O que aconteceu com o Santos depois de levar 7 a 1 do Corinthians em 2005 pelo Brasileirão?


Derrota daquela temporada completará 18 anos no próximo dia 6 de novembro; após vexame, treinador Nelsinho Baptista ficou pressionado; no domingo, time da Vila passou por situação semelhante: surra do Inter pelo mesmo placar

Por Murillo César Alves

Na véspera do aniversário de Pelé, que completaria 83 anos nesta segunda-feira, dia 23, o Santos sofreu seu segundo maior vexame na história do Campeonato Brasileiro. No Beira-Rio, diante do Internacional, o time foi goleado por 7 a 1 e igualou a marca de 2005, quando perdeu o clássico para o rival Corinthians pelo mesmo placar. O resultado deste domingo manteve a equipe na zona de rebaixamento, com 30 pontos. Só no primeiro tempo, os comandados de Marcelo Fernandes levaram quatro gols e continuaram a ser vazados também na etapa final.

O resultado há 18 anos tem características semelhantes. O clássico alvinegro ocorreu no dia 6 de novembro de 2005, apenas 15 dias de diferença para o aniversário do resultado. No Estádio do Pacaembu, logo aos 42 segundos do primeiro tempo, Rosinei abriu o marcador para o Corinthians; Geílson, pouco tempo depois, conseguiu empatar. Mas ainda no primeiro tempo, os donos da casa ampliaram a vantagem.

No intervalo, a vitória corintiana já era de 3 a 1. Ao fim do jogo, com a goleada histórica – que é lembrada pela torcida como motivo de provocação em todos os clássicos com o Santos, com faixas escritas “Eterno 7 x 1″ –, o Corinthians se aproximou da conquista do Brasileirão. O Estadão destacou, na manchete da edição do dia seguinte ao clássico, a façanha do líder da competição.

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Capa do 'Estadão', no dia 7 de novembro de 2005, destacou a goleada do Corinthians sobre o Santos. Foto: Acervo/Estadão

“Corinthians faz 7 x 1 e torcida grita campeão. Goleada sobre o Santos deixa o time mais perto do título a cinco rodadas do final.” Além de Rosinei, Carlitos Tevez (três vezes), Nilmar (duas) e Marcelo Mattos ampliaram a vantagem corintiana no estádio Paulo Machado de Carvalho. Com paralelos ao resultado deste domingo, de outubro de 2023, a reportagem do Estadão relembra os caminhos que o Santos tomou após o clássico, há 18 anos, e o que ainda cerca o resultado de 2005.

Escalação e suspeita de ‘entregada’

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O Santos, à época, era comandado por Nelsinho Baptista. Contra o Corinthians, foi a campo com Saulo; Paulo César, Halisson (Wendell), Rogério e Kléber; Fabinho (Mateus), Heleno, Ricardinho e Giovanni; Geílson e Luizão (Basílio). O time não passava por uma crise na tabela do Brasileirão: quando entrou para o jogo no dia 6 de novembro, ocupava a oitava colocação, com 55 pontos. No entanto, vinha de uma sequência de duas derrotas, para Cruzeiro (em casa) e Ponte Preta.

Logo após a partida, a certeza era de que Nelsinho não continuaria no comando da equipe para o ano seguinte. Pressionado por não conseguir desempenhar o futebol que era esperado do time santista – o clube terminou o Brasileirão daquele ano com -3 de saldo de gols e na 10ª posição –, os conselheiros do Santos pediam por sua saída. Marcelo Teixeira, então presidente do Santos, já “andava insatisfeito” com o trabalho do treinador havia algumas rodadas.

Conselheiros do Santos pediram a demissão de Nelsinho Baptista após goleada do Corinthians em 2005. Foto: Paulo Liebert/Estadão
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Torcedores queriam que Serginho Chulapa, então auxiliar-técnico, assumisse o comando da equipe na reta final da temporada – com cinco jogos restantes no Brasileirão. “Não é hora de ficar falando nisso. Na verdade, não é hora de falar nada. É para sentir vergonha. Ainda mais por ter sido de sete e contra o Corinthians”, afirmou o auxiliar após a partida.

Nelsinho afirmou que não teria se sentido boicotado pelos jogadores. No entanto, na semana que antecedeu o clássico, o treinador dispensou quatro atletas (Flávio, Bóvio, Diego e Léo Lima), que eram queridos pelo restante do elenco. A atitude não foi bem aceita por uma parcela dos jogadores no vestiário à época.

