A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, é uma mulher de personalidade forte. E quando se posiciona sobre algo, dificilmente volta atrás. A comandante mostrou estar muito bem decidida em relação a diversos assuntos que envolve o clube e pretende levá-los até o fim. Disse isso em entrevista ao programa CNN Esportes S/A, neste domingo. Entre os assuntos, ela comentou sobre a dívida milionária que a WTorre tem com o clube, além de comentar sobre a Libra (Liga Brasileira de Clubes), os planos para o futuro e avaliou rivais do Palmeiras dentro e fora das quatro linhas.
Leila conta que o Palmeiras tem travado uma briga ferrenha com a Real Arenas, empresa da construtora WTorre responsável por administrar o Allianz Parque. A presidente diz que “o torcedor precisa saber que o Palmeiras não recebe absolutamente nada”, referindo-se à dívida que a empresa teria com o clube paulista. No fim de maio, a polícia foi acionada e começou uma investigação para esclarecer os débitos de aproximadamente R$ 128 milhões que deveriam ser repassados ao Palmeiras referentes às receitas da arena.
Ela entende que esse dinheiro é do Palmeiras. A empresária é, hoje, a 5ª mulher mais rica do Brasil, com cerca de R$ 7,2 bilhões, segundo a Forbes. Ao lado do marido José Roberto Lamacchia, Leila comanda a Crefisa e o Centro Universitário das Américas (FAM). Ao todo, o patrocínio das empresas ao Palmeiras gira em torno de R$ 80 milhões por ano, sendo que esse valor pode chegar a RS 120 milhões. Além de cuidar da questão administrativa do clube, Leila também se preocupa com a infraestrutura do Palmeiras e em oferecer o melhor aos seus atletas. Recentemente, comprou um avião particular para a equipe. A aeronave deve chegar ao Brasil nos próximos dias. Seu mandato vai até o ano que vem, mas já pensa em ficar até 2027, pelo menos.
À CNN, Leila contou que o Palmeiras não tem necessidade de se tornar uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol), assim como outros clubes do futebol brasileiro fizeram, como Cruzeiro e Vasco, por exemplo. Ela conhece bem a instituição que comanda e os bastidores políticos por trás desse tipo de mudança administrativa. “Não precisa (ser SAF). Enquanto eu for presidente do Palmeiras, o time vai ser administrado profissionalmente”, contou. “Para o Palmeiras se transformar em SAF, precisaria da aprovação do conselho deliberativo e o conselho não aprovaria, então não proporia esse tipo de alteração.”
A presidente se mostrou interessada não somente no clube que comanda, mas também em seus adversários. No programa em que participou na TV, Leila comentou sobre a criação da Libra, uma nova Liga Brasileira de Clubes, e contou que espera que os rivais estejam no mesmo nível técnico de competitividade do que seu time. “Eu quero que o Palmeiras dispute com clubes saudáveis. Já passou da hora de colocarmos em prática nossa liga. Essas reuniões duram, duas, três horas. Você sai da reunião e não lembra o que foi falado no começo”, declarou.
Leila diz ainda que o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, não está disposto a fazer concessões e não tem ajudado para que a criação da liga saia do papel. Uma liga teria a missão de administrar o futebol brasileiro do ponto de vista financeiro, como os valores pagos pela transmissão dos jogos. A liga deve entrar em atividade em 2025.
QUASE NO RIVAL?
Leila também comentou sobre a possibilidade de a Crefisa ter fechado patrocínio com o São Paulo em 2015, mesmo ano em que ela assinou com o Palmeiras. Segundo ela, o marketing do clube do Morumbi a procurou, mas que a escolha pelo time do coração falou mais alto. “Eu não teria coragem, somos muito palmeirenses. Liguei para o PABX do Palmeiras e não acreditaram”, disse. No mesmo dia, marcou uma reunião com a administração alviverde e um acordo começou a ser esboçado.