Luiz Gustavo brilha no São Paulo enquanto pensa em aposentadoria: ‘Nunca quis ser famoso’


Volante é homem de confiança do treinador Luis Zubeldía e aproveita momento no clube tricolor antes de encerrar carreira

Por Murillo César Alves
Atualização:
Foto: Werther Santana/Werther Santana/Estadão
Entrevista comLuiz Gustavovolante do São Paulo

“Superação” é a palavra que define Luiz Gustavo. Discreto, o volante se destaca nos treinamentos do São Paulo por sua disciplina. Luis Zubeldía, treinador, inclusive o comparou com Cristiano Ronaldo, quando se trata da forma com que o volante trabalha. Líder no clube que defende desde este ano, já trabalha com a possibilidade de se aposentar no time que o abriu as portas no seu retorno ao Brasil.

São 37 anos vividos – 15 destes na Europa – que o afastaram do País. Em 2014, após o 7 a 1, foi um dos jogadores que mais sofreram após a goleada. Não possui redes sociais. Nunca gostou, segundo ele, e com as críticas a vontade ficou menor ainda. Revelado em Alagoas, foi um dos poucos que conseguiram sobreviver do futebol no mundo.

continua após a publicidade

Sobreviver. Porque para Luiz Gustavo, o futebol é, assim como qualquer outra ocupação, uma profissão. Depois da entrevista, se vira para a reportagem do Estadão, calmo, e deseja um “bom trabalho”. Ética que o colocou na posição de aconselhar os jovens jogadores do elenco são-paulino.

Seu navegador não suporta esse video.

Atleta brilha no São Paulo enquanto pensa em aposentadoria

“Tenho dificuldades de falar das coisas boas, positivas, dentro de campo. Sinto que é apenas o meu dever”, afirmou, antes de começar a entrevista no CT do São Paulo, na Barra Funda. Não é fã dos holofotes, mas fato é que, dentro de campo, o volante se tornou um homem de confiança do treinador e destaque da equipe. Não somente pelo seu comprometimento nos treinamentos, mas por seu desempenho entre as quatro linhas.

continua após a publicidade

Desde que retornou de lesão, tem ganhado mais oportunidades – muito por causas do desfalques no meio-campo, de Pablo Maia e Alison. Isso faz com que o São Paulo tente adiar a aposentadoria do meia, que tem contrato até dezembro deste ano e já pensa em pendurar as chuteiras.

A questão não é mais onde ele se aposentará, mas sim quando. “Já falei com o pessoal da direção: se eu optar por continuar jogando, vou continuar no São Paulo. A questão é compreender qual é a minha decisão’, afirma ao Estadão. “Estou focado em continuar trabalhando, continuar evoluindo e ajudando meus companheiros. Tudo será solucionado da maneira mais simples possível.”

Luiz Gustavo escolheu o São Paulo após um período de treinamentos no CT da Barra Funda. Quando decidiu retornar ao Brasil, o clube tricolor foi o primeiro que o volante escutou a proposta. “O São Paulo aconteceu porque era para acontecer. Foi o primeiro clube que eu me propus a conversar e foi o clube que eu assinei”.

continua após a publicidade
Luiz Gustavo ganhou espaço no São Paulo com Luis Zubeldía. Foto: Werther Santana/Estadão

A decisão da aposentadoria é igual a tudo que Luiz Gustavo decidiu ao longo de sua carreira. Desde o começo em Alagoas, os 15 anos na Europa, a passagem pelo Oriente Médio, até seu retorno ao País, o jogador sempre se manteve seguro dos seus objetivos e de como alcançá-los.

Se eu optar por continuar jogando, vou continuar no São Paulo. A questão é compreender qual é a minha decisão

Luiz Gustavo, sobre sua aposentadoria

continua após a publicidade

“Se tem uma palavra que me define é trabalho. Eu sou apaixonado por isso, sou apaixonado por me superar. Acredito muito que se o que você quer realizar só vai ser possível através de um trabalho bem feito”, pensa. É esse trabalho que fez com que o período longe dos gramados, que ainda teve a mudança no comando técnico, fosse ‘tranquila’ – ou, pelo menos, mais fácil de lidar.