Em 2021, 16 anos após o clássico, o árbitro do 7 a 1, Evandro Román, então deputado federal pelo Patriota, disse que houve um conluio dos atletas para que Nelsinho fosse demitido. A declaração ocorreu durante uma sessão da Comissão de Educação da Câmara. “Neste jogo, dentro do campo, liderados por um dos jogadores do Santos, eles fizeram um conluio, não com todos, mas para derrubar o treinador, que era o Nelsinho Baptista. Eles iam perder um jogo no interior de São Paulo? Não. Eles tinham de perder o jogo para o maior rival, que era o Corinthians. E entregaram. Perderam de 7 a 1.″

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Tevez marcou três gols na goleada corintiana em 2005 Foto: Evelson de Freitas/Estadão

Román nunca afirmou qual teria sido este jogador do Santos que liderou o boicote a Nelsinho. A reportagem do Estadão procurou o ex-árbitro, para consultar se sua opinião se manteve 18 anos após o clássico, mas não obteve resposta. Caso ocorra, a matéria será atualizada.

Demissão veio após 15 dias

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Apesar de não ter o aval do presidente santista, Nelsinho permaneceu no cargo por mais duas semanas. Francisco Lopes, então diretor de futebol do clube, queria que o treinador continuasse seu trabalho em 2006. Durante sua breve passagem pelo Santos, ele disputou 13 jogos, com sete derrotas no período, na reta final do Brasileirão.

Após uma derrota para o Brasiliense, lanterna do Brasileirão, Nelsinho pediu demissão e entregou seu cargo à diretoria. Ele procurou Lopes ainda no hotel em que a delegação estava hospedada em Brasília. “Nelsinho não se sentia mais feliz no Santos e não conseguia realizar seu trabalho em um clube que tanto ama”, afirmou o diretor do futebol à época. Serginho Chulapa comandou o time na reta final daquele ano. Para 2006, o escolhido foi o treinador Vanderlei Luxemburgo. Campeão brasileiro em 2004 pelo clube, Luxa retornou após breve passagem pelo Real Madrid.

No mesmo fim de semana que Nelsinho Baptista se demitiu, Luxemburgo vivia enorme pressão na Espanha. O treinador havia acabado de perder o clássico para o Barcelona, em pleno Santiago Bernabéu, por 3 a 0. O Santos monitorou a situação do profissional para, em 2006, repatriá-lo, uma melhora no nível técnico da equipe após desempenho medíocre em 2005.

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Reestruturação do elenco e sucesso com Luxemburgo

Dos 50 jogadores que disputaram o Brasileirão de 2005 com o Santos, poucos permaneceram no clube para a disputa do Campeonato Paulista no ano seguinte, já com Luxemburgo à frente da equipe. Ficaram 11 atletas: os laterais Kléber e Carlinhos; os zagueiros Ávalos, Domingos e Luiz Alberto; Wendel, Fabinho e Heleno como volante; Léo Lima e Luciano Henrique no meio-campo; Geílson, que marcou contra o Corinthians, e Fabiano foram os atacantes que permaneceram. Com Luxemburgo no comando do time, o Santos conquistou o bicampeonato paulista em 2006 e 2007. Em seu segundo ano, chegou às semifinais da Libertadores, mas foi eliminado pelo Grêmio.

Hallison, que teve um desempenho abaixo contra o Corinthians, foi um dos que não permaneceram na Vila. Após a goleada de 7 a 1, ele se desculpou com a torcida. “Não sei o que aconteceu. Chutava a bola pra frente e ela caía nos pés dos caras (jogadores do Corinthians). Só posso pedir desculpas aos companheiros e à torcida.” Ele foi substituído na partida pelo volante Wendel, que permaneceu no clube para a temporada seguinte ao vexame.

Após o jogo de deste domingo no Beira-Rio, o técnico Marcelo Fernandes também pediu desculpas em nome de todos, assumiu sua responsabilidade e disse que os atletas têm de levantar a cabeça e seguir. Fernandes era interino e foi efetivado até o fim da temporada. Na quinta, 26, o Santos recebe o Coritiba, às 21h30.

Na véspera do aniversário de Pelé, que completaria 83 anos nesta segunda-feira, dia 23, o Santos sofreu seu segundo maior vexame na história do Campeonato Brasileiro. No Beira-Rio, diante do Internacional, o time foi goleado por 7 a 1 e igualou a marca de 2005, quando perdeu o clássico para o rival Corinthians pelo mesmo placar. O resultado deste domingo manteve a equipe na zona de rebaixamento, com 30 pontos. Só no primeiro tempo, os comandados de Marcelo Fernandes levaram quatro gols e continuaram a ser vazados também na etapa final.

