A demora da Justiça da Suíça em anunciar se será ou não extraditado para os Estados Unidos está aumentando a ansiedade de José Maria Marin. O ex-presidente da CBF está preso desde de 27 de maio no país europeu, acusado de envolvimento no escândalo de recebimento de propinas na venda dos direitos comerciais de competições como a Copa América, e mostra-se impaciente com os sucessivos adiamentos da decisão. Apesar disso, procura manter a calma e passa boa parte dos dias lendo.
O dirigente procura se inteirar dos detalhes do processo. Para isso, recorre a um dicionário de alemão quando tem necessidade de compreender algumas expressões. Marin também debruça-se sobre alguns romances.
A defesa de Marin esteve com ele nesta quarta-feira. Encontrou-o mais disposto fisicamente do que na visita anterior. Falou muito sobre a família, querendo saber como estava a esposa, Neusa, e os filhos.
O dirigente mostrou-se bastante interessado, também em discutir as hipóteses pós-julgamento. Ele tem consciência de que dificilmente a Justiça suíça irá decidir contra o seu envio aos Estados Unidos. Por isso, quis saber detalhes de como seria sua prisão domiciliar.
Marin, de 83 anos, tem um apartamento em Nova York e disporia de recursos para pagar eventual multa imposta pelas autoridades americanas. O dirigente não está propenso a fazer nenhum acordo de delação. E há um mês, quando foi interrogado pela Justiça suíça, manteve-se em silêncio.
A previsão, agora, é que a Suíça divulgue a decisão sobre o destino de Marin e dos outros dirigentes presos no país entre os dias 22 e 24 deste mês.