Futebol popular? Altos custos afastam torcedores de jogos nas Eliminatórias na América do Sul


Preços elevados, baixos salários e economias instáveis no continente distanciam classes populares dos estádios

Por David Salazar

Na América do Sul, região onde nasceu o campeão mundial Lionel Messi, admirado tanto por ricos como por pobres, desfrutar do futebol da seleção nacional no estádio é um privilégio. Os altos preços dos ingressos para os jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo distanciam as classes populares de seus ídolos.

Na primeira rodada, disputada em setembro, surgiram reclamações sobre preços altíssimos em países que vivem o futebol como uma religião. Os valores foram criticados pelo técnico Lionel Scaloni, da seleção argentina, pelo meia chileno Arturo Vidal, e especialmente pelos torcedores, que sobrevivem com baixos salários em economias instáveis e com inflação disparada, como a Colômbia, que vende, em Barranquilla, o segundo ingresso mais caro do continente, segundo cálculos da AFP.

O custo médio para assistir a uma partida da seleção colombiana em casa é de cerca de US$ 102 (cerca de R$ 516,80 na cotação atual), em um país com um salário mínimo de US$ 270 (R$ 1.368,00). Pablo González, trabalhador de uma universidade em Barranquilla, encarregado de serviços de manutenção e limpeza, já se conformou com o fato de que não poderá ver seu time na quinta-feira contra o Uruguai por falta de dinheiro.

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Ídolo distante: cada vez menos classes populares têm acesso aos jogos da seleções na América do Sul por causa dos altos presos.  Foto: LUIS ROBAYO / AFP

“No caso pessoal (pagar) é algo impossível (…) há pessoas que têm um poder de compra muito elevado mas não se pode usufruir disso”, queixou-se o torcedor de 49 anos.

A partida de estreia da seleção brasileira nas Eliminatórias, contra a Bolívia, no Mangueirão, também foi alvo de críticas pelo alto custo dos ingressos. A entrada mais barata, nas arquibancadas, custou R$ 200, enquanto a mais cara, nos camarotes, chegou a R$ 1.600. O Brasil venceu por 5 a 1 diante de 43 mil pessoas em Belém. Para o jogo desta quinta-feira, contra a Venezuela, na Arena Pantanal, em Cuiabá, o preço dos ingressos variam entre R$ 200 e R$ 600.

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‘Exclusivo’

A caminhada triunfante que a Argentina faz pelo continente pensando na próxima Copa do Mundo desperta paixões e frustrações entre os torcedores de um país com uma inflação anual de 120% e um índice de pobreza que ultrapassa os 40% da população.

Para a partida contra o Paraguai, a federação providenciou ingressos que custam em média 120 dólares pelo câmbio oficial (R$ 608,3). Dada a quantidade de torcedores que querem ver Messi e companhia, a entidade máxima do futebol argentino lançou o “AFA ID”, uma espécie de assinatura da seleção albiceleste que dá prioridade na compra de ingressos a quem o adquirir.

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Aquela que dá mais benefícios, chamada de categoria “Gold”, fica perto de R$ 14 mil, valor totalmente diferente do salário base de R$ 323. Sem condenar diretamente os preços fixados, o técnico Lionel Scaloni disse em setembro que gastou milhares de pesos argentinos em ingressos para sua família e sugeriu que os torcedores sofressem na vontade de acompanhar a “Scaloneta”.

Torcedor do Uruguai presente em partida contra o Equador pelas Eliminatórias.  Foto: ERNESTO RYAN / AFP

“Me custa muito, como a toda a gente. Mas não sou ninguém para definir o preço dos bilhetes”, disse em conferência de imprensa. “Se dependesse de mim, deixaria as pessoas irem de graça. (mas) O que posso fazer? Não posso fazer nada sobre isso”, disse ele.

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Alguns preços “excluem algo popular como o futebol”, afirmou Candela Thompson em nota da agência estatal argentina Télam. No Brasil, os preços variam de acordo com a capacidade socioeconômica da cidade-sede das partidas, enquanto o desinteresse pela seleção cresce entre os brasileiros.

