Gonçalo Ramos ganha vaga de CR7, faz 3 na Suíça e leva Portugal às quartas contra Marrocos


Jovem do Benfica conduz seleção portuguesa à goleada por 6 a 1 e garante retorno às quartas depois de quatro Copas

Por Fábio Hecico
Atualização:

Futebol, sua magia e roteiros inesperados. No dia em que o técnico Fernando Santos ousou e resolveu barrar Cristiano Ronaldo, deixando o astro no banco de reservas por 74 minutos, coube ao jovem substituto, Gonçalo Ramos, de somente 21 anos e apenas 33 minutos em campo até então com a camisa da seleção portuguesa, se transformar no grande destaque na goleada por 6 a 1 sobre a Suíça no Lusail Stadim, com um hat-trick. Com a vitória imponente e os três gols do menino do Benfica, os portugueses carimbaram a última vaga às quartas de final, para encarar o surpreendente Marrocos, sábado, ao meio-dia.

Apesar de carregar o favoritismo contra os algozes da Espanha, Portugal sabe que não terá vida fácil no terceiro encontro em Copas contra os africanos. Será um tira-teima, e pela primeira vez as seleções se enfrentarão em mata-matas. Pela fase de grupos, em 1986, 3 a 1 fácil do Marrocos. No último jogo, na Rússia, em 2018, triunfo apertado por 1 a 0, gol de Cristiano Ronaldo.

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Se garantir nas quartas de final acaba com um jejum incômodo de três edições de Copas de Portugal. Desde 2006, quando disputou o terceiro lugar com a Alemanha e perdeu por 3 a 1, que a equipe não se garantia entre os oito melhores. Caiu em 2010 diante da Espanha e em 2018 com derrota para o Uruguai. Em 2014 nem passou da fase de grupos.

A grande surpresa na seleção de Portugal no Lusail Stadium antes de a bola rolar era a ausência de Cristiano Ronaldo entre os 11 iniciais após 31 aparições consecutivas. Em sua quinta e última Copa do Mundo na carreira, o astro pela primeira vez estava no banco de reservas por opção do treinador - em 2006, no primeiro Mundial, descansou diante do México na última rodada de grupos, com a seleção já garantida nas oitavas. Nesta terça-feira, perdeu a vaga pelo baixo rendimento e por reclamar em demasia ao ser substituído diante da Coreia do Sul.

Cristiano Ronaldo esteve em campo por poucos minutos na goleada sobre a Suíça. Foto: John Sibley/ Reuters
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Apesar de ser preterido para a entrada do jovem Gonçalo Ramos, até então com somente 33 minutos jogados com a camisa da seleção, o astro não demonstrava estar contrariado. Ainda no túnel dos vestiários, com semblante tranquilo, Cristiano Ronaldo trocou cumprimentos e foi ao gramado caminhando lentamente. A diferença era o colete amarelo por cima do uniforme. O camisa 7 se emocionou na hora do hino e se tornou mais um incentivador à seleção do lado de fora.

Depois de um início truncado e com poucas chances de gols para ambos os lados - a seleção de Portugal carecia de um distribuidor de jogadas -, João Félix achou belo passe para o substituto de Cristiano Ronaldo soltar uma bomba no ângulo de Sommer. Gonçalo Ramos viu a seleção inteira comemorar seu primeiro gol em uma Copa na beirada do campo. Aos 21 anos, o garoto do Benfica tirou um enorme peso das costas por herdar a vaga do ídolo da seleção. Mais solto, quase ampliou logo depois.

Acostumada a jogar na retranca, apostando na força de sua defesa, e em uma escapada de seus homens ofensivos, a Suíça viu sua tática ruir em menos de 20 minutos. Obrigada a se abrir, acabou cedendo espaços preciosos para contragolpes portugueses, deixando o jogo mais agradável.

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Depois de levar surpreendente virada da Coreia do Sul, era hora de Portugal mostrar que aprendeu a lição e mostrar também a sua força defensiva. Mas fazer faltas próximas da área não era uma boa saída. Shaqiri assustou em cobrança de longe que passou perto após leve desvio do goleiro Diogo Costa.

