O ex-jogador da seleção holandesa Quincy Promes foi detido após ser localizado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Ele havia sido condenado, há um mês, por tráfico de drogas e, no ano passado, por esfaquear o próprio primo. Agora, a Procuradoria holandesa pede a extradição do jogador, para que ele cumpra a prisão na Holanda. A informação é da agência internacional de notícias AFP.
Promes não estava preso pelos crimes, mesmo com as duas condenações, porque morava na Rússia. Desde 2021, ele é jogador do Spartak Moscou. O país não o extraditou, enquanto o próprio atacante não se apresentou ao tribunal holandês. O Ministério Público da Holanda chegou a emitir um “alerta vermelho”, um pedido de busca internacional para localização e prisão provisória até a extradição.
Entretanto, Promes não havia sido detido, inicialmente, pelo aviso referente aos crimes pelos quais foi condenado. Ele estava em Dubai com o elenco do Spartak Moscou para treinos e amistosos da pré-temporada. O time também passou por Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos. Conforme a AFP, Promes foi detido no aeroporto de Dubai em 1º de março por ter fugido após um acidente de trânsito. Ele, então, foi colocado em prisão domiciliar no hotel onde estava hospedado, enquanto o restante do elenco pôde retornar à Rússia. Foi lá que, posteriormente, houve a detenção a pedido das autoridades holandesas.
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A condenação de Promes em fevereiro, segundo a acusação da Holanda, foi por “desempenhar um papel crucial” no tráfico de 1,3 kg de cocaína do Brasil para a Bélgica. A droga chegou ao porto de Antuérpia, escondida em um carregamento de sal marinho. De lá, o conteúdo seria levado para a Holanda, mas foi interceptado. O caso aconteceu em 2020, mas a denúncia contra o jogador foi oficializada somente em maio do ano passado. A participação de Promes no esquema foi descoberta pelas autoridades por meio de grampos telefônicos e rendeu a ele a sentença de seis anos de prisão.
Já a primeira condenação foi em 2023, quando Promes teve definida pena de 18 meses de prisão por esfaquear o primo no joelho em uma festa de família, em Amsterdã, no ano de 2020. A polícia soube do incidente porque o telefone do jogador estava grampeado como parte da primeira investigação. Em nenhum dos casos, ele compareceu ao tribunal. Ainda durante as investigações, quando jogava no Ajax, da Holanda, Promes chegou a ser detido, em dezembro de 2020, mas foi liberado.
Dois meses depois, o atacante fechou com o Spartak Moscou e deixou o país-natal. O clube russo pagou 8,5 milhões de euros (R$ 55,2 milhões, na cotação da época) por um contrato de três anos e meio. O vínculo, portanto, acaba no fim desta temporada europeia. O atleta, contudo, foi um dos principais jogadores do último ano no Spartak. Em 2023, foi eleito o melhor jogador da Rússia, em votação que envolvia técnicos, dirigentes, jornalistas e torcedores.
Além do desempenho, o jogador é considerado um ídolo na equipe. Ele já atuou lá em 2014, quando saiu do Twente, da Holanda, e foi o autor do gol do título da Super Copa da Rússia de 2017. Na passagem atual, Promes venceu a Copa do país na temporada 2021/22, quando foi artilheiro nos campeonatos nacionais. Até setembro do ano passado, clubes russos estavam banidos de torneios europeus como sanção da Uefa devido à guerra na Ucrânia. Promes tem 50 jogos com a camisa da seleção holandesa e passagem também pelo Sevilla, da Espanha. Ele chegou a compor a lista de 30 atletas de Louis Van Gaal para a Copa do Mundo de 2014, mas não ficou entre os 23 que vieram ao Brasil.
Os promotores não confirmaram o nome de Promes, mas disseram em comunicado que um homem de 32 anos que mora em Moscou foi preso em Dubai. Promes, de 32 anos, mora na capital russa. Os procuradores holandeses raramente divulgam os nomes dos suspeitos em processos criminais.
“O homem preso estaria hospedado em um apartamento de luxo em Dubai, de acordo com vários relatos da mídia. No entanto, ele foi levado sob custódia graças aos esforços das autoridades de ambos os países”, acrescentaram. “Neste momento, não é possível fornecer informações adicionais para evitar a interrupção da investigação em curso”.