Luiz Gustavo deixou o País em direção ao futebol alemão. No retorno ao Brasil, o atleta participou ativamente da fundação do CUJU, aplicativo que usa a Inteligência Artificial para ranquear jogadores e ajudar a descobrir novos talentos para o futebol brasileiro. Além de ajudar o São Paulo, ele tenta transformar a vida de jovens, que tentam uma carreira no futebol.

“Eu me vejo nessas oportunidades, estamos tentando proporcionar porque me faz lembrar do passado e recapitular muitas coisas da minha vida”, afirma o jogador. Em Santa Catarina, a plataforma irá promover o projeto “A Jornada”, que vai distribuir mais de R$1 milhão em prêmios para os melhores colocados no Estado. “Essa ideia surge a partir de um sonho, de uma iniciativa de fazer algo diferente no futebol e as pessoas que não tem tanto acesso poder sonhar em ser um jogador ou uma jogadora de futebol”.

continua após a publicidade
Aos 37 anos, volante trabalha com a possibilidade de se aposentar ao fim desta temporada. Foto: Werther Santana/Estadão

Na volta ao Brasil, assim como tantos outros jogadores, as maiores críticas são ao calendário, tempo de preparação entre uma partida e outra do futebol brasileiro. “O que eu acho que me ajuda muito é sempre tentar enfrentar as situações, mas encontrando as soluções, não procurando dificultar mais ainda, deixando de focar onde tenho que focar”.

“Sabemos que há situações mais difíceis, mas o futebol é o que é o que eu amo e o que eu me que eu me proponho ainda a fazer”. Os resultados na temporada podem ser cruciais para definir o futuro de Luiz Gustavo no São Paulo e no Brasil. O time disputa as oitavas de final da Libertadores a partir desta quinta-feira, contra o Nacional-URU, está classificado às quartas da Copa do Brasil e na quinta posição do Campeonato Brasileiro.

continua após a publicidade

Fama sem redes sociais

Se procurarmos o nome de Luiz Gustavo no Instagram, nenhuma das contas encontradas será, de fato, do jogador. Desde o início da carreira, o jogador optou por se afastar das redes sociais. Especulou-se que essa ausência poderia ser fruto do 7 a 1 – e das críticas que a seleção brasileira recebeu.

“Nunca quis ser famoso, nunca quis aparecer, essa é a verdade. Era uma coisa que me fazia simplesmente perder tempo vendo a vida dos outros. A partir do momento em que eu compreendi que eu não precisava disso, eu precisava ter paz e precisava viver como eu vivo hoje, me livrei”. Mesmo após passagem pelo Bayern de Munique e sendo um dos atletas com mais destaque no São Paulo, ele tenta manter o ‘anonimato’ na sua vida.

“Gosto de ter paz, gosto de sair num lugar onde as pessoas me conheçam, mas que eu consiga fazer as coisas como uma pessoa normal”, complementa. “Tem aquelas pessoas que se sentem bem por ter rede social, faz bem postar todos os dias. Para mim, não faz bem. É por isso também que eu não tenho redes sociais.”

James Rodríguez

Luiz Gustavo chegou ao São Paulo em dezembro de 2023. Antes dele, chegaram Lucas Moura e James Rodríguez, todos vindos da Europa depois de longas carreiras. O plano do clube era se reforçar, tanto para a conquista da Copa do Brasil – que obteve êxito –, quanto para a Libertadores e outras competições de 2024.

Lucas e Luiz Gustavo são titulares; já o colombiano, rescindiu o contrato com o São Paulo depois de apenas 22 jogos e dois gols. Adaptação, poucos minutos e oportunidades podem ter sido a explicação para o insucesso do colombiano.

