Neom, Abha e Al-Khobar, um cada. A expectativa é de que todos os palcos do Mundial sejam entregues até 2032. O projeto mais audacioso é o do Estádio Internacional Rei Salman, também em Riad, com capacidade para 92 mil pessoas. O local será palco do jogo de abertura e da final, além de se tornar a casa oficial da seleção saudita após o Mundial.
Outro projeto que se destaca pela grandeza é a Arena Príncipe Mohammed bin Salman, projeto de arena futurista que visa “reinventar o conceito tradicional de estádio”. Localizado no topo de uma montanha de 200 metros em Qiddiya, a 35 quilômetros de Riad, o local terá capacidade para para 47 mil pessoas, além de teto e gramado retráteis, permitindo a funcionalidade para diferentes eventos. Ele será coberto por painéis de LED, além de contar com um sistema de captação de água da chuva que resfria o ar-condicionado e funcionalidades multiuso.
Mundial do centenário, em 2030, terá 6 sedes em 3 continentes
O Congresso Extraordinário da Fifa também confirmou as sedes da Copa do Mundo de 2030, no aniversário de cem anos da competição. Seis países, de três continentes, vão receber jogos: Portugal, Espanha, Marrocos, Argentina, Uruguai e Paraguai.
De acordo com o que foi previamente definido, os dois países europeus e o africano serão considerados como sedes oficiais do Mundial. Os sul-americanos, por outro lado, vão receber apenas uma partida cada. Os jogos serão disputados antes da abertura oficial do torneio, na semana anterior. Essa foi a maneira encontrada pela Fifa e a Conmebol para celebrar o centenário da Copa do Mundo.
A primeira edição foi vencida pelo Uruguai, o país-sede. Em 2030, o Estádio Centenário, em Montevidéu, vai hospedar o primeiro jogo do Mundial. A partida da Argentina será no Mâs Monumental, o estádio do River Plate. O local do confronto no Paraguai ainda está sendo construído em Assunção: o estádio do Olimpia, Osvaldo Domínguez Dibb, pai do presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez.