Lamacchia, marido de Leila Pereira, abandona discrição e aparece para investir no Vasco


De perfil discreto, empresário de 78 anos se alia a Pedrinho, novo presidente vascaíno, e quer comprar naming rights do Estádio São Januário

Por Ricardo Magatti
Atualização:

Quando estava se recuperando de um linfoma, José Roberto Lamacchia recebeu uma sugestão de sua mulher, Leila Pereira: “Beto, por que você não patrocina o Palmeiras?”, perguntou ela. Ele relutou, mas se apresentou ao time para o qual torce desde criança. Há oito anos, suas empresas são as únicas que patrocinam a equipe paulista. Agora, o empresário de 78 anos tem planos de colocar sua Crefisa em outro clube: o Vasco.

Avesso a entrevistas, Lamacchia se habituou a trabalhar nos bastidores, com raras aparições em público. Mas, ao tenta expandir sua relação com o futebol para o Rio, com o Vasco, decidiu aparecer e passou a ser mais conhecido de quem acompanha o futebol nacional. Palmeiras e Vasco têm torcidas com boa relação.

Lamacchia manifestou publicamente seu interesse em adquirir os naming rights de São Januário caso o ex-jogador Pedrinho fosse eleito presidente do clube neste ano. Pedrinho foi escolhido para comandar o Vasco entre 2024 e 2026. Portanto, são grandes as chances de o estádio cruzmaltino passar a levar o nome da instituição financeira. “Uma honra, seu José”, respondeu o ex-comentarista do Grupo Globo.

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“O compromisso de adquirir o naming rights de São Januário é mais um passo que reforça a minha parceria com José Roberto Lamacchia. Além do futebol, José Lamacchia é uma referência no mundo empresarial e é um privilégio tê-lo ao meu lado”, disse Pedrinho, citando virtudes do amigo.

Executivo discreto

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Paulista de Birigui, Lamacchia fundou a Crefisa em 1966 com o dinheiro da venda de um banco que pertencia ao seu pai. Além de presidente do Palmeiras, da Crefisa e da FAM, ele e Leila Pereira gerem outras 12 empresas do grupo empresarial. O casal está junto há 40 anos. Eles se conheceram em uma festa de carnaval organizada no apartamento de Lamacchia, em Ipanema, no Rio. Na época, Leila cursava jornalismo e tinha 18 anos. Ele, já empresário, tinha 38.

Beto, como Leila o chama, morava em São Paulo e visitava a então namorada no Rio regularmente. Até que ela se mudou para a capital paulista em 1996. Três anos depois, os dois se casaram.

Foi o palmeirense, filho do banqueiro Luiz Lamacchia, que potencializou a vocação para os negócios de Leila, fazendo com que ela entrasse no mundo empresarial e se tornasse executiva. A carioca assumiu o comando da Crefisa em 2008. Em 2023, tornou-se a quarta mulher mais rica do País, segundo levantamento da Forbes.

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Lamacchia ainda participa do dia a dia de suas empresas, mas é Leila que está à frente dos negócios. O empresário pouco fala de sua vida privada e profissional e é avesso a entrevistas, ao contrário da mulher, que faz aparições públicas frequentes e dá muitas entrevistas, sobretudo depois que se tornou presidente do Palmeiras.

O banqueiro acompanha a mulher nos principais eventos, incluindo as viagens para compromissos internacionais. Esteve por exemplo, em Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, onde o Palmeiras disputou o Mundial de Clubes em 2021, e em Montevidéu, no Uruguai, palco do terceiro título da Libertadores do time alviverde. É comum também vê-lo nos jogos do time no Allianz Parque.

José Roberto Lamacchia com a mulher, Leila Pereira Foto: Cesar Greco/Palmeiras
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Depois do Palmeiras, o Vasco

Como a mulher, Lamacchia foi eleito duas vezes conselheiro do Palmeiras. Antes de integrar o Conselho Deliberativo do clube, já era sócio desde 1955 e, depois, se tornou sócio vitalício. Foi ele que incentivou e influenciou Leila a entrar na política palestrina depois da parceria bem-sucedida entre suas empresas e a agremiação.