“James é sim um grande jogador. E como qualquer outro ser humano, tem problemas e tem dificuldades. O futebol brasileiro não é fácil de se adaptar. Nível de competição muito alto, muitos jogos e viagens. Tudo isso pode ter dificultado, mas só ele mesmo pode dizer o que aconteceu na sua passagem pelo São Paulo”, afirma o volante.

“Superação” é a palavra que define Luiz Gustavo. Discreto, o volante se destaca nos treinamentos do São Paulo por sua disciplina. Luis Zubeldía, treinador, inclusive o comparou com Cristiano Ronaldo, quando se trata da forma com que o volante trabalha. Líder no clube que defende desde este ano, já trabalha com a possibilidade de se aposentar no time que o abriu as portas no seu retorno ao Brasil.

São 37 anos vividos – 15 destes na Europa – que o afastaram do País. Em 2014, após o 7 a 1, foi um dos jogadores que mais sofreram após a goleada. Não possui redes sociais. Nunca gostou, segundo ele, e com as críticas a vontade ficou menor ainda. Revelado em Alagoas, foi um dos poucos que conseguiram sobreviver do futebol no mundo.

Sobreviver. Porque para Luiz Gustavo, o futebol é, assim como qualquer outra ocupação, uma profissão. Depois da entrevista, se vira para a reportagem do Estadão, calmo, e deseja um “bom trabalho”. Ética que o colocou na posição de aconselhar os jovens jogadores do elenco são-paulino.

Seu navegador não suporta esse video.

Atleta brilha no São Paulo enquanto pensa em aposentadoria

“Tenho dificuldades de falar das coisas boas, positivas, dentro de campo. Sinto que é apenas o meu dever”, afirmou, antes de começar a entrevista no CT do São Paulo, na Barra Funda. Não é fã dos holofotes, mas fato é que, dentro de campo, o volante se tornou um homem de confiança do treinador e destaque da equipe. Não somente pelo seu comprometimento nos treinamentos, mas por seu desempenho entre as quatro linhas.

Desde que retornou de lesão, tem ganhado mais oportunidades – muito por causas do desfalques no meio-campo, de Pablo Maia e Alison. Isso faz com que o São Paulo tente adiar a aposentadoria do meia, que tem contrato até dezembro deste ano e já pensa em pendurar as chuteiras.

A questão não é mais onde ele se aposentará, mas sim quando. “Já falei com o pessoal da direção: se eu optar por continuar jogando, vou continuar no São Paulo. A questão é compreender qual é a minha decisão’, afirma ao Estadão. “Estou focado em continuar trabalhando, continuar evoluindo e ajudando meus companheiros. Tudo será solucionado da maneira mais simples possível.”

Luiz Gustavo escolheu o São Paulo após um período de treinamentos no CT da Barra Funda. Quando decidiu retornar ao Brasil, o clube tricolor foi o primeiro que o volante escutou a proposta. “O São Paulo aconteceu porque era para acontecer. Foi o primeiro clube que eu me propus a conversar e foi o clube que eu assinei”.

Luiz Gustavo ganhou espaço no São Paulo com Luis Zubeldía. Foto: Werther Santana/Estadão

A decisão da aposentadoria é igual a tudo que Luiz Gustavo decidiu ao longo de sua carreira. Desde o começo em Alagoas, os 15 anos na Europa, a passagem pelo Oriente Médio, até seu retorno ao País, o jogador sempre se manteve seguro dos seus objetivos e de como alcançá-los.

Se eu optar por continuar jogando, vou continuar no São Paulo. A questão é compreender qual é a minha decisão

Luiz Gustavo, sobre sua aposentadoria

“Se tem uma palavra que me define é trabalho. Eu sou apaixonado por isso, sou apaixonado por me superar. Acredito muito que se o que você quer realizar só vai ser possível através de um trabalho bem feito”, pensa. É esse trabalho que fez com que o período longe dos gramados, que ainda teve a mudança no comando técnico, fosse ‘tranquila’ – ou, pelo menos, mais fácil de lidar.

