Ilha de Paquetá se espanta com denúncia contra jogador da seleção: ‘Não ia ser bobo e doido’


Terra natal de meia do West Ham foi rastreada como a origem de apostas que colocam Lucas Paquetá sob suspeita na Inglaterra; ‘Estadão’ conversa com tia do atleta e moradores da cidade

Por Marcio Dolzan

Na bucólica Ilha de Paquetá, um assunto se tornou corriqueiro entre os moradores: a denúncia de má conduta envolvendo apostas esportivas a qual responde Lucas Paquetá, o jogador da seleção brasileira e do West Ham que é motivo de orgulho entre os quatro mil habitantes da comunidade. Todos se dizem surpresos e creem na inocência do meia. Ninguém vê sentido nas acusações da Associação Inglesa de Futebol, a FA.

Esta semana, o jornal inglês The Sun publicou que Paquetá teria violado quatro normas referentes a apostas esportivas. A acusação aponta que o jogador teria forçado quatro cartões amarelos, que resultaram em ganhos financeiros para cerca de 60 apostas - todas feitas diretamente da Ilha de Paquetá, local onde ele viveu até se tornar jogador profissional.

Campo da praia da Moreninha, um dos lugares onde Lucas Paquetá jogava futebol na infância Foto: Pedro Kirilos/Estadão
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Mas, na ilha formada por ruas de chão batido e habitada basicamente pelas mesmas famílias há décadas, a acusação não faz nenhum sentido. “Todo mundo aqui conhece todo mundo, todo mundo sabe da vida de todo mundo. Caso alguém aqui tivesse ganhado essa quantidade de dinheiro que falaram aí, a pessoa ia começar a ostentar, nem que comprasse uma coisa que chamasse a atenção. E ninguém mudou nada, não melhorou de vida ou comprou alguma coisa para ostentar”, diz Carlos Roberto Cunha Pereira, de 42 anos.

Pereira trabalha como gari e também como condutor dos carrinhos motorizados que levam os turistas e moradores de uma ponta a outra da ilha - em Paquetá, não circulam carros, e o transporte é feito com bicicletas para até dois passageiros ou em carrinhos de golfe.

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Ele diz que conhece Lucas Paquetá desde que o jogador era criança. “Antigamente os passeios aqui eram feitos de charrete. A gente parava na Pedra da Moreninha e as crianças, no final de semana, convidavam os turistas para subir a pedra e ver a vista, para ganhar um trocado. Ele fazia isso. Pô, o garoto veio de baixo, joga bola, tanto é que tá na seleção brasileira. Fazer isso com ele é sacanagem”, diz Pereira.

Ilha de Paquetá tem ruas de chão batido e bicicleta é praticamente o único meio de transporte entre moradores e turistas Foto: Pedro Kirilos/Estadão

‘Ele não ia ser bobo e doido de jogar a carreira fora’, afirma tia de Paquetá

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Ana Cláudia mora na mesma casa de dois andares onde Lucas cresceu. Ela trabalha com design de sobrancelhas e depilação em um estúdio montado na parte de baixo. O marido, Alex, é tio do jogador e vende açaí num cômodo ao lado.

“Esse aqui era o salão que era da minha sogra e hoje eu trabalho. E o meu marido tem a parte aqui do açaí também. Nós somos pessoas super simples”, explica.

Ana Cláudia tem um estúdio de design de sobrancelha e depilação na casa onde Paquetá cresceu; o marido, tio do jogador, vende açaí no mesmo imóvel Foto: Pedro Kirilos/Estadão
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O ambiente singelo é similar ao encontrado por quase toda a ilha, e é usado por Ana Cláudia - e por outros moradores - como um dos argumentos para defender Lucas Paquetá: a vida por lá é simples e sem espaço para extravagâncias, quanto mais envolvendo manipulação em apostas.

“O Lucas sempre foi um menino muito sério, ama e é apaixonado pelo futebol. Eu não acredito que ele tenha entrado nessa jogada aí. Ele não ia ser tão bobo e doido de jogar a carreira fora, uma coisa que ele lutou, e que meu sogro lutou, desde o início.”

Lucas Paquetá está com a seleção brasileira no Texas onde enfrenta o México em amistoso neste sábado. Foto: Rafael Ribeiro/CBF
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‘O Paquetá é referência na Ilha e sempre tomou muitos cartões’, diz torcedor

Chamou a atenção da casa de apostas e da FA o fato de um grande número de pessoas ter apostado que Lucas Paquetá receberia cartões amarelos em determinadas partidas. Segundo a empresa, cerca de 60 delas foram feitas na ilha.

