Futebol alegre e liberdade criativa: como Xabi Alonso virou o técnico mais desejado da Europa


Treinado pelo espanhol de 40 anos, Bayer Leverkusen está invicto há 33 partidas e é o único clube das cinco principais ligas europeias sem perder na temporada

Por Ricardo Magatti
Atualização:

Minutos depois de o Bayern de Munique levar 3 a 0 do Bayer Leverkusen, Thomas Muller, capitão do time bávaro e o jogador alemão com mais títulos na história, fez um desabafo. O atacante de 34 anos disse haver “sintomas” relacionados aos problemas da equipe que podem ser notados em campo.

“O que nos falta é liberdade”, exclamou Muller. “Veja o caso do Leverkusen, nem todas as suas jogadas estão planejadas. Grimaldo aparece na ponta direita e é lateral-esquerdo. Eles apenas apostam, jogam futebol. Vamos de A para B, sem liberdade, e ninguém corre riscos”, exemplificou o alemão.

Na tentativa de explicar as fraquezas do Bayern de Munique, que vive uma crise incomum, Muller citou o Bayer Leverkusen, treinado por Xabi Alonso, que se transformou no técnico mais admirado e cobiçado da Europa ao levar a equipe à liderança da Bundesliga, o Campeonato Alemão, com um futebol que cativa e que permite aos jogadores ter liberdade para criar, sem que fiquem presos aos movimentos programados e ensaiados, como mencionou o antigo companheiro de Alonso no clube bávaro.

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“Ele é um competidor e vencedor natural. Ele incutiu uma atitude endurecida pela batalha e um espírito de luta na equipe”, definiu Simon Rofles, diretor esportivo do Leverkusen, em entrevista ao site americano The Athletic.

Cobiçado por Liverpool e Bayern de Munique, Xabi Alonso dá liberdade criativa a seus jogadores Foto: Helko Becker/Reuters

Futebol alegre, dinâmico e livre

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Em elogio ao jogo mais “livre” do Leverkusen, contrariando o que fazem muitas equipes pragmáticas e robotizadas ao redor do mundo, Müller deu destaque ao lateral-esquerdo Alejandro Grimaldo, que foi transformado por Alonso em um ponta que joga nos dois lados do ataque. O jogador espanhol tem dez gols e 11 assistências na temporada. Grimaldo é uma das peças que se destacam no 3-5-2 do Leverkusen, variando para um 5-4-1 ou 5-2-3 a depender das ações do jogo. Mas a principal estrela é o jogo coletivo, construído desde a defesa e com passes curtos e rápidos.

“Ele (Xabi Alonso) fala: ‘o meia está se aproximando ali, acha o cara, sai por trás do adversário, triangula. Volta o jogo’. Ele não tem pressa, mas quer um jogo dinâmico. Você tem de estar decidido e dar dinâmica ao jogo, mas sem pressa”, detalhou o lateral-direito Arthur, único brasileiro no elenco do Leverkusen, em entrevista à TNT Sports.

“Ele te passa confiança e te mostra o que você tem de fazer em campo. Você não o vê xingando muito, gritando à beira do campo, parando o treino toda hora. Se alguma coisa não sai do jeito que ele quer, ele conversa com você na boa. Ele fala pra fazer isso, isso e isso. Você faz e dá certo”, completou Arthur, vendido pelo América Mineiro aos alemães em abril do ano passado.

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Pelas mãos de Guardiola, Mourinho e Ancelotti

Campeão do mundo com a Espanha em 2010, Alonso sempre foi elogiado por seus treinadores. Era visto como um atleta com potencial para se tornar técnico. Passou pelas mãos de Pep Guardiola, Jose Mourinho e Carlo Ancelotti, por exemplo. Enquanto atleta, o espanhol tentava entender e analisar o que fazia em campo. Acostumou a “cantar” o jogo para seus companheiros. “Ele sempre falava, sempre nos dizia o que fazer”, comentou Kaká, que atuou com o espanhol no Real Madrid.