Se sua mulher não era, mas se tornou palmeirense, o empresário nunca mudou de time. “Ele sempre foi muito palmeirense. Foi por causa dele que virei palmeirense”, contou Leila, em uma entrevista neste ano.

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Desde o início da parceria, as empresas de Lamacchia já investiram mais de R$ 1 bilhão no Palmeiras. Anualmente, o clube recebe R$ 80 milhões para exibir os nomes da Crefisa e FAM em seu uniforme. O valor pode chegar a R$ 120 milhões, dependendo do cumprimento de metas pré-estabelecidas, como a conquista de títulos. Neste ano, o Palmeiras ganhou o Paulistão e lidera o Brasileiro. O executivo investiu alto em seu time do coração, mas obteve retorno financeiro considerável ao expor suas marcas, sobretudo em razão da visibilidade e dos títulos que a equipe ganhou nas últimas temporadas.

“Ótimo negócio. Não entendo como outras grandes empresas, como bancos e montadoras, não patrocinam os times do País. O retorno é excelente. Vale a pena patrocinar, no nosso caso, para a FAM mais ainda do que para a Crefisa”, disse Lamacchia em entrevista à ESPN em 2017.

Depois de investir no seu time, Lamacchia quer colocar dinheiro na equipe mais próxima de sua mulher. Leila garante não torcer para o Vasco, mas seus irmãos são vascaíno, bem como era seu falecido pai. E a torcida do time cruzmaltino acredita que ela seja vascaína tanto que, em 2018, no jogo que confirmou o título brasileiro do Palmeiras em São Januário, os torcedores cantaram “au, au, au, Tia Leila é bacalhau”.

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Existe uma proposta, desenvolvida por torcedores, para reformar e ampliar São Januário que agradou a Pedrinho. O projeto prevê a ampliação do estádio para 46 mil pessoas, e, entre outras ações, a criação de um setor popular, de praças e a integração à Barreira do Vasco, favela vizinha ao estádio.

“O Pedrinho abraçou a nossa proposta pra Reforma. A gente celebra demais isso, porque este abraço dá legitimidade ao trabalho e horizonte concreto de realização do projeto”, comemorou o perfil “Nosso São Januário” nas redes sociais.

Doações a hospital e a ex-prefeito

O executivo teve duas decisões não relacionadas ao futebol que repercutiram. Em 2018, depois de tratar o linfoma no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, ele decidiu doar R$ 35 milhões para a reforma de duas alas do Hospital das Clínicas da USP, onde também trabalhava o hematologista Vanderson Rocha, que foi um dos responsáveis pelo tratamento do câncer de Lamacchia.

Em 2020, o dono da Crefisa foi um dos doadores da campanha de Bruno Covas. Doou R$ 200 mil ao ex-prefeito, que foi reeleito naquele ano, mas morreu meses depois, em maio de 2021, vítima de câncer no sistema digestivo.

Quando estava se recuperando de um linfoma, José Roberto Lamacchia recebeu uma sugestão de sua mulher, Leila Pereira: “Beto, por que você não patrocina o Palmeiras?”, perguntou ela. Ele relutou, mas se apresentou ao time para o qual torce desde criança. Há oito anos, suas empresas são as únicas que patrocinam a equipe paulista. Agora, o empresário de 78 anos tem planos de colocar sua Crefisa em outro clube: o Vasco.

Avesso a entrevistas, Lamacchia se habituou a trabalhar nos bastidores, com raras aparições em público. Mas, ao tenta expandir sua relação com o futebol para o Rio, com o Vasco, decidiu aparecer e passou a ser mais conhecido de quem acompanha o futebol nacional. Palmeiras e Vasco têm torcidas com boa relação.

Lamacchia manifestou publicamente seu interesse em adquirir os naming rights de São Januário caso o ex-jogador Pedrinho fosse eleito presidente do clube neste ano. Pedrinho foi escolhido para comandar o Vasco entre 2024 e 2026. Portanto, são grandes as chances de o estádio cruzmaltino passar a levar o nome da instituição financeira. “Uma honra, seu José”, respondeu o ex-comentarista do Grupo Globo.

“O compromisso de adquirir o naming rights de São Januário é mais um passo que reforça a minha parceria com José Roberto Lamacchia. Além do futebol, José Lamacchia é uma referência no mundo empresarial e é um privilégio tê-lo ao meu lado”, disse Pedrinho, citando virtudes do amigo.

