Há 40 dias que o Fluminense não vence no Maracanã. São quatro tropeços caseiros seguidos. Para avançar às quartas de final da Copa do Brasil, terá de quebrar esse tabu diante do Criciúma, sábado, no Maracanã. Com apresentação ruim e pouco objetiva, a equipe carioca perdeu por 2 a 1 nesta terça-feira, no estádio Heriberto Hülse, e precisará de dois gols de vantagem para se classificar. Triunfo por um gol de diferença leva a decisão aos pênaltis.
Foi a terceira derrota seguida do Fluminense, após ser batido por Grêmio e Palmeiras. E a com pior desempenho em campo. Os cariocas foram bastante apáticos no Heriberto Hülse e têm quatro dias para se reorganizar e buscar a reviravolta no confronto das oitavas de final. O prejuízo só não foi maior graças a um gol de pênalti bastante polêmico para diminuir o placar quando perdia por 2 a 0.
Após quatro empates seguidos na Copa do Brasil, o Criciúma festejou a primeira vitória e agora basta manter a invencibilidade, no sábado, para uma sonhada vaga entre os oito melhores da competição. Se marcou forte em casa, certamente será ainda mais aplicado no Rio.
Depois de duas derrotas seguidas, mas com bela apresentação diante do Palmeiras, no fim de semana, o técnico Roger Machado prometia quebrar a série negativa com imposição no campo rival. Sem Caio Paulista, colocou Luiz Henrique para ter ousadia em campo. A ordem era sufocar, como fizera no início no Allianz Parque.
Tudo lindo, maravilhoso nas palavras, e pouco efetivo em campo. O Fluminense fez certamente um dos mais apáticos e preguiçosos 45 minutos da temporada. Sem mostrar vontade, errando passes e com peças dispersas em campo, praticamente não ameaçou o gol de Gustavo.
O Criciúma, por sua vez, era mais vontade que criatividade. Em casa, até arriscava alguns avanços. Nada de perigo, entretanto. O jogo se arrastava para uma igualdade sem graça na pausa do intervalo. Até surgir um gol na base da sorte.
Numa reta final de etapa totalmente equilibrada e sem criação de ambos os lados, o Criciúma conseguiu, em uma roubada de bola, mexer no placar e tirar o jogo da mesmice. Eduardo bateu para o gol e o desvio em Hygor no meio do caminho enganou totalmente o goleiro Marcos Felipe.
Após prometer ofensividade e um time vibrante em campo, o que se via até ali era um enorme marasmo, pouca criatividade e nenhuma objetividade de uma equipe da elite diante de um oponente apenas da Terceira Divisão.
Na volta do intervalo, o Fluminense enfim resolveu jogar bola. E partiu para cima atrás do empate. Alugava o campo ofensivo, sem porém finalizar bem no gol. Se abriu e acabou levando novo golpe. Em contragolpe, Dudu passou por entre os marcadores e caiu, pedindo pênalti. O árbitro mandou o jogo seguir.
Mas o VAR, novidade nas oitavas da Copa do Brasil, foi acionado e, após rever o lance, Caio Max Augusto Vieira anotou o pênalti de Egídio. Fellipe Mateus bateu bem e ampliou. Pênalti lá, pênalti cá, bastante reclamado pelos catarinenses e sem intervenção do VAR. O árbitro assumiu a polêmica marcação. E Abel Hernández descontou, pouco tempo após substituir Fred.
Havia tempo para a busca pelo empate. Faltou dedicação e organização. O Criciúma se fechou bem, soube parar as poucas investidas dos cariocas e vai atuar pelo empate no Maracanã.
FICHA TÉCNICA
CRICIÚMA 2 x 1 FLUMINENSE
CRICIÚMA - Gustavo; Alemão Teixeira, Rodrigo, Marcel e Hélder; Eduardo, Dudu Vieira, Arilson (Dudu) e Fellipe Mateus (Jessé Costa); Hygor (Gabriel Henrique) e Marcão (Warley). Técnico: Paulo Baier.
FLUMINENSE - Marcos Felipe; Samuel Xavier, Manoel, Luccas Claro e Egídio; Yago Felipe (John Kennedy), Martinelli e Nenê (Paulo Henrique Ganso); Gabriel Teixeira (Kayky), Luiz Henrique (Matheus Martins) e Fred (Abel Hernández). Técnico: Roger Machado.
GOLS - Hygor, aos 40 minutos do primeiro tempo. Fellipe Mateus (pênalti), aos 20, e Abel Hernández (pênalti), aos 26 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS - Marcel e Gustavo (Criciúma) e Egídio (Fluminense).
ÁRBITRO - Caio Max Augusto Vieira (RN).
RENDA E PÚBLICO - Jogo sem torcida.
LOCAL - Estádio Heriberto Hülse, em Criciúma (SC).