Governo federal diz ser ‘radicalmente contra’ torcida única nos estádios


Secretário nacional do Futebol afirma que proposta evidencia “incompetência na gestão” por parte do Estado

Por Marcio Dolzan

Um dia após o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), proibir cinco organizadas de frequentar estádios e associá-las a organizações criminosas, o secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, José Luís Ferrarezi, lamentou “a forma de condução” com que foi tratada a briga entre torcidas de Flamengo e Vasco no último final de semana. Na ocasião, um homem acabou morto e outras sete pessoas ficaram feridas.

O tumulto aumentou o debate sobre torcidas únicas nos estádios, algo que já acontece em São Paulo e está em discussão em estados como Rio de Janeiro e Santa Catarina. Sobre isso, Ferrarezi declarou que o governo federal rechaça a hipótese e quer que o debate sobre brigas entre torcidas aconteça em âmbito nacional.

Alguns dos objetos apreendidos pela polícia militar em confronto de torcidas organizadas de Vasco e Flamengo. Foto: @SecretariadeEstadodaPolíciaMilitar/Twitter Foto: @SecretariadeEstadodaPolíciaMilitar/Twitter
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“Eu desembarquei ontem (sexta) no Rio já com um debate que envolve as torcidas, e eu lamento a forma de condução. Sinceramente, eu lamento. Não é com torcida única que nós vamos resolver essa situação no Brasil”, disse Ferrarezi durante o seminário de gestão esportiva organizado pela FGV, no Rio.

“Nós temos um posicionamento radicalmente contra essa situação de torcidas únicas. Quando o Estado faz isso, ele assume sua incompetência na gestão e na condução do debate. Creio que nós temos que federalizar esse tema, juntamente com estados, governo federal, dialogando com a CBF”, sustentou. “Quando o Estado diz que precisa ter torcida única, ele diz que não tem condição de atender sua população.”

Após seu discurso, o secretário admitiu que a federalização do tema não é tão simples. “A gente tem que reconhecer que os estados têm autonomia. Agora, não dá mais pro governo (federal) só assistir. Temos que federalizar esse debate. A CBF também tem que se posicionar sobre isso. Claro, a gente entende também a autonomia da CBF na realização dos jogos, das competições, das federações, mas essa questão das torcidas é importante para o País”, comentou. “E a violência não está acontecendo dentro do campo; ela está acontecendo próximo, no entorno. Isso é questão de segurança pública.”

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Ferrarezi voltou a criticar a forma como o tema foi tratado no Rio, após reunião que contou com o governador, representantes dos órgãos de segurança, do Ministério Público e da Federação de Futebol do Rio (Ferj). “Aqui no Rio de Janeiro, eu cheguei ontem e não dá pra ouvir que as torcidas tem que ser banidas, que tem que ser criminalizadas, como está se tentando. A impressão que dá é que o Rio de Janeiro quer fazer esse processo para chegar na torcida única. Isso é isentar o Estado, facilitar a vida do Estado”, comentou.

“Não é banindo torcidas ou criminalizando torcidas organizadas que vai resolver essa situação. Nós temos a opinião de que, quando você tem torcidas mistas, mais torcidas dentro do estádio - basta ver o que foi Palmeiras x Flamengo em Brasília na final (da Supercopa), com duas torcidas -, isso engrandece o evento, o entretenimento”, acrescentou o secretário.

Em sua avaliação, a discussão sobre violência entre torcidas precisa ser focada no indivíduo, não no grupo. “É o CPF da pessoa. Precisa entender que gente boa e ruim tem em todo lugar, nas torcidas, na política, nas religiões, nas empresas. Aí é o CPF, não é a torcida”, pontuou.

Um dia após o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), proibir cinco organizadas de frequentar estádios e associá-las a organizações criminosas, o secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, José Luís Ferrarezi, lamentou “a forma de condução” com que foi tratada a briga entre torcidas de Flamengo e Vasco no último final de semana. Na ocasião, um homem acabou morto e outras sete pessoas ficaram feridas.

O tumulto aumentou o debate sobre torcidas únicas nos estádios, algo que já acontece em São Paulo e está em discussão em estados como Rio de Janeiro e Santa Catarina. Sobre isso, Ferrarezi declarou que o governo federal rechaça a hipótese e quer que o debate sobre brigas entre torcidas aconteça em âmbito nacional.

Alguns dos objetos apreendidos pela polícia militar em confronto de torcidas organizadas de Vasco e Flamengo. Foto: @SecretariadeEstadodaPolíciaMilitar/Twitter Foto: @SecretariadeEstadodaPolíciaMilitar/Twitter

“Eu desembarquei ontem (sexta) no Rio já com um debate que envolve as torcidas, e eu lamento a forma de condução. Sinceramente, eu lamento. Não é com torcida única que nós vamos resolver essa situação no Brasil”, disse Ferrarezi durante o seminário de gestão esportiva organizado pela FGV, no Rio.

“Nós temos um posicionamento radicalmente contra essa situação de torcidas únicas. Quando o Estado faz isso, ele assume sua incompetência na gestão e na condução do debate. Creio que nós temos que federalizar esse tema, juntamente com estados, governo federal, dialogando com a CBF”, sustentou. “Quando o Estado diz que precisa ter torcida única, ele diz que não tem condição de atender sua população.”