Executivo discreto

Paulista de Birigui, Lamacchia fundou a Crefisa em 1966 com o dinheiro da venda de um banco que pertencia ao seu pai. Além de presidente do Palmeiras, da Crefisa e da FAM, ele e Leila Pereira gerem outras 12 empresas do grupo empresarial. O casal está junto há 40 anos. Eles se conheceram em uma festa de carnaval organizada no apartamento de Lamacchia, em Ipanema, no Rio. Na época, Leila cursava jornalismo e tinha 18 anos. Ele, já empresário, tinha 38.

Beto, como Leila o chama, morava em São Paulo e visitava a então namorada no Rio regularmente. Até que ela se mudou para a capital paulista em 1996. Três anos depois, os dois se casaram.

Foi o palmeirense, filho do banqueiro Luiz Lamacchia, que potencializou a vocação para os negócios de Leila, fazendo com que ela entrasse no mundo empresarial e se tornasse executiva. A carioca assumiu o comando da Crefisa em 2008. Em 2023, tornou-se a quarta mulher mais rica do País, segundo levantamento da Forbes.

Lamacchia ainda participa do dia a dia de suas empresas, mas é Leila que está à frente dos negócios. O empresário pouco fala de sua vida privada e profissional e é avesso a entrevistas, ao contrário da mulher, que faz aparições públicas frequentes e dá muitas entrevistas, sobretudo depois que se tornou presidente do Palmeiras.

O banqueiro acompanha a mulher nos principais eventos, incluindo as viagens para compromissos internacionais. Esteve por exemplo, em Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, onde o Palmeiras disputou o Mundial de Clubes em 2021, e em Montevidéu, no Uruguai, palco do terceiro título da Libertadores do time alviverde. É comum também vê-lo nos jogos do time no Allianz Parque.

José Roberto Lamacchia com a mulher, Leila Pereira Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Depois do Palmeiras, o Vasco

Como a mulher, Lamacchia foi eleito duas vezes conselheiro do Palmeiras. Antes de integrar o Conselho Deliberativo do clube, já era sócio desde 1955 e, depois, se tornou sócio vitalício. Foi ele que incentivou e influenciou Leila a entrar na política palestrina depois da parceria bem-sucedida entre suas empresas e a agremiação.

Se sua mulher não era, mas se tornou palmeirense, o empresário nunca mudou de time. “Ele sempre foi muito palmeirense. Foi por causa dele que virei palmeirense”, contou Leila, em uma entrevista neste ano.

Desde o início da parceria, as empresas de Lamacchia já investiram mais de R$ 1 bilhão no Palmeiras. Anualmente, o clube recebe R$ 80 milhões para exibir os nomes da Crefisa e FAM em seu uniforme. O valor pode chegar a R$ 120 milhões, dependendo do cumprimento de metas pré-estabelecidas, como a conquista de títulos. Neste ano, o Palmeiras ganhou o Paulistão e lidera o Brasileiro. O executivo investiu alto em seu time do coração, mas obteve retorno financeiro considerável ao expor suas marcas, sobretudo em razão da visibilidade e dos títulos que a equipe ganhou nas últimas temporadas.

“Ótimo negócio. Não entendo como outras grandes empresas, como bancos e montadoras, não patrocinam os times do País. O retorno é excelente. Vale a pena patrocinar, no nosso caso, para a FAM mais ainda do que para a Crefisa”, disse Lamacchia em entrevista à ESPN em 2017.

Depois de investir no seu time, Lamacchia quer colocar dinheiro na equipe mais próxima de sua mulher. Leila garante não torcer para o Vasco, mas seus irmãos são vascaíno, bem como era seu falecido pai. E a torcida do time cruzmaltino acredita que ela seja vascaína tanto que, em 2018, no jogo que confirmou o título brasileiro do Palmeiras em São Januário, os torcedores cantaram “au, au, au, Tia Leila é bacalhau”.

Existe uma proposta, desenvolvida por torcedores, para reformar e ampliar São Januário que agradou a Pedrinho. O projeto prevê a ampliação do estádio para 46 mil pessoas, e, entre outras ações, a criação de um setor popular, de praças e a integração à Barreira do Vasco, favela vizinha ao estádio.

