A Liga Forte Futebol do Brasil (LFF), um dos dois blocos que defendem a criação de uma liga unificada no futebol brasileiro, fez um aceno positivo à Liga do Futebol Brasileiro (Libra) um dia após o grupo aprovar uma mudança na divisão das receitas entre os clubes brasileiros. Em comunicado divulgado nesta quarta-feira, a LFF afirmou estar aberta ao diálogo, mas citou “premissas básicas” das quais não abre mão para chegar em um consenso.
“A Liga Forte Futebol (LFF) acredita que o modelo de distribuição de receitas da Liga Brasileira deve ser aquele que torne o futebol brasileiro mais forte e competitivo como um todo. E, para isso, considera fundamental que haja um debate aberto sobre o tema. Pelas notícias veiculadas nesta terça-feira sobre mudanças aprovadas em reunião da Libra acerca do modelo de distribuição das receitas de uma futura liga unificada, a LFF acredita que estão na direção certa e aguarda um contato da Libra compartilhando a proposta oficial aprovada para que possa haver a retomada do diálogo entre os dois grupos”, divulgou a entidade.
Entre os pontos divergentes, a LFF exige que que 20% das receitas sejam destinadas às Séries B e C do futebol nacional. A Libra aprovou somente o repasse de 15% para os times da segunda divisão. Outra discordância é a necessidade de unanimidade para aprovações na mudança do estatuto da liga unificada, tema que será debatido na próxima reunião da Libra, ainda sem data para acontecer.
“Caso tenham sido ou venham a ser aprovados em futuro próximo, nos levarão rapidamente a um acordo para a criação de uma liga unificada no Brasil, objetivo final de todos os clubes brasileiros (da LFF)”, informou o grupo. O ponto da discórdia desde o começo desse trabalho é a divisão das receitas entre os clubes. Ou seja, o dinheiro das transmissões dos jogos na TV.
A Assembleia Geral Extraordinária da Libra, realizada nesta terça-feira, na sede da Federação Paulista, terminou contemplando dois pontos sensíveis à LFF. Com os ajustes, o grupo diminuiu para 3.4 vezes a diferença do valor a ser recebido pelo time que receberá mais dinheiro e o que receberá menos, do primeiro ao último nessa lista.
Outro ponto importante decidido na Assembleia foi o critério de engajamento. Apenas a audiência televisiva será levada em consideração. O fator era bastante criticado pelos membros da LFF, que discordavam dos critérios anteriores — ocupação nos estádios e venda de pay-per-views.
A LFF tem uma oferta das empresas Serengeti e da Life Capital Partners de R$ 4,85 bilhões por 20% dos direitos de transmissão da liga unificada por 50 anos. Por sua vez, a Libra possui uma proposta do fundo árabe Grupo Mubadala de R$ 4,75 bilhões, também por 20% dos direitos televisivos.
Atualmente, a Libra é formada por 18 clubes (11 da Série A e sete da segunda divisão): Bahia, Botafogo, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Guarani, Ituano, Mirassol, Novorizontino, Palmeiras, Ponte Preta, Red Bull Bragantino, Sampaio Corrêa, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória.
A LFF é formada por 26 clubes (nove times da Série A, 13 da Série B e quatro da Série C): ABC, Athletico-PR, Atlético-MG, América-MG, Atlético-GO, Avaí, Brusque, Chapecoense, Coritiba, Ceará, Criciúma, CRB, CSA, Cuiabá, Figueirense, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Londrina, Náutico, Operário, Sport, Tombense e Vila Nova.