Análise|Por que entidades condenam Mundial de Clubes com 7 jogos enquanto aplaudem Ligas de 38 partidas?


Representantes do futebol da Europa se colocam acima dos interesses dos outros times do mundo para tentar impedir realização de novo torneio da Fifa

Por Marcos Antomil
Atualização:

O novo Mundial de Clubes, que tem sua edição de estreia prometida para 2025, é alvo reiterado de críticas de diversas entidades ligadas ao mundo do futebol. Nesta semana, o Sindicato Internacional de Jogadores (Fifpro) acusou a Fifa de “abuso de poder” pela inclusão do torneio em seu calendário, a denúncia foi corroborada por uma declaração do presidente da Liga Espanhola (La Liga), Javier Tebas, que considera o torneio “desnecessário”.

“Nossa queixa para a Comissão Europeia é clara: a Fifa está abusando de seu poder de ditar o calendário de jogos internacionais e expandir suas próprias competições - e, assim, aumentar suas próprias receitas”, disse David Terrier, presidente da Fifpro.

Gianni Infantino, presidente da Fifa, é o mais entusiasta do novo Mundial de Clubes, que está previsto para 2025, nos Estados Unidos. Foto: Michael Probst/AP
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Estranha a forma como foi feita a acusação por Terrier, uma vez que a Fifa é a entidade que organiza o menor número de jogos por temporada. São 10 datas para jogos de seleções, além de duas a três datas para torneios interclubes. Além disso, a cada quatro anos, há mais oito datas (número máximo de jogos) para a Copa do Mundo e outros sete para o Mundial de Clubes.

Obviamente, o palco das acusações se mostra o foro de maior apelo para colocar os interesses dos clubes europeus acima dos times do resto do mundo. A declaração de Tebas também foi dada no Fórum da União dos Clubes Europeus, em Bruxelas, na Bélgica.

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(O Mundial de Clubes) Não é necessário para os jogadores, não é necessário para os clubes, não é necessário para a Fifa, que tudo o que faz é desorganizar”, afirmou Tebas. Provavelmente, pelo montante que será arrecadado esse novo torneio não será “necessário” para Real Madrid, Manchester City, Bayern de Munique, Juventus e outros grandes clubes, mas é de fundamental importância financeira e publicitária para os times de outros continentes.

Palmeiras, Flamengo e Fluminense são os brasileiros já classificados. Só restam duas vagas em disputa: uma para o campeão da Libertadores 2024 e outra para um indicado dos Estados Unidos, que sediará o evento e deve apontar o Inter Miami, de Lionel Messi, Luis Suárez e companhia. Há 12 vagas para clubes europeus (veja aqui a lista completa de classificados).

Outra questão que se encontra nas entrelinhas diz respeito a protagonismo. Para um produto, ter concorrentes à altura pode não ser um bom negócio. Por um lado, não encontra suporte na realidade a acusação de excesso de jogos organizados pela Fifa e, por outro, há um olhar enviesado que ignora os interesses de clubes de outras partes do mundo. Então, surge a dúvida: por que não há semelhante preocupação com os 38 jogos dos longos campeonatos nacionais, como o Campeonato Espanhol, organizado por La Liga?

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A resposta está no dinheiro. A Fifa vislumbrava ofertar cerca de 50 milhões de euros (R$ 300 milhões) a cada time pela participação no Mundial de Clubes, no entanto não há acordos publicitários e de transmissão até o momento. A entidade esperava arrecadar US$ 4 bilhões (R$ 22,6 bilhões) pelos direitos de exibição dos jogos na televisão (aberta, fechada, streaming e outras modalidades), ficou próxima de fechar um contrato com a AppleTV+ por US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões), mas recuou.

O Real Madrid, por exemplo, recebeu 143 milhões de euros (R$ 880 milhões) pela participação na última edição do Campeonato Espanhol, sem contar com venda de ingressos e outras ativações que rendem outros milhões para os cofres merengues. Já pela Champions League, na temporada vencedora de 2023/24, estima-se que a equipe de Vini Jr. e Rodrygo recebeu 85 milhões de euros (R$ 478 milhões).