“O Pedrinho abraçou a nossa proposta pra Reforma. A gente celebra demais isso, porque este abraço dá legitimidade ao trabalho e horizonte concreto de realização do projeto”, comemorou o perfil “Nosso São Januário” nas redes sociais.

Doações a hospital e a ex-prefeito

O executivo teve duas decisões não relacionadas ao futebol que repercutiram. Em 2018, depois de tratar o linfoma no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, ele decidiu doar R$ 35 milhões para a reforma de duas alas do Hospital das Clínicas da USP, onde também trabalhava o hematologista Vanderson Rocha, que foi um dos responsáveis pelo tratamento do câncer de Lamacchia.

Em 2020, o dono da Crefisa foi um dos doadores da campanha de Bruno Covas. Doou R$ 200 mil ao ex-prefeito, que foi reeleito naquele ano, mas morreu meses depois, em maio de 2021, vítima de câncer no sistema digestivo.

Quando estava se recuperando de um linfoma, José Roberto Lamacchia recebeu uma sugestão de sua mulher, Leila Pereira: “Beto, por que você não patrocina o Palmeiras?”, perguntou ela. Ele relutou, mas se apresentou ao time para o qual torce desde criança. Há oito anos, suas empresas são as únicas que patrocinam a equipe paulista. Agora, o empresário de 78 anos tem planos de colocar sua Crefisa em outro clube: o Vasco.

Avesso a entrevistas, Lamacchia se habituou a trabalhar nos bastidores, com raras aparições em público. Mas, ao tenta expandir sua relação com o futebol para o Rio, com o Vasco, decidiu aparecer e passou a ser mais conhecido de quem acompanha o futebol nacional. Palmeiras e Vasco têm torcidas com boa relação.

Lamacchia manifestou publicamente seu interesse em adquirir os naming rights de São Januário caso o ex-jogador Pedrinho fosse eleito presidente do clube neste ano. Pedrinho foi escolhido para comandar o Vasco entre 2024 e 2026. Portanto, são grandes as chances de o estádio cruzmaltino passar a levar o nome da instituição financeira. “Uma honra, seu José”, respondeu o ex-comentarista do Grupo Globo.

“O compromisso de adquirir o naming rights de São Januário é mais um passo que reforça a minha parceria com José Roberto Lamacchia. Além do futebol, José Lamacchia é uma referência no mundo empresarial e é um privilégio tê-lo ao meu lado”, disse Pedrinho, citando virtudes do amigo.

Executivo discreto

Paulista de Birigui, Lamacchia fundou a Crefisa em 1966 com o dinheiro da venda de um banco que pertencia ao seu pai. Além de presidente do Palmeiras, da Crefisa e da FAM, ele e Leila Pereira gerem outras 12 empresas do grupo empresarial. O casal está junto há 40 anos. Eles se conheceram em uma festa de carnaval organizada no apartamento de Lamacchia, em Ipanema, no Rio. Na época, Leila cursava jornalismo e tinha 18 anos. Ele, já empresário, tinha 38.

Beto, como Leila o chama, morava em São Paulo e visitava a então namorada no Rio regularmente. Até que ela se mudou para a capital paulista em 1996. Três anos depois, os dois se casaram.

Foi o palmeirense, filho do banqueiro Luiz Lamacchia, que potencializou a vocação para os negócios de Leila, fazendo com que ela entrasse no mundo empresarial e se tornasse executiva. A carioca assumiu o comando da Crefisa em 2008. Em 2023, tornou-se a quarta mulher mais rica do País, segundo levantamento da Forbes.

Lamacchia ainda participa do dia a dia de suas empresas, mas é Leila que está à frente dos negócios. O empresário pouco fala de sua vida privada e profissional e é avesso a entrevistas, ao contrário da mulher, que faz aparições públicas frequentes e dá muitas entrevistas, sobretudo depois que se tornou presidente do Palmeiras.

O banqueiro acompanha a mulher nos principais eventos, incluindo as viagens para compromissos internacionais. Esteve por exemplo, em Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, onde o Palmeiras disputou o Mundial de Clubes em 2021, e em Montevidéu, no Uruguai, palco do terceiro título da Libertadores do time alviverde. É comum também vê-lo nos jogos do time no Allianz Parque.

