A mulher que acusa Daniel Alves por crime sexual reafirmou a versão apresentada na denúncia no primeiro dia de julgamento do brasileiro. Outra mulher ouvida na segunda-feira, dia 5, também mencionou que o jogador a apalpou ainda antes do abuso. Além da mulher que acusa Daniel Alves, outras cinco pessoas prestaram depoimento na segunda-feira: uma amiga e uma prima da denunciante, dois garçons e um porteiro da boate onde ocorreu o episódio. Nesta terça-feira, dia 6, o julgamento continua com mais 22 testemunhas sendo ouvidas.
Um dos depoimentos levou 1h30, o da mulher que acusa Daniel Alves. Ela teve a imagem protegida por um biombo para não ter contato visual com o jogador. Ela contou sobre a ida à área VIP da boate Sutton e que um garçom a levou para a mesa de Daniel Alves. Segundo o relato, eles dançaram juntos e, em determinado momento da noite, o jogador pediu que ela o seguisse até uma porta. A mulher afirmou que notou se tratar de um banheiro apenas quando entrou no cômodo. Foi quando o atleta usou da força para violentá-la, sem o uso de preservativo, e ejaculou.
Em lágrimas, uma das amigas que estavam com a denunciante na noite do ocorrido contou que a amiga saiu do banheiro “chorando bastante” e “de coração partido”, afirmando aos amigos repetidas vezes que o jogador havia lhe feito “muito mal”. A testemunha contou que a mulher inicialmente hesitou em fazer a denúncia por crer que não acreditariam nela, mas resolveu ir à polícia dois dias após ser convencida pelos colegas.
Já a prima da mulher denunciante disse que desde o início se sentiu desconfortável com a presença do jogador, relatando que ele a tocou em uma região íntima enquanto dançavam. Ela conta que viu o atleta se dirigir a uma porta que acreditou ser uma saída da boate e disse para a prima “ir falar com ele”. Minutos depois, o atleta passou pela porta de “cara feia”. Depois, a mulher saiu pela mesma porta, dizendo que precisava ir para casa porque ele havia lhe feito “muito mal”. Ainda conforme o relato da prima da denunciante, a mulher que acusa Daniel Alves passou a tomar antidepressivos, não está trabalhando e apenas sai de casa quando a família insiste.
A audiência ocorre em três dias consecutivos, com encerramento na quarta-feira, dia 7. O brasileiro alega inocência e afirma que a relação sexual foi consensual. Ele mudou sua versão sobre o caso por diversas vezes, trocou de defesa e teve três pedidos de liberdade provisória negados, com a Justiça citando risco de fuga da Espanha. A pena para este tipo de crime no país é de até 12 anos de reclusão. Ainda não há prazo para o anúncio da sentença.