O resultado há 18 anos tem características semelhantes. O clássico alvinegro ocorreu no dia 6 de novembro de 2005, apenas 15 dias de diferença para o aniversário do resultado. No Estádio do Pacaembu, logo aos 42 segundos do primeiro tempo, Rosinei abriu o marcador para o Corinthians; Geílson, pouco tempo depois, conseguiu empatar. Mas ainda no primeiro tempo, os donos da casa ampliaram a vantagem.

No intervalo, a vitória corintiana já era de 3 a 1. Ao fim do jogo, com a goleada histórica – que é lembrada pela torcida como motivo de provocação em todos os clássicos com o Santos, com faixas escritas “Eterno 7 x 1″ –, o Corinthians se aproximou da conquista do Brasileirão. O Estadão destacou, na manchete da edição do dia seguinte ao clássico, a façanha do líder da competição.

Capa do 'Estadão', no dia 7 de novembro de 2005, destacou a goleada do Corinthians sobre o Santos. Foto: Acervo/Estadão

“Corinthians faz 7 x 1 e torcida grita campeão. Goleada sobre o Santos deixa o time mais perto do título a cinco rodadas do final.” Além de Rosinei, Carlitos Tevez (três vezes), Nilmar (duas) e Marcelo Mattos ampliaram a vantagem corintiana no estádio Paulo Machado de Carvalho. Com paralelos ao resultado deste domingo, de outubro de 2023, a reportagem do Estadão relembra os caminhos que o Santos tomou após o clássico, há 18 anos, e o que ainda cerca o resultado de 2005.

Escalação e suspeita de ‘entregada’

O Santos, à época, era comandado por Nelsinho Baptista. Contra o Corinthians, foi a campo com Saulo; Paulo César, Halisson (Wendell), Rogério e Kléber; Fabinho (Mateus), Heleno, Ricardinho e Giovanni; Geílson e Luizão (Basílio). O time não passava por uma crise na tabela do Brasileirão: quando entrou para o jogo no dia 6 de novembro, ocupava a oitava colocação, com 55 pontos. No entanto, vinha de uma sequência de duas derrotas, para Cruzeiro (em casa) e Ponte Preta.

Logo após a partida, a certeza era de que Nelsinho não continuaria no comando da equipe para o ano seguinte. Pressionado por não conseguir desempenhar o futebol que era esperado do time santista – o clube terminou o Brasileirão daquele ano com -3 de saldo de gols e na 10ª posição –, os conselheiros do Santos pediam por sua saída. Marcelo Teixeira, então presidente do Santos, já “andava insatisfeito” com o trabalho do treinador havia algumas rodadas.

Conselheiros do Santos pediram a demissão de Nelsinho Baptista após goleada do Corinthians em 2005. Foto: Paulo Liebert/Estadão

Torcedores queriam que Serginho Chulapa, então auxiliar-técnico, assumisse o comando da equipe na reta final da temporada – com cinco jogos restantes no Brasileirão. “Não é hora de ficar falando nisso. Na verdade, não é hora de falar nada. É para sentir vergonha. Ainda mais por ter sido de sete e contra o Corinthians”, afirmou o auxiliar após a partida.

Nelsinho afirmou que não teria se sentido boicotado pelos jogadores. No entanto, na semana que antecedeu o clássico, o treinador dispensou quatro atletas (Flávio, Bóvio, Diego e Léo Lima), que eram queridos pelo restante do elenco. A atitude não foi bem aceita por uma parcela dos jogadores no vestiário à época.

Em 2021, 16 anos após o clássico, o árbitro do 7 a 1, Evandro Román, então deputado federal pelo Patriota, disse que houve um conluio dos atletas para que Nelsinho fosse demitido. A declaração ocorreu durante uma sessão da Comissão de Educação da Câmara. “Neste jogo, dentro do campo, liderados por um dos jogadores do Santos, eles fizeram um conluio, não com todos, mas para derrubar o treinador, que era o Nelsinho Baptista. Eles iam perder um jogo no interior de São Paulo? Não. Eles tinham de perder o jogo para o maior rival, que era o Corinthians. E entregaram. Perderam de 7 a 1.″

Tevez marcou três gols na goleada corintiana em 2005 Foto: Evelson de Freitas/Estadão

Román nunca afirmou qual teria sido este jogador do Santos que liderou o boicote a Nelsinho. A reportagem do Estadão procurou o ex-árbitro, para consultar se sua opinião se manteve 18 anos após o clássico, mas não obteve resposta. Caso ocorra, a matéria será atualizada.