José Roberto Lamacchia com a mulher, Leila Pereira Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Depois do Palmeiras, o Vasco

Como a mulher, Lamacchia foi eleito duas vezes conselheiro do Palmeiras. Antes de integrar o Conselho Deliberativo do clube, já era sócio desde 1955 e, depois, se tornou sócio vitalício. Foi ele que incentivou e influenciou Leila a entrar na política palestrina depois da parceria bem-sucedida entre suas empresas e a agremiação.

Se sua mulher não era, mas se tornou palmeirense, o empresário nunca mudou de time. “Ele sempre foi muito palmeirense. Foi por causa dele que virei palmeirense”, contou Leila, em uma entrevista neste ano.

Desde o início da parceria, as empresas de Lamacchia já investiram mais de R$ 1 bilhão no Palmeiras. Anualmente, o clube recebe R$ 80 milhões para exibir os nomes da Crefisa e FAM em seu uniforme. O valor pode chegar a R$ 120 milhões, dependendo do cumprimento de metas pré-estabelecidas, como a conquista de títulos. Neste ano, o Palmeiras ganhou o Paulistão e lidera o Brasileiro. O executivo investiu alto em seu time do coração, mas obteve retorno financeiro considerável ao expor suas marcas, sobretudo em razão da visibilidade e dos títulos que a equipe ganhou nas últimas temporadas.

“Ótimo negócio. Não entendo como outras grandes empresas, como bancos e montadoras, não patrocinam os times do País. O retorno é excelente. Vale a pena patrocinar, no nosso caso, para a FAM mais ainda do que para a Crefisa”, disse Lamacchia em entrevista à ESPN em 2017.

Depois de investir no seu time, Lamacchia quer colocar dinheiro na equipe mais próxima de sua mulher. Leila garante não torcer para o Vasco, mas seus irmãos são vascaíno, bem como era seu falecido pai. E a torcida do time cruzmaltino acredita que ela seja vascaína tanto que, em 2018, no jogo que confirmou o título brasileiro do Palmeiras em São Januário, os torcedores cantaram “au, au, au, Tia Leila é bacalhau”.

Existe uma proposta, desenvolvida por torcedores, para reformar e ampliar São Januário que agradou a Pedrinho. O projeto prevê a ampliação do estádio para 46 mil pessoas, e, entre outras ações, a criação de um setor popular, de praças e a integração à Barreira do Vasco, favela vizinha ao estádio.

“O Pedrinho abraçou a nossa proposta pra Reforma. A gente celebra demais isso, porque este abraço dá legitimidade ao trabalho e horizonte concreto de realização do projeto”, comemorou o perfil “Nosso São Januário” nas redes sociais.

Doações a hospital e a ex-prefeito

O executivo teve duas decisões não relacionadas ao futebol que repercutiram. Em 2018, depois de tratar o linfoma no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, ele decidiu doar R$ 35 milhões para a reforma de duas alas do Hospital das Clínicas da USP, onde também trabalhava o hematologista Vanderson Rocha, que foi um dos responsáveis pelo tratamento do câncer de Lamacchia.

Em 2020, o dono da Crefisa foi um dos doadores da campanha de Bruno Covas. Doou R$ 200 mil ao ex-prefeito, que foi reeleito naquele ano, mas morreu meses depois, em maio de 2021, vítima de câncer no sistema digestivo.

Quando estava se recuperando de um linfoma, José Roberto Lamacchia recebeu uma sugestão de sua mulher, Leila Pereira: “Beto, por que você não patrocina o Palmeiras?”, perguntou ela. Ele relutou, mas se apresentou ao time para o qual torce desde criança. Há oito anos, suas empresas são as únicas que patrocinam a equipe paulista. Agora, o empresário de 78 anos tem planos de colocar sua Crefisa em outro clube: o Vasco.

Avesso a entrevistas, Lamacchia se habituou a trabalhar nos bastidores, com raras aparições em público. Mas, ao tenta expandir sua relação com o futebol para o Rio, com o Vasco, decidiu aparecer e passou a ser mais conhecido de quem acompanha o futebol nacional. Palmeiras e Vasco têm torcidas com boa relação.