Luiz Gustavo deixou o País em direção ao futebol alemão. No retorno ao Brasil, o atleta participou ativamente da fundação do CUJU, aplicativo que usa a Inteligência Artificial para ranquear jogadores e ajudar a descobrir novos talentos para o futebol brasileiro. Além de ajudar o São Paulo, ele tenta transformar a vida de jovens, que tentam uma carreira no futebol.

“Eu me vejo nessas oportunidades, estamos tentando proporcionar porque me faz lembrar do passado e recapitular muitas coisas da minha vida”, afirma o jogador. Em Santa Catarina, a plataforma irá promover o projeto “A Jornada”, que vai distribuir mais de R$1 milhão em prêmios para os melhores colocados no Estado. “Essa ideia surge a partir de um sonho, de uma iniciativa de fazer algo diferente no futebol e as pessoas que não tem tanto acesso poder sonhar em ser um jogador ou uma jogadora de futebol”.

Aos 37 anos, volante trabalha com a possibilidade de se aposentar ao fim desta temporada. Foto: Werther Santana/Estadão

Na volta ao Brasil, assim como tantos outros jogadores, as maiores críticas são ao calendário, tempo de preparação entre uma partida e outra do futebol brasileiro. “O que eu acho que me ajuda muito é sempre tentar enfrentar as situações, mas encontrando as soluções, não procurando dificultar mais ainda, deixando de focar onde tenho que focar”.

“Sabemos que há situações mais difíceis, mas o futebol é o que é o que eu amo e o que eu me que eu me proponho ainda a fazer”. Os resultados na temporada podem ser cruciais para definir o futuro de Luiz Gustavo no São Paulo e no Brasil. O time disputa as oitavas de final da Libertadores a partir desta quinta-feira, contra o Nacional-URU, está classificado às quartas da Copa do Brasil e na quinta posição do Campeonato Brasileiro.

Fama sem redes sociais

Se procurarmos o nome de Luiz Gustavo no Instagram, nenhuma das contas encontradas será, de fato, do jogador. Desde o início da carreira, o jogador optou por se afastar das redes sociais. Especulou-se que essa ausência poderia ser fruto do 7 a 1 – e das críticas que a seleção brasileira recebeu.

“Nunca quis ser famoso, nunca quis aparecer, essa é a verdade. Era uma coisa que me fazia simplesmente perder tempo vendo a vida dos outros. A partir do momento em que eu compreendi que eu não precisava disso, eu precisava ter paz e precisava viver como eu vivo hoje, me livrei”. Mesmo após passagem pelo Bayern de Munique e sendo um dos atletas com mais destaque no São Paulo, ele tenta manter o ‘anonimato’ na sua vida.

“Gosto de ter paz, gosto de sair num lugar onde as pessoas me conheçam, mas que eu consiga fazer as coisas como uma pessoa normal”, complementa. “Tem aquelas pessoas que se sentem bem por ter rede social, faz bem postar todos os dias. Para mim, não faz bem. É por isso também que eu não tenho redes sociais.”

James Rodríguez

Luiz Gustavo chegou ao São Paulo em dezembro de 2023. Antes dele, chegaram Lucas Moura e James Rodríguez, todos vindos da Europa depois de longas carreiras. O plano do clube era se reforçar, tanto para a conquista da Copa do Brasil – que obteve êxito –, quanto para a Libertadores e outras competições de 2024.

Lucas e Luiz Gustavo são titulares; já o colombiano, rescindiu o contrato com o São Paulo depois de apenas 22 jogos e dois gols. Adaptação, poucos minutos e oportunidades podem ter sido a explicação para o insucesso do colombiano.