Carlos Roberto Pereira considera estranho esse alto número de apostadores. “Eu acho que é alguma armação. Sessenta apostadores daqui? A maioria das pessoas aqui é idoso. Idoso não faz aposta esportiva, não”, diz o morador. “Estão querendo difamar o garoto, acabar com a carreira dele. Sabe como é que é a inveja, né?”

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Outro morador, que se apresentou apenas como Caetano, também diz conhecer Lucas desde a infância e duvida que ele esteja envolvido em esquema de apostas. “Até a CBF acolheu ele, ele tá lá com a seleção. Se tivesse alguma coisa, teriam cortado na hora”, pondera.

Acesso à Ilha de Paquetá é feito através de barcas; trajeto a partir do Centro do Rio dura cerca de 50 minutos. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Coube a um visitante eventual da ilha apresentar uma teoria para explicar as (supostas) 60 apostas que saíram do local. E, mais uma vez, inocentando o atleta. “O Paquetá sempre tomou cartão amarelo e foi expulso no Flamengo, o Paquetá toma cartão pra cacete na seleção, e ele está tomando lá no clube dele porque é onde mais joga”, avalia Jailson Santos. “Ele é uma referência na ilha, deve ser o cara mais famoso daqui. É um nativo daqui que deu certo, e por isso as pessoas confiam muito nele e apostam nele.”

Lucas Paquetá está treinando com a seleção brasileira nos Estados Unidos, onde a equipe se prepara para dois amistosos e para a disputa da Copa América. Ele nega qualquer envolvimento com apostas e diz que está cooperando com todas as investigações.

Na bucólica Ilha de Paquetá, um assunto se tornou corriqueiro entre os moradores: a denúncia de má conduta envolvendo apostas esportivas a qual responde Lucas Paquetá, o jogador da seleção brasileira e do West Ham que é motivo de orgulho entre os quatro mil habitantes da comunidade. Todos se dizem surpresos e creem na inocência do meia. Ninguém vê sentido nas acusações da Associação Inglesa de Futebol, a FA.

Esta semana, o jornal inglês The Sun publicou que Paquetá teria violado quatro normas referentes a apostas esportivas. A acusação aponta que o jogador teria forçado quatro cartões amarelos, que resultaram em ganhos financeiros para cerca de 60 apostas - todas feitas diretamente da Ilha de Paquetá, local onde ele viveu até se tornar jogador profissional.

Campo da praia da Moreninha, um dos lugares onde Lucas Paquetá jogava futebol na infância Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Mas, na ilha formada por ruas de chão batido e habitada basicamente pelas mesmas famílias há décadas, a acusação não faz nenhum sentido. “Todo mundo aqui conhece todo mundo, todo mundo sabe da vida de todo mundo. Caso alguém aqui tivesse ganhado essa quantidade de dinheiro que falaram aí, a pessoa ia começar a ostentar, nem que comprasse uma coisa que chamasse a atenção. E ninguém mudou nada, não melhorou de vida ou comprou alguma coisa para ostentar”, diz Carlos Roberto Cunha Pereira, de 42 anos.

Pereira trabalha como gari e também como condutor dos carrinhos motorizados que levam os turistas e moradores de uma ponta a outra da ilha - em Paquetá, não circulam carros, e o transporte é feito com bicicletas para até dois passageiros ou em carrinhos de golfe.

Ele diz que conhece Lucas Paquetá desde que o jogador era criança. “Antigamente os passeios aqui eram feitos de charrete. A gente parava na Pedra da Moreninha e as crianças, no final de semana, convidavam os turistas para subir a pedra e ver a vista, para ganhar um trocado. Ele fazia isso. Pô, o garoto veio de baixo, joga bola, tanto é que tá na seleção brasileira. Fazer isso com ele é sacanagem”, diz Pereira.

Ilha de Paquetá tem ruas de chão batido e bicicleta é praticamente o único meio de transporte entre moradores e turistas Foto: Pedro Kirilos/Estadão

‘Ele não ia ser bobo e doido de jogar a carreira fora’, afirma tia de Paquetá

Ana Cláudia mora na mesma casa de dois andares onde Lucas cresceu. Ela trabalha com design de sobrancelhas e depilação em um estúdio montado na parte de baixo. O marido, Alex, é tio do jogador e vende açaí num cômodo ao lado.