Lamacchia manifestou publicamente seu interesse em adquirir os naming rights de São Januário caso o ex-jogador Pedrinho fosse eleito presidente do clube neste ano. Pedrinho foi escolhido para comandar o Vasco entre 2024 e 2026. Portanto, são grandes as chances de o estádio cruzmaltino passar a levar o nome da instituição financeira. “Uma honra, seu José”, respondeu o ex-comentarista do Grupo Globo.

“O compromisso de adquirir o naming rights de São Januário é mais um passo que reforça a minha parceria com José Roberto Lamacchia. Além do futebol, José Lamacchia é uma referência no mundo empresarial e é um privilégio tê-lo ao meu lado”, disse Pedrinho, citando virtudes do amigo.

Executivo discreto

Paulista de Birigui, Lamacchia fundou a Crefisa em 1966 com o dinheiro da venda de um banco que pertencia ao seu pai. Além de presidente do Palmeiras, da Crefisa e da FAM, ele e Leila Pereira gerem outras 12 empresas do grupo empresarial. O casal está junto há 40 anos. Eles se conheceram em uma festa de carnaval organizada no apartamento de Lamacchia, em Ipanema, no Rio. Na época, Leila cursava jornalismo e tinha 18 anos. Ele, já empresário, tinha 38.

Beto, como Leila o chama, morava em São Paulo e visitava a então namorada no Rio regularmente. Até que ela se mudou para a capital paulista em 1996. Três anos depois, os dois se casaram.

Foi o palmeirense, filho do banqueiro Luiz Lamacchia, que potencializou a vocação para os negócios de Leila, fazendo com que ela entrasse no mundo empresarial e se tornasse executiva. A carioca assumiu o comando da Crefisa em 2008. Em 2023, tornou-se a quarta mulher mais rica do País, segundo levantamento da Forbes.

Lamacchia ainda participa do dia a dia de suas empresas, mas é Leila que está à frente dos negócios. O empresário pouco fala de sua vida privada e profissional e é avesso a entrevistas, ao contrário da mulher, que faz aparições públicas frequentes e dá muitas entrevistas, sobretudo depois que se tornou presidente do Palmeiras.

O banqueiro acompanha a mulher nos principais eventos, incluindo as viagens para compromissos internacionais. Esteve por exemplo, em Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, onde o Palmeiras disputou o Mundial de Clubes em 2021, e em Montevidéu, no Uruguai, palco do terceiro título da Libertadores do time alviverde. É comum também vê-lo nos jogos do time no Allianz Parque.

José Roberto Lamacchia com a mulher, Leila Pereira Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Depois do Palmeiras, o Vasco

Como a mulher, Lamacchia foi eleito duas vezes conselheiro do Palmeiras. Antes de integrar o Conselho Deliberativo do clube, já era sócio desde 1955 e, depois, se tornou sócio vitalício. Foi ele que incentivou e influenciou Leila a entrar na política palestrina depois da parceria bem-sucedida entre suas empresas e a agremiação.

Se sua mulher não era, mas se tornou palmeirense, o empresário nunca mudou de time. “Ele sempre foi muito palmeirense. Foi por causa dele que virei palmeirense”, contou Leila, em uma entrevista neste ano.

Desde o início da parceria, as empresas de Lamacchia já investiram mais de R$ 1 bilhão no Palmeiras. Anualmente, o clube recebe R$ 80 milhões para exibir os nomes da Crefisa e FAM em seu uniforme. O valor pode chegar a R$ 120 milhões, dependendo do cumprimento de metas pré-estabelecidas, como a conquista de títulos. Neste ano, o Palmeiras ganhou o Paulistão e lidera o Brasileiro. O executivo investiu alto em seu time do coração, mas obteve retorno financeiro considerável ao expor suas marcas, sobretudo em razão da visibilidade e dos títulos que a equipe ganhou nas últimas temporadas.

“Ótimo negócio. Não entendo como outras grandes empresas, como bancos e montadoras, não patrocinam os times do País. O retorno é excelente. Vale a pena patrocinar, no nosso caso, para a FAM mais ainda do que para a Crefisa”, disse Lamacchia em entrevista à ESPN em 2017.