“James é sim um grande jogador. E como qualquer outro ser humano, tem problemas e tem dificuldades. O futebol brasileiro não é fácil de se adaptar. Nível de competição muito alto, muitos jogos e viagens. Tudo isso pode ter dificultado, mas só ele mesmo pode dizer o que aconteceu na sua passagem pelo São Paulo”, afirma o volante.

“Superação” é a palavra que define Luiz Gustavo. Discreto, o volante se destaca nos treinamentos do São Paulo por sua disciplina. Luis Zubeldía, treinador, inclusive o comparou com Cristiano Ronaldo, quando se trata da forma com que o volante trabalha. Líder no clube que defende desde este ano, já trabalha com a possibilidade de se aposentar no time que o abriu as portas no seu retorno ao Brasil.

São 37 anos vividos – 15 destes na Europa – que o afastaram do País. Em 2014, após o 7 a 1, foi um dos jogadores que mais sofreram após a goleada. Não possui redes sociais. Nunca gostou, segundo ele, e com as críticas a vontade ficou menor ainda. Revelado em Alagoas, foi um dos poucos que conseguiram sobreviver do futebol no mundo.

Sobreviver. Porque para Luiz Gustavo, o futebol é, assim como qualquer outra ocupação, uma profissão. Depois da entrevista, se vira para a reportagem do Estadão, calmo, e deseja um “bom trabalho”. Ética que o colocou na posição de aconselhar os jovens jogadores do elenco são-paulino.

Seu navegador não suporta esse video.

Atleta brilha no São Paulo enquanto pensa em aposentadoria

“Tenho dificuldades de falar das coisas boas, positivas, dentro de campo. Sinto que é apenas o meu dever”, afirmou, antes de começar a entrevista no CT do São Paulo, na Barra Funda. Não é fã dos holofotes, mas fato é que, dentro de campo, o volante se tornou um homem de confiança do treinador e destaque da equipe. Não somente pelo seu comprometimento nos treinamentos, mas por seu desempenho entre as quatro linhas.

Desde que retornou de lesão, tem ganhado mais oportunidades – muito por causas do desfalques no meio-campo, de Pablo Maia e Alison. Isso faz com que o São Paulo tente adiar a aposentadoria do meia, que tem contrato até dezembro deste ano e já pensa em pendurar as chuteiras.

A questão não é mais onde ele se aposentará, mas sim quando. “Já falei com o pessoal da direção: se eu optar por continuar jogando, vou continuar no São Paulo. A questão é compreender qual é a minha decisão’, afirma ao Estadão. “Estou focado em continuar trabalhando, continuar evoluindo e ajudando meus companheiros. Tudo será solucionado da maneira mais simples possível.”

Luiz Gustavo escolheu o São Paulo após um período de treinamentos no CT da Barra Funda. Quando decidiu retornar ao Brasil, o clube tricolor foi o primeiro que o volante escutou a proposta. “O São Paulo aconteceu porque era para acontecer. Foi o primeiro clube que eu me propus a conversar e foi o clube que eu assinei”.

Luiz Gustavo ganhou espaço no São Paulo com Luis Zubeldía. Foto: Werther Santana/Estadão

A decisão da aposentadoria é igual a tudo que Luiz Gustavo decidiu ao longo de sua carreira. Desde o começo em Alagoas, os 15 anos na Europa, a passagem pelo Oriente Médio, até seu retorno ao País, o jogador sempre se manteve seguro dos seus objetivos e de como alcançá-los.

Se eu optar por continuar jogando, vou continuar no São Paulo. A questão é compreender qual é a minha decisão

Luiz Gustavo, sobre sua aposentadoria

“Se tem uma palavra que me define é trabalho. Eu sou apaixonado por isso, sou apaixonado por me superar. Acredito muito que se o que você quer realizar só vai ser possível através de um trabalho bem feito”, pensa. É esse trabalho que fez com que o período longe dos gramados, que ainda teve a mudança no comando técnico, fosse ‘tranquila’ – ou, pelo menos, mais fácil de lidar.