Arrependimento

Considerado um jogador de futebol do povo por sua origem humilde, o capitão Arturo Vidal foi o encarregado de se manifestar no Chile. “Os ingressos são caros. Já avisamos ao presidente (da federação chilena de futebol Pablo Milad) para baixá-los um pouco, porque são muito caros, precisamos do estádio cheio”, disse ele antes da partida contra a Colômbia, no dia 12 de setembro. em um stream do Twitch.

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Segundo a imprensa chilena, ao contrário das eliminatórias anteriores, os torcedores da Roja demoraram vários dias para adquirir todos os ingressos para o estádio Monumental de Santiago.

Torcedores chilenos com máscaras dos jogadores Vidal, Alexis Sánchez e Medel antes de partida contra a Colômbia.  Foto: JAVIER TORRES / AFP

No Uruguai, os dirigentes fizeram um mea culpa pelos preços, o que impediu que o Centenário de Montevidéu fosse preenchido para a estreia oficial no banco de “El Loco” Marcelo Bielsa, no dia 8 de setembro com o triunfo celestial por 3 a 1 sobre o Chile.

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“Cometemos um erro”, reconheceu o presidente da Federação Uruguaia de Futebol (AUF), Ignacio Alonso, em declarações à Esdrújula TV noticiadas pelo jornal El País. “A prova é que o estádio deveria ter tido uma venda de 40 mil bilhetes, que foi o que foi permitido naquele dia, e tivemos cerca de 31.500″, admitiu. “São 8.500 que não foram e isso responde à rejeição dos preços”, disse Alonso, que reduziu ligeiramente os custos da janela de qualificação em outubro. / AFP

Na América do Sul, região onde nasceu o campeão mundial Lionel Messi, admirado tanto por ricos como por pobres, desfrutar do futebol da seleção nacional no estádio é um privilégio. Os altos preços dos ingressos para os jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo distanciam as classes populares de seus ídolos.

Na primeira rodada, disputada em setembro, surgiram reclamações sobre preços altíssimos em países que vivem o futebol como uma religião. Os valores foram criticados pelo técnico Lionel Scaloni, da seleção argentina, pelo meia chileno Arturo Vidal, e especialmente pelos torcedores, que sobrevivem com baixos salários em economias instáveis e com inflação disparada, como a Colômbia, que vende, em Barranquilla, o segundo ingresso mais caro do continente, segundo cálculos da AFP.

O custo médio para assistir a uma partida da seleção colombiana em casa é de cerca de US$ 102 (cerca de R$ 516,80 na cotação atual), em um país com um salário mínimo de US$ 270 (R$ 1.368,00). Pablo González, trabalhador de uma universidade em Barranquilla, encarregado de serviços de manutenção e limpeza, já se conformou com o fato de que não poderá ver seu time na quinta-feira contra o Uruguai por falta de dinheiro.

Ídolo distante: cada vez menos classes populares têm acesso aos jogos da seleções na América do Sul por causa dos altos presos.  Foto: LUIS ROBAYO / AFP

“No caso pessoal (pagar) é algo impossível (…) há pessoas que têm um poder de compra muito elevado mas não se pode usufruir disso”, queixou-se o torcedor de 49 anos.

A partida de estreia da seleção brasileira nas Eliminatórias, contra a Bolívia, no Mangueirão, também foi alvo de críticas pelo alto custo dos ingressos. A entrada mais barata, nas arquibancadas, custou R$ 200, enquanto a mais cara, nos camarotes, chegou a R$ 1.600. O Brasil venceu por 5 a 1 diante de 43 mil pessoas em Belém. Para o jogo desta quinta-feira, contra a Venezuela, na Arena Pantanal, em Cuiabá, o preço dos ingressos variam entre R$ 200 e R$ 600.

