De Messi a Vini Jr, por que gramado da Copa América tem incomodado os craques?


Messi, Dorival Jr, Lionel Scaloni e Ronald Araujo fizeram reclamações sobre os gramados diferentes

Por Fernando Valeika de Barros
Atualização:

Se tem algo que tem perturbado os jogadores das seleções que estão disputando esta edição da Copa América, nos Estados Unidos, são as condições dos campos de jogo, nos estádios selecionados para o torneio. Logo no primeiro jogo do torneio, todos os jogadores da seleção da Argentina saíram da partida com queixas ao estado do gramado do Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, onde os campeões mundiais venceram o Canadá por 2 a 0 na sua estreia. A bronca foi repetida por Luis Roberto durante a transmissão da estreia do Brasil contra a Costa Rica.

Até mesmo Lionel Messi, atual melhor jogador do mundo, sentiu dificuldades. “Foi muito complicado jogar em um gramado tão irregular como este, no qual era preciso muito mais tempo para dominar a bola”, disse o capitão argentino na zona mista do Estádio Mercedes-Benz, em Atlanta.

“Ter de disputar uma competição tão importante como a Copa América em um campo como esse de Atlanta é uma pena”, concordou o também argentino Sergio Romero. “O gramado da nossa primeira partida não foi um palco adequado para se jogar uma partida de futebol desta importância”, concluiu o técnico argentino Lionel Scaloni.

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Messi reclamou do gramado do Mercedez-Benz Stadium. Foto: Dale Zanine/USA TODAY Sports via Reuters

Diante das dificuldades para seus jogadores se adaptarem a condições tão diferentes, Scaloni chegou a temer pela sorte da sua seleção na partida, com receio de que se repetisse a zebra do Mundial do Catar, quando a Argentina perdeu para a Arábia Saudita. “A diferença foi que naquele dia, não pudemos reclamar da qualidade da grama natural”, disse ele.

Outro problema que os jogadores enfrentam nesta edição da Copa América são os campos com dimensões menores do que as que estão habituados. No futebol americano, eles têm uma medida fixa, de 360 pés de comprimento (cerca de 109 metros) por 160 pés de largura (algo como 48 metros). Ou seja, são bem menores do que o do futebol.

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Na Copa do Catar, por exemplo, os campos tinham 105 metros por 68 metros. O SoFi Stadium mede 100 metros de comprimento por 64 metros de largura. Ou seja, os espaços ficam menores e mais congestionados, como se viu durante o jogo de estreia do Brasil contra a Costa Rica, em Los Angeles.

“Eu não quero ser chato em ficar repetindo, mas o campo menor faz diferença”, disse Luis Roberto, na transmissão de Brasil e Costa Rica, após Vini Jr. não conseguir receber um lançamento de Rodrygo durante a estreia brasileira.

Rodrygo e Vini Jr. tiveram dificuldades com amplitude no campo da estreia brasileira. Foto: Ronald Martinez/AFP
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“Não pode servir de desculpa, mas em comparação com a Euro, em que os campos são grandes: ter que jogar contra uma seleção que só se defende em dimensões tão pequenas, acaba prejudicando equipes mais técnicas, que querem atacar”, disse Vini Jr., após o empate da seleção brasileira contra a Costa Rica.

Como se não bastasse o espaço menor, foram instalados camarotes próximos das áreas em que são cobrados os escanteios, espremendo ainda mais a área de jogo. “Todas essas situações tenderão mudar a dinâmica do jogo, com confrontos a todo momento e uma chegada mais rápida ao gol adversário”, disse Dorival Júnior, o técnico da seleção brasileira, na entrevista coletiva antes da estreia.

“Hoje, a maioria dos treinos são feitos em campos reduzidos. Isso traz para o atleta maior contato com a bola e velocidade de jogo. Porém, em um jogo com campo menor, existe um ajuste necessário de tempo de bola, adequação dos passes longos e ações de movimentação. Além disso, o espaço para recuperação depois de um sprint é menor. A visão espacial do jogador também muda, com menos espaço entre os atletas. Por isso, é necessário trabalhar estes detalhes previamente com intuito de ser efetivo e minimizar riscos de lesões”, analisa Flavia Magalhães, médica do esporte.

