Como Manchester City pode ser expulso da Premier League por violar 115 regras de fair play


Clube irá encarar julgamento ao longo dos próximos meses, com uma decisão prevista a partir de março de 2025

Por Murillo César Alves
Atualização:

O Manchester City enfrenta a partir deste segunda-feira, 16, o início do julgamento e da audiência das 115 violações do regulamento Premier League, principalmente entre 2009 e 2018. O processo é classificado como o “julgamento do século” pela imprensa britânica e mira as possíveis violações cometidas pelo Grupo City, dos Emirados Árabes Unidos, desde que assumiu o controle do clube.

O início das audiências, realizadas por uma comissão independente à Premier League, estava prevista para novembro deste ano, mas foi adiantada. A expectativa é que este processo antes do julgamento dure dois meses e uma decisão saia no início de 2025, entre março e junho.

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Das acusações, 80 tratam de violações no regulamento do Fair Play Financeiro, tanto da Uefa quanto da Premier League, enquanto outras 35 se devem à falta de cooperação do clube as investigações conduzidas pela liga. O anúncio foi feito pela Premier League há 19 meses, em fevereiro de 2023. Desde então, a liga optou por não fazer comentários sobre o caso até a audiência.

A origem da investigação se deu em 2018, quando o Der Spiegel, da Alemanha, revelou trocas de e-mail entre executivos do Grupo City em que mostravam que o contrato de patrocínio da Etihad, empresa aérea estatal dos Emirados Árabes, foi inflado para disfarçar os investimentos de Sheikh Mansour no clube.

Audiência do Manchester City começa nesta segunda-feira, na Inglaterra. Foto: Scott Heppel/AP
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“Nesse contexto, a acusação feita ao Manchester City, de haver inflado a receita de patrocínio, disfarçando, um tal investimento direto do Abu Dhabi United Group como renda, se enquadraria como violação às políticas de fair play financeiro. Basicamente, esses documentos teriam sido modificados contabilmente, o que os tornaria ilegais e resultaria em infração direta aos manuais da Premier League, os quais exigem a lisura de todos os documentos apresentados, em especial quando relacionados a entidades que possuam propriedade sobre clube”, explica Matheus Laupman, advogado do Ambiel Advogados e especialista em Direito Desportivo ao Estadão.

A depender do julgamento, o City pode sofrer uma série de sanções, na esfera esportiva e financeira. Além de arcar com os custos do processo, o clube pode ser excluído da Premier League, perder pontos, ter partidas disputadas novamente, entre outras punições.

“O Manchester City FC está surpreso com a emissão dessas supostas violações das regras da Premier League, principalmente devido ao extenso envolvimento e à vasta quantidade de materiais detalhados que o EPL recebeu. O clube saúda a revisão deste assunto por uma comissão independente, para considerar imparcialmente o corpo abrangente de evidências irrefutáveis que existem em apoio à sua posição. Como tal, esperamos que este assunto seja encerrado de uma vez por todas”, afirmou o City, por meio de nota, se dizendo inocente das acusações.

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No período em que a Premier League acusa o Grupo City de violações financeiras, o clube conquistou o Campeonato Inglês em três oportunidades (2011/2012, 2013/2014 e 2017/2018). “Estou feliz que (o julgamento) comece na segunda-feira. Sei que haverá mais rumores”, disse Pep Guardiola em entrevista coletiva na última semana. “Sei o que as pessoas estão procurando. Sei o que eles estão esperando, sei o que leio há muitos, muitos anos. Todo mundo é inocente até que a culpa seja provada.”

Esta é a segunda vez em cinco anos que o City corre risco de ser excluído de competições. Em 2020, a Uefa puniu o City com a exclusão de disputar a Champions League por duas temporadas. A entidade entendeu que, entre 2012 e 2016, o time inflou seus contratos de patrocínio. Nessa ocasião, no entanto, o clube conseguiu reverter a decisão após apelação no Tribunal Arbitral do Esporte (CAS), que entendeu que não houve violações da regra de Fair Play Financeiro da entidade, mas ainda puniu o City com uma multa por não cooperar com as investigações.

