O sorteio do Mundial de Clubes da Fifa colocou o Botafogo no Grupo B, ao lado de PSG e Atlético de Madrid, dois clubes com relevância considerável no futebol europeu, e do americano Seattle Sounders, vencedor da Liga dos Campeões da Concacaf em 2022. É justo que tal configuração desperte dúvidas sobre a possibilidade de o time carioca avançar às oitavas de final, mas não há como colocar os botafoguenses como azarões.
A disparidade entre os europeus e sul-americanos tem ficado clara nas finais do antigo formato do Mundial, que continuará sendo disputado anualmente, agora sob o nome de Intercontinental. Há diferenças, contudo, entre colocar um campeão da Libertadores para duelar com o vencedor da Champions League e colocar um campeão da Libertadores para bater de frente com times do segundo escalão da Europa.
O tempo sempre joga contra os times brasileiros, pois nem sempre a equipe que brilha em um ano consegue manter o desempenho na temporada seguinte, seja por ter sido devorado pelo mercado de transferências ou por problemas de variadas naturezas.
Se o Botafogo enfrentasse o PSG hoje, não seria absurdo apostar em uma vitória alvinegra ou, no mínimo, em um duelo parelho. O Atlético de Madrid seria um adversário mais duro, mas não ao ponto de se duvidar completamente de um possível triunfo carioca. Quando colocados na balança o peso histórico e a importância de cada clube para o futebol mundial, a camisa alvinegra que já foi vestida por gênios do calibre de Garrincha e Didi ofusca os futuros adversários.
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O certo é que esses encontros serão interessantes para dar argumentos aos diferentes lados de debates futebolísticos que carecem de evidências empíricas. O Campeonato Brasileiro é mais forte que o Campeonato Francês? Os melhores times do Brasil são capazes de superar as equipes europeias que não costumam ser protagonistas continentais?
No caso do Botafogo, o futebol brasileiro vai testar também o duvidoso soccer da MLS, campeonato para o qual grandes estrelas têm ido para encerrar a carreira - como Messi e Suárez, do Inter Miami, adversário do Palmeiras. A missão botafoguense é contra o Seattle Sounders, time no qual joga João Paulo, meia que defendeu o próprio Botafogo entre 2017 e 2019. Os brasileiros Léo Chu, ex-Grêmio, e Nathan, ex-Palmeiras e Chapecoense, também estão na equipe americana.
Futuro do Fluminense é incerto, mas grupo é viável
Colocar o 2025 do Fluminense em perspectiva é difícil frente ao atual momento vivido pelo clube. A temporada desastrosa em 2024 aponta para a necessidade de mudanças no clube, ainda mais em um ano no qual disputará um campeonato tão importante quanto o Mundial de Clubes.
O caminho do time tricolor no Grupo F parece ser mais fácil que o do Botafogo. A partida de maior dificuldade, sem dúvidas, será contra o Borussia Dortmund, hoje quarto colocado da classificação geral da Champions League. Além do time alemão, a chave tem o Ulsan HD, da Coreia do Sul, e o Mamelodi Sundowns, da África do Sul.
O natural ao ver a tabela com adversários de centros menos badalados do futebol, é apontar o Fluminense como forte candidato a classificação. Não há dúvidas de que chegar às oitavas de final é completamente viável aos tricolores. Não se pode deixar de lado, contudo, a lembrança de que o futebol africano já superou o brasileiro em edições do Mundial em seu antigo formato.
O Mazembe, do Congo, eliminou o Internacional em 2010, e o Raja Casablanca, do Marrocos, derrubou o Atlético-MG, em 2013. Foram casos pontuais registrados há mais de 10 anos, mas servem de alerta. De qualquer forma, caso consiga reestruturar nos próximos seis meses, o Fluminense tem boas chances de não morrer cedo no Mundial de Clubes.