Inter e Grêmio voltam a campo cercados por danos emocionais, desportivos e materiais


Clubes de Porto Alegre estavam há um mês sem jogar em razão do desastre climático que assola o Rio Grande do Sul e já matou mais de 160 pessoas

Por Bruno Accorsi
Atualização:

As regras próprias do mundo do futebol não deram muito tempo para Grêmio e Internacional se recuperarem do baque de estar no meio do desastre climático que já matou mais de 160 pessoas no Rio Grande do Sul. Sem os próprios estádios e centros de treinamento à disposição, já que suas estruturas foram danificadas pelas enchentes, os dois clubes de Porto Alegre se refugiaram longe de casa para reunir as mínimas condições de competir.

A dupla porto-alegrense não joga desde o fim de abril. O Inter é o primeiro a voltar a jogar, às 21h30 desta terça-feira, contra o Belgrano, na Arena Barueri, a pouco menos de uma hora de Itu, cidade paulista onde o clube colorado tem treinado nos últimos dias, utilizando as dependências do Ituano. Já o Grêmio, que vinha trabalhando no CT Joaquim Grava, do Corinthians, será mandante no Couto Pereira, em Curitiba, durante a partida com o The Strongest.

O compromisso de ambas as equipes é pela rodada final da fase de grupos dos respectivos campeonatos. Fora os jogos desta semana, contudo, a dupla tem mais dois compromissos pelos torneios continentais, referentes às rodadas que foram adiadas por causa da tragédia no Sul. O Inter é o terceiro do Grupo C na Sul-Americana, com cinco pontos, empatado com o vice-líder Delfín, e a quatro do líder Belgrano, adversário desta terça. Os gremistas estão em último lugar do Grupo C da Libertadores, com três pontos, atrás de Estudiantes (3), Huachipato (5) e The Strongest (10).

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Estádio Beira-Rio ficou alagado após cheia no Guaíba. Foto: Divulgação/Internacional

Danos emocionais

Quando entrarem em campo, colorados e tricolores terão de controlar muitos sentimentos para manter o foco e a competitividade. “Não sentimos tanto na pele como muitos sentiram, então fica difícil falar”, afirmou Renê, lateral-esquerdo do Inter. “Vamos voltar a jogar, mas sabemos que torcedores colorados e outros torcedores não se esquecem que o pessoal continua precisando de ajuda. Nossa cabeça também está voltada para lá, para continuar ajudando. A gente tem essa consciência de que não acabou ainda.”

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As expectativas para a temporada foram completamente subvertidas frente à tragédia. Antes apontado como possível candidato ao título brasileiro, o Internacional vai precisar reencontrar a confiança dentro de campo, ao mesmo tempo em que se reestrutura fora dele, antes de pensar em qualquer objetivo maior.

“Eu tinha convicção de que a gente tinha condições de brigar pelo título, hoje eu já não sei”, disse o gerente esportivo colorado Magrão, em coletiva nesta segunda-feira. “O maior título que se tem hoje é quem conseguiu ficar vivo, quem conseguiu ficar com a casa em pé. Agora, como dirigente, como clube, como instituição, a gente vai trabalhar muito para reverter as adversidades, mas projetar isso é complicado”.

É consenso entre os dois rivais que a parte emocional é mais difícil de lidar neste momento. Treinador do Grêmio, Renato Gaúcho deixou isso bem claro enquanto tentava conter as lágrimas ao conceder coletiva de imprensa no CT Joaquim Grava, na última sexta-feira, para jornalistas da imprensa gaúcha e paulista.

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“A parte psicológica está sendo muito difícil. Eles (jogadores) são profissionais, têm treinado, mas sempre na preocupação com o nosso povo, com a família deles. O cenário, nessa parte, é muito ruim”, comentou o técnico tricolor, com a voz embargada.

Durante o começo das enchentes, nos primeiros dias de maio, foi comum ver jogadores de ambos os clubes participando de resgates ou trabalhando como voluntários em abrigos. O goleiro Rochet, do Inter, foi visto servindo comida a pessoas desabrigadas, e o atacante Diego Costa, do Grêmio, cedeu jet-skis para ajudar a resgatar moradores. Já o volante colorado Thiago Maia entrou nas águas das enchentes e carregou uma idosa nas costas para tirá-la de uma área de risco.

Renato Gaúcho se emocionou durante coletiva no CT Joaquim Grava, em São Paulo Foto: Reprodução/GrêmioTV
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Danos desportivos

Enquanto jogadores dos clubes gaúchos vivenciam o desastre climática e tentavam auxiliar, o futebol do País não parou e, exceto os jogos jogos envolvendo Inter, Juventude e Grêmio, o Brasileirão teve a sexta rodada realizada no final de semana do dia 12 de junho. A decisão de paralisar o campeonato por duas semanas só veio no dia 15, mas a rodada de volta da terceira fase da Copa do Brasil foi disputada dos dias 21 a 23, sem os gaúchos.

O período de um mês sem jogos oficiais, e boa parte dele sem treinamentos, não deixa dúvidas para Renato Gaúcho de que os times do Rio Grande do Sul estarão prejudicados desportivamente ao voltarem ao gramado. “O Grêmio está e vai ser muito prejudicado. Os outros clubes não têm culpa, eles estão treinando, tanto na parte física quanto na parte técnica estão muito bem, e o Grêmio está há praticamente um mês sem jogar. A desigualdade é muito grande nesse sentido.”

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No Inter, a opinião é a mesma. Embora os jogadores tenham conseguido recuperar um pouco do ritmo com o uso da estrutura do CT do Ituano, a situação ainda deve estar longe do ideal no duelo desta terça.

“O trabalho que sempre foi feito com essa equipe é muito intenso e muito forte. Então, a gente vinha de uma construção de carga bem alta”, explicou Antonio Carlos Fedato, coordenador de performance do Inter, ao canal oficial do clube colorado. “A perda que a gente teve em 10 dias, na primeira semana a gente consegue recuperar muita coisa, e aí vamos ter um jogo, continuamos trabalhando de uma forma mais específica. O que vai faltar é realmente essa carga de jogos, esse ritmo de jogo que a gente perdeu por ficar sem jogar.”

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Fora o fator do ritmo de jogo, os clubes de Porto Alegre também vão ter de lidar com um roteiro itinerante dos mais desgastantes. Como o Beira-Rio, devastado pelas enchentes, ainda não pode ser utilizado, o Inter deve percorrer cerca de 15 mil km até o primeiro semestre de junho.

Depois de jogar como mandante em Barueri, vai até Campinas, de onde pega um voo para enfrentar o Cuiabá na capital mato-grossense. Em seguida, viaja para Tarija, na Bolívia, para repor o jogo atrasado da Sul-Americana com o Real Tomayapo. Na volta, dois jogos como mandante em lugares diferentes: contra o Delfín, em Caxias do Sul, e contra o São Paulo, em Criciúma, antes de viajar a Salvador enfrentar o Vitória.

O Grêmio, que também teve sua Arena danificada, também tem uma maratona pela frente, mas ao menos conseguirá mandar jogos em um mesmo estádio mais de uma vez, pois jogará no Couto Pereira, em Curitiba, contra The Strongest, Red Bull Bragantino e Estudiantes. Só no dia 16 de junho precisará recorrer ao Alfredo Jaconi para receber o Botafogo. Nesta série, encara Huachipato no Chile e Flamengo no Maracanã.