Luiz Gustavo deixou o País em direção ao futebol alemão. No retorno ao Brasil, o atleta participou ativamente da fundação do CUJU, aplicativo que usa a Inteligência Artificial para ranquear jogadores e ajudar a descobrir novos talentos para o futebol brasileiro. Além de ajudar o São Paulo, ele tenta transformar a vida de jovens, que tentam uma carreira no futebol.

“Eu me vejo nessas oportunidades, estamos tentando proporcionar porque me faz lembrar do passado e recapitular muitas coisas da minha vida”, afirma o jogador. Em Santa Catarina, a plataforma irá promover o projeto “A Jornada”, que vai distribuir mais de R$1 milhão em prêmios para os melhores colocados no Estado. “Essa ideia surge a partir de um sonho, de uma iniciativa de fazer algo diferente no futebol e as pessoas que não tem tanto acesso poder sonhar em ser um jogador ou uma jogadora de futebol”.

Aos 37 anos, volante trabalha com a possibilidade de se aposentar ao fim desta temporada. Foto: Werther Santana/Estadão

Na volta ao Brasil, assim como tantos outros jogadores, as maiores críticas são ao calendário, tempo de preparação entre uma partida e outra do futebol brasileiro. “O que eu acho que me ajuda muito é sempre tentar enfrentar as situações, mas encontrando as soluções, não procurando dificultar mais ainda, deixando de focar onde tenho que focar”.

“Sabemos que há situações mais difíceis, mas o futebol é o que é o que eu amo e o que eu me que eu me proponho ainda a fazer”. Os resultados na temporada podem ser cruciais para definir o futuro de Luiz Gustavo no São Paulo e no Brasil. O time disputa as oitavas de final da Libertadores a partir desta quinta-feira, contra o Nacional-URU, está classificado às quartas da Copa do Brasil e na quinta posição do Campeonato Brasileiro.

Fama sem redes sociais

Se procurarmos o nome de Luiz Gustavo no Instagram, nenhuma das contas encontradas será, de fato, do jogador. Desde o início da carreira, o jogador optou por se afastar das redes sociais. Especulou-se que essa ausência poderia ser fruto do 7 a 1 – e das críticas que a seleção brasileira recebeu.

“Nunca quis ser famoso, nunca quis aparecer, essa é a verdade. Era uma coisa que me fazia simplesmente perder tempo vendo a vida dos outros. A partir do momento em que eu compreendi que eu não precisava disso, eu precisava ter paz e precisava viver como eu vivo hoje, me livrei”. Mesmo após passagem pelo Bayern de Munique e sendo um dos atletas com mais destaque no São Paulo, ele tenta manter o ‘anonimato’ na sua vida.

“Gosto de ter paz, gosto de sair num lugar onde as pessoas me conheçam, mas que eu consiga fazer as coisas como uma pessoa normal”, complementa. “Tem aquelas pessoas que se sentem bem por ter rede social, faz bem postar todos os dias. Para mim, não faz bem. É por isso também que eu não tenho redes sociais.”

James Rodríguez

Luiz Gustavo chegou ao São Paulo em dezembro de 2023. Antes dele, chegaram Lucas Moura e James Rodríguez, todos vindos da Europa depois de longas carreiras. O plano do clube era se reforçar, tanto para a conquista da Copa do Brasil – que obteve êxito –, quanto para a Libertadores e outras competições de 2024.

Lucas e Luiz Gustavo são titulares; já o colombiano, rescindiu o contrato com o São Paulo depois de apenas 22 jogos e dois gols. Adaptação, poucos minutos e oportunidades podem ter sido a explicação para o insucesso do colombiano.

“James é sim um grande jogador. E como qualquer outro ser humano, tem problemas e tem dificuldades. O futebol brasileiro não é fácil de se adaptar. Nível de competição muito alto, muitos jogos e viagens. Tudo isso pode ter dificultado, mas só ele mesmo pode dizer o que aconteceu na sua passagem pelo São Paulo”, afirma o volante.