Apesar de os valores originalmente projetados pela Fifa serem bons, esses números não passam de suposição. Os players do mercado também estão receosos em investir em um torneio que pode não sair do papel. Já o Campeonato Espanhol, por exemplo, tem sua tradição e garantias e, por isso, é mais sedutor aos clubes. Essas grandes agremiações do Velho Continente também já tentaram se opor à Uefa (entidade máxima do futebol europeu), sem sucesso e acataram a ampliação recente da Champions League. De mau semelhante padece o futebol brasileiro, em que se critica - com boas razões - os longos Estaduais, mas pouco se fala do cansativo Brasileirão de 38 rodadas.

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O novo Mundial de Clubes já tem formato, sedes, logo e datas definidas. A Fifa fez uma série de concessões aos europeus nos últimos anos ao beneficiá-los com o número elevado de participantes no torneio e ao mudar o formato do Mundial anual (rebatizado de Intercontinental), levando o representante da Uefa diretamente à final. Mas falta à entidade máxima mostrar, com contratos e acordos de TV e publicidade, que poderá bancar a realização do torneio e uma premiação atraente. Enquanto não o fizer, pairam dúvidas. Também cabe aos clubes dos demais continentes mostrar apoio à ideia da Fifa para fazer frente à pressão muito mais robusta vinda de parte dos europeus.

O novo Mundial de Clubes, que tem sua edição de estreia prometida para 2025, é alvo reiterado de críticas de diversas entidades ligadas ao mundo do futebol. Nesta semana, o Sindicato Internacional de Jogadores (Fifpro) acusou a Fifa de “abuso de poder” pela inclusão do torneio em seu calendário, a denúncia foi corroborada por uma declaração do presidente da Liga Espanhola (La Liga), Javier Tebas, que considera o torneio “desnecessário”.

“Nossa queixa para a Comissão Europeia é clara: a Fifa está abusando de seu poder de ditar o calendário de jogos internacionais e expandir suas próprias competições - e, assim, aumentar suas próprias receitas”, disse David Terrier, presidente da Fifpro.

Gianni Infantino, presidente da Fifa, é o mais entusiasta do novo Mundial de Clubes, que está previsto para 2025, nos Estados Unidos. Foto: Michael Probst/AP

Estranha a forma como foi feita a acusação por Terrier, uma vez que a Fifa é a entidade que organiza o menor número de jogos por temporada. São 10 datas para jogos de seleções, além de duas a três datas para torneios interclubes. Além disso, a cada quatro anos, há mais oito datas (número máximo de jogos) para a Copa do Mundo e outros sete para o Mundial de Clubes.

Obviamente, o palco das acusações se mostra o foro de maior apelo para colocar os interesses dos clubes europeus acima dos times do resto do mundo. A declaração de Tebas também foi dada no Fórum da União dos Clubes Europeus, em Bruxelas, na Bélgica.

(O Mundial de Clubes) Não é necessário para os jogadores, não é necessário para os clubes, não é necessário para a Fifa, que tudo o que faz é desorganizar”, afirmou Tebas. Provavelmente, pelo montante que será arrecadado esse novo torneio não será “necessário” para Real Madrid, Manchester City, Bayern de Munique, Juventus e outros grandes clubes, mas é de fundamental importância financeira e publicitária para os times de outros continentes.

Palmeiras, Flamengo e Fluminense são os brasileiros já classificados. Só restam duas vagas em disputa: uma para o campeão da Libertadores 2024 e outra para um indicado dos Estados Unidos, que sediará o evento e deve apontar o Inter Miami, de Lionel Messi, Luis Suárez e companhia. Há 12 vagas para clubes europeus (veja aqui a lista completa de classificados).

Outra questão que se encontra nas entrelinhas diz respeito a protagonismo. Para um produto, ter concorrentes à altura pode não ser um bom negócio. Por um lado, não encontra suporte na realidade a acusação de excesso de jogos organizados pela Fifa e, por outro, há um olhar enviesado que ignora os interesses de clubes de outras partes do mundo. Então, surge a dúvida: por que não há semelhante preocupação com os 38 jogos dos longos campeonatos nacionais, como o Campeonato Espanhol, organizado por La Liga?