“Esse aqui era o salão que era da minha sogra e hoje eu trabalho. E o meu marido tem a parte aqui do açaí também. Nós somos pessoas super simples”, explica.

Ana Cláudia tem um estúdio de design de sobrancelha e depilação na casa onde Paquetá cresceu; o marido, tio do jogador, vende açaí no mesmo imóvel Foto: Pedro Kirilos/Estadão

O ambiente singelo é similar ao encontrado por quase toda a ilha, e é usado por Ana Cláudia - e por outros moradores - como um dos argumentos para defender Lucas Paquetá: a vida por lá é simples e sem espaço para extravagâncias, quanto mais envolvendo manipulação em apostas.

“O Lucas sempre foi um menino muito sério, ama e é apaixonado pelo futebol. Eu não acredito que ele tenha entrado nessa jogada aí. Ele não ia ser tão bobo e doido de jogar a carreira fora, uma coisa que ele lutou, e que meu sogro lutou, desde o início.”

Lucas Paquetá está com a seleção brasileira no Texas onde enfrenta o México em amistoso neste sábado. Foto: Rafael Ribeiro/CBF

‘O Paquetá é referência na Ilha e sempre tomou muitos cartões’, diz torcedor

Chamou a atenção da casa de apostas e da FA o fato de um grande número de pessoas ter apostado que Lucas Paquetá receberia cartões amarelos em determinadas partidas. Segundo a empresa, cerca de 60 delas foram feitas na ilha.

Carlos Roberto Pereira considera estranho esse alto número de apostadores. “Eu acho que é alguma armação. Sessenta apostadores daqui? A maioria das pessoas aqui é idoso. Idoso não faz aposta esportiva, não”, diz o morador. “Estão querendo difamar o garoto, acabar com a carreira dele. Sabe como é que é a inveja, né?”

Outro morador, que se apresentou apenas como Caetano, também diz conhecer Lucas desde a infância e duvida que ele esteja envolvido em esquema de apostas. “Até a CBF acolheu ele, ele tá lá com a seleção. Se tivesse alguma coisa, teriam cortado na hora”, pondera.

Acesso à Ilha de Paquetá é feito através de barcas; trajeto a partir do Centro do Rio dura cerca de 50 minutos. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Coube a um visitante eventual da ilha apresentar uma teoria para explicar as (supostas) 60 apostas que saíram do local. E, mais uma vez, inocentando o atleta. “O Paquetá sempre tomou cartão amarelo e foi expulso no Flamengo, o Paquetá toma cartão pra cacete na seleção, e ele está tomando lá no clube dele porque é onde mais joga”, avalia Jailson Santos. “Ele é uma referência na ilha, deve ser o cara mais famoso daqui. É um nativo daqui que deu certo, e por isso as pessoas confiam muito nele e apostam nele.”

Lucas Paquetá está treinando com a seleção brasileira nos Estados Unidos, onde a equipe se prepara para dois amistosos e para a disputa da Copa América. Ele nega qualquer envolvimento com apostas e diz que está cooperando com todas as investigações.

Na bucólica Ilha de Paquetá, um assunto se tornou corriqueiro entre os moradores: a denúncia de má conduta envolvendo apostas esportivas a qual responde Lucas Paquetá, o jogador da seleção brasileira e do West Ham que é motivo de orgulho entre os quatro mil habitantes da comunidade. Todos se dizem surpresos e creem na inocência do meia. Ninguém vê sentido nas acusações da Associação Inglesa de Futebol, a FA.

Esta semana, o jornal inglês The Sun publicou que Paquetá teria violado quatro normas referentes a apostas esportivas. A acusação aponta que o jogador teria forçado quatro cartões amarelos, que resultaram em ganhos financeiros para cerca de 60 apostas - todas feitas diretamente da Ilha de Paquetá, local onde ele viveu até se tornar jogador profissional.

Campo da praia da Moreninha, um dos lugares onde Lucas Paquetá jogava futebol na infância Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Mas, na ilha formada por ruas de chão batido e habitada basicamente pelas mesmas famílias há décadas, a acusação não faz nenhum sentido. “Todo mundo aqui conhece todo mundo, todo mundo sabe da vida de todo mundo. Caso alguém aqui tivesse ganhado essa quantidade de dinheiro que falaram aí, a pessoa ia começar a ostentar, nem que comprasse uma coisa que chamasse a atenção. E ninguém mudou nada, não melhorou de vida ou comprou alguma coisa para ostentar”, diz Carlos Roberto Cunha Pereira, de 42 anos.

