Joana Sanz, ex-mulher de Daniel Alves, concedeu nesta terça-feira a primeira entrevista desde a prisão do jogador em Barcelona, ocorrida em janeiro. Ao Programa de Ana Rosa, da emissora da TV espanhola Telecinco, a modelo comentou sobre o processo de separação, iniciado neste mês, e sobre a visita ao brasileiro no presídio Brians II, no fim de semana, onde Dani está preso de forma provisória enquanto aguarda julgamento por crime sexual.
No último domingo, o casal conversou frente a frente, por quase uma hora, separados apenas por uma janela de vidro. A modelo e empresária de 29 anos foi questionada pela imprensa sobre o teor da visita ao deixar o local, mas ela foi embora sem fazer qualquer declaração aos jornalistas. Na entrevista à Telecinco, Joana afirmou que seguirá visitando o jogador, sempre que possível.
“Estou seguindo em frente. Sempre que posso, vou vê-lo para saber como ele está, como se encontra (sua situação) e saber dele. É uma situação muito complicada”, contou Joana, durante conversa de 28 minutos à TV espanhola. A modelo indicou a separação do lateral em carta aberta, publicada em seu Instagram; em resposta, Dani afirmou, em carta publicada pelo Estadão com exclusividade, que “lamentava a decisão” de sua mulher. Disse que ela sentiu a pressão do caso.
“Não temos de falar nada de dinheiro porque Dani e eu temos separação de bens, não temos nada em comum. A única vez que falamos de dinheiro foi no início de toda esta situação, fiquei arrasada e, por meio do seu advogado, pedi-lhe que arranjasse um apartamento para mim em Paris onde ia trabalhar”, revelou a modelo.
Daniel Alves e Joana se conheceram em 2015 e se casaram dois anos depois, em cerimônia secreta e privada em Ibiza, uma ilha no litoral da Espanha. Apesar do lateral responder pelo crime de estupro de uma jovem em boate de Barcelona no último ano, a modelo afirmou que não irá julgar seu ex-marido. “Não vou julgá-lo, é para isso que serve a Justiça.”
CASO DANIEL ALVES
Daniel Alves teve a prisão decretada no dia 20 de janeiro. Ele foi detido ao prestar depoimento sobre o caso de agressão sexual contra uma mulher na madrugada do dia 30 de dezembro. O Ministério Público pediu a prisão preventiva do atleta de 39 anos, sem direito à fiança, e a titular do Juizado de Instrução 15 de Barcelona acatou o pedido, ordenando a detenção.
A acusação se refere a um episódio que teria ocorrido na casa noturna Sutton, em Barcelona, na Espanha. O atleta, que defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar, teria trancado, agredido e estuprado a denunciante em um banheiro da área VIP da casa noturna, segundo o jornal El Periódico. Ela procurou as amigas e os seguranças da balada depois do ocorrido.
A equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia catalã (Mossos d’Esquadra), que colheu depoimento da vítima. Uma câmera usada na farda de um policial gravou acidentalmente a primeira versão da vítima sobre o caso, corroborando o que foi dito por ela no depoimento oficial. A mulher também passou por exame médico em um hospital. Daniel Alves foi embora do local antes da chegada dos policiais.
Segundo a imprensa espanhola, a contradição no depoimento do lateral-direito foi determinante para o Ministério Público do país pedir a prisão e a juíza aceitar. No início de janeiro, o jogador deu entrevista ao programa Y Ahora Sonsoles, da Antena 3, em que confirmou que esteve na mesma boate que a mulher que o acusa, mas negou ter tocado na denunciante sem a anuência dela e disse que nem a conhecia.
No depoimento, porém, de acordo com os meios de comunicação da Espanha, o atleta afirmou que esteve com a mulher, mas sem ato sexual. Posteriormente, admitiu ter feito sexo, mas alegou que a relação foi consentida. Segundo a rádio Cadena SER, imagens da vigilância interna do local confirmam que Daniel Alves ficou 15 minutos com a mulher no banheiro. Material coletado encontrou vestígios de sêmen tanto internamente quanto no vestido da denunciante. O Pumas, do México, anunciou que o contrato de trabalho de Daniel Alves com o clube foi rompido por justa causa. Daniel teve ainda negado pedido para responder o caso em liberdade. Ele pode ser condenado a dez anos de prisão.