A partida se tornou um lá e cá agradável. E com o centroavante Gonçalo Ramos como principal alvo dos companheiros na área. Schär tirou o que seria o segundo gol do menino, em leve desvio de cabeça. Mas na cobrança do escanteio, o zagueiro não conseguiu salvar novamente. Bola na cabeça do capitão Pepe entre os dois defensores da Suíça e 2 a 0 no placar. O veterano brasileiro naturalizado de 39 anos - teve sua presença na Copa sob dúvidas - subiu alto para estufar as redes e ser aplaudido pelo amigo Cristiano Ronaldo.

A vantagem portuguesa antes do intervalo só não foi maior graças ao goleiro Sommer, que fez bela defesa no chute cruzado de Gonçalo Ramos. Com futebol pobre em 45 minutos, os suíços ficaram bem longe de repetir a boa atuação na vitória por 3 a 2 sobre a Sérvia, que valeu a vaga nas oitavas. Já a paz reinava em Portugal, com Cristiano Ronaldo dando “tchauzinho” para seus admiradores nas arquibancadas.

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Apesar de necessitar mudar o roteiro do jogo do Lusail, Murat Yakin trocou apenas o zagueiro Schär, machucado. Acabou castigado com o terceiro gol, novamente de Gonçalo Ramos, em desvio sutil após cruzamento de Dalot.

Quando Yakin resolveu corrigir sua falha, aumentando o poder ofensivo suíço com Zakaria e Seferovic, veio mais um golpe duro. O massacre português virou goleada com o também brasileiro naturalizado Otávio servindo Raphael Guerreiro, que fez o quarto em chute forte e indefensável.

Pelo alto, Akanji diminuiu após cruzamento e falha de Diogo Costa, perdido na saída do gol. A bola na rede nem serviu para a Suíça, apática em campo, esnobar uma reação. Foi o gol de honra em uma noite que estava escrita: seria de Gonçalo Ramos.

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Em novo contragolpe dos portugueses, Félix achou Gonçalo Ramos, que deu uma cavadinha para comemorar seu terceiro jogo na partida. Primeiro jogador no Catar a anotar três vezes em somente uma partida. Com a missão concluída, Fernando Santos se rendeu aos pedidos pela entrada de Cristiano Ronaldo.

Gonçalo Ramos e João Félix comemoram gol na vitória sobre a Suíça, em Lusail. Foto: Fabrice Coffrini/ AFP

Aos 29 minutos, enfim a estrela portuguesa foi ao gramado. A prova do respeito que tem no grupo veio do zagueiro Pepe, que fez questão de repassar a tarja de capitão ao camisa 7. Logo de cara, uma falta perigosa para Cristiano Ronaldo. A batida foi ruim. Ele ainda foi às redes, mas acabou tendo o gol anulado por impedimento. SE o astro português continua sem gols em mata-matas de Copa, Rafael Leão entrou para fechar a surra com um belíssimo gol nos acréscimos.

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FICHA TÉCNICA

PORTUGAL 6 X 1 SUÍÇA

PORTUGAL - Diogo Costa; Dalot, Pepe, Rubén Dias e Raphael Guerreiro; William Carvalho, Otávio (Vitinha) e Bernardo Silva (Neves); Bruno Fernandes (Rafael Leão), João Félix (Cristiano Ronaldo) e Gonçalo Ramos (Ricardo Horta). Técnico: Fernando Santos.

SUÍÇA - Sommer; Fernandes, Schär (Cömert), Akanji e Ricardo Rodríguez; Freuler (Zakaria), Xhaka, Sow (Seferovic), Shaqiri e Vargas (Okafor); Embolo. Técnico: Murat Yakin.

GOLS - Gonçalo Ramos, aos 17, e Pepe, aos 33 minutos do primeiro tempo; Gonçalo Ramos, aos 6 e aos 22, Raphael Guerreiro, aos 10, Akanji, aos 13, e Rafael Leão, aos 47 do segundo.