Depois de investir no seu time, Lamacchia quer colocar dinheiro na equipe mais próxima de sua mulher. Leila garante não torcer para o Vasco, mas seus irmãos são vascaíno, bem como era seu falecido pai. E a torcida do time cruzmaltino acredita que ela seja vascaína tanto que, em 2018, no jogo que confirmou o título brasileiro do Palmeiras em São Januário, os torcedores cantaram “au, au, au, Tia Leila é bacalhau”.

Existe uma proposta, desenvolvida por torcedores, para reformar e ampliar São Januário que agradou a Pedrinho. O projeto prevê a ampliação do estádio para 46 mil pessoas, e, entre outras ações, a criação de um setor popular, de praças e a integração à Barreira do Vasco, favela vizinha ao estádio.

“O Pedrinho abraçou a nossa proposta pra Reforma. A gente celebra demais isso, porque este abraço dá legitimidade ao trabalho e horizonte concreto de realização do projeto”, comemorou o perfil “Nosso São Januário” nas redes sociais.

Doações a hospital e a ex-prefeito

O executivo teve duas decisões não relacionadas ao futebol que repercutiram. Em 2018, depois de tratar o linfoma no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, ele decidiu doar R$ 35 milhões para a reforma de duas alas do Hospital das Clínicas da USP, onde também trabalhava o hematologista Vanderson Rocha, que foi um dos responsáveis pelo tratamento do câncer de Lamacchia.

Em 2020, o dono da Crefisa foi um dos doadores da campanha de Bruno Covas. Doou R$ 200 mil ao ex-prefeito, que foi reeleito naquele ano, mas morreu meses depois, em maio de 2021, vítima de câncer no sistema digestivo.

Quando estava se recuperando de um linfoma, José Roberto Lamacchia recebeu uma sugestão de sua mulher, Leila Pereira: “Beto, por que você não patrocina o Palmeiras?”, perguntou ela. Ele relutou, mas se apresentou ao time para o qual torce desde criança. Há oito anos, suas empresas são as únicas que patrocinam a equipe paulista. Agora, o empresário de 78 anos tem planos de colocar sua Crefisa em outro clube: o Vasco.

Avesso a entrevistas, Lamacchia se habituou a trabalhar nos bastidores, com raras aparições em público. Mas, ao tenta expandir sua relação com o futebol para o Rio, com o Vasco, decidiu aparecer e passou a ser mais conhecido de quem acompanha o futebol nacional. Palmeiras e Vasco têm torcidas com boa relação.

Lamacchia manifestou publicamente seu interesse em adquirir os naming rights de São Januário caso o ex-jogador Pedrinho fosse eleito presidente do clube neste ano. Pedrinho foi escolhido para comandar o Vasco entre 2024 e 2026. Portanto, são grandes as chances de o estádio cruzmaltino passar a levar o nome da instituição financeira. “Uma honra, seu José”, respondeu o ex-comentarista do Grupo Globo.

“O compromisso de adquirir o naming rights de São Januário é mais um passo que reforça a minha parceria com José Roberto Lamacchia. Além do futebol, José Lamacchia é uma referência no mundo empresarial e é um privilégio tê-lo ao meu lado”, disse Pedrinho, citando virtudes do amigo.

Executivo discreto

Paulista de Birigui, Lamacchia fundou a Crefisa em 1966 com o dinheiro da venda de um banco que pertencia ao seu pai. Além de presidente do Palmeiras, da Crefisa e da FAM, ele e Leila Pereira gerem outras 12 empresas do grupo empresarial. O casal está junto há 40 anos. Eles se conheceram em uma festa de carnaval organizada no apartamento de Lamacchia, em Ipanema, no Rio. Na época, Leila cursava jornalismo e tinha 18 anos. Ele, já empresário, tinha 38.

Beto, como Leila o chama, morava em São Paulo e visitava a então namorada no Rio regularmente. Até que ela se mudou para a capital paulista em 1996. Três anos depois, os dois se casaram.

Foi o palmeirense, filho do banqueiro Luiz Lamacchia, que potencializou a vocação para os negócios de Leila, fazendo com que ela entrasse no mundo empresarial e se tornasse executiva. A carioca assumiu o comando da Crefisa em 2008. Em 2023, tornou-se a quarta mulher mais rica do País, segundo levantamento da Forbes.