“Superação” é a palavra que define Luiz Gustavo. Discreto, o volante se destaca nos treinamentos do São Paulo por sua disciplina. Luis Zubeldía, treinador, inclusive o comparou com Cristiano Ronaldo, quando se trata da forma com que o volante trabalha. Líder no clube que defende desde este ano, já trabalha com a possibilidade de se aposentar no time que o abriu as portas no seu retorno ao Brasil.

São 37 anos vividos – 15 destes na Europa – que o afastaram do País. Em 2014, após o 7 a 1, foi um dos jogadores que mais sofreram após a goleada. Não possui redes sociais. Nunca gostou, segundo ele, e com as críticas a vontade ficou menor ainda. Revelado em Alagoas, foi um dos poucos que conseguiram sobreviver do futebol no mundo.

Sobreviver. Porque para Luiz Gustavo, o futebol é, assim como qualquer outra ocupação, uma profissão. Depois da entrevista, se vira para a reportagem do Estadão, calmo, e deseja um “bom trabalho”. Ética que o colocou na posição de aconselhar os jovens jogadores do elenco são-paulino.

Seu navegador não suporta esse video.

Atleta brilha no São Paulo enquanto pensa em aposentadoria

“Tenho dificuldades de falar das coisas boas, positivas, dentro de campo. Sinto que é apenas o meu dever”, afirmou, antes de começar a entrevista no CT do São Paulo, na Barra Funda. Não é fã dos holofotes, mas fato é que, dentro de campo, o volante se tornou um homem de confiança do treinador e destaque da equipe. Não somente pelo seu comprometimento nos treinamentos, mas por seu desempenho entre as quatro linhas.

Desde que retornou de lesão, tem ganhado mais oportunidades – muito por causas do desfalques no meio-campo, de Pablo Maia e Alison. Isso faz com que o São Paulo tente adiar a aposentadoria do meia, que tem contrato até dezembro deste ano e já pensa em pendurar as chuteiras.

A questão não é mais onde ele se aposentará, mas sim quando. “Já falei com o pessoal da direção: se eu optar por continuar jogando, vou continuar no São Paulo. A questão é compreender qual é a minha decisão’, afirma ao Estadão. “Estou focado em continuar trabalhando, continuar evoluindo e ajudando meus companheiros. Tudo será solucionado da maneira mais simples possível.”

Luiz Gustavo escolheu o São Paulo após um período de treinamentos no CT da Barra Funda. Quando decidiu retornar ao Brasil, o clube tricolor foi o primeiro que o volante escutou a proposta. “O São Paulo aconteceu porque era para acontecer. Foi o primeiro clube que eu me propus a conversar e foi o clube que eu assinei”.

Luiz Gustavo ganhou espaço no São Paulo com Luis Zubeldía. Foto: Werther Santana/Estadão

A decisão da aposentadoria é igual a tudo que Luiz Gustavo decidiu ao longo de sua carreira. Desde o começo em Alagoas, os 15 anos na Europa, a passagem pelo Oriente Médio, até seu retorno ao País, o jogador sempre se manteve seguro dos seus objetivos e de como alcançá-los.

Se eu optar por continuar jogando, vou continuar no São Paulo. A questão é compreender qual é a minha decisão

Luiz Gustavo, sobre sua aposentadoria

“Se tem uma palavra que me define é trabalho. Eu sou apaixonado por isso, sou apaixonado por me superar. Acredito muito que se o que você quer realizar só vai ser possível através de um trabalho bem feito”, pensa. É esse trabalho que fez com que o período longe dos gramados, que ainda teve a mudança no comando técnico, fosse ‘tranquila’ – ou, pelo menos, mais fácil de lidar.

