No dia em que foi anunciado oficialmente como novo reforço do Inter Miami, Lionel Messi viu seu novo time perder para o St. Louis City por 3 a 0. A equipe está sem vencer há 11 jogos e amarga a condição de pior time entre os 29 que disputam a Major League Soccer (MLS), a liga profissional de futebol dos Estados Unidos e do Canadá.
O craque argentino vai fazer sua estreia pela franquia de Miami na próxima sexta-feira, dia 21, contra o Cruz Azul, do México, pela Leagues Cup, competição que reúne times da MLS e da Liga MX, do México. Quando entrar em campo pela primeira vez, não terá ao seu lado jogadores no nível daqueles com quem ele atuou no Barcelona, no Paris Saint-Germain e na seleção argentina. No elenco do Inter Miami, os destaques são o atacante venezuelano Josef Martínez, que foi o melhor da MLS e campeão pelo Atlanta United em 2018, e o lateral americano DeAndre Yedlin, que disputou as Copas de 2014 e 2022.
O elenco conta ainda com dois meio-campistas brasileiros: Jean Mota, ex-Santos, e Gregore, ex-Bahia. Os dois estão em processo de recuperação de lesões graves e ainda vão levar um tempo para jogar com Messi. O espanhol Sergio Busquets, companheiro de Messi no Barcelona, foi anunciado pelo clube.
Messi fez sua primeira partida oficial com a camisa do Barcelona no dia 16 de outubro de 2004, quando tinha 17 anos. No duelo com o Espanyol no Estádio Olímpico de Barcelona pela Liga Espanhola, ele substituiu Deco, um dos grandes jogadores do mundo naquela década. Além do brasileiro, Messi ainda tinha como companheiros naquele Barça jogadores como Ronaldinho Gaúcho, Samuel Eto’o e Xavi e Andrés Iniesta. Ibrahimovic, Neymar e Luis Suárez estão entre os outros grandes que atuaram ao lado dele na Espanha. Pelo Barcelona, foram quatro títulos da Liga dos Campeões e dez da Liga Espanhola, entre outras conquistas.
Na França, o argentino não só reeditou a parceria com Neymar no Paris Saint Germain como também atuou ao lado do francês Kylian Mbappé e com o espanhol Sergio Ramos, antigo rival do Real Madrid. Em duas temporadas em Paris, o craque colecionou mais dois títulos nacionais.
Pela seleção argentina, as conquistas demoraram a aparecer, mas a companhia sempre foi boa. Nas Copas de 2006, 2010, 2014 e 2018, teve companheiros como Javier Mascherano, Juan Pablo Sorín, Juan Román Riquelme, Carlitos Tévez e Juan Sebastián Verón. Nas conquistas da Copa América de 2021 e do Mundial de 2022, esteve ao lado do velho amigo Ángel Di María e do goleiro Dibú Martinez.
O esquema da seleção argentina no último mundial pode ser o melhor encaixe para Messi na opinião do brasileiro Ricardo Moreira, diretor técnico do Orlando City, que trabalha há quase dez anos na MLS. “Com o time jogando para ele como fez a Argentina, vai fazer a diferença.” Moreira já imagina como Messi vai atuar pelo Inter Miami. “A liga aqui é muito física. Eu acho que ele vai jogar como um 10 ou segundo atacante, atrás do 9 de referência do Miami.”
O Inter Miami promete trabalhar para reforçar o elenco. O primeiro a chegar foi o treinador argentino Gerardo “Tata” Martino, que treinou Messi no Barcelona na temporada 2013-14 e na seleção argentina entre os anos de 2014 e 2016, quando a Argentina perdeu duas finais seguidas da Copa América para o Chile e o craque chegou a dizer que estava se aposentando da seleção.
Na lista de possíveis reforços, estão nomes como os de Jordi Alba e Luis Suárez, ambos atletas que estiveram com Messi no Barcelona. Se os companheiros no Inter Miami não estão no nível dos times nos quais atuou durante toda a carreira, os adversários também não serão tão fortes. O que não vai faltar é motivação, tanto para quem jogar ao lado do craque quanto para os adversários, como destaca Moreira, marcando no calendário a data do jogo entre Orlando City e Inter Miami. “Grande oportunidade para nossos volantes se destacarem no jogo de 24 de setembro.”