ÁRBITRO - César Arturo Ramos (México).

CARTÕES AMARELOS - Schär e Cömert (Suíça).

RENDA - Não disponível.

PÚBLICO - 83.720 presentes

LOCAL - Lusail Stadium, em Al Daayen.

Futebol, sua magia e roteiros inesperados. No dia em que o técnico Fernando Santos ousou e resolveu barrar Cristiano Ronaldo, deixando o astro no banco de reservas por 74 minutos, coube ao jovem substituto, Gonçalo Ramos, de somente 21 anos e apenas 33 minutos em campo até então com a camisa da seleção portuguesa, se transformar no grande destaque na goleada por 6 a 1 sobre a Suíça no Lusail Stadim, com um hat-trick. Com a vitória imponente e os três gols do menino do Benfica, os portugueses carimbaram a última vaga às quartas de final, para encarar o surpreendente Marrocos, sábado, ao meio-dia.

Apesar de carregar o favoritismo contra os algozes da Espanha, Portugal sabe que não terá vida fácil no terceiro encontro em Copas contra os africanos. Será um tira-teima, e pela primeira vez as seleções se enfrentarão em mata-matas. Pela fase de grupos, em 1986, 3 a 1 fácil do Marrocos. No último jogo, na Rússia, em 2018, triunfo apertado por 1 a 0, gol de Cristiano Ronaldo.

Se garantir nas quartas de final acaba com um jejum incômodo de três edições de Copas de Portugal. Desde 2006, quando disputou o terceiro lugar com a Alemanha e perdeu por 3 a 1, que a equipe não se garantia entre os oito melhores. Caiu em 2010 diante da Espanha e em 2018 com derrota para o Uruguai. Em 2014 nem passou da fase de grupos.

A grande surpresa na seleção de Portugal no Lusail Stadium antes de a bola rolar era a ausência de Cristiano Ronaldo entre os 11 iniciais após 31 aparições consecutivas. Em sua quinta e última Copa do Mundo na carreira, o astro pela primeira vez estava no banco de reservas por opção do treinador - em 2006, no primeiro Mundial, descansou diante do México na última rodada de grupos, com a seleção já garantida nas oitavas. Nesta terça-feira, perdeu a vaga pelo baixo rendimento e por reclamar em demasia ao ser substituído diante da Coreia do Sul.

Cristiano Ronaldo esteve em campo por poucos minutos na goleada sobre a Suíça. Foto: John Sibley/ Reuters

Apesar de ser preterido para a entrada do jovem Gonçalo Ramos, até então com somente 33 minutos jogados com a camisa da seleção, o astro não demonstrava estar contrariado. Ainda no túnel dos vestiários, com semblante tranquilo, Cristiano Ronaldo trocou cumprimentos e foi ao gramado caminhando lentamente. A diferença era o colete amarelo por cima do uniforme. O camisa 7 se emocionou na hora do hino e se tornou mais um incentivador à seleção do lado de fora.

Depois de um início truncado e com poucas chances de gols para ambos os lados - a seleção de Portugal carecia de um distribuidor de jogadas -, João Félix achou belo passe para o substituto de Cristiano Ronaldo soltar uma bomba no ângulo de Sommer. Gonçalo Ramos viu a seleção inteira comemorar seu primeiro gol em uma Copa na beirada do campo. Aos 21 anos, o garoto do Benfica tirou um enorme peso das costas por herdar a vaga do ídolo da seleção. Mais solto, quase ampliou logo depois.

Acostumada a jogar na retranca, apostando na força de sua defesa, e em uma escapada de seus homens ofensivos, a Suíça viu sua tática ruir em menos de 20 minutos. Obrigada a se abrir, acabou cedendo espaços preciosos para contragolpes portugueses, deixando o jogo mais agradável.

Depois de levar surpreendente virada da Coreia do Sul, era hora de Portugal mostrar que aprendeu a lição e mostrar também a sua força defensiva. Mas fazer faltas próximas da área não era uma boa saída. Shaqiri assustou em cobrança de longe que passou perto após leve desvio do goleiro Diogo Costa.