Luiz Gustavo deixou o País em direção ao futebol alemão. No retorno ao Brasil, o atleta participou ativamente da fundação do CUJU, aplicativo que usa a Inteligência Artificial para ranquear jogadores e ajudar a descobrir novos talentos para o futebol brasileiro. Além de ajudar o São Paulo, ele tenta transformar a vida de jovens, que tentam uma carreira no futebol.

“Eu me vejo nessas oportunidades, estamos tentando proporcionar porque me faz lembrar do passado e recapitular muitas coisas da minha vida”, afirma o jogador. Em Santa Catarina, a plataforma irá promover o projeto “A Jornada”, que vai distribuir mais de R$1 milhão em prêmios para os melhores colocados no Estado. “Essa ideia surge a partir de um sonho, de uma iniciativa de fazer algo diferente no futebol e as pessoas que não tem tanto acesso poder sonhar em ser um jogador ou uma jogadora de futebol”.

Aos 37 anos, volante trabalha com a possibilidade de se aposentar ao fim desta temporada. Foto: Werther Santana/Estadão

Na volta ao Brasil, assim como tantos outros jogadores, as maiores críticas são ao calendário, tempo de preparação entre uma partida e outra do futebol brasileiro. “O que eu acho que me ajuda muito é sempre tentar enfrentar as situações, mas encontrando as soluções, não procurando dificultar mais ainda, deixando de focar onde tenho que focar”.

“Sabemos que há situações mais difíceis, mas o futebol é o que é o que eu amo e o que eu me que eu me proponho ainda a fazer”. Os resultados na temporada podem ser cruciais para definir o futuro de Luiz Gustavo no São Paulo e no Brasil. O time disputa as oitavas de final da Libertadores a partir desta quinta-feira, contra o Nacional-URU, está classificado às quartas da Copa do Brasil e na quinta posição do Campeonato Brasileiro.

Fama sem redes sociais

Se procurarmos o nome de Luiz Gustavo no Instagram, nenhuma das contas encontradas será, de fato, do jogador. Desde o início da carreira, o jogador optou por se afastar das redes sociais. Especulou-se que essa ausência poderia ser fruto do 7 a 1 – e das críticas que a seleção brasileira recebeu.

“Nunca quis ser famoso, nunca quis aparecer, essa é a verdade. Era uma coisa que me fazia simplesmente perder tempo vendo a vida dos outros. A partir do momento em que eu compreendi que eu não precisava disso, eu precisava ter paz e precisava viver como eu vivo hoje, me livrei”. Mesmo após passagem pelo Bayern de Munique e sendo um dos atletas com mais destaque no São Paulo, ele tenta manter o ‘anonimato’ na sua vida.

“Gosto de ter paz, gosto de sair num lugar onde as pessoas me conheçam, mas que eu consiga fazer as coisas como uma pessoa normal”, complementa. “Tem aquelas pessoas que se sentem bem por ter rede social, faz bem postar todos os dias. Para mim, não faz bem. É por isso também que eu não tenho redes sociais.”

James Rodríguez

Luiz Gustavo chegou ao São Paulo em dezembro de 2023. Antes dele, chegaram Lucas Moura e James Rodríguez, todos vindos da Europa depois de longas carreiras. O plano do clube era se reforçar, tanto para a conquista da Copa do Brasil – que obteve êxito –, quanto para a Libertadores e outras competições de 2024.

Lucas e Luiz Gustavo são titulares; já o colombiano, rescindiu o contrato com o São Paulo depois de apenas 22 jogos e dois gols. Adaptação, poucos minutos e oportunidades podem ter sido a explicação para o insucesso do colombiano.

“James é sim um grande jogador. E como qualquer outro ser humano, tem problemas e tem dificuldades. O futebol brasileiro não é fácil de se adaptar. Nível de competição muito alto, muitos jogos e viagens. Tudo isso pode ter dificultado, mas só ele mesmo pode dizer o que aconteceu na sua passagem pelo São Paulo”, afirma o volante.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.