Após seu discurso, o secretário admitiu que a federalização do tema não é tão simples. “A gente tem que reconhecer que os estados têm autonomia. Agora, não dá mais pro governo (federal) só assistir. Temos que federalizar esse debate. A CBF também tem que se posicionar sobre isso. Claro, a gente entende também a autonomia da CBF na realização dos jogos, das competições, das federações, mas essa questão das torcidas é importante para o País”, comentou. “E a violência não está acontecendo dentro do campo; ela está acontecendo próximo, no entorno. Isso é questão de segurança pública.”

Ferrarezi voltou a criticar a forma como o tema foi tratado no Rio, após reunião que contou com o governador, representantes dos órgãos de segurança, do Ministério Público e da Federação de Futebol do Rio (Ferj). “Aqui no Rio de Janeiro, eu cheguei ontem e não dá pra ouvir que as torcidas tem que ser banidas, que tem que ser criminalizadas, como está se tentando. A impressão que dá é que o Rio de Janeiro quer fazer esse processo para chegar na torcida única. Isso é isentar o Estado, facilitar a vida do Estado”, comentou.

“Não é banindo torcidas ou criminalizando torcidas organizadas que vai resolver essa situação. Nós temos a opinião de que, quando você tem torcidas mistas, mais torcidas dentro do estádio - basta ver o que foi Palmeiras x Flamengo em Brasília na final (da Supercopa), com duas torcidas -, isso engrandece o evento, o entretenimento”, acrescentou o secretário.

Em sua avaliação, a discussão sobre violência entre torcidas precisa ser focada no indivíduo, não no grupo. “É o CPF da pessoa. Precisa entender que gente boa e ruim tem em todo lugar, nas torcidas, na política, nas religiões, nas empresas. Aí é o CPF, não é a torcida”, pontuou.

Um dia após o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), proibir cinco organizadas de frequentar estádios e associá-las a organizações criminosas, o secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, José Luís Ferrarezi, lamentou “a forma de condução” com que foi tratada a briga entre torcidas de Flamengo e Vasco no último final de semana. Na ocasião, um homem acabou morto e outras sete pessoas ficaram feridas.

O tumulto aumentou o debate sobre torcidas únicas nos estádios, algo que já acontece em São Paulo e está em discussão em estados como Rio de Janeiro e Santa Catarina. Sobre isso, Ferrarezi declarou que o governo federal rechaça a hipótese e quer que o debate sobre brigas entre torcidas aconteça em âmbito nacional.

Alguns dos objetos apreendidos pela polícia militar em confronto de torcidas organizadas de Vasco e Flamengo. Foto: @SecretariadeEstadodaPolíciaMilitar/Twitter Foto: @SecretariadeEstadodaPolíciaMilitar/Twitter

“Eu desembarquei ontem (sexta) no Rio já com um debate que envolve as torcidas, e eu lamento a forma de condução. Sinceramente, eu lamento. Não é com torcida única que nós vamos resolver essa situação no Brasil”, disse Ferrarezi durante o seminário de gestão esportiva organizado pela FGV, no Rio.

“Nós temos um posicionamento radicalmente contra essa situação de torcidas únicas. Quando o Estado faz isso, ele assume sua incompetência na gestão e na condução do debate. Creio que nós temos que federalizar esse tema, juntamente com estados, governo federal, dialogando com a CBF”, sustentou. “Quando o Estado diz que precisa ter torcida única, ele diz que não tem condição de atender sua população.”

Após seu discurso, o secretário admitiu que a federalização do tema não é tão simples. “A gente tem que reconhecer que os estados têm autonomia. Agora, não dá mais pro governo (federal) só assistir. Temos que federalizar esse debate. A CBF também tem que se posicionar sobre isso. Claro, a gente entende também a autonomia da CBF na realização dos jogos, das competições, das federações, mas essa questão das torcidas é importante para o País”, comentou. “E a violência não está acontecendo dentro do campo; ela está acontecendo próximo, no entorno. Isso é questão de segurança pública.”

Ferrarezi voltou a criticar a forma como o tema foi tratado no Rio, após reunião que contou com o governador, representantes dos órgãos de segurança, do Ministério Público e da Federação de Futebol do Rio (Ferj). “Aqui no Rio de Janeiro, eu cheguei ontem e não dá pra ouvir que as torcidas tem que ser banidas, que tem que ser criminalizadas, como está se tentando. A impressão que dá é que o Rio de Janeiro quer fazer esse processo para chegar na torcida única. Isso é isentar o Estado, facilitar a vida do Estado”, comentou.

“Não é banindo torcidas ou criminalizando torcidas organizadas que vai resolver essa situação. Nós temos a opinião de que, quando você tem torcidas mistas, mais torcidas dentro do estádio - basta ver o que foi Palmeiras x Flamengo em Brasília na final (da Supercopa), com duas torcidas -, isso engrandece o evento, o entretenimento”, acrescentou o secretário.

Em sua avaliação, a discussão sobre violência entre torcidas precisa ser focada no indivíduo, não no grupo. “É o CPF da pessoa. Precisa entender que gente boa e ruim tem em todo lugar, nas torcidas, na política, nas religiões, nas empresas. Aí é o CPF, não é a torcida”, pontuou.

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