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Tinha muitas anotações em seus cadernos, especialmente ensinamentos de seus técnicos. “Mas foi só depois de me aposentar que eu soube realmente que daria esse passo, foi aí que acreditei na frase do Johan Cruyff: ‘A coisa mais bela é jogar futebol; a segunda coisa mais bela é treinar’”, disse o ex-meio-campista holandês quando começou sua jornada à beira do gramado.

Alonso se aposentou dos campos em 2017, aos 36 anos. Levou consigo o que absorveu com cada um de seus treinadores no passado, tirou as licenças necessárias na Uefa, aliou o que aprendeu em campo à teoria e, dois anos depois, assumiu o time B da Real Sociedad, equipe espanhola que o lançou para o futebol há mais de duas décadas.

Bayer Leverkusen, de Xabi Alonso, é o único time das cinco maiores ligas europeias ainda invicto na temporada Foto: Helko Becker/Reuters
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Campanha irretocável

Alonso foi convidado a comandar o Leverkusen na temporada 2022/2023, substituindo o suíço Gerard Seone, demitido depois de um início ruim na Bundesliga. Começou, em 5 de outubro 2022, a revolução no time do norte da Alemanha, que completará 120 anos em julho e, a cada rodada, se aproxima de conquistar o campeonato alemão pela primeira vez.

Na temporada passada, Xabi Alonso tirou o clube das últimas posições da tabela e o levou à sexta colocação. Era só o começo dos elogios. Nesta temporada, ele fez o improvável. Sob o seu comando, o Leverkusen não perdeu nenhuma das 32 partidas que disputou, entre compromissos da Bundesliga, Copa da Alemanha e Liga Europa.

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O Leverkusen é o único invicto das cinco principais ligas europeias e lidera a Bundesliga com cinco pontos de vantagem. Mais do que ser eficaz, o time encanta e mostra ser imprevisível e capaz de surpreender, o que torna uma tarefa complicada para os rivais anular as virtudes dos comandados de Alonso. “Tenho a sensação de que podemos vencer qualquer rival. Os outros também jogam muito bem e têm recursos para alcançar o sucesso. Tenho muita confiança na nossa forma de jogar e sempre penso que vamos vencer antes dos jogos”, afirmou o treinador.

Os números do Bayer Leverkusen na temporada:

  • 33 partidas
  • 29 vitórias
  • 4 empates
  • 95 gols feitos
  • 23 gols sofridos

Cobiçado por Liverpool e Bayern de Munique

A crise no Bayern de Munique, que perdeu seus últimos três jogos, um deles para o Leverkusen, e pode terminar uma temporada sem títulos pela primeira vez em 12 anos, fez o clube bávaro pensar no nome de Xabi Alonso, segundo o portal americano The Athletic. Sob pressão, Thomas Tuchel deve ser demitido do time de Munique, no qual Alonso atuou entre 2014 e 2017.

Outro antigo clube do ex-meio-campista que também tem o interesse na sua contratação é o Liverpool, que ficará sem Jürgen Klopp em junho, ao fim da temporada, como já avisou o próprio treinador. Segundo o jornal alemão Bild, o time inglês fez uma proposta oficial pela contratação do espanhol. “Xabi Alonso está fazendo um trabalho incrível. Ele é excepcional”, disse Klopp recentemente sobre o seu colega de profissão. “Mesmo que você tivesse me perguntado há oito semanas, eu teria dito: ah meu Deus! A próxima geração já está aí e eu diria que Xabi Alonso é um destaque nesse departamento”.

Minutos depois de o Bayern de Munique levar 3 a 0 do Bayer Leverkusen, Thomas Muller, capitão do time bávaro e o jogador alemão com mais títulos na história, fez um desabafo. O atacante de 34 anos disse haver “sintomas” relacionados aos problemas da equipe que podem ser notados em campo.

“O que nos falta é liberdade”, exclamou Muller. “Veja o caso do Leverkusen, nem todas as suas jogadas estão planejadas. Grimaldo aparece na ponta direita e é lateral-esquerdo. Eles apenas apostam, jogam futebol. Vamos de A para B, sem liberdade, e ninguém corre riscos”, exemplificou o alemão.