Demissão veio após 15 dias

Apesar de não ter o aval do presidente santista, Nelsinho permaneceu no cargo por mais duas semanas. Francisco Lopes, então diretor de futebol do clube, queria que o treinador continuasse seu trabalho em 2006. Durante sua breve passagem pelo Santos, ele disputou 13 jogos, com sete derrotas no período, na reta final do Brasileirão.

Após uma derrota para o Brasiliense, lanterna do Brasileirão, Nelsinho pediu demissão e entregou seu cargo à diretoria. Ele procurou Lopes ainda no hotel em que a delegação estava hospedada em Brasília. “Nelsinho não se sentia mais feliz no Santos e não conseguia realizar seu trabalho em um clube que tanto ama”, afirmou o diretor do futebol à época. Serginho Chulapa comandou o time na reta final daquele ano. Para 2006, o escolhido foi o treinador Vanderlei Luxemburgo. Campeão brasileiro em 2004 pelo clube, Luxa retornou após breve passagem pelo Real Madrid.

No mesmo fim de semana que Nelsinho Baptista se demitiu, Luxemburgo vivia enorme pressão na Espanha. O treinador havia acabado de perder o clássico para o Barcelona, em pleno Santiago Bernabéu, por 3 a 0. O Santos monitorou a situação do profissional para, em 2006, repatriá-lo, uma melhora no nível técnico da equipe após desempenho medíocre em 2005.

Reestruturação do elenco e sucesso com Luxemburgo

Dos 50 jogadores que disputaram o Brasileirão de 2005 com o Santos, poucos permaneceram no clube para a disputa do Campeonato Paulista no ano seguinte, já com Luxemburgo à frente da equipe. Ficaram 11 atletas: os laterais Kléber e Carlinhos; os zagueiros Ávalos, Domingos e Luiz Alberto; Wendel, Fabinho e Heleno como volante; Léo Lima e Luciano Henrique no meio-campo; Geílson, que marcou contra o Corinthians, e Fabiano foram os atacantes que permaneceram. Com Luxemburgo no comando do time, o Santos conquistou o bicampeonato paulista em 2006 e 2007. Em seu segundo ano, chegou às semifinais da Libertadores, mas foi eliminado pelo Grêmio.

Hallison, que teve um desempenho abaixo contra o Corinthians, foi um dos que não permaneceram na Vila. Após a goleada de 7 a 1, ele se desculpou com a torcida. “Não sei o que aconteceu. Chutava a bola pra frente e ela caía nos pés dos caras (jogadores do Corinthians). Só posso pedir desculpas aos companheiros e à torcida.” Ele foi substituído na partida pelo volante Wendel, que permaneceu no clube para a temporada seguinte ao vexame.

Após o jogo de deste domingo no Beira-Rio, o técnico Marcelo Fernandes também pediu desculpas em nome de todos, assumiu sua responsabilidade e disse que os atletas têm de levantar a cabeça e seguir. Fernandes era interino e foi efetivado até o fim da temporada. Na quinta, 26, o Santos recebe o Coritiba, às 21h30.

Na véspera do aniversário de Pelé, que completaria 83 anos nesta segunda-feira, dia 23, o Santos sofreu seu segundo maior vexame na história do Campeonato Brasileiro. No Beira-Rio, diante do Internacional, o time foi goleado por 7 a 1 e igualou a marca de 2005, quando perdeu o clássico para o rival Corinthians pelo mesmo placar. O resultado deste domingo manteve a equipe na zona de rebaixamento, com 30 pontos. Só no primeiro tempo, os comandados de Marcelo Fernandes levaram quatro gols e continuaram a ser vazados também na etapa final.

O resultado há 18 anos tem características semelhantes. O clássico alvinegro ocorreu no dia 6 de novembro de 2005, apenas 15 dias de diferença para o aniversário do resultado. No Estádio do Pacaembu, logo aos 42 segundos do primeiro tempo, Rosinei abriu o marcador para o Corinthians; Geílson, pouco tempo depois, conseguiu empatar. Mas ainda no primeiro tempo, os donos da casa ampliaram a vantagem.