Além do Manchester City, a Premier League puniu Nottingham Forest e Everton com a dedução de pontos na última temporada, por quebrar as regras de Fair Play Financeiro da competição. Em caso de punição aos citizens, Guardiola já havia afirmado, em 2022, que deixaria o clube. Na temporada 2024/2025, o time é o atual tetracampeão inglês e está na liderança da competição, com 100% de aproveitamento em quatro jogos.

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“A depender do veredito do julgamento, caso o Manchester City seja considerado culpado, as sanções propostas pelo Comitê Independente da Premier League serão a princípio impostas imediatamente; contudo, tais sanções poderão ser revistas ou até mesmo anuladas após decisão do Comitê de Apelação”, afirma Laupman. No caso do Everton, o clube conseguiu reduzir a perda de pontos de dez para seis.

O Manchester City enfrenta a partir deste segunda-feira, 16, o início do julgamento e da audiência das 115 violações do regulamento Premier League, principalmente entre 2009 e 2018. O processo é classificado como o “julgamento do século” pela imprensa britânica e mira as possíveis violações cometidas pelo Grupo City, dos Emirados Árabes Unidos, desde que assumiu o controle do clube.

O início das audiências, realizadas por uma comissão independente à Premier League, estava prevista para novembro deste ano, mas foi adiantada. A expectativa é que este processo antes do julgamento dure dois meses e uma decisão saia no início de 2025, entre março e junho.

Das acusações, 80 tratam de violações no regulamento do Fair Play Financeiro, tanto da Uefa quanto da Premier League, enquanto outras 35 se devem à falta de cooperação do clube as investigações conduzidas pela liga. O anúncio foi feito pela Premier League há 19 meses, em fevereiro de 2023. Desde então, a liga optou por não fazer comentários sobre o caso até a audiência.

A origem da investigação se deu em 2018, quando o Der Spiegel, da Alemanha, revelou trocas de e-mail entre executivos do Grupo City em que mostravam que o contrato de patrocínio da Etihad, empresa aérea estatal dos Emirados Árabes, foi inflado para disfarçar os investimentos de Sheikh Mansour no clube.

Audiência do Manchester City começa nesta segunda-feira, na Inglaterra. Foto: Scott Heppel/AP

“Nesse contexto, a acusação feita ao Manchester City, de haver inflado a receita de patrocínio, disfarçando, um tal investimento direto do Abu Dhabi United Group como renda, se enquadraria como violação às políticas de fair play financeiro. Basicamente, esses documentos teriam sido modificados contabilmente, o que os tornaria ilegais e resultaria em infração direta aos manuais da Premier League, os quais exigem a lisura de todos os documentos apresentados, em especial quando relacionados a entidades que possuam propriedade sobre clube”, explica Matheus Laupman, advogado do Ambiel Advogados e especialista em Direito Desportivo ao Estadão.

A depender do julgamento, o City pode sofrer uma série de sanções, na esfera esportiva e financeira. Além de arcar com os custos do processo, o clube pode ser excluído da Premier League, perder pontos, ter partidas disputadas novamente, entre outras punições.

“O Manchester City FC está surpreso com a emissão dessas supostas violações das regras da Premier League, principalmente devido ao extenso envolvimento e à vasta quantidade de materiais detalhados que o EPL recebeu. O clube saúda a revisão deste assunto por uma comissão independente, para considerar imparcialmente o corpo abrangente de evidências irrefutáveis que existem em apoio à sua posição. Como tal, esperamos que este assunto seja encerrado de uma vez por todas”, afirmou o City, por meio de nota, se dizendo inocente das acusações.