A partida se tornou um lá e cá agradável. E com o centroavante Gonçalo Ramos como principal alvo dos companheiros na área. Schär tirou o que seria o segundo gol do menino, em leve desvio de cabeça. Mas na cobrança do escanteio, o zagueiro não conseguiu salvar novamente. Bola na cabeça do capitão Pepe entre os dois defensores da Suíça e 2 a 0 no placar. O veterano brasileiro naturalizado de 39 anos - teve sua presença na Copa sob dúvidas - subiu alto para estufar as redes e ser aplaudido pelo amigo Cristiano Ronaldo.

A vantagem portuguesa antes do intervalo só não foi maior graças ao goleiro Sommer, que fez bela defesa no chute cruzado de Gonçalo Ramos. Com futebol pobre em 45 minutos, os suíços ficaram bem longe de repetir a boa atuação na vitória por 3 a 2 sobre a Sérvia, que valeu a vaga nas oitavas. Já a paz reinava em Portugal, com Cristiano Ronaldo dando “tchauzinho” para seus admiradores nas arquibancadas.

Apesar de necessitar mudar o roteiro do jogo do Lusail, Murat Yakin trocou apenas o zagueiro Schär, machucado. Acabou castigado com o terceiro gol, novamente de Gonçalo Ramos, em desvio sutil após cruzamento de Dalot.

Quando Yakin resolveu corrigir sua falha, aumentando o poder ofensivo suíço com Zakaria e Seferovic, veio mais um golpe duro. O massacre português virou goleada com o também brasileiro naturalizado Otávio servindo Raphael Guerreiro, que fez o quarto em chute forte e indefensável.

Pelo alto, Akanji diminuiu após cruzamento e falha de Diogo Costa, perdido na saída do gol. A bola na rede nem serviu para a Suíça, apática em campo, esnobar uma reação. Foi o gol de honra em uma noite que estava escrita: seria de Gonçalo Ramos.

Em novo contragolpe dos portugueses, Félix achou Gonçalo Ramos, que deu uma cavadinha para comemorar seu terceiro jogo na partida. Primeiro jogador no Catar a anotar três vezes em somente uma partida. Com a missão concluída, Fernando Santos se rendeu aos pedidos pela entrada de Cristiano Ronaldo.

Gonçalo Ramos e João Félix comemoram gol na vitória sobre a Suíça, em Lusail. Foto: Fabrice Coffrini/ AFP

Aos 29 minutos, enfim a estrela portuguesa foi ao gramado. A prova do respeito que tem no grupo veio do zagueiro Pepe, que fez questão de repassar a tarja de capitão ao camisa 7. Logo de cara, uma falta perigosa para Cristiano Ronaldo. A batida foi ruim. Ele ainda foi às redes, mas acabou tendo o gol anulado por impedimento. SE o astro português continua sem gols em mata-matas de Copa, Rafael Leão entrou para fechar a surra com um belíssimo gol nos acréscimos.

FICHA TÉCNICA

PORTUGAL 6 X 1 SUÍÇA

PORTUGAL - Diogo Costa; Dalot, Pepe, Rubén Dias e Raphael Guerreiro; William Carvalho, Otávio (Vitinha) e Bernardo Silva (Neves); Bruno Fernandes (Rafael Leão), João Félix (Cristiano Ronaldo) e Gonçalo Ramos (Ricardo Horta). Técnico: Fernando Santos.

SUÍÇA - Sommer; Fernandes, Schär (Cömert), Akanji e Ricardo Rodríguez; Freuler (Zakaria), Xhaka, Sow (Seferovic), Shaqiri e Vargas (Okafor); Embolo. Técnico: Murat Yakin.

GOLS - Gonçalo Ramos, aos 17, e Pepe, aos 33 minutos do primeiro tempo; Gonçalo Ramos, aos 6 e aos 22, Raphael Guerreiro, aos 10, Akanji, aos 13, e Rafael Leão, aos 47 do segundo.

ÁRBITRO - César Arturo Ramos (México).

CARTÕES AMARELOS - Schär e Cömert (Suíça).