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O zagueiro uruguaio Ronald Araújo também lamentou as condições. O Uruguai estreou no domingo, contra o Panamá, no Hard Rock Stadium, em Miami. “Sim, vimos o que aconteceu no jogo da Argentina contra Canadá, em que as condições do campo não eram o que todos esperávamos, principalmente para um futebol fluido e um bom jogo. Acho que ter um campo adequado é a chave de tudo em uma partida de futebol. Se quiserem ver show, acho que o campo tem de ter condições para isso”, disparou o atleta do Barcelona.

O preço de jogar em estádios espetaculares como o SoFi Stadium, em Los Angeles, e o AT&T Stadium, arenas arrojadas, com telões tão grandes e tecnológicos, que parecem naves espaciais flutuando sobre os campos é esse: ter de se adaptar a um estilo de jogo diferente, com gramado e dimensões não habituais.

“A mudança não é tão abrupta quanto tirar um jogador de futebol de campo e colocar numa quadra de futsal, mas, sem sombra de dúvidas, existe uma diferença. Agora, não tem como cravar que essas alterações vão gerar um impacto significativo em termos de predisposição à contusões, porque isso é causado por inúmeros fatores, não só apenas a questão de aumento de intensidade”, afirma Dilson Conceição, fisioterapeuta esportivo e membro da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e Atividade Física (Sonafe).

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A seleção que conseguir fazer isso melhor, certamente, conquistará a Copa América. E, de quebra, já estará mais bem adaptada para a Copa do Mundo de 2026. Onze das arenas também sediarão o Mundial, com sede tripla de Estados Unidos, México e Canadá daqui a dois anos.

Se tem algo que tem perturbado os jogadores das seleções que estão disputando esta edição da Copa América, nos Estados Unidos, são as condições dos campos de jogo, nos estádios selecionados para o torneio. Logo no primeiro jogo do torneio, todos os jogadores da seleção da Argentina saíram da partida com queixas ao estado do gramado do Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, onde os campeões mundiais venceram o Canadá por 2 a 0 na sua estreia. A bronca foi repetida por Luis Roberto durante a transmissão da estreia do Brasil contra a Costa Rica.

Até mesmo Lionel Messi, atual melhor jogador do mundo, sentiu dificuldades. “Foi muito complicado jogar em um gramado tão irregular como este, no qual era preciso muito mais tempo para dominar a bola”, disse o capitão argentino na zona mista do Estádio Mercedes-Benz, em Atlanta.

“Ter de disputar uma competição tão importante como a Copa América em um campo como esse de Atlanta é uma pena”, concordou o também argentino Sergio Romero. “O gramado da nossa primeira partida não foi um palco adequado para se jogar uma partida de futebol desta importância”, concluiu o técnico argentino Lionel Scaloni.

Messi reclamou do gramado do Mercedez-Benz Stadium. Foto: Dale Zanine/USA TODAY Sports via Reuters

Diante das dificuldades para seus jogadores se adaptarem a condições tão diferentes, Scaloni chegou a temer pela sorte da sua seleção na partida, com receio de que se repetisse a zebra do Mundial do Catar, quando a Argentina perdeu para a Arábia Saudita. “A diferença foi que naquele dia, não pudemos reclamar da qualidade da grama natural”, disse ele.

Outro problema que os jogadores enfrentam nesta edição da Copa América são os campos com dimensões menores do que as que estão habituados. No futebol americano, eles têm uma medida fixa, de 360 pés de comprimento (cerca de 109 metros) por 160 pés de largura (algo como 48 metros). Ou seja, são bem menores do que o do futebol.

Na Copa do Catar, por exemplo, os campos tinham 105 metros por 68 metros. O SoFi Stadium mede 100 metros de comprimento por 64 metros de largura. Ou seja, os espaços ficam menores e mais congestionados, como se viu durante o jogo de estreia do Brasil contra a Costa Rica, em Los Angeles.

“Eu não quero ser chato em ficar repetindo, mas o campo menor faz diferença”, disse Luis Roberto, na transmissão de Brasil e Costa Rica, após Vini Jr. não conseguir receber um lançamento de Rodrygo durante a estreia brasileira.