No período em que a Premier League acusa o Grupo City de violações financeiras, o clube conquistou o Campeonato Inglês em três oportunidades (2011/2012, 2013/2014 e 2017/2018). “Estou feliz que (o julgamento) comece na segunda-feira. Sei que haverá mais rumores”, disse Pep Guardiola em entrevista coletiva na última semana. “Sei o que as pessoas estão procurando. Sei o que eles estão esperando, sei o que leio há muitos, muitos anos. Todo mundo é inocente até que a culpa seja provada.”

Esta é a segunda vez em cinco anos que o City corre risco de ser excluído de competições. Em 2020, a Uefa puniu o City com a exclusão de disputar a Champions League por duas temporadas. A entidade entendeu que, entre 2012 e 2016, o time inflou seus contratos de patrocínio. Nessa ocasião, no entanto, o clube conseguiu reverter a decisão após apelação no Tribunal Arbitral do Esporte (CAS), que entendeu que não houve violações da regra de Fair Play Financeiro da entidade, mas ainda puniu o City com uma multa por não cooperar com as investigações.

Além do Manchester City, a Premier League puniu Nottingham Forest e Everton com a dedução de pontos na última temporada, por quebrar as regras de Fair Play Financeiro da competição. Em caso de punição aos citizens, Guardiola já havia afirmado, em 2022, que deixaria o clube. Na temporada 2024/2025, o time é o atual tetracampeão inglês e está na liderança da competição, com 100% de aproveitamento em quatro jogos.

“A depender do veredito do julgamento, caso o Manchester City seja considerado culpado, as sanções propostas pelo Comitê Independente da Premier League serão a princípio impostas imediatamente; contudo, tais sanções poderão ser revistas ou até mesmo anuladas após decisão do Comitê de Apelação”, afirma Laupman. No caso do Everton, o clube conseguiu reduzir a perda de pontos de dez para seis.

O Manchester City enfrenta a partir deste segunda-feira, 16, o início do julgamento e da audiência das 115 violações do regulamento Premier League, principalmente entre 2009 e 2018. O processo é classificado como o “julgamento do século” pela imprensa britânica e mira as possíveis violações cometidas pelo Grupo City, dos Emirados Árabes Unidos, desde que assumiu o controle do clube.

O início das audiências, realizadas por uma comissão independente à Premier League, estava prevista para novembro deste ano, mas foi adiantada. A expectativa é que este processo antes do julgamento dure dois meses e uma decisão saia no início de 2025, entre março e junho.

Das acusações, 80 tratam de violações no regulamento do Fair Play Financeiro, tanto da Uefa quanto da Premier League, enquanto outras 35 se devem à falta de cooperação do clube as investigações conduzidas pela liga. O anúncio foi feito pela Premier League há 19 meses, em fevereiro de 2023. Desde então, a liga optou por não fazer comentários sobre o caso até a audiência.

A origem da investigação se deu em 2018, quando o Der Spiegel, da Alemanha, revelou trocas de e-mail entre executivos do Grupo City em que mostravam que o contrato de patrocínio da Etihad, empresa aérea estatal dos Emirados Árabes, foi inflado para disfarçar os investimentos de Sheikh Mansour no clube.

Audiência do Manchester City começa nesta segunda-feira, na Inglaterra. Foto: Scott Heppel/AP

“Nesse contexto, a acusação feita ao Manchester City, de haver inflado a receita de patrocínio, disfarçando, um tal investimento direto do Abu Dhabi United Group como renda, se enquadraria como violação às políticas de fair play financeiro. Basicamente, esses documentos teriam sido modificados contabilmente, o que os tornaria ilegais e resultaria em infração direta aos manuais da Premier League, os quais exigem a lisura de todos os documentos apresentados, em especial quando relacionados a entidades que possuam propriedade sobre clube”, explica Matheus Laupman, advogado do Ambiel Advogados e especialista em Direito Desportivo ao Estadão.

A depender do julgamento, o City pode sofrer uma série de sanções, na esfera esportiva e financeira. Além de arcar com os custos do processo, o clube pode ser excluído da Premier League, perder pontos, ter partidas disputadas novamente, entre outras punições.