Na tentativa de explicar as fraquezas do Bayern de Munique, que vive uma crise incomum, Muller citou o Bayer Leverkusen, treinado por Xabi Alonso, que se transformou no técnico mais admirado e cobiçado da Europa ao levar a equipe à liderança da Bundesliga, o Campeonato Alemão, com um futebol que cativa e que permite aos jogadores ter liberdade para criar, sem que fiquem presos aos movimentos programados e ensaiados, como mencionou o antigo companheiro de Alonso no clube bávaro.

“Ele é um competidor e vencedor natural. Ele incutiu uma atitude endurecida pela batalha e um espírito de luta na equipe”, definiu Simon Rofles, diretor esportivo do Leverkusen, em entrevista ao site americano The Athletic.

Cobiçado por Liverpool e Bayern de Munique, Xabi Alonso dá liberdade criativa a seus jogadores Foto: Helko Becker/Reuters

Futebol alegre, dinâmico e livre

Em elogio ao jogo mais “livre” do Leverkusen, contrariando o que fazem muitas equipes pragmáticas e robotizadas ao redor do mundo, Müller deu destaque ao lateral-esquerdo Alejandro Grimaldo, que foi transformado por Alonso em um ponta que joga nos dois lados do ataque. O jogador espanhol tem dez gols e 11 assistências na temporada. Grimaldo é uma das peças que se destacam no 3-5-2 do Leverkusen, variando para um 5-4-1 ou 5-2-3 a depender das ações do jogo. Mas a principal estrela é o jogo coletivo, construído desde a defesa e com passes curtos e rápidos.

“Ele (Xabi Alonso) fala: ‘o meia está se aproximando ali, acha o cara, sai por trás do adversário, triangula. Volta o jogo’. Ele não tem pressa, mas quer um jogo dinâmico. Você tem de estar decidido e dar dinâmica ao jogo, mas sem pressa”, detalhou o lateral-direito Arthur, único brasileiro no elenco do Leverkusen, em entrevista à TNT Sports.

“Ele te passa confiança e te mostra o que você tem de fazer em campo. Você não o vê xingando muito, gritando à beira do campo, parando o treino toda hora. Se alguma coisa não sai do jeito que ele quer, ele conversa com você na boa. Ele fala pra fazer isso, isso e isso. Você faz e dá certo”, completou Arthur, vendido pelo América Mineiro aos alemães em abril do ano passado.

Pelas mãos de Guardiola, Mourinho e Ancelotti

Campeão do mundo com a Espanha em 2010, Alonso sempre foi elogiado por seus treinadores. Era visto como um atleta com potencial para se tornar técnico. Passou pelas mãos de Pep Guardiola, Jose Mourinho e Carlo Ancelotti, por exemplo. Enquanto atleta, o espanhol tentava entender e analisar o que fazia em campo. Acostumou a “cantar” o jogo para seus companheiros. “Ele sempre falava, sempre nos dizia o que fazer”, comentou Kaká, que atuou com o espanhol no Real Madrid.

Tinha muitas anotações em seus cadernos, especialmente ensinamentos de seus técnicos. “Mas foi só depois de me aposentar que eu soube realmente que daria esse passo, foi aí que acreditei na frase do Johan Cruyff: ‘A coisa mais bela é jogar futebol; a segunda coisa mais bela é treinar’”, disse o ex-meio-campista holandês quando começou sua jornada à beira do gramado.

Alonso se aposentou dos campos em 2017, aos 36 anos. Levou consigo o que absorveu com cada um de seus treinadores no passado, tirou as licenças necessárias na Uefa, aliou o que aprendeu em campo à teoria e, dois anos depois, assumiu o time B da Real Sociedad, equipe espanhola que o lançou para o futebol há mais de duas décadas.

Bayer Leverkusen, de Xabi Alonso, é o único time das cinco maiores ligas europeias ainda invicto na temporada Foto: Helko Becker/Reuters

Campanha irretocável

Alonso foi convidado a comandar o Leverkusen na temporada 2022/2023, substituindo o suíço Gerard Seone, demitido depois de um início ruim na Bundesliga. Começou, em 5 de outubro 2022, a revolução no time do norte da Alemanha, que completará 120 anos em julho e, a cada rodada, se aproxima de conquistar o campeonato alemão pela primeira vez.