A situação desfavorável fez a CBF e demais clubes do Brasileirão aprovarem uma mudança de regulamento que permite aos times gaúchos a inversão do mando de seus jogos no primeiro turnos, desde que o adversário concorde. Também foi acordado que Datas Fifa serão utilizadas para repor jogos que foram adiados sem atrasar o encerramento do campeonato, no dia 8 de dezemebro.

“A gente fica feliz também que a grande maioria dos clubes entenderam a situação que estamos passando no Rio Grande do Sul. Tomamos algumas medidas paliativas pra gente retomar e minimizar o desequilíbrio”, afirmou o presidente do Grêmio, Alberto Guerra, após o Conselho Técnico em que as decisões foram tomadas.

Danos materiais

As soluções apresentadas até aqui são apenas para remediar a situação, que ainda é de incerteza, especialmente quando o assunto é o retorno dos times gaúchos para casa. No caso do Inter, há uma previsão de 90 dias para que o Beira-Rio possa voltar a ser utilizar. Quanto ao CT Parque do Gigante pode levar até 120 dias para ser recuperado, mas os prazos ainda são nebulosos, até porque as chuvas ainda castigam o Rio Grande do Sul

“A gente pensou algo. Eu pensei que meu filho iria para o colégio hoje, mas teve alerta de ciclone extratropical e já fechou de novo as escolas. Agora, vai abrir de novo. A gente vive uma incerteza diária, a gente não consegue avaliar o tamanho do prejuízo que a gente teve no nosso centro de treinamento. Quando a gente pensa que vai dar para entrar para ver, alaga de novo”, disse Magrão.

O Grêmio também é cuidadoso ao falar em prazos para voltar a utilizar o CT Luiz Carvalho e a Arena do Grêmio, demasiadamente danificados pela chuva. Ainda sem conseguir mensurar o real prejuízo, o presidente Alberto Guerra não descarta que seja necessário deixar o estádio fechado até o fim de 2024.

“Apesar de o gramado ter aparecido nas filmagens, o túnel ainda está muito alagado. A gente não conseguiu ter a extensão dos problemas. Conversando com especialistas de grama e estádio quando a água entrou, a gente faz essa previsão otimista e estamos considerando a possibilidade de não dar para jogar neste ano. Sendo otimistas, estamos falando em 90 dias”, afirmou.

Mesmo com os gastos previstos para reparar o estrago, o Grêmio não deixou de atuar no mercado e anunciou o zagueiro Jemerson como reforço, na semana passada. Além disso, negocia com Rodrigo Caio.

“Estamos avaliando o impacto financeiro. Praticamente todo clube sai de Porto Alegre e fica itinerante, os custos se multiplicam. O caso do Jemerson já era uma negociação que era para ter sido finalizada em abril e concretizamos agora. A gente pretendia fazer alguns investimentos, ou pretende ainda. Não vou dizer que não faremos, mas temos que avaliar o resultado de tudo isso para tomar algumas decisões, não temos dimensão financeira dos prejuízos de toda essa tragédia”, comentou Guerra.

No Internacional, a estimativa é de um prejuízo de R$ 35 milhões. Até por isso, o clube acionou o seguro do estádio, mas ainda não sabe qual será o alcance da cobertura. Já pensando na reestruturação, a dupla da capital e a Federação Gaúcha de Futebol pediram à CBF, durante a reunião desta segunda-feira, uma ajuda de custo para cobrir os gastos de estar levando jogos como mandantes, e até treinamentos, para fora de Porto Alegre.

Mesmo em situação financeira instável frente aos danos em seu patrimônios, os times gaúchos estão colocando a solidariedade na frente. Com o intuito de ajudar no apoio às vítimas das enchentes e fortalecer a união da torcida, o Inter está promovendo um ingresso solidário para o jogo desta terça. O torcedor que levar um quilo de alimento não perecível pagará metade do valor, R$60. Para isso, deve selecionar a opção “ingresso solidário” no momento da compra no site https://ceosports.com.br/internaciona e fazer a entrega da doação no acesso ao estádio..

“Estaremos longe do nosso estado, em uma situação impensável. Queríamos estar com nossas famílias no RS, mas sabemos que é importante também seguir em frente. Sozinhos não estaremos, pois temos milhares de torcedores pela região, capital e interior de São Paulo, e contamos com o apoio de todos que puderem comparecer; não apenas para ajudar e apoiar nosso time neste retorno aos campos, mas porque essa ajuda será de fundamental importância aqueles que mais necessitam. Qualquer apoio de torcedores, que desejam ajudar o Rio Grande do Sul, neste momento, é muito importante”, afirma Nelson Pires, vice-presidente de marketing do Internacional.

As regras próprias do mundo do futebol não deram muito tempo para Grêmio e Internacional se recuperarem do baque de estar no meio do desastre climático que já matou mais de 160 pessoas no Rio Grande do Sul. Sem os próprios estádios e centros de treinamento à disposição, já que suas estruturas foram danificadas pelas enchentes, os dois clubes de Porto Alegre se refugiaram longe de casa para reunir as mínimas condições de competir.

A dupla porto-alegrense não joga desde o fim de abril. O Inter é o primeiro a voltar a jogar, às 21h30 desta terça-feira, contra o Belgrano, na Arena Barueri, a pouco menos de uma hora de Itu, cidade paulista onde o clube colorado tem treinado nos últimos dias, utilizando as dependências do Ituano. Já o Grêmio, que vinha trabalhando no CT Joaquim Grava, do Corinthians, será mandante no Couto Pereira, em Curitiba, durante a partida com o The Strongest.

O compromisso de ambas as equipes é pela rodada final da fase de grupos dos respectivos campeonatos. Fora os jogos desta semana, contudo, a dupla tem mais dois compromissos pelos torneios continentais, referentes às rodadas que foram adiadas por causa da tragédia no Sul. O Inter é o terceiro do Grupo C na Sul-Americana, com cinco pontos, empatado com o vice-líder Delfín, e a quatro do líder Belgrano, adversário desta terça. Os gremistas estão em último lugar do Grupo C da Libertadores, com três pontos, atrás de Estudiantes (3), Huachipato (5) e The Strongest (10).

Estádio Beira-Rio ficou alagado após cheia no Guaíba. Foto: Divulgação/Internacional

Danos emocionais

Quando entrarem em campo, colorados e tricolores terão de controlar muitos sentimentos para manter o foco e a competitividade. “Não sentimos tanto na pele como muitos sentiram, então fica difícil falar”, afirmou Renê, lateral-esquerdo do Inter. “Vamos voltar a jogar, mas sabemos que torcedores colorados e outros torcedores não se esquecem que o pessoal continua precisando de ajuda. Nossa cabeça também está voltada para lá, para continuar ajudando. A gente tem essa consciência de que não acabou ainda.”

As expectativas para a temporada foram completamente subvertidas frente à tragédia. Antes apontado como possível candidato ao título brasileiro, o Internacional vai precisar reencontrar a confiança dentro de campo, ao mesmo tempo em que se reestrutura fora dele, antes de pensar em qualquer objetivo maior.

“Eu tinha convicção de que a gente tinha condições de brigar pelo título, hoje eu já não sei”, disse o gerente esportivo colorado Magrão, em coletiva nesta segunda-feira. “O maior título que se tem hoje é quem conseguiu ficar vivo, quem conseguiu ficar com a casa em pé. Agora, como dirigente, como clube, como instituição, a gente vai trabalhar muito para reverter as adversidades, mas projetar isso é complicado”.