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A caminhada triunfante que a Argentina faz pelo continente pensando na próxima Copa do Mundo desperta paixões e frustrações entre os torcedores de um país com uma inflação anual de 120% e um índice de pobreza que ultrapassa os 40% da população.

Para a partida contra o Paraguai, a federação providenciou ingressos que custam em média 120 dólares pelo câmbio oficial (R$ 608,3). Dada a quantidade de torcedores que querem ver Messi e companhia, a entidade máxima do futebol argentino lançou o “AFA ID”, uma espécie de assinatura da seleção albiceleste que dá prioridade na compra de ingressos a quem o adquirir.

Aquela que dá mais benefícios, chamada de categoria “Gold”, fica perto de R$ 14 mil, valor totalmente diferente do salário base de R$ 323. Sem condenar diretamente os preços fixados, o técnico Lionel Scaloni disse em setembro que gastou milhares de pesos argentinos em ingressos para sua família e sugeriu que os torcedores sofressem na vontade de acompanhar a “Scaloneta”.

Torcedor do Uruguai presente em partida contra o Equador pelas Eliminatórias.  Foto: ERNESTO RYAN / AFP

“Me custa muito, como a toda a gente. Mas não sou ninguém para definir o preço dos bilhetes”, disse em conferência de imprensa. “Se dependesse de mim, deixaria as pessoas irem de graça. (mas) O que posso fazer? Não posso fazer nada sobre isso”, disse ele.

Alguns preços “excluem algo popular como o futebol”, afirmou Candela Thompson em nota da agência estatal argentina Télam. No Brasil, os preços variam de acordo com a capacidade socioeconômica da cidade-sede das partidas, enquanto o desinteresse pela seleção cresce entre os brasileiros.

Arrependimento

Considerado um jogador de futebol do povo por sua origem humilde, o capitão Arturo Vidal foi o encarregado de se manifestar no Chile. “Os ingressos são caros. Já avisamos ao presidente (da federação chilena de futebol Pablo Milad) para baixá-los um pouco, porque são muito caros, precisamos do estádio cheio”, disse ele antes da partida contra a Colômbia, no dia 12 de setembro. em um stream do Twitch.

Segundo a imprensa chilena, ao contrário das eliminatórias anteriores, os torcedores da Roja demoraram vários dias para adquirir todos os ingressos para o estádio Monumental de Santiago.

Torcedores chilenos com máscaras dos jogadores Vidal, Alexis Sánchez e Medel antes de partida contra a Colômbia.  Foto: JAVIER TORRES / AFP

No Uruguai, os dirigentes fizeram um mea culpa pelos preços, o que impediu que o Centenário de Montevidéu fosse preenchido para a estreia oficial no banco de “El Loco” Marcelo Bielsa, no dia 8 de setembro com o triunfo celestial por 3 a 1 sobre o Chile.

“Cometemos um erro”, reconheceu o presidente da Federação Uruguaia de Futebol (AUF), Ignacio Alonso, em declarações à Esdrújula TV noticiadas pelo jornal El País. “A prova é que o estádio deveria ter tido uma venda de 40 mil bilhetes, que foi o que foi permitido naquele dia, e tivemos cerca de 31.500″, admitiu. “São 8.500 que não foram e isso responde à rejeição dos preços”, disse Alonso, que reduziu ligeiramente os custos da janela de qualificação em outubro. / AFP

Na América do Sul, região onde nasceu o campeão mundial Lionel Messi, admirado tanto por ricos como por pobres, desfrutar do futebol da seleção nacional no estádio é um privilégio. Os altos preços dos ingressos para os jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo distanciam as classes populares de seus ídolos.

Na primeira rodada, disputada em setembro, surgiram reclamações sobre preços altíssimos em países que vivem o futebol como uma religião. Os valores foram criticados pelo técnico Lionel Scaloni, da seleção argentina, pelo meia chileno Arturo Vidal, e especialmente pelos torcedores, que sobrevivem com baixos salários em economias instáveis e com inflação disparada, como a Colômbia, que vende, em Barranquilla, o segundo ingresso mais caro do continente, segundo cálculos da AFP.