No intervalo, a vitória corintiana já era de 3 a 1. Ao fim do jogo, com a goleada histórica – que é lembrada pela torcida como motivo de provocação em todos os clássicos com o Santos, com faixas escritas “Eterno 7 x 1″ –, o Corinthians se aproximou da conquista do Brasileirão. O Estadão destacou, na manchete da edição do dia seguinte ao clássico, a façanha do líder da competição.

Capa do 'Estadão', no dia 7 de novembro de 2005, destacou a goleada do Corinthians sobre o Santos. Foto: Acervo/Estadão

“Corinthians faz 7 x 1 e torcida grita campeão. Goleada sobre o Santos deixa o time mais perto do título a cinco rodadas do final.” Além de Rosinei, Carlitos Tevez (três vezes), Nilmar (duas) e Marcelo Mattos ampliaram a vantagem corintiana no estádio Paulo Machado de Carvalho. Com paralelos ao resultado deste domingo, de outubro de 2023, a reportagem do Estadão relembra os caminhos que o Santos tomou após o clássico, há 18 anos, e o que ainda cerca o resultado de 2005.

Escalação e suspeita de ‘entregada’

O Santos, à época, era comandado por Nelsinho Baptista. Contra o Corinthians, foi a campo com Saulo; Paulo César, Halisson (Wendell), Rogério e Kléber; Fabinho (Mateus), Heleno, Ricardinho e Giovanni; Geílson e Luizão (Basílio). O time não passava por uma crise na tabela do Brasileirão: quando entrou para o jogo no dia 6 de novembro, ocupava a oitava colocação, com 55 pontos. No entanto, vinha de uma sequência de duas derrotas, para Cruzeiro (em casa) e Ponte Preta.

Logo após a partida, a certeza era de que Nelsinho não continuaria no comando da equipe para o ano seguinte. Pressionado por não conseguir desempenhar o futebol que era esperado do time santista – o clube terminou o Brasileirão daquele ano com -3 de saldo de gols e na 10ª posição –, os conselheiros do Santos pediam por sua saída. Marcelo Teixeira, então presidente do Santos, já “andava insatisfeito” com o trabalho do treinador havia algumas rodadas.

Conselheiros do Santos pediram a demissão de Nelsinho Baptista após goleada do Corinthians em 2005. Foto: Paulo Liebert/Estadão

Torcedores queriam que Serginho Chulapa, então auxiliar-técnico, assumisse o comando da equipe na reta final da temporada – com cinco jogos restantes no Brasileirão. “Não é hora de ficar falando nisso. Na verdade, não é hora de falar nada. É para sentir vergonha. Ainda mais por ter sido de sete e contra o Corinthians”, afirmou o auxiliar após a partida.

Nelsinho afirmou que não teria se sentido boicotado pelos jogadores. No entanto, na semana que antecedeu o clássico, o treinador dispensou quatro atletas (Flávio, Bóvio, Diego e Léo Lima), que eram queridos pelo restante do elenco. A atitude não foi bem aceita por uma parcela dos jogadores no vestiário à época.

Em 2021, 16 anos após o clássico, o árbitro do 7 a 1, Evandro Román, então deputado federal pelo Patriota, disse que houve um conluio dos atletas para que Nelsinho fosse demitido. A declaração ocorreu durante uma sessão da Comissão de Educação da Câmara. “Neste jogo, dentro do campo, liderados por um dos jogadores do Santos, eles fizeram um conluio, não com todos, mas para derrubar o treinador, que era o Nelsinho Baptista. Eles iam perder um jogo no interior de São Paulo? Não. Eles tinham de perder o jogo para o maior rival, que era o Corinthians. E entregaram. Perderam de 7 a 1.″

Tevez marcou três gols na goleada corintiana em 2005 Foto: Evelson de Freitas/Estadão

Román nunca afirmou qual teria sido este jogador do Santos que liderou o boicote a Nelsinho. A reportagem do Estadão procurou o ex-árbitro, para consultar se sua opinião se manteve 18 anos após o clássico, mas não obteve resposta. Caso ocorra, a matéria será atualizada.

Demissão veio após 15 dias

Apesar de não ter o aval do presidente santista, Nelsinho permaneceu no cargo por mais duas semanas. Francisco Lopes, então diretor de futebol do clube, queria que o treinador continuasse seu trabalho em 2006. Durante sua breve passagem pelo Santos, ele disputou 13 jogos, com sete derrotas no período, na reta final do Brasileirão.