A resposta está no dinheiro. A Fifa vislumbrava ofertar cerca de 50 milhões de euros (R$ 300 milhões) a cada time pela participação no Mundial de Clubes, no entanto não há acordos publicitários e de transmissão até o momento. A entidade esperava arrecadar US$ 4 bilhões (R$ 22,6 bilhões) pelos direitos de exibição dos jogos na televisão (aberta, fechada, streaming e outras modalidades), ficou próxima de fechar um contrato com a AppleTV+ por US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões), mas recuou.

O Real Madrid, por exemplo, recebeu 143 milhões de euros (R$ 880 milhões) pela participação na última edição do Campeonato Espanhol, sem contar com venda de ingressos e outras ativações que rendem outros milhões para os cofres merengues. Já pela Champions League, na temporada vencedora de 2023/24, estima-se que a equipe de Vini Jr. e Rodrygo recebeu 85 milhões de euros (R$ 478 milhões).

Apesar de os valores originalmente projetados pela Fifa serem bons, esses números não passam de suposição. Os players do mercado também estão receosos em investir em um torneio que pode não sair do papel. Já o Campeonato Espanhol, por exemplo, tem sua tradição e garantias e, por isso, é mais sedutor aos clubes. Essas grandes agremiações do Velho Continente também já tentaram se opor à Uefa (entidade máxima do futebol europeu), sem sucesso e acataram a ampliação recente da Champions League. De mau semelhante padece o futebol brasileiro, em que se critica - com boas razões - os longos Estaduais, mas pouco se fala do cansativo Brasileirão de 38 rodadas.

O novo Mundial de Clubes já tem formato, sedes, logo e datas definidas. A Fifa fez uma série de concessões aos europeus nos últimos anos ao beneficiá-los com o número elevado de participantes no torneio e ao mudar o formato do Mundial anual (rebatizado de Intercontinental), levando o representante da Uefa diretamente à final. Mas falta à entidade máxima mostrar, com contratos e acordos de TV e publicidade, que poderá bancar a realização do torneio e uma premiação atraente. Enquanto não o fizer, pairam dúvidas. Também cabe aos clubes dos demais continentes mostrar apoio à ideia da Fifa para fazer frente à pressão muito mais robusta vinda de parte dos europeus.

O novo Mundial de Clubes, que tem sua edição de estreia prometida para 2025, é alvo reiterado de críticas de diversas entidades ligadas ao mundo do futebol. Nesta semana, o Sindicato Internacional de Jogadores (Fifpro) acusou a Fifa de “abuso de poder” pela inclusão do torneio em seu calendário, a denúncia foi corroborada por uma declaração do presidente da Liga Espanhola (La Liga), Javier Tebas, que considera o torneio “desnecessário”.

“Nossa queixa para a Comissão Europeia é clara: a Fifa está abusando de seu poder de ditar o calendário de jogos internacionais e expandir suas próprias competições - e, assim, aumentar suas próprias receitas”, disse David Terrier, presidente da Fifpro.

Gianni Infantino, presidente da Fifa, é o mais entusiasta do novo Mundial de Clubes, que está previsto para 2025, nos Estados Unidos. Foto: Michael Probst/AP

Estranha a forma como foi feita a acusação por Terrier, uma vez que a Fifa é a entidade que organiza o menor número de jogos por temporada. São 10 datas para jogos de seleções, além de duas a três datas para torneios interclubes. Além disso, a cada quatro anos, há mais oito datas (número máximo de jogos) para a Copa do Mundo e outros sete para o Mundial de Clubes.

Obviamente, o palco das acusações se mostra o foro de maior apelo para colocar os interesses dos clubes europeus acima dos times do resto do mundo. A declaração de Tebas também foi dada no Fórum da União dos Clubes Europeus, em Bruxelas, na Bélgica.

(O Mundial de Clubes) Não é necessário para os jogadores, não é necessário para os clubes, não é necessário para a Fifa, que tudo o que faz é desorganizar”, afirmou Tebas. Provavelmente, pelo montante que será arrecadado esse novo torneio não será “necessário” para Real Madrid, Manchester City, Bayern de Munique, Juventus e outros grandes clubes, mas é de fundamental importância financeira e publicitária para os times de outros continentes.