“O Manchester City FC está surpreso com a emissão dessas supostas violações das regras da Premier League, principalmente devido ao extenso envolvimento e à vasta quantidade de materiais detalhados que o EPL recebeu. O clube saúda a revisão deste assunto por uma comissão independente, para considerar imparcialmente o corpo abrangente de evidências irrefutáveis que existem em apoio à sua posição. Como tal, esperamos que este assunto seja encerrado de uma vez por todas”, afirmou o City, por meio de nota, se dizendo inocente das acusações.

No período em que a Premier League acusa o Grupo City de violações financeiras, o clube conquistou o Campeonato Inglês em três oportunidades (2011/2012, 2013/2014 e 2017/2018). “Estou feliz que (o julgamento) comece na segunda-feira. Sei que haverá mais rumores”, disse Pep Guardiola em entrevista coletiva na última semana. “Sei o que as pessoas estão procurando. Sei o que eles estão esperando, sei o que leio há muitos, muitos anos. Todo mundo é inocente até que a culpa seja provada.”

Esta é a segunda vez em cinco anos que o City corre risco de ser excluído de competições. Em 2020, a Uefa puniu o City com a exclusão de disputar a Champions League por duas temporadas. A entidade entendeu que, entre 2012 e 2016, o time inflou seus contratos de patrocínio. Nessa ocasião, no entanto, o clube conseguiu reverter a decisão após apelação no Tribunal Arbitral do Esporte (CAS), que entendeu que não houve violações da regra de Fair Play Financeiro da entidade, mas ainda puniu o City com uma multa por não cooperar com as investigações.

Além do Manchester City, a Premier League puniu Nottingham Forest e Everton com a dedução de pontos na última temporada, por quebrar as regras de Fair Play Financeiro da competição. Em caso de punição aos citizens, Guardiola já havia afirmado, em 2022, que deixaria o clube. Na temporada 2024/2025, o time é o atual tetracampeão inglês e está na liderança da competição, com 100% de aproveitamento em quatro jogos.

“A depender do veredito do julgamento, caso o Manchester City seja considerado culpado, as sanções propostas pelo Comitê Independente da Premier League serão a princípio impostas imediatamente; contudo, tais sanções poderão ser revistas ou até mesmo anuladas após decisão do Comitê de Apelação”, afirma Laupman. No caso do Everton, o clube conseguiu reduzir a perda de pontos de dez para seis.

O Manchester City enfrenta a partir deste segunda-feira, 16, o início do julgamento e da audiência das 115 violações do regulamento Premier League, principalmente entre 2009 e 2018. O processo é classificado como o “julgamento do século” pela imprensa britânica e mira as possíveis violações cometidas pelo Grupo City, dos Emirados Árabes Unidos, desde que assumiu o controle do clube.

O início das audiências, realizadas por uma comissão independente à Premier League, estava prevista para novembro deste ano, mas foi adiantada. A expectativa é que este processo antes do julgamento dure dois meses e uma decisão saia no início de 2025, entre março e junho.

Das acusações, 80 tratam de violações no regulamento do Fair Play Financeiro, tanto da Uefa quanto da Premier League, enquanto outras 35 se devem à falta de cooperação do clube as investigações conduzidas pela liga. O anúncio foi feito pela Premier League há 19 meses, em fevereiro de 2023. Desde então, a liga optou por não fazer comentários sobre o caso até a audiência.

A origem da investigação se deu em 2018, quando o Der Spiegel, da Alemanha, revelou trocas de e-mail entre executivos do Grupo City em que mostravam que o contrato de patrocínio da Etihad, empresa aérea estatal dos Emirados Árabes, foi inflado para disfarçar os investimentos de Sheikh Mansour no clube.