O custo médio para assistir a uma partida da seleção colombiana em casa é de cerca de US$ 102 (cerca de R$ 516,80 na cotação atual), em um país com um salário mínimo de US$ 270 (R$ 1.368,00). Pablo González, trabalhador de uma universidade em Barranquilla, encarregado de serviços de manutenção e limpeza, já se conformou com o fato de que não poderá ver seu time na quinta-feira contra o Uruguai por falta de dinheiro.

Ídolo distante: cada vez menos classes populares têm acesso aos jogos da seleções na América do Sul por causa dos altos presos.  Foto: LUIS ROBAYO / AFP

“No caso pessoal (pagar) é algo impossível (…) há pessoas que têm um poder de compra muito elevado mas não se pode usufruir disso”, queixou-se o torcedor de 49 anos.

A partida de estreia da seleção brasileira nas Eliminatórias, contra a Bolívia, no Mangueirão, também foi alvo de críticas pelo alto custo dos ingressos. A entrada mais barata, nas arquibancadas, custou R$ 200, enquanto a mais cara, nos camarotes, chegou a R$ 1.600. O Brasil venceu por 5 a 1 diante de 43 mil pessoas em Belém. Para o jogo desta quinta-feira, contra a Venezuela, na Arena Pantanal, em Cuiabá, o preço dos ingressos variam entre R$ 200 e R$ 600.

‘Exclusivo’

A caminhada triunfante que a Argentina faz pelo continente pensando na próxima Copa do Mundo desperta paixões e frustrações entre os torcedores de um país com uma inflação anual de 120% e um índice de pobreza que ultrapassa os 40% da população.

Para a partida contra o Paraguai, a federação providenciou ingressos que custam em média 120 dólares pelo câmbio oficial (R$ 608,3). Dada a quantidade de torcedores que querem ver Messi e companhia, a entidade máxima do futebol argentino lançou o “AFA ID”, uma espécie de assinatura da seleção albiceleste que dá prioridade na compra de ingressos a quem o adquirir.

Aquela que dá mais benefícios, chamada de categoria “Gold”, fica perto de R$ 14 mil, valor totalmente diferente do salário base de R$ 323. Sem condenar diretamente os preços fixados, o técnico Lionel Scaloni disse em setembro que gastou milhares de pesos argentinos em ingressos para sua família e sugeriu que os torcedores sofressem na vontade de acompanhar a “Scaloneta”.

Torcedor do Uruguai presente em partida contra o Equador pelas Eliminatórias.  Foto: ERNESTO RYAN / AFP

“Me custa muito, como a toda a gente. Mas não sou ninguém para definir o preço dos bilhetes”, disse em conferência de imprensa. “Se dependesse de mim, deixaria as pessoas irem de graça. (mas) O que posso fazer? Não posso fazer nada sobre isso”, disse ele.

Alguns preços “excluem algo popular como o futebol”, afirmou Candela Thompson em nota da agência estatal argentina Télam. No Brasil, os preços variam de acordo com a capacidade socioeconômica da cidade-sede das partidas, enquanto o desinteresse pela seleção cresce entre os brasileiros.

Arrependimento

Considerado um jogador de futebol do povo por sua origem humilde, o capitão Arturo Vidal foi o encarregado de se manifestar no Chile. “Os ingressos são caros. Já avisamos ao presidente (da federação chilena de futebol Pablo Milad) para baixá-los um pouco, porque são muito caros, precisamos do estádio cheio”, disse ele antes da partida contra a Colômbia, no dia 12 de setembro. em um stream do Twitch.

Segundo a imprensa chilena, ao contrário das eliminatórias anteriores, os torcedores da Roja demoraram vários dias para adquirir todos os ingressos para o estádio Monumental de Santiago.