Palmeiras, Flamengo e Fluminense são os brasileiros já classificados. Só restam duas vagas em disputa: uma para o campeão da Libertadores 2024 e outra para um indicado dos Estados Unidos, que sediará o evento e deve apontar o Inter Miami, de Lionel Messi, Luis Suárez e companhia. Há 12 vagas para clubes europeus (veja aqui a lista completa de classificados).

Outra questão que se encontra nas entrelinhas diz respeito a protagonismo. Para um produto, ter concorrentes à altura pode não ser um bom negócio. Por um lado, não encontra suporte na realidade a acusação de excesso de jogos organizados pela Fifa e, por outro, há um olhar enviesado que ignora os interesses de clubes de outras partes do mundo. Então, surge a dúvida: por que não há semelhante preocupação com os 38 jogos dos longos campeonatos nacionais, como o Campeonato Espanhol, organizado por La Liga?

A resposta está no dinheiro. A Fifa vislumbrava ofertar cerca de 50 milhões de euros (R$ 300 milhões) a cada time pela participação no Mundial de Clubes, no entanto não há acordos publicitários e de transmissão até o momento. A entidade esperava arrecadar US$ 4 bilhões (R$ 22,6 bilhões) pelos direitos de exibição dos jogos na televisão (aberta, fechada, streaming e outras modalidades), ficou próxima de fechar um contrato com a AppleTV+ por US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões), mas recuou.

O Real Madrid, por exemplo, recebeu 143 milhões de euros (R$ 880 milhões) pela participação na última edição do Campeonato Espanhol, sem contar com venda de ingressos e outras ativações que rendem outros milhões para os cofres merengues. Já pela Champions League, na temporada vencedora de 2023/24, estima-se que a equipe de Vini Jr. e Rodrygo recebeu 85 milhões de euros (R$ 478 milhões).

Apesar de os valores originalmente projetados pela Fifa serem bons, esses números não passam de suposição. Os players do mercado também estão receosos em investir em um torneio que pode não sair do papel. Já o Campeonato Espanhol, por exemplo, tem sua tradição e garantias e, por isso, é mais sedutor aos clubes. Essas grandes agremiações do Velho Continente também já tentaram se opor à Uefa (entidade máxima do futebol europeu), sem sucesso e acataram a ampliação recente da Champions League. De mau semelhante padece o futebol brasileiro, em que se critica - com boas razões - os longos Estaduais, mas pouco se fala do cansativo Brasileirão de 38 rodadas.

O novo Mundial de Clubes já tem formato, sedes, logo e datas definidas. A Fifa fez uma série de concessões aos europeus nos últimos anos ao beneficiá-los com o número elevado de participantes no torneio e ao mudar o formato do Mundial anual (rebatizado de Intercontinental), levando o representante da Uefa diretamente à final. Mas falta à entidade máxima mostrar, com contratos e acordos de TV e publicidade, que poderá bancar a realização do torneio e uma premiação atraente. Enquanto não o fizer, pairam dúvidas. Também cabe aos clubes dos demais continentes mostrar apoio à ideia da Fifa para fazer frente à pressão muito mais robusta vinda de parte dos europeus.

O novo Mundial de Clubes, que tem sua edição de estreia prometida para 2025, é alvo reiterado de críticas de diversas entidades ligadas ao mundo do futebol. Nesta semana, o Sindicato Internacional de Jogadores (Fifpro) acusou a Fifa de “abuso de poder” pela inclusão do torneio em seu calendário, a denúncia foi corroborada por uma declaração do presidente da Liga Espanhola (La Liga), Javier Tebas, que considera o torneio “desnecessário”.

“Nossa queixa para a Comissão Europeia é clara: a Fifa está abusando de seu poder de ditar o calendário de jogos internacionais e expandir suas próprias competições - e, assim, aumentar suas próprias receitas”, disse David Terrier, presidente da Fifpro.

Gianni Infantino, presidente da Fifa, é o mais entusiasta do novo Mundial de Clubes, que está previsto para 2025, nos Estados Unidos. Foto: Michael Probst/AP

Estranha a forma como foi feita a acusação por Terrier, uma vez que a Fifa é a entidade que organiza o menor número de jogos por temporada. São 10 datas para jogos de seleções, além de duas a três datas para torneios interclubes. Além disso, a cada quatro anos, há mais oito datas (número máximo de jogos) para a Copa do Mundo e outros sete para o Mundial de Clubes.

