A Uefa comunicou nesta terça-feira que irá implementar um esquema especial de reembolso para todos os 19.618 torcedores do Liverpool que estiveram no Stade de France, em Saint-Denis, em maio do ano passado, durante a final da Liga dos Campeões vencida por 1 a 0 pelo Real Madrid.
O evento foi marcado por uma grande confusão na entrada do estádio, onde policiais usaram spray de pimenta e gás lacrimogêneo após tentativas de invasão de torcedores sem ingressos ao setor destinado à torcida do clube inglês.
A repressão policial teve impacto para todos que estavam no local, com ou sem ingresso. Muitos foram esmagados contra as grades de entrada do estádio, enquanto outros tentavam pulá-las. Além disso, alguns dos presentes foram vítimas de roubo no meio da confusão. No mês passado, uma auditoria independente considerou a Uefa responsável pelas falhas de seguranças. “É incrível que ninguém tenha perdido a vida”, diz um trecho do texto.
O processo de reembolso será coordenado diretamente pelo Liverpool. A Uefa também informou que aceitará pedidos de reembolso de torcedores do Real Madrid, que devem abrir uma solicitação junto ao serviço de apoio ao cliente da Uefa e esperar que ela seja avaliada com base em critérios definidos pela entidade.
“Levamos em consideração um grande número de opiniões expressadas tanto publicamente quanto em particular e acreditamos que criamos um esquema abrangente e justo”, disse o secretário-geral da Uefa, Theodore Theodoridis. “Reconhecemos as experiências negativas vividas pelos torcedores e, com este esquema, iremos reembolsar aqueles que compraram bilhetes e que foram os mais afetados pelas dificuldades de acesso ao estádio”, completou.
Depois da confusão, que impediu pessoas com ingressos genuínos de terem acesso à final, o ministro do Interior francês, Gerald Darmanin, chegou a dizer que houve uma “fraude de ingressos em nível industrial”. Com o avançar das investigações, não ficou claro qual seria o volume exato de entradas falsas.
Comunicados da Uefa nas semanas que antecederam o caso culparam torcedores do Liverpool pelo caos, o que gerou respostas do clube inglês. No mês passado, Theodoridis pediu desculpas pela postura da instituição.