Torcedores chilenos com máscaras dos jogadores Vidal, Alexis Sánchez e Medel antes de partida contra a Colômbia.  Foto: JAVIER TORRES / AFP

No Uruguai, os dirigentes fizeram um mea culpa pelos preços, o que impediu que o Centenário de Montevidéu fosse preenchido para a estreia oficial no banco de “El Loco” Marcelo Bielsa, no dia 8 de setembro com o triunfo celestial por 3 a 1 sobre o Chile.

“Cometemos um erro”, reconheceu o presidente da Federação Uruguaia de Futebol (AUF), Ignacio Alonso, em declarações à Esdrújula TV noticiadas pelo jornal El País. “A prova é que o estádio deveria ter tido uma venda de 40 mil bilhetes, que foi o que foi permitido naquele dia, e tivemos cerca de 31.500″, admitiu. “São 8.500 que não foram e isso responde à rejeição dos preços”, disse Alonso, que reduziu ligeiramente os custos da janela de qualificação em outubro. / AFP

Na América do Sul, região onde nasceu o campeão mundial Lionel Messi, admirado tanto por ricos como por pobres, desfrutar do futebol da seleção nacional no estádio é um privilégio. Os altos preços dos ingressos para os jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo distanciam as classes populares de seus ídolos.

Na primeira rodada, disputada em setembro, surgiram reclamações sobre preços altíssimos em países que vivem o futebol como uma religião. Os valores foram criticados pelo técnico Lionel Scaloni, da seleção argentina, pelo meia chileno Arturo Vidal, e especialmente pelos torcedores, que sobrevivem com baixos salários em economias instáveis e com inflação disparada, como a Colômbia, que vende, em Barranquilla, o segundo ingresso mais caro do continente, segundo cálculos da AFP.

O custo médio para assistir a uma partida da seleção colombiana em casa é de cerca de US$ 102 (cerca de R$ 516,80 na cotação atual), em um país com um salário mínimo de US$ 270 (R$ 1.368,00). Pablo González, trabalhador de uma universidade em Barranquilla, encarregado de serviços de manutenção e limpeza, já se conformou com o fato de que não poderá ver seu time na quinta-feira contra o Uruguai por falta de dinheiro.

Ídolo distante: cada vez menos classes populares têm acesso aos jogos da seleções na América do Sul por causa dos altos presos.  Foto: LUIS ROBAYO / AFP

“No caso pessoal (pagar) é algo impossível (…) há pessoas que têm um poder de compra muito elevado mas não se pode usufruir disso”, queixou-se o torcedor de 49 anos.

A partida de estreia da seleção brasileira nas Eliminatórias, contra a Bolívia, no Mangueirão, também foi alvo de críticas pelo alto custo dos ingressos. A entrada mais barata, nas arquibancadas, custou R$ 200, enquanto a mais cara, nos camarotes, chegou a R$ 1.600. O Brasil venceu por 5 a 1 diante de 43 mil pessoas em Belém. Para o jogo desta quinta-feira, contra a Venezuela, na Arena Pantanal, em Cuiabá, o preço dos ingressos variam entre R$ 200 e R$ 600.

‘Exclusivo’

A caminhada triunfante que a Argentina faz pelo continente pensando na próxima Copa do Mundo desperta paixões e frustrações entre os torcedores de um país com uma inflação anual de 120% e um índice de pobreza que ultrapassa os 40% da população.

Para a partida contra o Paraguai, a federação providenciou ingressos que custam em média 120 dólares pelo câmbio oficial (R$ 608,3). Dada a quantidade de torcedores que querem ver Messi e companhia, a entidade máxima do futebol argentino lançou o “AFA ID”, uma espécie de assinatura da seleção albiceleste que dá prioridade na compra de ingressos a quem o adquirir.

Aquela que dá mais benefícios, chamada de categoria “Gold”, fica perto de R$ 14 mil, valor totalmente diferente do salário base de R$ 323. Sem condenar diretamente os preços fixados, o técnico Lionel Scaloni disse em setembro que gastou milhares de pesos argentinos em ingressos para sua família e sugeriu que os torcedores sofressem na vontade de acompanhar a “Scaloneta”.