É consenso entre os dois rivais que a parte emocional é mais difícil de lidar neste momento. Treinador do Grêmio, Renato Gaúcho deixou isso bem claro enquanto tentava conter as lágrimas ao conceder coletiva de imprensa no CT Joaquim Grava, na última sexta-feira, para jornalistas da imprensa gaúcha e paulista.

“A parte psicológica está sendo muito difícil. Eles (jogadores) são profissionais, têm treinado, mas sempre na preocupação com o nosso povo, com a família deles. O cenário, nessa parte, é muito ruim”, comentou o técnico tricolor, com a voz embargada.

Durante o começo das enchentes, nos primeiros dias de maio, foi comum ver jogadores de ambos os clubes participando de resgates ou trabalhando como voluntários em abrigos. O goleiro Rochet, do Inter, foi visto servindo comida a pessoas desabrigadas, e o atacante Diego Costa, do Grêmio, cedeu jet-skis para ajudar a resgatar moradores. Já o volante colorado Thiago Maia entrou nas águas das enchentes e carregou uma idosa nas costas para tirá-la de uma área de risco.

Renato Gaúcho se emocionou durante coletiva no CT Joaquim Grava, em São Paulo Foto: Reprodução/GrêmioTV

Danos desportivos

Enquanto jogadores dos clubes gaúchos vivenciam o desastre climática e tentavam auxiliar, o futebol do País não parou e, exceto os jogos jogos envolvendo Inter, Juventude e Grêmio, o Brasileirão teve a sexta rodada realizada no final de semana do dia 12 de junho. A decisão de paralisar o campeonato por duas semanas só veio no dia 15, mas a rodada de volta da terceira fase da Copa do Brasil foi disputada dos dias 21 a 23, sem os gaúchos.

O período de um mês sem jogos oficiais, e boa parte dele sem treinamentos, não deixa dúvidas para Renato Gaúcho de que os times do Rio Grande do Sul estarão prejudicados desportivamente ao voltarem ao gramado. “O Grêmio está e vai ser muito prejudicado. Os outros clubes não têm culpa, eles estão treinando, tanto na parte física quanto na parte técnica estão muito bem, e o Grêmio está há praticamente um mês sem jogar. A desigualdade é muito grande nesse sentido.”

No Inter, a opinião é a mesma. Embora os jogadores tenham conseguido recuperar um pouco do ritmo com o uso da estrutura do CT do Ituano, a situação ainda deve estar longe do ideal no duelo desta terça.

“O trabalho que sempre foi feito com essa equipe é muito intenso e muito forte. Então, a gente vinha de uma construção de carga bem alta”, explicou Antonio Carlos Fedato, coordenador de performance do Inter, ao canal oficial do clube colorado. “A perda que a gente teve em 10 dias, na primeira semana a gente consegue recuperar muita coisa, e aí vamos ter um jogo, continuamos trabalhando de uma forma mais específica. O que vai faltar é realmente essa carga de jogos, esse ritmo de jogo que a gente perdeu por ficar sem jogar.”

Fora o fator do ritmo de jogo, os clubes de Porto Alegre também vão ter de lidar com um roteiro itinerante dos mais desgastantes. Como o Beira-Rio, devastado pelas enchentes, ainda não pode ser utilizado, o Inter deve percorrer cerca de 15 mil km até o primeiro semestre de junho.

Depois de jogar como mandante em Barueri, vai até Campinas, de onde pega um voo para enfrentar o Cuiabá na capital mato-grossense. Em seguida, viaja para Tarija, na Bolívia, para repor o jogo atrasado da Sul-Americana com o Real Tomayapo. Na volta, dois jogos como mandante em lugares diferentes: contra o Delfín, em Caxias do Sul, e contra o São Paulo, em Criciúma, antes de viajar a Salvador enfrentar o Vitória.

O Grêmio, que também teve sua Arena danificada, também tem uma maratona pela frente, mas ao menos conseguirá mandar jogos em um mesmo estádio mais de uma vez, pois jogará no Couto Pereira, em Curitiba, contra The Strongest, Red Bull Bragantino e Estudiantes. Só no dia 16 de junho precisará recorrer ao Alfredo Jaconi para receber o Botafogo. Nesta série, encara Huachipato no Chile e Flamengo no Maracanã.

A situação desfavorável fez a CBF e demais clubes do Brasileirão aprovarem uma mudança de regulamento que permite aos times gaúchos a inversão do mando de seus jogos no primeiro turnos, desde que o adversário concorde. Também foi acordado que Datas Fifa serão utilizadas para repor jogos que foram adiados sem atrasar o encerramento do campeonato, no dia 8 de dezemebro.

“A gente fica feliz também que a grande maioria dos clubes entenderam a situação que estamos passando no Rio Grande do Sul. Tomamos algumas medidas paliativas pra gente retomar e minimizar o desequilíbrio”, afirmou o presidente do Grêmio, Alberto Guerra, após o Conselho Técnico em que as decisões foram tomadas.

Danos materiais

As soluções apresentadas até aqui são apenas para remediar a situação, que ainda é de incerteza, especialmente quando o assunto é o retorno dos times gaúchos para casa. No caso do Inter, há uma previsão de 90 dias para que o Beira-Rio possa voltar a ser utilizar. Quanto ao CT Parque do Gigante pode levar até 120 dias para ser recuperado, mas os prazos ainda são nebulosos, até porque as chuvas ainda castigam o Rio Grande do Sul

“A gente pensou algo. Eu pensei que meu filho iria para o colégio hoje, mas teve alerta de ciclone extratropical e já fechou de novo as escolas. Agora, vai abrir de novo. A gente vive uma incerteza diária, a gente não consegue avaliar o tamanho do prejuízo que a gente teve no nosso centro de treinamento. Quando a gente pensa que vai dar para entrar para ver, alaga de novo”, disse Magrão.

O Grêmio também é cuidadoso ao falar em prazos para voltar a utilizar o CT Luiz Carvalho e a Arena do Grêmio, demasiadamente danificados pela chuva. Ainda sem conseguir mensurar o real prejuízo, o presidente Alberto Guerra não descarta que seja necessário deixar o estádio fechado até o fim de 2024.

“Apesar de o gramado ter aparecido nas filmagens, o túnel ainda está muito alagado. A gente não conseguiu ter a extensão dos problemas. Conversando com especialistas de grama e estádio quando a água entrou, a gente faz essa previsão otimista e estamos considerando a possibilidade de não dar para jogar neste ano. Sendo otimistas, estamos falando em 90 dias”, afirmou.

Mesmo com os gastos previstos para reparar o estrago, o Grêmio não deixou de atuar no mercado e anunciou o zagueiro Jemerson como reforço, na semana passada. Além disso, negocia com Rodrigo Caio.

“Estamos avaliando o impacto financeiro. Praticamente todo clube sai de Porto Alegre e fica itinerante, os custos se multiplicam. O caso do Jemerson já era uma negociação que era para ter sido finalizada em abril e concretizamos agora. A gente pretendia fazer alguns investimentos, ou pretende ainda. Não vou dizer que não faremos, mas temos que avaliar o resultado de tudo isso para tomar algumas decisões, não temos dimensão financeira dos prejuízos de toda essa tragédia”, comentou Guerra.

