A seleção brasileira feminina de futebol passou para as semifinais das Olimpíadas de Paris 2024 neste sábado, 3, com Marta, suspensa, comemorando das tribunas do estádio em Nantes. Minutos após o apito final da heroica vitória sobre a França, enganou-se quem achou que a “Rainha” voltaria a campo para a semifinal diante da Espanha, na terça-feira, às 16h (Brasília).
Marta não deve voltar para este jogo decisivo também. A CBF recebeu a notificação de que a camisa 10 e capitã da seleção de Arthur Elias havia sido punida com mais um jogo de suspensão. A confederação brasileira tenta recorrer da decisão do comitê disciplinar da Fifa.
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A brasileira deu uma entrada dura com o pé alto na cabeça de uma adversária espanhola no duelo e levou cartão vermelho direto. O parágrafo 11.5 da regra da Fifa no futebol olímpico diz: “Se jogadores ou dirigentes de equipe forem expulsos como resultado de um cartão vermelho direto ou indireto, eles serão automaticamente suspensos do próximo jogo de sua equipe. Além disso, outras sanções poderão ser impostas pelo Comitê Disciplinar da Fifa.”
Esse foi o caso de Marta, que recebeu mais um jogo de suspensão, pois sua entrada foi considerada violenta. Tal informação só veio à tona agora.
Marta já anunciou que 2024 será seu último ano com a seleção brasileira. De qualquer modo, ela deve ser despedir com a camisa em campo, já que mesmo que perca da Espanha o Brasil tem mais um jogo a fazer, seja pela disputa da medalha de bronze ou de ouro.
O Brasil com Marta foi medalha de prata nas Olimpíadas de 2004 e 2008, perdendo ambas as finais para os Estados Unidos.
O que diz a CBF?
A CBF divulgou uma nota sobre o caso na noite de sábado. Leia abaixo na íntegra:
A Diretoria Jurídica da CBF vai entrar com pedido de efeito suspensivo no Comitê Disciplinar da FIFA para contar com a jogadora Marta na semifinal olímpica.
Marta foi suspensa pelo Comitê Disciplinar da FIFA com dois jogos de suspensão pela expulsão na partida contra a Espanha, na quarta-feira (31), em partida válida pela última rodada da fase de grupos.
Na terça-feira (6), o Brasil vai enfrentar a Espanha, em Marselha, em busca da vaga na final olímpica.
Desde a expulsão da atleta, os integrantes da Diretoria Jurídica trabalham na defesa da jogadora.
Na quinta-feira (1), o Comitê Disciplinar da FIFA sugeriu a aplicação de duas partidas, sob o fundamento de que a referida atleta cometeu falta grave.
Diante disso, a Diretoria Jurídica da CBF apresentou a defesa da atleta, a fim de desclassificar a gravidade da infração.
Apesar dos esforços empreendidos, na sexta-feira (2), o Comitê Disciplinar da FIFA decidiu pela punição mínima da atleta, conforme o Código Disciplinar, entendendo tratar-se de falta grave da jogadora, punível, portanto, com dois jogos.
A CBF, juntamente com o COB, ressalta que não medirá esforços para reverter a exagerada sanção imposta pela FIFA, e reitera a sua fundamentação em novo recurso a ser apresentado no momento oportuno, com pedido de efeito suspensivo, a fim de possibilitar a atuação da atleta Marta nas semifinais das Olimpíadas, em mais um momento histórico para o futebol brasileiro.
Por fim, cumpre destacar que a atleta Marta possui um histórico irrepreensível de respeito às regras do desporto e ao fair play, sendo uma referência mundial do esporte para várias gerações por tudo o que conquistou dentro e fora dos campos.
Como fica o Brasil sem Marta?
Sem a camisa 10 e capitã do time, Arthur Elias pode procurar repetir a escalação ofensiva que deu certo contra a França nas quartas de final, com Gabi Nunes e Gabi Portilho, autora do gol vitorioso das quartas.
Adriana e Kerolin são outras jogadoras ofensivas que podem ganhar chance contra a Espanha na semifinal. No primeiro jogo entre as duas seleções, na fase de grupos, as duas formaram a dupla de ataque, com Marta munindo ambas. Porém, o plano de Arthur Elias mudou ainda no primeiro tempo com a expulsão da Rainha.