Torcedor do Uruguai presente em partida contra o Equador pelas Eliminatórias.  Foto: ERNESTO RYAN / AFP

“Me custa muito, como a toda a gente. Mas não sou ninguém para definir o preço dos bilhetes”, disse em conferência de imprensa. “Se dependesse de mim, deixaria as pessoas irem de graça. (mas) O que posso fazer? Não posso fazer nada sobre isso”, disse ele.

Alguns preços “excluem algo popular como o futebol”, afirmou Candela Thompson em nota da agência estatal argentina Télam. No Brasil, os preços variam de acordo com a capacidade socioeconômica da cidade-sede das partidas, enquanto o desinteresse pela seleção cresce entre os brasileiros.

Arrependimento

Considerado um jogador de futebol do povo por sua origem humilde, o capitão Arturo Vidal foi o encarregado de se manifestar no Chile. “Os ingressos são caros. Já avisamos ao presidente (da federação chilena de futebol Pablo Milad) para baixá-los um pouco, porque são muito caros, precisamos do estádio cheio”, disse ele antes da partida contra a Colômbia, no dia 12 de setembro. em um stream do Twitch.

Segundo a imprensa chilena, ao contrário das eliminatórias anteriores, os torcedores da Roja demoraram vários dias para adquirir todos os ingressos para o estádio Monumental de Santiago.

Torcedores chilenos com máscaras dos jogadores Vidal, Alexis Sánchez e Medel antes de partida contra a Colômbia.  Foto: JAVIER TORRES / AFP

No Uruguai, os dirigentes fizeram um mea culpa pelos preços, o que impediu que o Centenário de Montevidéu fosse preenchido para a estreia oficial no banco de “El Loco” Marcelo Bielsa, no dia 8 de setembro com o triunfo celestial por 3 a 1 sobre o Chile.

“Cometemos um erro”, reconheceu o presidente da Federação Uruguaia de Futebol (AUF), Ignacio Alonso, em declarações à Esdrújula TV noticiadas pelo jornal El País. “A prova é que o estádio deveria ter tido uma venda de 40 mil bilhetes, que foi o que foi permitido naquele dia, e tivemos cerca de 31.500″, admitiu. “São 8.500 que não foram e isso responde à rejeição dos preços”, disse Alonso, que reduziu ligeiramente os custos da janela de qualificação em outubro. / AFP

Na América do Sul, região onde nasceu o campeão mundial Lionel Messi, admirado tanto por ricos como por pobres, desfrutar do futebol da seleção nacional no estádio é um privilégio. Os altos preços dos ingressos para os jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo distanciam as classes populares de seus ídolos.

Na primeira rodada, disputada em setembro, surgiram reclamações sobre preços altíssimos em países que vivem o futebol como uma religião. Os valores foram criticados pelo técnico Lionel Scaloni, da seleção argentina, pelo meia chileno Arturo Vidal, e especialmente pelos torcedores, que sobrevivem com baixos salários em economias instáveis e com inflação disparada, como a Colômbia, que vende, em Barranquilla, o segundo ingresso mais caro do continente, segundo cálculos da AFP.

O custo médio para assistir a uma partida da seleção colombiana em casa é de cerca de US$ 102 (cerca de R$ 516,80 na cotação atual), em um país com um salário mínimo de US$ 270 (R$ 1.368,00). Pablo González, trabalhador de uma universidade em Barranquilla, encarregado de serviços de manutenção e limpeza, já se conformou com o fato de que não poderá ver seu time na quinta-feira contra o Uruguai por falta de dinheiro.

Ídolo distante: cada vez menos classes populares têm acesso aos jogos da seleções na América do Sul por causa dos altos presos.  Foto: LUIS ROBAYO / AFP

“No caso pessoal (pagar) é algo impossível (…) há pessoas que têm um poder de compra muito elevado mas não se pode usufruir disso”, queixou-se o torcedor de 49 anos.