Na temporada passada, Xabi Alonso tirou o clube das últimas posições da tabela e o levou à sexta colocação. Era só o começo dos elogios. Nesta temporada, ele fez o improvável. Sob o seu comando, o Leverkusen não perdeu nenhuma das 32 partidas que disputou, entre compromissos da Bundesliga, Copa da Alemanha e Liga Europa.

O Leverkusen é o único invicto das cinco principais ligas europeias e lidera a Bundesliga com cinco pontos de vantagem. Mais do que ser eficaz, o time encanta e mostra ser imprevisível e capaz de surpreender, o que torna uma tarefa complicada para os rivais anular as virtudes dos comandados de Alonso. “Tenho a sensação de que podemos vencer qualquer rival. Os outros também jogam muito bem e têm recursos para alcançar o sucesso. Tenho muita confiança na nossa forma de jogar e sempre penso que vamos vencer antes dos jogos”, afirmou o treinador.

Os números do Bayer Leverkusen na temporada:

  • 33 partidas
  • 29 vitórias
  • 4 empates
  • 95 gols feitos
  • 23 gols sofridos

Cobiçado por Liverpool e Bayern de Munique

A crise no Bayern de Munique, que perdeu seus últimos três jogos, um deles para o Leverkusen, e pode terminar uma temporada sem títulos pela primeira vez em 12 anos, fez o clube bávaro pensar no nome de Xabi Alonso, segundo o portal americano The Athletic. Sob pressão, Thomas Tuchel deve ser demitido do time de Munique, no qual Alonso atuou entre 2014 e 2017.

Outro antigo clube do ex-meio-campista que também tem o interesse na sua contratação é o Liverpool, que ficará sem Jürgen Klopp em junho, ao fim da temporada, como já avisou o próprio treinador. Segundo o jornal alemão Bild, o time inglês fez uma proposta oficial pela contratação do espanhol. “Xabi Alonso está fazendo um trabalho incrível. Ele é excepcional”, disse Klopp recentemente sobre o seu colega de profissão. “Mesmo que você tivesse me perguntado há oito semanas, eu teria dito: ah meu Deus! A próxima geração já está aí e eu diria que Xabi Alonso é um destaque nesse departamento”.

Minutos depois de o Bayern de Munique levar 3 a 0 do Bayer Leverkusen, Thomas Muller, capitão do time bávaro e o jogador alemão com mais títulos na história, fez um desabafo. O atacante de 34 anos disse haver “sintomas” relacionados aos problemas da equipe que podem ser notados em campo.

“O que nos falta é liberdade”, exclamou Muller. “Veja o caso do Leverkusen, nem todas as suas jogadas estão planejadas. Grimaldo aparece na ponta direita e é lateral-esquerdo. Eles apenas apostam, jogam futebol. Vamos de A para B, sem liberdade, e ninguém corre riscos”, exemplificou o alemão.

Na tentativa de explicar as fraquezas do Bayern de Munique, que vive uma crise incomum, Muller citou o Bayer Leverkusen, treinado por Xabi Alonso, que se transformou no técnico mais admirado e cobiçado da Europa ao levar a equipe à liderança da Bundesliga, o Campeonato Alemão, com um futebol que cativa e que permite aos jogadores ter liberdade para criar, sem que fiquem presos aos movimentos programados e ensaiados, como mencionou o antigo companheiro de Alonso no clube bávaro.

“Ele é um competidor e vencedor natural. Ele incutiu uma atitude endurecida pela batalha e um espírito de luta na equipe”, definiu Simon Rofles, diretor esportivo do Leverkusen, em entrevista ao site americano The Athletic.

Cobiçado por Liverpool e Bayern de Munique, Xabi Alonso dá liberdade criativa a seus jogadores Foto: Helko Becker/Reuters

Futebol alegre, dinâmico e livre

Em elogio ao jogo mais “livre” do Leverkusen, contrariando o que fazem muitas equipes pragmáticas e robotizadas ao redor do mundo, Müller deu destaque ao lateral-esquerdo Alejandro Grimaldo, que foi transformado por Alonso em um ponta que joga nos dois lados do ataque. O jogador espanhol tem dez gols e 11 assistências na temporada. Grimaldo é uma das peças que se destacam no 3-5-2 do Leverkusen, variando para um 5-4-1 ou 5-2-3 a depender das ações do jogo. Mas a principal estrela é o jogo coletivo, construído desde a defesa e com passes curtos e rápidos.