Rodrygo e Vini Jr. tiveram dificuldades com amplitude no campo da estreia brasileira. Foto: Ronald Martinez/AFP

“Não pode servir de desculpa, mas em comparação com a Euro, em que os campos são grandes: ter que jogar contra uma seleção que só se defende em dimensões tão pequenas, acaba prejudicando equipes mais técnicas, que querem atacar”, disse Vini Jr., após o empate da seleção brasileira contra a Costa Rica.

Como se não bastasse o espaço menor, foram instalados camarotes próximos das áreas em que são cobrados os escanteios, espremendo ainda mais a área de jogo. “Todas essas situações tenderão mudar a dinâmica do jogo, com confrontos a todo momento e uma chegada mais rápida ao gol adversário”, disse Dorival Júnior, o técnico da seleção brasileira, na entrevista coletiva antes da estreia.

“Hoje, a maioria dos treinos são feitos em campos reduzidos. Isso traz para o atleta maior contato com a bola e velocidade de jogo. Porém, em um jogo com campo menor, existe um ajuste necessário de tempo de bola, adequação dos passes longos e ações de movimentação. Além disso, o espaço para recuperação depois de um sprint é menor. A visão espacial do jogador também muda, com menos espaço entre os atletas. Por isso, é necessário trabalhar estes detalhes previamente com intuito de ser efetivo e minimizar riscos de lesões”, analisa Flavia Magalhães, médica do esporte.

O zagueiro uruguaio Ronald Araújo também lamentou as condições. O Uruguai estreou no domingo, contra o Panamá, no Hard Rock Stadium, em Miami. “Sim, vimos o que aconteceu no jogo da Argentina contra Canadá, em que as condições do campo não eram o que todos esperávamos, principalmente para um futebol fluido e um bom jogo. Acho que ter um campo adequado é a chave de tudo em uma partida de futebol. Se quiserem ver show, acho que o campo tem de ter condições para isso”, disparou o atleta do Barcelona.

O preço de jogar em estádios espetaculares como o SoFi Stadium, em Los Angeles, e o AT&T Stadium, arenas arrojadas, com telões tão grandes e tecnológicos, que parecem naves espaciais flutuando sobre os campos é esse: ter de se adaptar a um estilo de jogo diferente, com gramado e dimensões não habituais.

“A mudança não é tão abrupta quanto tirar um jogador de futebol de campo e colocar numa quadra de futsal, mas, sem sombra de dúvidas, existe uma diferença. Agora, não tem como cravar que essas alterações vão gerar um impacto significativo em termos de predisposição à contusões, porque isso é causado por inúmeros fatores, não só apenas a questão de aumento de intensidade”, afirma Dilson Conceição, fisioterapeuta esportivo e membro da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e Atividade Física (Sonafe).

A seleção que conseguir fazer isso melhor, certamente, conquistará a Copa América. E, de quebra, já estará mais bem adaptada para a Copa do Mundo de 2026. Onze das arenas também sediarão o Mundial, com sede tripla de Estados Unidos, México e Canadá daqui a dois anos.

Se tem algo que tem perturbado os jogadores das seleções que estão disputando esta edição da Copa América, nos Estados Unidos, são as condições dos campos de jogo, nos estádios selecionados para o torneio. Logo no primeiro jogo do torneio, todos os jogadores da seleção da Argentina saíram da partida com queixas ao estado do gramado do Mercedes-Benz Stadium, em Atlanta, onde os campeões mundiais venceram o Canadá por 2 a 0 na sua estreia. A bronca foi repetida por Luis Roberto durante a transmissão da estreia do Brasil contra a Costa Rica.

Até mesmo Lionel Messi, atual melhor jogador do mundo, sentiu dificuldades. “Foi muito complicado jogar em um gramado tão irregular como este, no qual era preciso muito mais tempo para dominar a bola”, disse o capitão argentino na zona mista do Estádio Mercedes-Benz, em Atlanta.

“Ter de disputar uma competição tão importante como a Copa América em um campo como esse de Atlanta é uma pena”, concordou o também argentino Sergio Romero. “O gramado da nossa primeira partida não foi um palco adequado para se jogar uma partida de futebol desta importância”, concluiu o técnico argentino Lionel Scaloni.