RENDA - Não disponível.

PÚBLICO - 83.720 presentes

LOCAL - Lusail Stadium, em Al Daayen.

Futebol, sua magia e roteiros inesperados. No dia em que o técnico Fernando Santos ousou e resolveu barrar Cristiano Ronaldo, deixando o astro no banco de reservas por 74 minutos, coube ao jovem substituto, Gonçalo Ramos, de somente 21 anos e apenas 33 minutos em campo até então com a camisa da seleção portuguesa, se transformar no grande destaque na goleada por 6 a 1 sobre a Suíça no Lusail Stadim, com um hat-trick. Com a vitória imponente e os três gols do menino do Benfica, os portugueses carimbaram a última vaga às quartas de final, para encarar o surpreendente Marrocos, sábado, ao meio-dia.

Apesar de carregar o favoritismo contra os algozes da Espanha, Portugal sabe que não terá vida fácil no terceiro encontro em Copas contra os africanos. Será um tira-teima, e pela primeira vez as seleções se enfrentarão em mata-matas. Pela fase de grupos, em 1986, 3 a 1 fácil do Marrocos. No último jogo, na Rússia, em 2018, triunfo apertado por 1 a 0, gol de Cristiano Ronaldo.

Se garantir nas quartas de final acaba com um jejum incômodo de três edições de Copas de Portugal. Desde 2006, quando disputou o terceiro lugar com a Alemanha e perdeu por 3 a 1, que a equipe não se garantia entre os oito melhores. Caiu em 2010 diante da Espanha e em 2018 com derrota para o Uruguai. Em 2014 nem passou da fase de grupos.

A grande surpresa na seleção de Portugal no Lusail Stadium antes de a bola rolar era a ausência de Cristiano Ronaldo entre os 11 iniciais após 31 aparições consecutivas. Em sua quinta e última Copa do Mundo na carreira, o astro pela primeira vez estava no banco de reservas por opção do treinador - em 2006, no primeiro Mundial, descansou diante do México na última rodada de grupos, com a seleção já garantida nas oitavas. Nesta terça-feira, perdeu a vaga pelo baixo rendimento e por reclamar em demasia ao ser substituído diante da Coreia do Sul.

Cristiano Ronaldo esteve em campo por poucos minutos na goleada sobre a Suíça. Foto: John Sibley/ Reuters

Apesar de ser preterido para a entrada do jovem Gonçalo Ramos, até então com somente 33 minutos jogados com a camisa da seleção, o astro não demonstrava estar contrariado. Ainda no túnel dos vestiários, com semblante tranquilo, Cristiano Ronaldo trocou cumprimentos e foi ao gramado caminhando lentamente. A diferença era o colete amarelo por cima do uniforme. O camisa 7 se emocionou na hora do hino e se tornou mais um incentivador à seleção do lado de fora.

Depois de um início truncado e com poucas chances de gols para ambos os lados - a seleção de Portugal carecia de um distribuidor de jogadas -, João Félix achou belo passe para o substituto de Cristiano Ronaldo soltar uma bomba no ângulo de Sommer. Gonçalo Ramos viu a seleção inteira comemorar seu primeiro gol em uma Copa na beirada do campo. Aos 21 anos, o garoto do Benfica tirou um enorme peso das costas por herdar a vaga do ídolo da seleção. Mais solto, quase ampliou logo depois.

Acostumada a jogar na retranca, apostando na força de sua defesa, e em uma escapada de seus homens ofensivos, a Suíça viu sua tática ruir em menos de 20 minutos. Obrigada a se abrir, acabou cedendo espaços preciosos para contragolpes portugueses, deixando o jogo mais agradável.

Depois de levar surpreendente virada da Coreia do Sul, era hora de Portugal mostrar que aprendeu a lição e mostrar também a sua força defensiva. Mas fazer faltas próximas da área não era uma boa saída. Shaqiri assustou em cobrança de longe que passou perto após leve desvio do goleiro Diogo Costa.