No Internacional, a estimativa é de um prejuízo de R$ 35 milhões. Até por isso, o clube acionou o seguro do estádio, mas ainda não sabe qual será o alcance da cobertura. Já pensando na reestruturação, a dupla da capital e a Federação Gaúcha de Futebol pediram à CBF, durante a reunião desta segunda-feira, uma ajuda de custo para cobrir os gastos de estar levando jogos como mandantes, e até treinamentos, para fora de Porto Alegre.

Mesmo em situação financeira instável frente aos danos em seu patrimônios, os times gaúchos estão colocando a solidariedade na frente. Com o intuito de ajudar no apoio às vítimas das enchentes e fortalecer a união da torcida, o Inter está promovendo um ingresso solidário para o jogo desta terça. O torcedor que levar um quilo de alimento não perecível pagará metade do valor, R$60. Para isso, deve selecionar a opção “ingresso solidário” no momento da compra no site https://ceosports.com.br/internaciona e fazer a entrega da doação no acesso ao estádio..

“Estaremos longe do nosso estado, em uma situação impensável. Queríamos estar com nossas famílias no RS, mas sabemos que é importante também seguir em frente. Sozinhos não estaremos, pois temos milhares de torcedores pela região, capital e interior de São Paulo, e contamos com o apoio de todos que puderem comparecer; não apenas para ajudar e apoiar nosso time neste retorno aos campos, mas porque essa ajuda será de fundamental importância aqueles que mais necessitam. Qualquer apoio de torcedores, que desejam ajudar o Rio Grande do Sul, neste momento, é muito importante”, afirma Nelson Pires, vice-presidente de marketing do Internacional.

As regras próprias do mundo do futebol não deram muito tempo para Grêmio e Internacional se recuperarem do baque de estar no meio do desastre climático que já matou mais de 160 pessoas no Rio Grande do Sul. Sem os próprios estádios e centros de treinamento à disposição, já que suas estruturas foram danificadas pelas enchentes, os dois clubes de Porto Alegre se refugiaram longe de casa para reunir as mínimas condições de competir.

A dupla porto-alegrense não joga desde o fim de abril. O Inter é o primeiro a voltar a jogar, às 21h30 desta terça-feira, contra o Belgrano, na Arena Barueri, a pouco menos de uma hora de Itu, cidade paulista onde o clube colorado tem treinado nos últimos dias, utilizando as dependências do Ituano. Já o Grêmio, que vinha trabalhando no CT Joaquim Grava, do Corinthians, será mandante no Couto Pereira, em Curitiba, durante a partida com o The Strongest.

O compromisso de ambas as equipes é pela rodada final da fase de grupos dos respectivos campeonatos. Fora os jogos desta semana, contudo, a dupla tem mais dois compromissos pelos torneios continentais, referentes às rodadas que foram adiadas por causa da tragédia no Sul. O Inter é o terceiro do Grupo C na Sul-Americana, com cinco pontos, empatado com o vice-líder Delfín, e a quatro do líder Belgrano, adversário desta terça. Os gremistas estão em último lugar do Grupo C da Libertadores, com três pontos, atrás de Estudiantes (3), Huachipato (5) e The Strongest (10).

Estádio Beira-Rio ficou alagado após cheia no Guaíba. Foto: Divulgação/Internacional

Danos emocionais

Quando entrarem em campo, colorados e tricolores terão de controlar muitos sentimentos para manter o foco e a competitividade. “Não sentimos tanto na pele como muitos sentiram, então fica difícil falar”, afirmou Renê, lateral-esquerdo do Inter. “Vamos voltar a jogar, mas sabemos que torcedores colorados e outros torcedores não se esquecem que o pessoal continua precisando de ajuda. Nossa cabeça também está voltada para lá, para continuar ajudando. A gente tem essa consciência de que não acabou ainda.”

As expectativas para a temporada foram completamente subvertidas frente à tragédia. Antes apontado como possível candidato ao título brasileiro, o Internacional vai precisar reencontrar a confiança dentro de campo, ao mesmo tempo em que se reestrutura fora dele, antes de pensar em qualquer objetivo maior.

“Eu tinha convicção de que a gente tinha condições de brigar pelo título, hoje eu já não sei”, disse o gerente esportivo colorado Magrão, em coletiva nesta segunda-feira. “O maior título que se tem hoje é quem conseguiu ficar vivo, quem conseguiu ficar com a casa em pé. Agora, como dirigente, como clube, como instituição, a gente vai trabalhar muito para reverter as adversidades, mas projetar isso é complicado”.

É consenso entre os dois rivais que a parte emocional é mais difícil de lidar neste momento. Treinador do Grêmio, Renato Gaúcho deixou isso bem claro enquanto tentava conter as lágrimas ao conceder coletiva de imprensa no CT Joaquim Grava, na última sexta-feira, para jornalistas da imprensa gaúcha e paulista.

“A parte psicológica está sendo muito difícil. Eles (jogadores) são profissionais, têm treinado, mas sempre na preocupação com o nosso povo, com a família deles. O cenário, nessa parte, é muito ruim”, comentou o técnico tricolor, com a voz embargada.

Durante o começo das enchentes, nos primeiros dias de maio, foi comum ver jogadores de ambos os clubes participando de resgates ou trabalhando como voluntários em abrigos. O goleiro Rochet, do Inter, foi visto servindo comida a pessoas desabrigadas, e o atacante Diego Costa, do Grêmio, cedeu jet-skis para ajudar a resgatar moradores. Já o volante colorado Thiago Maia entrou nas águas das enchentes e carregou uma idosa nas costas para tirá-la de uma área de risco.

Renato Gaúcho se emocionou durante coletiva no CT Joaquim Grava, em São Paulo Foto: Reprodução/GrêmioTV

Danos desportivos

Enquanto jogadores dos clubes gaúchos vivenciam o desastre climática e tentavam auxiliar, o futebol do País não parou e, exceto os jogos jogos envolvendo Inter, Juventude e Grêmio, o Brasileirão teve a sexta rodada realizada no final de semana do dia 12 de junho. A decisão de paralisar o campeonato por duas semanas só veio no dia 15, mas a rodada de volta da terceira fase da Copa do Brasil foi disputada dos dias 21 a 23, sem os gaúchos.

O período de um mês sem jogos oficiais, e boa parte dele sem treinamentos, não deixa dúvidas para Renato Gaúcho de que os times do Rio Grande do Sul estarão prejudicados desportivamente ao voltarem ao gramado. “O Grêmio está e vai ser muito prejudicado. Os outros clubes não têm culpa, eles estão treinando, tanto na parte física quanto na parte técnica estão muito bem, e o Grêmio está há praticamente um mês sem jogar. A desigualdade é muito grande nesse sentido.”

No Inter, a opinião é a mesma. Embora os jogadores tenham conseguido recuperar um pouco do ritmo com o uso da estrutura do CT do Ituano, a situação ainda deve estar longe do ideal no duelo desta terça.

“O trabalho que sempre foi feito com essa equipe é muito intenso e muito forte. Então, a gente vinha de uma construção de carga bem alta”, explicou Antonio Carlos Fedato, coordenador de performance do Inter, ao canal oficial do clube colorado. “A perda que a gente teve em 10 dias, na primeira semana a gente consegue recuperar muita coisa, e aí vamos ter um jogo, continuamos trabalhando de uma forma mais específica. O que vai faltar é realmente essa carga de jogos, esse ritmo de jogo que a gente perdeu por ficar sem jogar.”