Lamacchia ainda participa do dia a dia de suas empresas, mas é Leila que está à frente dos negócios. O empresário pouco fala de sua vida privada e profissional e é avesso a entrevistas, ao contrário da mulher, que faz aparições públicas frequentes e dá muitas entrevistas, sobretudo depois que se tornou presidente do Palmeiras.

O banqueiro acompanha a mulher nos principais eventos, incluindo as viagens para compromissos internacionais. Esteve por exemplo, em Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos, onde o Palmeiras disputou o Mundial de Clubes em 2021, e em Montevidéu, no Uruguai, palco do terceiro título da Libertadores do time alviverde. É comum também vê-lo nos jogos do time no Allianz Parque.

José Roberto Lamacchia com a mulher, Leila Pereira Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Depois do Palmeiras, o Vasco

Como a mulher, Lamacchia foi eleito duas vezes conselheiro do Palmeiras. Antes de integrar o Conselho Deliberativo do clube, já era sócio desde 1955 e, depois, se tornou sócio vitalício. Foi ele que incentivou e influenciou Leila a entrar na política palestrina depois da parceria bem-sucedida entre suas empresas e a agremiação.

Se sua mulher não era, mas se tornou palmeirense, o empresário nunca mudou de time. “Ele sempre foi muito palmeirense. Foi por causa dele que virei palmeirense”, contou Leila, em uma entrevista neste ano.

Desde o início da parceria, as empresas de Lamacchia já investiram mais de R$ 1 bilhão no Palmeiras. Anualmente, o clube recebe R$ 80 milhões para exibir os nomes da Crefisa e FAM em seu uniforme. O valor pode chegar a R$ 120 milhões, dependendo do cumprimento de metas pré-estabelecidas, como a conquista de títulos. Neste ano, o Palmeiras ganhou o Paulistão e lidera o Brasileiro. O executivo investiu alto em seu time do coração, mas obteve retorno financeiro considerável ao expor suas marcas, sobretudo em razão da visibilidade e dos títulos que a equipe ganhou nas últimas temporadas.

“Ótimo negócio. Não entendo como outras grandes empresas, como bancos e montadoras, não patrocinam os times do País. O retorno é excelente. Vale a pena patrocinar, no nosso caso, para a FAM mais ainda do que para a Crefisa”, disse Lamacchia em entrevista à ESPN em 2017.

Depois de investir no seu time, Lamacchia quer colocar dinheiro na equipe mais próxima de sua mulher. Leila garante não torcer para o Vasco, mas seus irmãos são vascaíno, bem como era seu falecido pai. E a torcida do time cruzmaltino acredita que ela seja vascaína tanto que, em 2018, no jogo que confirmou o título brasileiro do Palmeiras em São Januário, os torcedores cantaram “au, au, au, Tia Leila é bacalhau”.

Existe uma proposta, desenvolvida por torcedores, para reformar e ampliar São Januário que agradou a Pedrinho. O projeto prevê a ampliação do estádio para 46 mil pessoas, e, entre outras ações, a criação de um setor popular, de praças e a integração à Barreira do Vasco, favela vizinha ao estádio.

“O Pedrinho abraçou a nossa proposta pra Reforma. A gente celebra demais isso, porque este abraço dá legitimidade ao trabalho e horizonte concreto de realização do projeto”, comemorou o perfil “Nosso São Januário” nas redes sociais.

Doações a hospital e a ex-prefeito

O executivo teve duas decisões não relacionadas ao futebol que repercutiram. Em 2018, depois de tratar o linfoma no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, ele decidiu doar R$ 35 milhões para a reforma de duas alas do Hospital das Clínicas da USP, onde também trabalhava o hematologista Vanderson Rocha, que foi um dos responsáveis pelo tratamento do câncer de Lamacchia.

Em 2020, o dono da Crefisa foi um dos doadores da campanha de Bruno Covas. Doou R$ 200 mil ao ex-prefeito, que foi reeleito naquele ano, mas morreu meses depois, em maio de 2021, vítima de câncer no sistema digestivo.

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