Messi reclamou do gramado do Mercedez-Benz Stadium. Foto: Dale Zanine/USA TODAY Sports via Reuters

Diante das dificuldades para seus jogadores se adaptarem a condições tão diferentes, Scaloni chegou a temer pela sorte da sua seleção na partida, com receio de que se repetisse a zebra do Mundial do Catar, quando a Argentina perdeu para a Arábia Saudita. “A diferença foi que naquele dia, não pudemos reclamar da qualidade da grama natural”, disse ele.

Outro problema que os jogadores enfrentam nesta edição da Copa América são os campos com dimensões menores do que as que estão habituados. No futebol americano, eles têm uma medida fixa, de 360 pés de comprimento (cerca de 109 metros) por 160 pés de largura (algo como 48 metros). Ou seja, são bem menores do que o do futebol.

Na Copa do Catar, por exemplo, os campos tinham 105 metros por 68 metros. O SoFi Stadium mede 100 metros de comprimento por 64 metros de largura. Ou seja, os espaços ficam menores e mais congestionados, como se viu durante o jogo de estreia do Brasil contra a Costa Rica, em Los Angeles.

“Eu não quero ser chato em ficar repetindo, mas o campo menor faz diferença”, disse Luis Roberto, na transmissão de Brasil e Costa Rica, após Vini Jr. não conseguir receber um lançamento de Rodrygo durante a estreia brasileira.

Rodrygo e Vini Jr. tiveram dificuldades com amplitude no campo da estreia brasileira. Foto: Ronald Martinez/AFP

“Não pode servir de desculpa, mas em comparação com a Euro, em que os campos são grandes: ter que jogar contra uma seleção que só se defende em dimensões tão pequenas, acaba prejudicando equipes mais técnicas, que querem atacar”, disse Vini Jr., após o empate da seleção brasileira contra a Costa Rica.

Como se não bastasse o espaço menor, foram instalados camarotes próximos das áreas em que são cobrados os escanteios, espremendo ainda mais a área de jogo. “Todas essas situações tenderão mudar a dinâmica do jogo, com confrontos a todo momento e uma chegada mais rápida ao gol adversário”, disse Dorival Júnior, o técnico da seleção brasileira, na entrevista coletiva antes da estreia.

“Hoje, a maioria dos treinos são feitos em campos reduzidos. Isso traz para o atleta maior contato com a bola e velocidade de jogo. Porém, em um jogo com campo menor, existe um ajuste necessário de tempo de bola, adequação dos passes longos e ações de movimentação. Além disso, o espaço para recuperação depois de um sprint é menor. A visão espacial do jogador também muda, com menos espaço entre os atletas. Por isso, é necessário trabalhar estes detalhes previamente com intuito de ser efetivo e minimizar riscos de lesões”, analisa Flavia Magalhães, médica do esporte.

O zagueiro uruguaio Ronald Araújo também lamentou as condições. O Uruguai estreou no domingo, contra o Panamá, no Hard Rock Stadium, em Miami. “Sim, vimos o que aconteceu no jogo da Argentina contra Canadá, em que as condições do campo não eram o que todos esperávamos, principalmente para um futebol fluido e um bom jogo. Acho que ter um campo adequado é a chave de tudo em uma partida de futebol. Se quiserem ver show, acho que o campo tem de ter condições para isso”, disparou o atleta do Barcelona.

O preço de jogar em estádios espetaculares como o SoFi Stadium, em Los Angeles, e o AT&T Stadium, arenas arrojadas, com telões tão grandes e tecnológicos, que parecem naves espaciais flutuando sobre os campos é esse: ter de se adaptar a um estilo de jogo diferente, com gramado e dimensões não habituais.

“A mudança não é tão abrupta quanto tirar um jogador de futebol de campo e colocar numa quadra de futsal, mas, sem sombra de dúvidas, existe uma diferença. Agora, não tem como cravar que essas alterações vão gerar um impacto significativo em termos de predisposição à contusões, porque isso é causado por inúmeros fatores, não só apenas a questão de aumento de intensidade”, afirma Dilson Conceição, fisioterapeuta esportivo e membro da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e Atividade Física (Sonafe).

A seleção que conseguir fazer isso melhor, certamente, conquistará a Copa América. E, de quebra, já estará mais bem adaptada para a Copa do Mundo de 2026. Onze das arenas também sediarão o Mundial, com sede tripla de Estados Unidos, México e Canadá daqui a dois anos.

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