“Ele (Xabi Alonso) fala: ‘o meia está se aproximando ali, acha o cara, sai por trás do adversário, triangula. Volta o jogo’. Ele não tem pressa, mas quer um jogo dinâmico. Você tem de estar decidido e dar dinâmica ao jogo, mas sem pressa”, detalhou o lateral-direito Arthur, único brasileiro no elenco do Leverkusen, em entrevista à TNT Sports.

“Ele te passa confiança e te mostra o que você tem de fazer em campo. Você não o vê xingando muito, gritando à beira do campo, parando o treino toda hora. Se alguma coisa não sai do jeito que ele quer, ele conversa com você na boa. Ele fala pra fazer isso, isso e isso. Você faz e dá certo”, completou Arthur, vendido pelo América Mineiro aos alemães em abril do ano passado.

Pelas mãos de Guardiola, Mourinho e Ancelotti

Campeão do mundo com a Espanha em 2010, Alonso sempre foi elogiado por seus treinadores. Era visto como um atleta com potencial para se tornar técnico. Passou pelas mãos de Pep Guardiola, Jose Mourinho e Carlo Ancelotti, por exemplo. Enquanto atleta, o espanhol tentava entender e analisar o que fazia em campo. Acostumou a “cantar” o jogo para seus companheiros. “Ele sempre falava, sempre nos dizia o que fazer”, comentou Kaká, que atuou com o espanhol no Real Madrid.

Tinha muitas anotações em seus cadernos, especialmente ensinamentos de seus técnicos. “Mas foi só depois de me aposentar que eu soube realmente que daria esse passo, foi aí que acreditei na frase do Johan Cruyff: ‘A coisa mais bela é jogar futebol; a segunda coisa mais bela é treinar’”, disse o ex-meio-campista holandês quando começou sua jornada à beira do gramado.

Alonso se aposentou dos campos em 2017, aos 36 anos. Levou consigo o que absorveu com cada um de seus treinadores no passado, tirou as licenças necessárias na Uefa, aliou o que aprendeu em campo à teoria e, dois anos depois, assumiu o time B da Real Sociedad, equipe espanhola que o lançou para o futebol há mais de duas décadas.

Bayer Leverkusen, de Xabi Alonso, é o único time das cinco maiores ligas europeias ainda invicto na temporada Foto: Helko Becker/Reuters

Campanha irretocável

Alonso foi convidado a comandar o Leverkusen na temporada 2022/2023, substituindo o suíço Gerard Seone, demitido depois de um início ruim na Bundesliga. Começou, em 5 de outubro 2022, a revolução no time do norte da Alemanha, que completará 120 anos em julho e, a cada rodada, se aproxima de conquistar o campeonato alemão pela primeira vez.

Na temporada passada, Xabi Alonso tirou o clube das últimas posições da tabela e o levou à sexta colocação. Era só o começo dos elogios. Nesta temporada, ele fez o improvável. Sob o seu comando, o Leverkusen não perdeu nenhuma das 32 partidas que disputou, entre compromissos da Bundesliga, Copa da Alemanha e Liga Europa.

O Leverkusen é o único invicto das cinco principais ligas europeias e lidera a Bundesliga com cinco pontos de vantagem. Mais do que ser eficaz, o time encanta e mostra ser imprevisível e capaz de surpreender, o que torna uma tarefa complicada para os rivais anular as virtudes dos comandados de Alonso. “Tenho a sensação de que podemos vencer qualquer rival. Os outros também jogam muito bem e têm recursos para alcançar o sucesso. Tenho muita confiança na nossa forma de jogar e sempre penso que vamos vencer antes dos jogos”, afirmou o treinador.