Fora o fator do ritmo de jogo, os clubes de Porto Alegre também vão ter de lidar com um roteiro itinerante dos mais desgastantes. Como o Beira-Rio, devastado pelas enchentes, ainda não pode ser utilizado, o Inter deve percorrer cerca de 15 mil km até o primeiro semestre de junho.

Depois de jogar como mandante em Barueri, vai até Campinas, de onde pega um voo para enfrentar o Cuiabá na capital mato-grossense. Em seguida, viaja para Tarija, na Bolívia, para repor o jogo atrasado da Sul-Americana com o Real Tomayapo. Na volta, dois jogos como mandante em lugares diferentes: contra o Delfín, em Caxias do Sul, e contra o São Paulo, em Criciúma, antes de viajar a Salvador enfrentar o Vitória.

O Grêmio, que também teve sua Arena danificada, também tem uma maratona pela frente, mas ao menos conseguirá mandar jogos em um mesmo estádio mais de uma vez, pois jogará no Couto Pereira, em Curitiba, contra The Strongest, Red Bull Bragantino e Estudiantes. Só no dia 16 de junho precisará recorrer ao Alfredo Jaconi para receber o Botafogo. Nesta série, encara Huachipato no Chile e Flamengo no Maracanã.

A situação desfavorável fez a CBF e demais clubes do Brasileirão aprovarem uma mudança de regulamento que permite aos times gaúchos a inversão do mando de seus jogos no primeiro turnos, desde que o adversário concorde. Também foi acordado que Datas Fifa serão utilizadas para repor jogos que foram adiados sem atrasar o encerramento do campeonato, no dia 8 de dezemebro.

“A gente fica feliz também que a grande maioria dos clubes entenderam a situação que estamos passando no Rio Grande do Sul. Tomamos algumas medidas paliativas pra gente retomar e minimizar o desequilíbrio”, afirmou o presidente do Grêmio, Alberto Guerra, após o Conselho Técnico em que as decisões foram tomadas.

Danos materiais

As soluções apresentadas até aqui são apenas para remediar a situação, que ainda é de incerteza, especialmente quando o assunto é o retorno dos times gaúchos para casa. No caso do Inter, há uma previsão de 90 dias para que o Beira-Rio possa voltar a ser utilizar. Quanto ao CT Parque do Gigante pode levar até 120 dias para ser recuperado, mas os prazos ainda são nebulosos, até porque as chuvas ainda castigam o Rio Grande do Sul

“A gente pensou algo. Eu pensei que meu filho iria para o colégio hoje, mas teve alerta de ciclone extratropical e já fechou de novo as escolas. Agora, vai abrir de novo. A gente vive uma incerteza diária, a gente não consegue avaliar o tamanho do prejuízo que a gente teve no nosso centro de treinamento. Quando a gente pensa que vai dar para entrar para ver, alaga de novo”, disse Magrão.

O Grêmio também é cuidadoso ao falar em prazos para voltar a utilizar o CT Luiz Carvalho e a Arena do Grêmio, demasiadamente danificados pela chuva. Ainda sem conseguir mensurar o real prejuízo, o presidente Alberto Guerra não descarta que seja necessário deixar o estádio fechado até o fim de 2024.

“Apesar de o gramado ter aparecido nas filmagens, o túnel ainda está muito alagado. A gente não conseguiu ter a extensão dos problemas. Conversando com especialistas de grama e estádio quando a água entrou, a gente faz essa previsão otimista e estamos considerando a possibilidade de não dar para jogar neste ano. Sendo otimistas, estamos falando em 90 dias”, afirmou.

Mesmo com os gastos previstos para reparar o estrago, o Grêmio não deixou de atuar no mercado e anunciou o zagueiro Jemerson como reforço, na semana passada. Além disso, negocia com Rodrigo Caio.

“Estamos avaliando o impacto financeiro. Praticamente todo clube sai de Porto Alegre e fica itinerante, os custos se multiplicam. O caso do Jemerson já era uma negociação que era para ter sido finalizada em abril e concretizamos agora. A gente pretendia fazer alguns investimentos, ou pretende ainda. Não vou dizer que não faremos, mas temos que avaliar o resultado de tudo isso para tomar algumas decisões, não temos dimensão financeira dos prejuízos de toda essa tragédia”, comentou Guerra.

No Internacional, a estimativa é de um prejuízo de R$ 35 milhões. Até por isso, o clube acionou o seguro do estádio, mas ainda não sabe qual será o alcance da cobertura. Já pensando na reestruturação, a dupla da capital e a Federação Gaúcha de Futebol pediram à CBF, durante a reunião desta segunda-feira, uma ajuda de custo para cobrir os gastos de estar levando jogos como mandantes, e até treinamentos, para fora de Porto Alegre.

Mesmo em situação financeira instável frente aos danos em seu patrimônios, os times gaúchos estão colocando a solidariedade na frente. Com o intuito de ajudar no apoio às vítimas das enchentes e fortalecer a união da torcida, o Inter está promovendo um ingresso solidário para o jogo desta terça. O torcedor que levar um quilo de alimento não perecível pagará metade do valor, R$60. Para isso, deve selecionar a opção “ingresso solidário” no momento da compra no site https://ceosports.com.br/internaciona e fazer a entrega da doação no acesso ao estádio..

“Estaremos longe do nosso estado, em uma situação impensável. Queríamos estar com nossas famílias no RS, mas sabemos que é importante também seguir em frente. Sozinhos não estaremos, pois temos milhares de torcedores pela região, capital e interior de São Paulo, e contamos com o apoio de todos que puderem comparecer; não apenas para ajudar e apoiar nosso time neste retorno aos campos, mas porque essa ajuda será de fundamental importância aqueles que mais necessitam. Qualquer apoio de torcedores, que desejam ajudar o Rio Grande do Sul, neste momento, é muito importante”, afirma Nelson Pires, vice-presidente de marketing do Internacional.

As regras próprias do mundo do futebol não deram muito tempo para Grêmio e Internacional se recuperarem do baque de estar no meio do desastre climático que já matou mais de 160 pessoas no Rio Grande do Sul. Sem os próprios estádios e centros de treinamento à disposição, já que suas estruturas foram danificadas pelas enchentes, os dois clubes de Porto Alegre se refugiaram longe de casa para reunir as mínimas condições de competir.

A dupla porto-alegrense não joga desde o fim de abril. O Inter é o primeiro a voltar a jogar, às 21h30 desta terça-feira, contra o Belgrano, na Arena Barueri, a pouco menos de uma hora de Itu, cidade paulista onde o clube colorado tem treinado nos últimos dias, utilizando as dependências do Ituano. Já o Grêmio, que vinha trabalhando no CT Joaquim Grava, do Corinthians, será mandante no Couto Pereira, em Curitiba, durante a partida com o The Strongest.

O compromisso de ambas as equipes é pela rodada final da fase de grupos dos respectivos campeonatos. Fora os jogos desta semana, contudo, a dupla tem mais dois compromissos pelos torneios continentais, referentes às rodadas que foram adiadas por causa da tragédia no Sul. O Inter é o terceiro do Grupo C na Sul-Americana, com cinco pontos, empatado com o vice-líder Delfín, e a quatro do líder Belgrano, adversário desta terça. Os gremistas estão em último lugar do Grupo C da Libertadores, com três pontos, atrás de Estudiantes (3), Huachipato (5) e The Strongest (10).

