Lionel Messi vai completar 37 anos em junho. A idade, para ele, é apenas mais um dentre os vários números de sua vida e não será determinante para a aposentadoria. Pelo contrário, enquanto sentir que pode jogar, Messi vai permanecer em campo e não desconsidera até mesmo um retorno ao Barcelona.
Lesionado e fora da seleção argentina na Data Fifa, o melhor jogador do mundo concedeu entrevista ao podcast Big Time, da emissora árabe MBC 1. Ele admite que o título da Copa do Mundo 2022 estreitou ainda mais sua relação com o futebol, principalmente com a Argentina, o que já havia sido reatado também com a conquista da Copa América 2021, depois de um histórico de abalos e derrotas nos campeonatos disputados representando o país.
Esse ímpeto é parte da tranquilidade de Messi, que hoje vive um cenário menos competitivo no Inter Miami, dos Estados Unidos. Isso não significa, contudo, que ele está próximo de deixar os campos. “Eu sei que, no momento que sentir que não estiver rendendo, que não desfrutar, nem estiver ajudando meus companheiros, deixarei (o futebol). Sou muito autocrítico, sei quando estou bem, quando estou mal, quando jogo bem ou quando jogo mal. Quando sentir que é o momento para dar esse passo, darei sem pensar na idade. Se me sentir bem, tentarei seguir sempre competindo porque é o que gosto e sei fazer. Não tenho nada claro, espero seguir jogando por um tempo mais”, contou o argentino.
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O título no Catar coloca no radar de Messi a Copa do Mundo 2026, a ser disputada na América do Norte. É vontade do jogador estar no elenco argentino para a Copa América deste ano, nos Estados Unidos, com início quatro dias antes do aniversário do camisa 10. “Com certeza teria deixado a seleção se não tivéssemos sido campeões, mas por sorte aconteceu e conseguimos dar outro título para a Argentina”, revelou.
O alto nível não precisa estar reservado apenas ao futebol de seleções, segundo o argentino. Com uma saída conturbada do Barcelona, após 21 anos no clube, incluindo o período nas categorias de base, o retorno ao time catalão não é algo descartado. Depois de vencer a Bola de Ouro, no ano passado, Messi comentou que a saída do clube teve “gosto amargo” e que gostaria de mudar o jeito que a história mudou. Ele acredita merecer uma despedida que seja justa com “as pessoas que lhe deram tanta alegria”.
Ao podcast Big Time, Messi novamente se declarou ao Barcelona. “Foi difícil quando cheguei em Barcelona. Eu era uma criança e tinha que me adaptar a novos amigos, novo país, nova cidade, novas pessoas, nova escola. Foi difícil no começo, mas eu pensei que estava fazendo o que queria, jogar futebol em um grande clube com Barcelona e isso e me ajudou a ir adiante. Foi sensacional e eu aproveitei muito. Sempre me trataram bem em Barcelona e eu sou muito grato por isso”, refletiu Messi.
Foi em 2021 que o argentino deixou o clube rumo a Paris. A primeira temporada no Paris Saint-Germain, ao lado de Neymar e Mbappé, foi frustrante. Na segunda, contudo, Messi marcou 16 gols e deu 16 assistências no Campeonato Francês. Foram dois títulos da liga, mas contar com um dos melhores jogadores da história não foi suficiente para que o clube conquistasse finalmente a Champions League.
“A mudança foi difícil. Eu estava bem em Barcelona e planejava ficar lá. Não estava preparado para sair, tudo aconteceu muito rápido. Precisei reconstruir minha vida de um dia para o outro. Precisei conhecer outra liga, outro clube, um novo vestiário. Foi uma mudança que não estávamos procurando”, relembrou Messi. A renovação, na época, foi inviável por questões financeiras, já que o clube teria que reduzir a folha salarial para não ultrapassar o limite imposto pela LaLiga.
Messi tem contrato com o Inter Miami até dezembro de 2025. Ele terá 38 anos ao fim do vínculo. No momento, ele está afastado após ter se machucado em uma partida pela Champions Cup da Concacaf, no começo do mês. Quando voltar, Messi será novamente o principal jogador na busca do primeiro título para o clube de David Beckham. Depois, o jogador vencedor de oito Bolas de Ouro e oito Fifa The Best não tem definição sobre o destino. A certeza é a permanência no futebol. Se não for em campo, será na história.