Os números do Bayer Leverkusen na temporada:

  • 33 partidas
  • 29 vitórias
  • 4 empates
  • 95 gols feitos
  • 23 gols sofridos

Cobiçado por Liverpool e Bayern de Munique

A crise no Bayern de Munique, que perdeu seus últimos três jogos, um deles para o Leverkusen, e pode terminar uma temporada sem títulos pela primeira vez em 12 anos, fez o clube bávaro pensar no nome de Xabi Alonso, segundo o portal americano The Athletic. Sob pressão, Thomas Tuchel deve ser demitido do time de Munique, no qual Alonso atuou entre 2014 e 2017.

Outro antigo clube do ex-meio-campista que também tem o interesse na sua contratação é o Liverpool, que ficará sem Jürgen Klopp em junho, ao fim da temporada, como já avisou o próprio treinador. Segundo o jornal alemão Bild, o time inglês fez uma proposta oficial pela contratação do espanhol. “Xabi Alonso está fazendo um trabalho incrível. Ele é excepcional”, disse Klopp recentemente sobre o seu colega de profissão. “Mesmo que você tivesse me perguntado há oito semanas, eu teria dito: ah meu Deus! A próxima geração já está aí e eu diria que Xabi Alonso é um destaque nesse departamento”.

Minutos depois de o Bayern de Munique levar 3 a 0 do Bayer Leverkusen, Thomas Muller, capitão do time bávaro e o jogador alemão com mais títulos na história, fez um desabafo. O atacante de 34 anos disse haver “sintomas” relacionados aos problemas da equipe que podem ser notados em campo.

“O que nos falta é liberdade”, exclamou Muller. “Veja o caso do Leverkusen, nem todas as suas jogadas estão planejadas. Grimaldo aparece na ponta direita e é lateral-esquerdo. Eles apenas apostam, jogam futebol. Vamos de A para B, sem liberdade, e ninguém corre riscos”, exemplificou o alemão.

Na tentativa de explicar as fraquezas do Bayern de Munique, que vive uma crise incomum, Muller citou o Bayer Leverkusen, treinado por Xabi Alonso, que se transformou no técnico mais admirado e cobiçado da Europa ao levar a equipe à liderança da Bundesliga, o Campeonato Alemão, com um futebol que cativa e que permite aos jogadores ter liberdade para criar, sem que fiquem presos aos movimentos programados e ensaiados, como mencionou o antigo companheiro de Alonso no clube bávaro.

“Ele é um competidor e vencedor natural. Ele incutiu uma atitude endurecida pela batalha e um espírito de luta na equipe”, definiu Simon Rofles, diretor esportivo do Leverkusen, em entrevista ao site americano The Athletic.

Cobiçado por Liverpool e Bayern de Munique, Xabi Alonso dá liberdade criativa a seus jogadores Foto: Helko Becker/Reuters

Futebol alegre, dinâmico e livre

Em elogio ao jogo mais “livre” do Leverkusen, contrariando o que fazem muitas equipes pragmáticas e robotizadas ao redor do mundo, Müller deu destaque ao lateral-esquerdo Alejandro Grimaldo, que foi transformado por Alonso em um ponta que joga nos dois lados do ataque. O jogador espanhol tem dez gols e 11 assistências na temporada. Grimaldo é uma das peças que se destacam no 3-5-2 do Leverkusen, variando para um 5-4-1 ou 5-2-3 a depender das ações do jogo. Mas a principal estrela é o jogo coletivo, construído desde a defesa e com passes curtos e rápidos.

“Ele (Xabi Alonso) fala: ‘o meia está se aproximando ali, acha o cara, sai por trás do adversário, triangula. Volta o jogo’. Ele não tem pressa, mas quer um jogo dinâmico. Você tem de estar decidido e dar dinâmica ao jogo, mas sem pressa”, detalhou o lateral-direito Arthur, único brasileiro no elenco do Leverkusen, em entrevista à TNT Sports.

“Ele te passa confiança e te mostra o que você tem de fazer em campo. Você não o vê xingando muito, gritando à beira do campo, parando o treino toda hora. Se alguma coisa não sai do jeito que ele quer, ele conversa com você na boa. Ele fala pra fazer isso, isso e isso. Você faz e dá certo”, completou Arthur, vendido pelo América Mineiro aos alemães em abril do ano passado.

