O jogo do Palmeiras com o Cruzeiro é de risco de briga de suas torcidas. A partida está marcada para esta segunda-feira, 19h, na Pompeia. Mas confusões podem ocorrer em outros pontos da cidade, até mesmo na estrada, na chegada ou na saída dos mineiros de São Paulo em suas caravanas. Tudo por causa de uma briga entre os torcedores organizados dos dois times no passado, em setembro de 2002, no quilômetro 595 da BR-381, na Rodovia Fernão Dias, em Carmópolis de Minas-MG, região Centro-Oeste do Estado.
Cada grupo ia para um lugar diferente. Os mineiros se deslocavam para Campinas para acompanhar a partida entre Ponte Preta e Cruzeiro, enquanto os palmeirenses seguiam para Belo Horizonte visando o jogo diante do Atlético-MG. Os times não se enfrentavam entre si, até mesmo porque cada um estava em uma divisão.
Essa briga foi feia e com repercussão de crueldade dos torcedores do Cruzeiro, que mais bateram. Na época, teve provocações nas redes. Membros da torcida do Cruzeiro gravaram vídeos das brigas, das agressões e até das provocações contra os palmeirenses, que apanharam mais na ocasião. Foi no modelo antigo, de pau e pedra e no soco. Não teve armas. Em alguns dos vídeos postados, os cruzeirenses fizeram questão de pontuar que não “mataram” os adversários da Mancha porque não quiseram.
Essas duas torcidas não se encontraram mais desde então. Nem passaram perto uma da outra. O Cruzeiro seguiu sua caminhada de volta ao Brasileirão e o Palmeiras manteve sua campanha na primeira divisão. O jogo desta segunda-feira é o primeiro entre os rivais. Nesta manhã, os palmeirenses já estavam lembrando daquela emboscada. Não há briga entre os torcedores uniformizados que fique sem revide ou continuidade. Quem apanha, entre os briguentos, não esquece. Mas também quem bate entre eles sabe que não pode baixar a guarda.
A Polícia e sua inteligência monitoram as Organizadas há anos, há décadas até, e sabem como elas se comportam no front. Há momentos de calmaria e de agitação, de brigas previamente marcadas e de revides. Nesta segunda, o momento é de revanche. A PM sabe disso. Terá de se desdobrar para garantir a segurança dos mineiros do Cruzeiro que se aventurarem a estar dentro do Allianz Parque. Mais do que isso, terá de fazer um esquema de segurança nas estradas e em possíveis novas emboscadas pela cidade. O sinal de alerta está acionado. Tomara não aconteça nada.
O estádio do Palmeiras registrou uma morte recentemente da torcedora Gabriela Anelli após ser atingida por estilhaços de vidro no portão onde entra o torcedor visitante. O jogo era com o Flamengo. Um flamenguista está preso. Ela tinha 23 anos. O policiamento foi falho naquele setor.
Por isso que o jogo desta noite é de risco. Dentro de campo, os times se respeitam e só pensam em somar seus pontos. O Cruzeiro tem dois objetivos nesta temporada: não cair e organizar, por Ronaldo, suas dívidas, de modo a pagá-las nos próximos oito anos, como parece estar se ajeitando.
ATUALIZAÇÃO
Torcedores das organizadas do Cruzeiro foram presos quando chegavam em São Paulo para o jogo do time com o Palmeiras. Eles estavam com arma de fogo e materiais explosivos nos ônibus que traziam a torcida para a cidade. O jogo foi no Allianz Parque, com vitória do Palmeiras por 1 a 0. A PM começou a escoltar os cinco ônibus desde a rodovia Fernão Dias. Na entrada da cidade, nas proximidades da marginal Tietê, a polícia fez a revista. Os torcedores nem chegaram ao estádio. Seis foram presos. Existe a possibilidade de a torcida ser proibida de voltar para jogos em São Paulo.