Alexandre Pássaro, gerente executivo de futebol do São Paulo, confirmou nesta segunda-feira que deixará o cargo ao fim de seu contrato, no dia 31 de dezembro. Ele está fora dos planos do presidente eleito Julio Casares, que assume o clube tricolor no dia 1° de janeiro, mas a transição já está sendo feita. O dirigente escreveu uma carta de despedida divulgada nas redes sociais para falar sobre a sua saída.
No texto, Pássaro diz que não conversou com Casares, mas foi comunicado de que não vai permanecer, ao contrário do diretor de futebol Raí, que será mantido até fevereiro, quando termina a atual temporada, e assegurou que não se sente ressentido por não poder acompanhar mais a equipe até o fim do Campeonato Brasileiro e da Copa do Brasil, torneios nos quais o São Paulo tem chances de título.
"Não tenho nenhum tipo de ressentimento pelo fato de não estar presente no desfecho da temporada. O momento vivido pela equipe que foi montada por nós, a retomada da confiança do torcedor e as manifestações públicas de figuras que são verdadeiras referências já me fazem muito feliz neste momento e trazem a certeza de que este departamento de futebol do SPFC – marcado hoje pela profissionalização absoluta – sofreu profunda melhora e evolução nos últimos anos", disse Pássaro.
"Confio e torço para que o trabalho, que terá continuidade até fevereiro com Fernando Diniz, Raí, com os atletas e demais membros da comissão técnica atual, traga os frutos tão ansiados por nós e por essa apaixonada torcida", completou o dirigente, que ressaltou que se sentiu "honrado" pelo apelo feito por jogadores, Raí, e Muricy Ramalho, que assumirá um cargo no clube, para que seu contrato fosse prorrogado até o fim da temporada. O que, porém, não aconteceu.
O gerente iniciou carreira no São Paulo no departamento jurídico e exerceu também funções no futebol durante a administração de Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, a quem agradeceu e deixou sua "perena e pública gratidão" por ter sido quem mais o "apoiou e ensinou".
Na nova gestão do São Paulo, Muricy Ramalho será o coordenador de futebol e Kaká deve assumir cargo não remunerado no Comitê Avançado de Futebol. ideia é contar com profissionais de diversas áreas neste órgão auxiliar, como ex-jogadores e ex-treinadores, além de profissionais das áreas médica e financeira.
Veja a carta na íntegra:
"Como já é de conhecimento público, ratifico que concluirei as minhas atividades como Gerente Executivo de Futebol do São Paulo Futebol Clube no próximo dia 31, data em que se encerra o meu contrato de trabalho.
Me senti honrado pelo apoio público que recebi nas últimas semanas de figuras importantes como Raí, Muricy Ramalho, Fernando Diniz, assim como atletas e formadores de opinião, para que meu contrato fosse prorrogado até fevereiro – de forma a coincidir com o final da temporada afetada pela COVID-19. Ainda não conversei com o presidente eleito, mas fui comunicado da decisão pela não renovação, a qual respeito profundamente, já que estes são os ciclos naturais do futebol e as consequências normais de uma troca de gestão. Desejo ao novo presidente muito sucesso em seu mandato.
Tive o privilégio de trabalhar neste gigante mundial por praticamente 6 anos, acumulando funções jurídicas e diretivas do futebol. Ao longo deste período, sempre direcionei o meu empenho e o meu trabalho para o São Paulo Futebol Clube. Não tenho nenhum tipo de ressentimento pelo fato de não estar presente no desfecho da temporada. O momento vivido pela equipe que foi montada por nós, a retomada da confiança do torcedor e as manifestações públicas de figuras que são verdadeiras referências já me fazem muito feliz nesse momento e trazem a certeza de que este Departamento de Futebol do SPFC – marcado hoje pela profissionalização absoluta – sofreu profunda melhora e evolução nos últimos anos.
Confio e torço para que o trabalho, que terá continuidade até fevereiro com Fernando Diniz, Raí, com os atletas e demais membros da comissão técnica atual, traga os frutos tão ansiados por todos nós e por essa apaixonada torcida.
Agradeço muito ao São Paulo Futebol Clube, instituição que acreditou no meu trabalho e na minha dedicação neste período, me abriu portas, me capacitou, investiu em mim e agora me devolverá ao mercado muito mais preparado e projetado do que eu era quando cheguei. Ao presidente Leco, quem mais me apoiou e ensinou, a minha eterna, perene e pública gratidão.
Tenho um orgulho infinito da minha trajetória e da minha postura durante este período, avalizada pelos dois maiores ídolos da história do clube, Raí e Rogério Ceni, que me outorgaram o mais alto nível de confiança nas relações profissionais e pessoais. Foi um caminho repleto de erros e acertos, mas completamente imaculado, marcado pelos valores irrenunciáveis que aprendi com meus pais.
Respeito e gratidão eterna ao Tricolor do Morumbi."