Pelas mãos de Guardiola, Mourinho e Ancelotti

Campeão do mundo com a Espanha em 2010, Alonso sempre foi elogiado por seus treinadores. Era visto como um atleta com potencial para se tornar técnico. Passou pelas mãos de Pep Guardiola, Jose Mourinho e Carlo Ancelotti, por exemplo. Enquanto atleta, o espanhol tentava entender e analisar o que fazia em campo. Acostumou a “cantar” o jogo para seus companheiros. “Ele sempre falava, sempre nos dizia o que fazer”, comentou Kaká, que atuou com o espanhol no Real Madrid.

Tinha muitas anotações em seus cadernos, especialmente ensinamentos de seus técnicos. “Mas foi só depois de me aposentar que eu soube realmente que daria esse passo, foi aí que acreditei na frase do Johan Cruyff: ‘A coisa mais bela é jogar futebol; a segunda coisa mais bela é treinar’”, disse o ex-meio-campista holandês quando começou sua jornada à beira do gramado.

Alonso se aposentou dos campos em 2017, aos 36 anos. Levou consigo o que absorveu com cada um de seus treinadores no passado, tirou as licenças necessárias na Uefa, aliou o que aprendeu em campo à teoria e, dois anos depois, assumiu o time B da Real Sociedad, equipe espanhola que o lançou para o futebol há mais de duas décadas.

Bayer Leverkusen, de Xabi Alonso, é o único time das cinco maiores ligas europeias ainda invicto na temporada Foto: Helko Becker/Reuters

Campanha irretocável

Alonso foi convidado a comandar o Leverkusen na temporada 2022/2023, substituindo o suíço Gerard Seone, demitido depois de um início ruim na Bundesliga. Começou, em 5 de outubro 2022, a revolução no time do norte da Alemanha, que completará 120 anos em julho e, a cada rodada, se aproxima de conquistar o campeonato alemão pela primeira vez.

Na temporada passada, Xabi Alonso tirou o clube das últimas posições da tabela e o levou à sexta colocação. Era só o começo dos elogios. Nesta temporada, ele fez o improvável. Sob o seu comando, o Leverkusen não perdeu nenhuma das 32 partidas que disputou, entre compromissos da Bundesliga, Copa da Alemanha e Liga Europa.

O Leverkusen é o único invicto das cinco principais ligas europeias e lidera a Bundesliga com cinco pontos de vantagem. Mais do que ser eficaz, o time encanta e mostra ser imprevisível e capaz de surpreender, o que torna uma tarefa complicada para os rivais anular as virtudes dos comandados de Alonso. “Tenho a sensação de que podemos vencer qualquer rival. Os outros também jogam muito bem e têm recursos para alcançar o sucesso. Tenho muita confiança na nossa forma de jogar e sempre penso que vamos vencer antes dos jogos”, afirmou o treinador.

Os números do Bayer Leverkusen na temporada:

  • 33 partidas
  • 29 vitórias
  • 4 empates
  • 95 gols feitos
  • 23 gols sofridos

Cobiçado por Liverpool e Bayern de Munique

A crise no Bayern de Munique, que perdeu seus últimos três jogos, um deles para o Leverkusen, e pode terminar uma temporada sem títulos pela primeira vez em 12 anos, fez o clube bávaro pensar no nome de Xabi Alonso, segundo o portal americano The Athletic. Sob pressão, Thomas Tuchel deve ser demitido do time de Munique, no qual Alonso atuou entre 2014 e 2017.

Outro antigo clube do ex-meio-campista que também tem o interesse na sua contratação é o Liverpool, que ficará sem Jürgen Klopp em junho, ao fim da temporada, como já avisou o próprio treinador. Segundo o jornal alemão Bild, o time inglês fez uma proposta oficial pela contratação do espanhol. “Xabi Alonso está fazendo um trabalho incrível. Ele é excepcional”, disse Klopp recentemente sobre o seu colega de profissão. “Mesmo que você tivesse me perguntado há oito semanas, eu teria dito: ah meu Deus! A próxima geração já está aí e eu diria que Xabi Alonso é um destaque nesse departamento”.

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