A partida de estreia da seleção brasileira nas Eliminatórias, contra a Bolívia, no Mangueirão, também foi alvo de críticas pelo alto custo dos ingressos. A entrada mais barata, nas arquibancadas, custou R$ 200, enquanto a mais cara, nos camarotes, chegou a R$ 1.600. O Brasil venceu por 5 a 1 diante de 43 mil pessoas em Belém. Para o jogo desta quinta-feira, contra a Venezuela, na Arena Pantanal, em Cuiabá, o preço dos ingressos variam entre R$ 200 e R$ 600.

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A caminhada triunfante que a Argentina faz pelo continente pensando na próxima Copa do Mundo desperta paixões e frustrações entre os torcedores de um país com uma inflação anual de 120% e um índice de pobreza que ultrapassa os 40% da população.

Para a partida contra o Paraguai, a federação providenciou ingressos que custam em média 120 dólares pelo câmbio oficial (R$ 608,3). Dada a quantidade de torcedores que querem ver Messi e companhia, a entidade máxima do futebol argentino lançou o “AFA ID”, uma espécie de assinatura da seleção albiceleste que dá prioridade na compra de ingressos a quem o adquirir.

Aquela que dá mais benefícios, chamada de categoria “Gold”, fica perto de R$ 14 mil, valor totalmente diferente do salário base de R$ 323. Sem condenar diretamente os preços fixados, o técnico Lionel Scaloni disse em setembro que gastou milhares de pesos argentinos em ingressos para sua família e sugeriu que os torcedores sofressem na vontade de acompanhar a “Scaloneta”.

Torcedor do Uruguai presente em partida contra o Equador pelas Eliminatórias.  Foto: ERNESTO RYAN / AFP

“Me custa muito, como a toda a gente. Mas não sou ninguém para definir o preço dos bilhetes”, disse em conferência de imprensa. “Se dependesse de mim, deixaria as pessoas irem de graça. (mas) O que posso fazer? Não posso fazer nada sobre isso”, disse ele.

Alguns preços “excluem algo popular como o futebol”, afirmou Candela Thompson em nota da agência estatal argentina Télam. No Brasil, os preços variam de acordo com a capacidade socioeconômica da cidade-sede das partidas, enquanto o desinteresse pela seleção cresce entre os brasileiros.

Arrependimento

Considerado um jogador de futebol do povo por sua origem humilde, o capitão Arturo Vidal foi o encarregado de se manifestar no Chile. “Os ingressos são caros. Já avisamos ao presidente (da federação chilena de futebol Pablo Milad) para baixá-los um pouco, porque são muito caros, precisamos do estádio cheio”, disse ele antes da partida contra a Colômbia, no dia 12 de setembro. em um stream do Twitch.

Segundo a imprensa chilena, ao contrário das eliminatórias anteriores, os torcedores da Roja demoraram vários dias para adquirir todos os ingressos para o estádio Monumental de Santiago.

Torcedores chilenos com máscaras dos jogadores Vidal, Alexis Sánchez e Medel antes de partida contra a Colômbia.  Foto: JAVIER TORRES / AFP

No Uruguai, os dirigentes fizeram um mea culpa pelos preços, o que impediu que o Centenário de Montevidéu fosse preenchido para a estreia oficial no banco de “El Loco” Marcelo Bielsa, no dia 8 de setembro com o triunfo celestial por 3 a 1 sobre o Chile.

“Cometemos um erro”, reconheceu o presidente da Federação Uruguaia de Futebol (AUF), Ignacio Alonso, em declarações à Esdrújula TV noticiadas pelo jornal El País. “A prova é que o estádio deveria ter tido uma venda de 40 mil bilhetes, que foi o que foi permitido naquele dia, e tivemos cerca de 31.500″, admitiu. “São 8.500 que não foram e isso responde à rejeição dos preços”, disse Alonso, que reduziu ligeiramente os custos da janela de qualificação em outubro. / AFP

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