A novela da construção de um lago artificial de mil metros quadrados na mansão de Neymar em Mangaratiba, no Rio, continua. Uma nova vistoria da Secretaria de Meio Ambiente da cidade, realizada na manhã deste sábado, constatou que a suspensão da obra não estava sendo cumprida. Ao chegarem no local, localizado no condomínio Aero Rural, os fiscais identificaram movimentações na área interditada, o que caracteriza não só o rompimento do embargo, mas novas infrações ambientais.
Nas redes sociais, vídeos e imagens circulam mostrando Neymar recebendo amigos na área embargada e mergulhando no lago da casa após ele ser interditado. O jogador esteve presente no imóvel na sexta-feira, dia 23, um dia depois da primeira vistoria da Secretaria de Meio Ambiente.
A inauguração do lago estava prevista para a última quinta-feira, dia 22, mas foi interditado pela Secretaria de Meio Ambiente da cidade após inspeção da fiscalização constatar ao menos sete infrações ambientais no local. Em nota, a prefeitura de Mangaratiba afirmou que “diante das novas provas, atestadas no auto de constatação n° 1.165, serão somadas ao processo já em curso, o que irá gerar novas infrações e multas, bem como o encaminhamento de todos os relatórios elaborados nos últimos três dias aos órgãos de controle”.
O valor estimado da multa era de R$ 5 milhões. Agora, com as novas infrações, deve ser maior. Um relatório técnico, com documentos comprobatórios e parecer jurídico, vai definir em quanto Neymar será multado, o que deve acontecer na próxima semana.
Segundo a prefeitura, a construção do excêntrico lago artificial, além de um jardim e uma quadra de beach tênis na casa do jogador, promoveu sete infrações ambientais e foi suspensa pela secretária em ação com a Polícia Civil como medida cautelar para “parar a degradação” no local.
A prefeitura apontou sete irregularidades ambientais: desvio de curso de água, captação de água de rio sem autorização, captação de água para lago artificial, terraplanagem, escavação, movimentação de pedras e rochas sem autorização e uso de areia de praia sem autorização ambiental.
De acordo com o órgão, nenhuma autorização ou licença dos órgãos públicos competentes foi apresentada pelo jogador ou seus responsáveis legais autorizando a obra até o momento. A Genesis Ecossistemas , empresa responsável pela construção do lago, enviou comunicado ao Estadão neste sábado, dia 24, em que discorda “veementemente das notícias até então veiculadas nos meios de comunicação”.
Leia a nota na íntegra
“A Genesis Ecossistemas ressalta o seu total compromisso de respeito e integral cumprimento da legislação Brasileira em todas as suas atividades.
Informa ainda que, até o momento, não obteve acesso aos supostos procedimentos instaurados, bem como que discorda veementemente das notícias até então veiculadas nos meios de comunicação, pois não correspondem à verdade.
A despeito da repercussão destas notícias, a Genesis Ecossistemas esclarece que está tomando as devidas providências para ter acesso aos mencionados procedimentos instaurados e, a partir de então, apresentar todos os esclarecimentos e informações necessários.
A Genesis Ecossistemas se coloca à total disposição das autoridades para auxiliar na apuração dos fatos investigados.”