Obviamente, o palco das acusações se mostra o foro de maior apelo para colocar os interesses dos clubes europeus acima dos times do resto do mundo. A declaração de Tebas também foi dada no Fórum da União dos Clubes Europeus, em Bruxelas, na Bélgica.

(O Mundial de Clubes) Não é necessário para os jogadores, não é necessário para os clubes, não é necessário para a Fifa, que tudo o que faz é desorganizar”, afirmou Tebas. Provavelmente, pelo montante que será arrecadado esse novo torneio não será “necessário” para Real Madrid, Manchester City, Bayern de Munique, Juventus e outros grandes clubes, mas é de fundamental importância financeira e publicitária para os times de outros continentes.

Palmeiras, Flamengo e Fluminense são os brasileiros já classificados. Só restam duas vagas em disputa: uma para o campeão da Libertadores 2024 e outra para um indicado dos Estados Unidos, que sediará o evento e deve apontar o Inter Miami, de Lionel Messi, Luis Suárez e companhia. Há 12 vagas para clubes europeus (veja aqui a lista completa de classificados).

Outra questão que se encontra nas entrelinhas diz respeito a protagonismo. Para um produto, ter concorrentes à altura pode não ser um bom negócio. Por um lado, não encontra suporte na realidade a acusação de excesso de jogos organizados pela Fifa e, por outro, há um olhar enviesado que ignora os interesses de clubes de outras partes do mundo. Então, surge a dúvida: por que não há semelhante preocupação com os 38 jogos dos longos campeonatos nacionais, como o Campeonato Espanhol, organizado por La Liga?

A resposta está no dinheiro. A Fifa vislumbrava ofertar cerca de 50 milhões de euros (R$ 300 milhões) a cada time pela participação no Mundial de Clubes, no entanto não há acordos publicitários e de transmissão até o momento. A entidade esperava arrecadar US$ 4 bilhões (R$ 22,6 bilhões) pelos direitos de exibição dos jogos na televisão (aberta, fechada, streaming e outras modalidades), ficou próxima de fechar um contrato com a AppleTV+ por US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões), mas recuou.

O Real Madrid, por exemplo, recebeu 143 milhões de euros (R$ 880 milhões) pela participação na última edição do Campeonato Espanhol, sem contar com venda de ingressos e outras ativações que rendem outros milhões para os cofres merengues. Já pela Champions League, na temporada vencedora de 2023/24, estima-se que a equipe de Vini Jr. e Rodrygo recebeu 85 milhões de euros (R$ 478 milhões).

Apesar de os valores originalmente projetados pela Fifa serem bons, esses números não passam de suposição. Os players do mercado também estão receosos em investir em um torneio que pode não sair do papel. Já o Campeonato Espanhol, por exemplo, tem sua tradição e garantias e, por isso, é mais sedutor aos clubes. Essas grandes agremiações do Velho Continente também já tentaram se opor à Uefa (entidade máxima do futebol europeu), sem sucesso e acataram a ampliação recente da Champions League. De mau semelhante padece o futebol brasileiro, em que se critica - com boas razões - os longos Estaduais, mas pouco se fala do cansativo Brasileirão de 38 rodadas.

O novo Mundial de Clubes já tem formato, sedes, logo e datas definidas. A Fifa fez uma série de concessões aos europeus nos últimos anos ao beneficiá-los com o número elevado de participantes no torneio e ao mudar o formato do Mundial anual (rebatizado de Intercontinental), levando o representante da Uefa diretamente à final. Mas falta à entidade máxima mostrar, com contratos e acordos de TV e publicidade, que poderá bancar a realização do torneio e uma premiação atraente. Enquanto não o fizer, pairam dúvidas. Também cabe aos clubes dos demais continentes mostrar apoio à ideia da Fifa para fazer frente à pressão muito mais robusta vinda de parte dos europeus.

Análise por Marcos Antomil

Editor assistente de Esportes. Formado em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduado em Jornalismo e Transmissões Esportivas pela Universidad Nebrija (Espanha).

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