Audiência do Manchester City começa nesta segunda-feira, na Inglaterra. Foto: Scott Heppel/AP

“Nesse contexto, a acusação feita ao Manchester City, de haver inflado a receita de patrocínio, disfarçando, um tal investimento direto do Abu Dhabi United Group como renda, se enquadraria como violação às políticas de fair play financeiro. Basicamente, esses documentos teriam sido modificados contabilmente, o que os tornaria ilegais e resultaria em infração direta aos manuais da Premier League, os quais exigem a lisura de todos os documentos apresentados, em especial quando relacionados a entidades que possuam propriedade sobre clube”, explica Matheus Laupman, advogado do Ambiel Advogados e especialista em Direito Desportivo ao Estadão.

A depender do julgamento, o City pode sofrer uma série de sanções, na esfera esportiva e financeira. Além de arcar com os custos do processo, o clube pode ser excluído da Premier League, perder pontos, ter partidas disputadas novamente, entre outras punições.

“O Manchester City FC está surpreso com a emissão dessas supostas violações das regras da Premier League, principalmente devido ao extenso envolvimento e à vasta quantidade de materiais detalhados que o EPL recebeu. O clube saúda a revisão deste assunto por uma comissão independente, para considerar imparcialmente o corpo abrangente de evidências irrefutáveis que existem em apoio à sua posição. Como tal, esperamos que este assunto seja encerrado de uma vez por todas”, afirmou o City, por meio de nota, se dizendo inocente das acusações.

No período em que a Premier League acusa o Grupo City de violações financeiras, o clube conquistou o Campeonato Inglês em três oportunidades (2011/2012, 2013/2014 e 2017/2018). “Estou feliz que (o julgamento) comece na segunda-feira. Sei que haverá mais rumores”, disse Pep Guardiola em entrevista coletiva na última semana. “Sei o que as pessoas estão procurando. Sei o que eles estão esperando, sei o que leio há muitos, muitos anos. Todo mundo é inocente até que a culpa seja provada.”

Esta é a segunda vez em cinco anos que o City corre risco de ser excluído de competições. Em 2020, a Uefa puniu o City com a exclusão de disputar a Champions League por duas temporadas. A entidade entendeu que, entre 2012 e 2016, o time inflou seus contratos de patrocínio. Nessa ocasião, no entanto, o clube conseguiu reverter a decisão após apelação no Tribunal Arbitral do Esporte (CAS), que entendeu que não houve violações da regra de Fair Play Financeiro da entidade, mas ainda puniu o City com uma multa por não cooperar com as investigações.

Além do Manchester City, a Premier League puniu Nottingham Forest e Everton com a dedução de pontos na última temporada, por quebrar as regras de Fair Play Financeiro da competição. Em caso de punição aos citizens, Guardiola já havia afirmado, em 2022, que deixaria o clube. Na temporada 2024/2025, o time é o atual tetracampeão inglês e está na liderança da competição, com 100% de aproveitamento em quatro jogos.

“A depender do veredito do julgamento, caso o Manchester City seja considerado culpado, as sanções propostas pelo Comitê Independente da Premier League serão a princípio impostas imediatamente; contudo, tais sanções poderão ser revistas ou até mesmo anuladas após decisão do Comitê de Apelação”, afirma Laupman. No caso do Everton, o clube conseguiu reduzir a perda de pontos de dez para seis.

O Manchester City enfrenta a partir deste segunda-feira, 16, o início do julgamento e da audiência das 115 violações do regulamento Premier League, principalmente entre 2009 e 2018. O processo é classificado como o “julgamento do século” pela imprensa britânica e mira as possíveis violações cometidas pelo Grupo City, dos Emirados Árabes Unidos, desde que assumiu o controle do clube.

O início das audiências, realizadas por uma comissão independente à Premier League, estava prevista para novembro deste ano, mas foi adiantada. A expectativa é que este processo antes do julgamento dure dois meses e uma decisão saia no início de 2025, entre março e junho.

