O goleiro senegalês Cheikh Kane Sarr, do Rayo Majadahonda, da Espanha, sofreu insultos racistas no último sábado, dia 30, durante partida contra o El Sestao River, em jogo válido pela terceira divisão do país. O jogador chegou a ir em direção à arquibancada confrontar o grupo que estava lhe ofendendo, mas os companheiros de equipe intervieram.
Após o incidente, o Majadahonda decidiu ir para o vestiário e não retornou ao campo. O jogo foi suspenso pela arbitragem aos 45 minutos do segundo tempo, com o placar de 2 a 1 para o El Sestao River. Após o ocorrido, Sarr afirmou que a luta antirracista do brasileiro Vini Jr, do Real Madrid, motivou a sua reação e agradeceu o apoio do atacante brasileiro.
“Vou até a morte com ele. Ele também viveu isso várias vezes e, quando ele estava vivendo, eu dizia: ‘Não é normal’. Basta de racismo. Não tem lugar no esporte. Não tem sentido”, disse o goleiro, em entrevista ao programa de rádio El Partidazo de COPE. “Estou muito orgulhoso dele e agradeço por ele nos apoiar e também lutar contra o racismo. Ele sozinho não consegue. Se todos os jogadores da nossa cor fossem como ele, eu acredito que o racismo acabaria”.
Leia também
No sábado, Vini Jr. se posicionou sobre o racismo nas ligas da Espanha. Além de Sarr, houve outros dois casos. O técnico do Sevilla, Quique Flores, também foi alvo de ofensas racistas, e o argentino Acuña, que joga na equipe comandada por Flores, ouviu gritos de “macaco” de parte da torcida do Getafe.
Em texto publicado no X (antigo Twitter), Vini Jr. lamentou os casos de racismo e destacou a atitude do goleiro e dos demais jogadores do Rayo. “Para Sarr e Rayo Majadahonda, que sua bravura inspire outros”, afirmou o brasileiro. “Os racistas devem ser expostos e os jogos não podem continuar com eles nas arquibancadas. Só teremos vitória quando os racistas saírem de estádios direto para a cadeia, lugar que merecem”, disse ele.