Pereira trabalha como gari e também como condutor dos carrinhos motorizados que levam os turistas e moradores de uma ponta a outra da ilha - em Paquetá, não circulam carros, e o transporte é feito com bicicletas para até dois passageiros ou em carrinhos de golfe.

Ele diz que conhece Lucas Paquetá desde que o jogador era criança. “Antigamente os passeios aqui eram feitos de charrete. A gente parava na Pedra da Moreninha e as crianças, no final de semana, convidavam os turistas para subir a pedra e ver a vista, para ganhar um trocado. Ele fazia isso. Pô, o garoto veio de baixo, joga bola, tanto é que tá na seleção brasileira. Fazer isso com ele é sacanagem”, diz Pereira.

Ilha de Paquetá tem ruas de chão batido e bicicleta é praticamente o único meio de transporte entre moradores e turistas Foto: Pedro Kirilos/Estadão

‘Ele não ia ser bobo e doido de jogar a carreira fora’, afirma tia de Paquetá

Ana Cláudia mora na mesma casa de dois andares onde Lucas cresceu. Ela trabalha com design de sobrancelhas e depilação em um estúdio montado na parte de baixo. O marido, Alex, é tio do jogador e vende açaí num cômodo ao lado.

“Esse aqui era o salão que era da minha sogra e hoje eu trabalho. E o meu marido tem a parte aqui do açaí também. Nós somos pessoas super simples”, explica.

Ana Cláudia tem um estúdio de design de sobrancelha e depilação na casa onde Paquetá cresceu; o marido, tio do jogador, vende açaí no mesmo imóvel Foto: Pedro Kirilos/Estadão

O ambiente singelo é similar ao encontrado por quase toda a ilha, e é usado por Ana Cláudia - e por outros moradores - como um dos argumentos para defender Lucas Paquetá: a vida por lá é simples e sem espaço para extravagâncias, quanto mais envolvendo manipulação em apostas.

“O Lucas sempre foi um menino muito sério, ama e é apaixonado pelo futebol. Eu não acredito que ele tenha entrado nessa jogada aí. Ele não ia ser tão bobo e doido de jogar a carreira fora, uma coisa que ele lutou, e que meu sogro lutou, desde o início.”

Lucas Paquetá está com a seleção brasileira no Texas onde enfrenta o México em amistoso neste sábado. Foto: Rafael Ribeiro/CBF

‘O Paquetá é referência na Ilha e sempre tomou muitos cartões’, diz torcedor

Chamou a atenção da casa de apostas e da FA o fato de um grande número de pessoas ter apostado que Lucas Paquetá receberia cartões amarelos em determinadas partidas. Segundo a empresa, cerca de 60 delas foram feitas na ilha.

Carlos Roberto Pereira considera estranho esse alto número de apostadores. “Eu acho que é alguma armação. Sessenta apostadores daqui? A maioria das pessoas aqui é idoso. Idoso não faz aposta esportiva, não”, diz o morador. “Estão querendo difamar o garoto, acabar com a carreira dele. Sabe como é que é a inveja, né?”

Outro morador, que se apresentou apenas como Caetano, também diz conhecer Lucas desde a infância e duvida que ele esteja envolvido em esquema de apostas. “Até a CBF acolheu ele, ele tá lá com a seleção. Se tivesse alguma coisa, teriam cortado na hora”, pondera.

Acesso à Ilha de Paquetá é feito através de barcas; trajeto a partir do Centro do Rio dura cerca de 50 minutos. Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Coube a um visitante eventual da ilha apresentar uma teoria para explicar as (supostas) 60 apostas que saíram do local. E, mais uma vez, inocentando o atleta. “O Paquetá sempre tomou cartão amarelo e foi expulso no Flamengo, o Paquetá toma cartão pra cacete na seleção, e ele está tomando lá no clube dele porque é onde mais joga”, avalia Jailson Santos. “Ele é uma referência na ilha, deve ser o cara mais famoso daqui. É um nativo daqui que deu certo, e por isso as pessoas confiam muito nele e apostam nele.”

Lucas Paquetá está treinando com a seleção brasileira nos Estados Unidos, onde a equipe se prepara para dois amistosos e para a disputa da Copa América. Ele nega qualquer envolvimento com apostas e diz que está cooperando com todas as investigações.

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