Das acusações, 80 tratam de violações no regulamento do Fair Play Financeiro, tanto da Uefa quanto da Premier League, enquanto outras 35 se devem à falta de cooperação do clube as investigações conduzidas pela liga. O anúncio foi feito pela Premier League há 19 meses, em fevereiro de 2023. Desde então, a liga optou por não fazer comentários sobre o caso até a audiência.

A origem da investigação se deu em 2018, quando o Der Spiegel, da Alemanha, revelou trocas de e-mail entre executivos do Grupo City em que mostravam que o contrato de patrocínio da Etihad, empresa aérea estatal dos Emirados Árabes, foi inflado para disfarçar os investimentos de Sheikh Mansour no clube.

Audiência do Manchester City começa nesta segunda-feira, na Inglaterra. Foto: Scott Heppel/AP

“Nesse contexto, a acusação feita ao Manchester City, de haver inflado a receita de patrocínio, disfarçando, um tal investimento direto do Abu Dhabi United Group como renda, se enquadraria como violação às políticas de fair play financeiro. Basicamente, esses documentos teriam sido modificados contabilmente, o que os tornaria ilegais e resultaria em infração direta aos manuais da Premier League, os quais exigem a lisura de todos os documentos apresentados, em especial quando relacionados a entidades que possuam propriedade sobre clube”, explica Matheus Laupman, advogado do Ambiel Advogados e especialista em Direito Desportivo ao Estadão.

A depender do julgamento, o City pode sofrer uma série de sanções, na esfera esportiva e financeira. Além de arcar com os custos do processo, o clube pode ser excluído da Premier League, perder pontos, ter partidas disputadas novamente, entre outras punições.

“O Manchester City FC está surpreso com a emissão dessas supostas violações das regras da Premier League, principalmente devido ao extenso envolvimento e à vasta quantidade de materiais detalhados que o EPL recebeu. O clube saúda a revisão deste assunto por uma comissão independente, para considerar imparcialmente o corpo abrangente de evidências irrefutáveis que existem em apoio à sua posição. Como tal, esperamos que este assunto seja encerrado de uma vez por todas”, afirmou o City, por meio de nota, se dizendo inocente das acusações.

No período em que a Premier League acusa o Grupo City de violações financeiras, o clube conquistou o Campeonato Inglês em três oportunidades (2011/2012, 2013/2014 e 2017/2018). “Estou feliz que (o julgamento) comece na segunda-feira. Sei que haverá mais rumores”, disse Pep Guardiola em entrevista coletiva na última semana. “Sei o que as pessoas estão procurando. Sei o que eles estão esperando, sei o que leio há muitos, muitos anos. Todo mundo é inocente até que a culpa seja provada.”

Esta é a segunda vez em cinco anos que o City corre risco de ser excluído de competições. Em 2020, a Uefa puniu o City com a exclusão de disputar a Champions League por duas temporadas. A entidade entendeu que, entre 2012 e 2016, o time inflou seus contratos de patrocínio. Nessa ocasião, no entanto, o clube conseguiu reverter a decisão após apelação no Tribunal Arbitral do Esporte (CAS), que entendeu que não houve violações da regra de Fair Play Financeiro da entidade, mas ainda puniu o City com uma multa por não cooperar com as investigações.

Além do Manchester City, a Premier League puniu Nottingham Forest e Everton com a dedução de pontos na última temporada, por quebrar as regras de Fair Play Financeiro da competição. Em caso de punição aos citizens, Guardiola já havia afirmado, em 2022, que deixaria o clube. Na temporada 2024/2025, o time é o atual tetracampeão inglês e está na liderança da competição, com 100% de aproveitamento em quatro jogos.

“A depender do veredito do julgamento, caso o Manchester City seja considerado culpado, as sanções propostas pelo Comitê Independente da Premier League serão a princípio impostas imediatamente; contudo, tais sanções poderão ser revistas ou até mesmo anuladas após decisão do Comitê de Apelação”, afirma Laupman. No caso do Everton, o clube conseguiu reduzir a perda de pontos de dez para seis.

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