Estádio Beira-Rio ficou alagado após cheia no Guaíba. Foto: Divulgação/Internacional

Danos emocionais

Quando entrarem em campo, colorados e tricolores terão de controlar muitos sentimentos para manter o foco e a competitividade. “Não sentimos tanto na pele como muitos sentiram, então fica difícil falar”, afirmou Renê, lateral-esquerdo do Inter. “Vamos voltar a jogar, mas sabemos que torcedores colorados e outros torcedores não se esquecem que o pessoal continua precisando de ajuda. Nossa cabeça também está voltada para lá, para continuar ajudando. A gente tem essa consciência de que não acabou ainda.”

As expectativas para a temporada foram completamente subvertidas frente à tragédia. Antes apontado como possível candidato ao título brasileiro, o Internacional vai precisar reencontrar a confiança dentro de campo, ao mesmo tempo em que se reestrutura fora dele, antes de pensar em qualquer objetivo maior.

“Eu tinha convicção de que a gente tinha condições de brigar pelo título, hoje eu já não sei”, disse o gerente esportivo colorado Magrão, em coletiva nesta segunda-feira. “O maior título que se tem hoje é quem conseguiu ficar vivo, quem conseguiu ficar com a casa em pé. Agora, como dirigente, como clube, como instituição, a gente vai trabalhar muito para reverter as adversidades, mas projetar isso é complicado”.

É consenso entre os dois rivais que a parte emocional é mais difícil de lidar neste momento. Treinador do Grêmio, Renato Gaúcho deixou isso bem claro enquanto tentava conter as lágrimas ao conceder coletiva de imprensa no CT Joaquim Grava, na última sexta-feira, para jornalistas da imprensa gaúcha e paulista.

“A parte psicológica está sendo muito difícil. Eles (jogadores) são profissionais, têm treinado, mas sempre na preocupação com o nosso povo, com a família deles. O cenário, nessa parte, é muito ruim”, comentou o técnico tricolor, com a voz embargada.

Durante o começo das enchentes, nos primeiros dias de maio, foi comum ver jogadores de ambos os clubes participando de resgates ou trabalhando como voluntários em abrigos. O goleiro Rochet, do Inter, foi visto servindo comida a pessoas desabrigadas, e o atacante Diego Costa, do Grêmio, cedeu jet-skis para ajudar a resgatar moradores. Já o volante colorado Thiago Maia entrou nas águas das enchentes e carregou uma idosa nas costas para tirá-la de uma área de risco.

Renato Gaúcho se emocionou durante coletiva no CT Joaquim Grava, em São Paulo Foto: Reprodução/GrêmioTV

Danos desportivos

Enquanto jogadores dos clubes gaúchos vivenciam o desastre climática e tentavam auxiliar, o futebol do País não parou e, exceto os jogos jogos envolvendo Inter, Juventude e Grêmio, o Brasileirão teve a sexta rodada realizada no final de semana do dia 12 de junho. A decisão de paralisar o campeonato por duas semanas só veio no dia 15, mas a rodada de volta da terceira fase da Copa do Brasil foi disputada dos dias 21 a 23, sem os gaúchos.

O período de um mês sem jogos oficiais, e boa parte dele sem treinamentos, não deixa dúvidas para Renato Gaúcho de que os times do Rio Grande do Sul estarão prejudicados desportivamente ao voltarem ao gramado. “O Grêmio está e vai ser muito prejudicado. Os outros clubes não têm culpa, eles estão treinando, tanto na parte física quanto na parte técnica estão muito bem, e o Grêmio está há praticamente um mês sem jogar. A desigualdade é muito grande nesse sentido.”

No Inter, a opinião é a mesma. Embora os jogadores tenham conseguido recuperar um pouco do ritmo com o uso da estrutura do CT do Ituano, a situação ainda deve estar longe do ideal no duelo desta terça.

“O trabalho que sempre foi feito com essa equipe é muito intenso e muito forte. Então, a gente vinha de uma construção de carga bem alta”, explicou Antonio Carlos Fedato, coordenador de performance do Inter, ao canal oficial do clube colorado. “A perda que a gente teve em 10 dias, na primeira semana a gente consegue recuperar muita coisa, e aí vamos ter um jogo, continuamos trabalhando de uma forma mais específica. O que vai faltar é realmente essa carga de jogos, esse ritmo de jogo que a gente perdeu por ficar sem jogar.”

Fora o fator do ritmo de jogo, os clubes de Porto Alegre também vão ter de lidar com um roteiro itinerante dos mais desgastantes. Como o Beira-Rio, devastado pelas enchentes, ainda não pode ser utilizado, o Inter deve percorrer cerca de 15 mil km até o primeiro semestre de junho.

Depois de jogar como mandante em Barueri, vai até Campinas, de onde pega um voo para enfrentar o Cuiabá na capital mato-grossense. Em seguida, viaja para Tarija, na Bolívia, para repor o jogo atrasado da Sul-Americana com o Real Tomayapo. Na volta, dois jogos como mandante em lugares diferentes: contra o Delfín, em Caxias do Sul, e contra o São Paulo, em Criciúma, antes de viajar a Salvador enfrentar o Vitória.

O Grêmio, que também teve sua Arena danificada, também tem uma maratona pela frente, mas ao menos conseguirá mandar jogos em um mesmo estádio mais de uma vez, pois jogará no Couto Pereira, em Curitiba, contra The Strongest, Red Bull Bragantino e Estudiantes. Só no dia 16 de junho precisará recorrer ao Alfredo Jaconi para receber o Botafogo. Nesta série, encara Huachipato no Chile e Flamengo no Maracanã.

A situação desfavorável fez a CBF e demais clubes do Brasileirão aprovarem uma mudança de regulamento que permite aos times gaúchos a inversão do mando de seus jogos no primeiro turnos, desde que o adversário concorde. Também foi acordado que Datas Fifa serão utilizadas para repor jogos que foram adiados sem atrasar o encerramento do campeonato, no dia 8 de dezemebro.

“A gente fica feliz também que a grande maioria dos clubes entenderam a situação que estamos passando no Rio Grande do Sul. Tomamos algumas medidas paliativas pra gente retomar e minimizar o desequilíbrio”, afirmou o presidente do Grêmio, Alberto Guerra, após o Conselho Técnico em que as decisões foram tomadas.

Danos materiais

As soluções apresentadas até aqui são apenas para remediar a situação, que ainda é de incerteza, especialmente quando o assunto é o retorno dos times gaúchos para casa. No caso do Inter, há uma previsão de 90 dias para que o Beira-Rio possa voltar a ser utilizar. Quanto ao CT Parque do Gigante pode levar até 120 dias para ser recuperado, mas os prazos ainda são nebulosos, até porque as chuvas ainda castigam o Rio Grande do Sul

“A gente pensou algo. Eu pensei que meu filho iria para o colégio hoje, mas teve alerta de ciclone extratropical e já fechou de novo as escolas. Agora, vai abrir de novo. A gente vive uma incerteza diária, a gente não consegue avaliar o tamanho do prejuízo que a gente teve no nosso centro de treinamento. Quando a gente pensa que vai dar para entrar para ver, alaga de novo”, disse Magrão.