A partida se tornou um lá e cá agradável. E com o centroavante Gonçalo Ramos como principal alvo dos companheiros na área. Schär tirou o que seria o segundo gol do menino, em leve desvio de cabeça. Mas na cobrança do escanteio, o zagueiro não conseguiu salvar novamente. Bola na cabeça do capitão Pepe entre os dois defensores da Suíça e 2 a 0 no placar. O veterano brasileiro naturalizado de 39 anos - teve sua presença na Copa sob dúvidas - subiu alto para estufar as redes e ser aplaudido pelo amigo Cristiano Ronaldo.

A vantagem portuguesa antes do intervalo só não foi maior graças ao goleiro Sommer, que fez bela defesa no chute cruzado de Gonçalo Ramos. Com futebol pobre em 45 minutos, os suíços ficaram bem longe de repetir a boa atuação na vitória por 3 a 2 sobre a Sérvia, que valeu a vaga nas oitavas. Já a paz reinava em Portugal, com Cristiano Ronaldo dando “tchauzinho” para seus admiradores nas arquibancadas.

Apesar de necessitar mudar o roteiro do jogo do Lusail, Murat Yakin trocou apenas o zagueiro Schär, machucado. Acabou castigado com o terceiro gol, novamente de Gonçalo Ramos, em desvio sutil após cruzamento de Dalot.

Quando Yakin resolveu corrigir sua falha, aumentando o poder ofensivo suíço com Zakaria e Seferovic, veio mais um golpe duro. O massacre português virou goleada com o também brasileiro naturalizado Otávio servindo Raphael Guerreiro, que fez o quarto em chute forte e indefensável.

Pelo alto, Akanji diminuiu após cruzamento e falha de Diogo Costa, perdido na saída do gol. A bola na rede nem serviu para a Suíça, apática em campo, esnobar uma reação. Foi o gol de honra em uma noite que estava escrita: seria de Gonçalo Ramos.

Em novo contragolpe dos portugueses, Félix achou Gonçalo Ramos, que deu uma cavadinha para comemorar seu terceiro jogo na partida. Primeiro jogador no Catar a anotar três vezes em somente uma partida. Com a missão concluída, Fernando Santos se rendeu aos pedidos pela entrada de Cristiano Ronaldo.

Gonçalo Ramos e João Félix comemoram gol na vitória sobre a Suíça, em Lusail. Foto: Fabrice Coffrini/ AFP

Aos 29 minutos, enfim a estrela portuguesa foi ao gramado. A prova do respeito que tem no grupo veio do zagueiro Pepe, que fez questão de repassar a tarja de capitão ao camisa 7. Logo de cara, uma falta perigosa para Cristiano Ronaldo. A batida foi ruim. Ele ainda foi às redes, mas acabou tendo o gol anulado por impedimento. SE o astro português continua sem gols em mata-matas de Copa, Rafael Leão entrou para fechar a surra com um belíssimo gol nos acréscimos.

FICHA TÉCNICA

PORTUGAL 6 X 1 SUÍÇA

PORTUGAL - Diogo Costa; Dalot, Pepe, Rubén Dias e Raphael Guerreiro; William Carvalho, Otávio (Vitinha) e Bernardo Silva (Neves); Bruno Fernandes (Rafael Leão), João Félix (Cristiano Ronaldo) e Gonçalo Ramos (Ricardo Horta). Técnico: Fernando Santos.

SUÍÇA - Sommer; Fernandes, Schär (Cömert), Akanji e Ricardo Rodríguez; Freuler (Zakaria), Xhaka, Sow (Seferovic), Shaqiri e Vargas (Okafor); Embolo. Técnico: Murat Yakin.

GOLS - Gonçalo Ramos, aos 17, e Pepe, aos 33 minutos do primeiro tempo; Gonçalo Ramos, aos 6 e aos 22, Raphael Guerreiro, aos 10, Akanji, aos 13, e Rafael Leão, aos 47 do segundo.

ÁRBITRO - César Arturo Ramos (México).

CARTÕES AMARELOS - Schär e Cömert (Suíça).

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LOCAL - Lusail Stadium, em Al Daayen.

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