O Grêmio também é cuidadoso ao falar em prazos para voltar a utilizar o CT Luiz Carvalho e a Arena do Grêmio, demasiadamente danificados pela chuva. Ainda sem conseguir mensurar o real prejuízo, o presidente Alberto Guerra não descarta que seja necessário deixar o estádio fechado até o fim de 2024.

“Apesar de o gramado ter aparecido nas filmagens, o túnel ainda está muito alagado. A gente não conseguiu ter a extensão dos problemas. Conversando com especialistas de grama e estádio quando a água entrou, a gente faz essa previsão otimista e estamos considerando a possibilidade de não dar para jogar neste ano. Sendo otimistas, estamos falando em 90 dias”, afirmou.

Mesmo com os gastos previstos para reparar o estrago, o Grêmio não deixou de atuar no mercado e anunciou o zagueiro Jemerson como reforço, na semana passada. Além disso, negocia com Rodrigo Caio.

“Estamos avaliando o impacto financeiro. Praticamente todo clube sai de Porto Alegre e fica itinerante, os custos se multiplicam. O caso do Jemerson já era uma negociação que era para ter sido finalizada em abril e concretizamos agora. A gente pretendia fazer alguns investimentos, ou pretende ainda. Não vou dizer que não faremos, mas temos que avaliar o resultado de tudo isso para tomar algumas decisões, não temos dimensão financeira dos prejuízos de toda essa tragédia”, comentou Guerra.

No Internacional, a estimativa é de um prejuízo de R$ 35 milhões. Até por isso, o clube acionou o seguro do estádio, mas ainda não sabe qual será o alcance da cobertura. Já pensando na reestruturação, a dupla da capital e a Federação Gaúcha de Futebol pediram à CBF, durante a reunião desta segunda-feira, uma ajuda de custo para cobrir os gastos de estar levando jogos como mandantes, e até treinamentos, para fora de Porto Alegre.

Mesmo em situação financeira instável frente aos danos em seu patrimônios, os times gaúchos estão colocando a solidariedade na frente. Com o intuito de ajudar no apoio às vítimas das enchentes e fortalecer a união da torcida, o Inter está promovendo um ingresso solidário para o jogo desta terça. O torcedor que levar um quilo de alimento não perecível pagará metade do valor, R$60. Para isso, deve selecionar a opção “ingresso solidário” no momento da compra no site https://ceosports.com.br/internaciona e fazer a entrega da doação no acesso ao estádio..

“Estaremos longe do nosso estado, em uma situação impensável. Queríamos estar com nossas famílias no RS, mas sabemos que é importante também seguir em frente. Sozinhos não estaremos, pois temos milhares de torcedores pela região, capital e interior de São Paulo, e contamos com o apoio de todos que puderem comparecer; não apenas para ajudar e apoiar nosso time neste retorno aos campos, mas porque essa ajuda será de fundamental importância aqueles que mais necessitam. Qualquer apoio de torcedores, que desejam ajudar o Rio Grande do Sul, neste momento, é muito importante”, afirma Nelson Pires, vice-presidente de marketing do Internacional.

As regras próprias do mundo do futebol não deram muito tempo para Grêmio e Internacional se recuperarem do baque de estar no meio do desastre climático que já matou mais de 160 pessoas no Rio Grande do Sul. Sem os próprios estádios e centros de treinamento à disposição, já que suas estruturas foram danificadas pelas enchentes, os dois clubes de Porto Alegre se refugiaram longe de casa para reunir as mínimas condições de competir.

A dupla porto-alegrense não joga desde o fim de abril. O Inter é o primeiro a voltar a jogar, às 21h30 desta terça-feira, contra o Belgrano, na Arena Barueri, a pouco menos de uma hora de Itu, cidade paulista onde o clube colorado tem treinado nos últimos dias, utilizando as dependências do Ituano. Já o Grêmio, que vinha trabalhando no CT Joaquim Grava, do Corinthians, será mandante no Couto Pereira, em Curitiba, durante a partida com o The Strongest.

O compromisso de ambas as equipes é pela rodada final da fase de grupos dos respectivos campeonatos. Fora os jogos desta semana, contudo, a dupla tem mais dois compromissos pelos torneios continentais, referentes às rodadas que foram adiadas por causa da tragédia no Sul. O Inter é o terceiro do Grupo C na Sul-Americana, com cinco pontos, empatado com o vice-líder Delfín, e a quatro do líder Belgrano, adversário desta terça. Os gremistas estão em último lugar do Grupo C da Libertadores, com três pontos, atrás de Estudiantes (3), Huachipato (5) e The Strongest (10).

Estádio Beira-Rio ficou alagado após cheia no Guaíba. Foto: Divulgação/Internacional

Danos emocionais

Quando entrarem em campo, colorados e tricolores terão de controlar muitos sentimentos para manter o foco e a competitividade. “Não sentimos tanto na pele como muitos sentiram, então fica difícil falar”, afirmou Renê, lateral-esquerdo do Inter. “Vamos voltar a jogar, mas sabemos que torcedores colorados e outros torcedores não se esquecem que o pessoal continua precisando de ajuda. Nossa cabeça também está voltada para lá, para continuar ajudando. A gente tem essa consciência de que não acabou ainda.”

As expectativas para a temporada foram completamente subvertidas frente à tragédia. Antes apontado como possível candidato ao título brasileiro, o Internacional vai precisar reencontrar a confiança dentro de campo, ao mesmo tempo em que se reestrutura fora dele, antes de pensar em qualquer objetivo maior.

“Eu tinha convicção de que a gente tinha condições de brigar pelo título, hoje eu já não sei”, disse o gerente esportivo colorado Magrão, em coletiva nesta segunda-feira. “O maior título que se tem hoje é quem conseguiu ficar vivo, quem conseguiu ficar com a casa em pé. Agora, como dirigente, como clube, como instituição, a gente vai trabalhar muito para reverter as adversidades, mas projetar isso é complicado”.

É consenso entre os dois rivais que a parte emocional é mais difícil de lidar neste momento. Treinador do Grêmio, Renato Gaúcho deixou isso bem claro enquanto tentava conter as lágrimas ao conceder coletiva de imprensa no CT Joaquim Grava, na última sexta-feira, para jornalistas da imprensa gaúcha e paulista.

“A parte psicológica está sendo muito difícil. Eles (jogadores) são profissionais, têm treinado, mas sempre na preocupação com o nosso povo, com a família deles. O cenário, nessa parte, é muito ruim”, comentou o técnico tricolor, com a voz embargada.

Durante o começo das enchentes, nos primeiros dias de maio, foi comum ver jogadores de ambos os clubes participando de resgates ou trabalhando como voluntários em abrigos. O goleiro Rochet, do Inter, foi visto servindo comida a pessoas desabrigadas, e o atacante Diego Costa, do Grêmio, cedeu jet-skis para ajudar a resgatar moradores. Já o volante colorado Thiago Maia entrou nas águas das enchentes e carregou uma idosa nas costas para tirá-la de uma área de risco.

Renato Gaúcho se emocionou durante coletiva no CT Joaquim Grava, em São Paulo Foto: Reprodução/GrêmioTV

Danos desportivos

Enquanto jogadores dos clubes gaúchos vivenciam o desastre climática e tentavam auxiliar, o futebol do País não parou e, exceto os jogos jogos envolvendo Inter, Juventude e Grêmio, o Brasileirão teve a sexta rodada realizada no final de semana do dia 12 de junho. A decisão de paralisar o campeonato por duas semanas só veio no dia 15, mas a rodada de volta da terceira fase da Copa do Brasil foi disputada dos dias 21 a 23, sem os gaúchos.

O período de um mês sem jogos oficiais, e boa parte dele sem treinamentos, não deixa dúvidas para Renato Gaúcho de que os times do Rio Grande do Sul estarão prejudicados desportivamente ao voltarem ao gramado. “O Grêmio está e vai ser muito prejudicado. Os outros clubes não têm culpa, eles estão treinando, tanto na parte física quanto na parte técnica estão muito bem, e o Grêmio está há praticamente um mês sem jogar. A desigualdade é muito grande nesse sentido.”

No Inter, a opinião é a mesma. Embora os jogadores tenham conseguido recuperar um pouco do ritmo com o uso da estrutura do CT do Ituano, a situação ainda deve estar longe do ideal no duelo desta terça.

“O trabalho que sempre foi feito com essa equipe é muito intenso e muito forte. Então, a gente vinha de uma construção de carga bem alta”, explicou Antonio Carlos Fedato, coordenador de performance do Inter, ao canal oficial do clube colorado. “A perda que a gente teve em 10 dias, na primeira semana a gente consegue recuperar muita coisa, e aí vamos ter um jogo, continuamos trabalhando de uma forma mais específica. O que vai faltar é realmente essa carga de jogos, esse ritmo de jogo que a gente perdeu por ficar sem jogar.”

Fora o fator do ritmo de jogo, os clubes de Porto Alegre também vão ter de lidar com um roteiro itinerante dos mais desgastantes. Como o Beira-Rio, devastado pelas enchentes, ainda não pode ser utilizado, o Inter deve percorrer cerca de 15 mil km até o primeiro semestre de junho.

Depois de jogar como mandante em Barueri, vai até Campinas, de onde pega um voo para enfrentar o Cuiabá na capital mato-grossense. Em seguida, viaja para Tarija, na Bolívia, para repor o jogo atrasado da Sul-Americana com o Real Tomayapo. Na volta, dois jogos como mandante em lugares diferentes: contra o Delfín, em Caxias do Sul, e contra o São Paulo, em Criciúma, antes de viajar a Salvador enfrentar o Vitória.

O Grêmio, que também teve sua Arena danificada, também tem uma maratona pela frente, mas ao menos conseguirá mandar jogos em um mesmo estádio mais de uma vez, pois jogará no Couto Pereira, em Curitiba, contra The Strongest, Red Bull Bragantino e Estudiantes. Só no dia 16 de junho precisará recorrer ao Alfredo Jaconi para receber o Botafogo. Nesta série, encara Huachipato no Chile e Flamengo no Maracanã.

A situação desfavorável fez a CBF e demais clubes do Brasileirão aprovarem uma mudança de regulamento que permite aos times gaúchos a inversão do mando de seus jogos no primeiro turnos, desde que o adversário concorde. Também foi acordado que Datas Fifa serão utilizadas para repor jogos que foram adiados sem atrasar o encerramento do campeonato, no dia 8 de dezemebro.

“A gente fica feliz também que a grande maioria dos clubes entenderam a situação que estamos passando no Rio Grande do Sul. Tomamos algumas medidas paliativas pra gente retomar e minimizar o desequilíbrio”, afirmou o presidente do Grêmio, Alberto Guerra, após o Conselho Técnico em que as decisões foram tomadas.

Danos materiais

As soluções apresentadas até aqui são apenas para remediar a situação, que ainda é de incerteza, especialmente quando o assunto é o retorno dos times gaúchos para casa. No caso do Inter, há uma previsão de 90 dias para que o Beira-Rio possa voltar a ser utilizar. Quanto ao CT Parque do Gigante pode levar até 120 dias para ser recuperado, mas os prazos ainda são nebulosos, até porque as chuvas ainda castigam o Rio Grande do Sul

“A gente pensou algo. Eu pensei que meu filho iria para o colégio hoje, mas teve alerta de ciclone extratropical e já fechou de novo as escolas. Agora, vai abrir de novo. A gente vive uma incerteza diária, a gente não consegue avaliar o tamanho do prejuízo que a gente teve no nosso centro de treinamento. Quando a gente pensa que vai dar para entrar para ver, alaga de novo”, disse Magrão.

O Grêmio também é cuidadoso ao falar em prazos para voltar a utilizar o CT Luiz Carvalho e a Arena do Grêmio, demasiadamente danificados pela chuva. Ainda sem conseguir mensurar o real prejuízo, o presidente Alberto Guerra não descarta que seja necessário deixar o estádio fechado até o fim de 2024.

“Apesar de o gramado ter aparecido nas filmagens, o túnel ainda está muito alagado. A gente não conseguiu ter a extensão dos problemas. Conversando com especialistas de grama e estádio quando a água entrou, a gente faz essa previsão otimista e estamos considerando a possibilidade de não dar para jogar neste ano. Sendo otimistas, estamos falando em 90 dias”, afirmou.

Mesmo com os gastos previstos para reparar o estrago, o Grêmio não deixou de atuar no mercado e anunciou o zagueiro Jemerson como reforço, na semana passada. Além disso, negocia com Rodrigo Caio.

“Estamos avaliando o impacto financeiro. Praticamente todo clube sai de Porto Alegre e fica itinerante, os custos se multiplicam. O caso do Jemerson já era uma negociação que era para ter sido finalizada em abril e concretizamos agora. A gente pretendia fazer alguns investimentos, ou pretende ainda. Não vou dizer que não faremos, mas temos que avaliar o resultado de tudo isso para tomar algumas decisões, não temos dimensão financeira dos prejuízos de toda essa tragédia”, comentou Guerra.

No Internacional, a estimativa é de um prejuízo de R$ 35 milhões. Até por isso, o clube acionou o seguro do estádio, mas ainda não sabe qual será o alcance da cobertura. Já pensando na reestruturação, a dupla da capital e a Federação Gaúcha de Futebol pediram à CBF, durante a reunião desta segunda-feira, uma ajuda de custo para cobrir os gastos de estar levando jogos como mandantes, e até treinamentos, para fora de Porto Alegre.

Mesmo em situação financeira instável frente aos danos em seu patrimônios, os times gaúchos estão colocando a solidariedade na frente. Com o intuito de ajudar no apoio às vítimas das enchentes e fortalecer a união da torcida, o Inter está promovendo um ingresso solidário para o jogo desta terça. O torcedor que levar um quilo de alimento não perecível pagará metade do valor, R$60. Para isso, deve selecionar a opção “ingresso solidário” no momento da compra no site https://ceosports.com.br/internaciona e fazer a entrega da doação no acesso ao estádio..

“Estaremos longe do nosso estado, em uma situação impensável. Queríamos estar com nossas famílias no RS, mas sabemos que é importante também seguir em frente. Sozinhos não estaremos, pois temos milhares de torcedores pela região, capital e interior de São Paulo, e contamos com o apoio de todos que puderem comparecer; não apenas para ajudar e apoiar nosso time neste retorno aos campos, mas porque essa ajuda será de fundamental importância aqueles que mais necessitam. Qualquer apoio de torcedores, que desejam ajudar o Rio Grande do Sul, neste momento, é muito importante”, afirma Nelson Pires, vice-presidente de marketing do Internacional.

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