Após uma derrota para o Brasiliense, lanterna do Brasileirão, Nelsinho pediu demissão e entregou seu cargo à diretoria. Ele procurou Lopes ainda no hotel em que a delegação estava hospedada em Brasília. “Nelsinho não se sentia mais feliz no Santos e não conseguia realizar seu trabalho em um clube que tanto ama”, afirmou o diretor do futebol à época. Serginho Chulapa comandou o time na reta final daquele ano. Para 2006, o escolhido foi o treinador Vanderlei Luxemburgo. Campeão brasileiro em 2004 pelo clube, Luxa retornou após breve passagem pelo Real Madrid.

No mesmo fim de semana que Nelsinho Baptista se demitiu, Luxemburgo vivia enorme pressão na Espanha. O treinador havia acabado de perder o clássico para o Barcelona, em pleno Santiago Bernabéu, por 3 a 0. O Santos monitorou a situação do profissional para, em 2006, repatriá-lo, uma melhora no nível técnico da equipe após desempenho medíocre em 2005.

Reestruturação do elenco e sucesso com Luxemburgo

Dos 50 jogadores que disputaram o Brasileirão de 2005 com o Santos, poucos permaneceram no clube para a disputa do Campeonato Paulista no ano seguinte, já com Luxemburgo à frente da equipe. Ficaram 11 atletas: os laterais Kléber e Carlinhos; os zagueiros Ávalos, Domingos e Luiz Alberto; Wendel, Fabinho e Heleno como volante; Léo Lima e Luciano Henrique no meio-campo; Geílson, que marcou contra o Corinthians, e Fabiano foram os atacantes que permaneceram. Com Luxemburgo no comando do time, o Santos conquistou o bicampeonato paulista em 2006 e 2007. Em seu segundo ano, chegou às semifinais da Libertadores, mas foi eliminado pelo Grêmio.

Hallison, que teve um desempenho abaixo contra o Corinthians, foi um dos que não permaneceram na Vila. Após a goleada de 7 a 1, ele se desculpou com a torcida. “Não sei o que aconteceu. Chutava a bola pra frente e ela caía nos pés dos caras (jogadores do Corinthians). Só posso pedir desculpas aos companheiros e à torcida.” Ele foi substituído na partida pelo volante Wendel, que permaneceu no clube para a temporada seguinte ao vexame.

Após o jogo de deste domingo no Beira-Rio, o técnico Marcelo Fernandes também pediu desculpas em nome de todos, assumiu sua responsabilidade e disse que os atletas têm de levantar a cabeça e seguir. Fernandes era interino e foi efetivado até o fim da temporada. Na quinta, 26, o Santos recebe o Coritiba, às 21h30.

Na véspera do aniversário de Pelé, que completaria 83 anos nesta segunda-feira, dia 23, o Santos sofreu seu segundo maior vexame na história do Campeonato Brasileiro. No Beira-Rio, diante do Internacional, o time foi goleado por 7 a 1 e igualou a marca de 2005, quando perdeu o clássico para o rival Corinthians pelo mesmo placar. O resultado deste domingo manteve a equipe na zona de rebaixamento, com 30 pontos. Só no primeiro tempo, os comandados de Marcelo Fernandes levaram quatro gols e continuaram a ser vazados também na etapa final.

O resultado há 18 anos tem características semelhantes. O clássico alvinegro ocorreu no dia 6 de novembro de 2005, apenas 15 dias de diferença para o aniversário do resultado. No Estádio do Pacaembu, logo aos 42 segundos do primeiro tempo, Rosinei abriu o marcador para o Corinthians; Geílson, pouco tempo depois, conseguiu empatar. Mas ainda no primeiro tempo, os donos da casa ampliaram a vantagem.

No intervalo, a vitória corintiana já era de 3 a 1. Ao fim do jogo, com a goleada histórica – que é lembrada pela torcida como motivo de provocação em todos os clássicos com o Santos, com faixas escritas “Eterno 7 x 1″ –, o Corinthians se aproximou da conquista do Brasileirão. O Estadão destacou, na manchete da edição do dia seguinte ao clássico, a façanha do líder da competição.

Capa do 'Estadão', no dia 7 de novembro de 2005, destacou a goleada do Corinthians sobre o Santos. Foto: Acervo/Estadão

“Corinthians faz 7 x 1 e torcida grita campeão. Goleada sobre o Santos deixa o time mais perto do título a cinco rodadas do final.” Além de Rosinei, Carlitos Tevez (três vezes), Nilmar (duas) e Marcelo Mattos ampliaram a vantagem corintiana no estádio Paulo Machado de Carvalho. Com paralelos ao resultado deste domingo, de outubro de 2023, a reportagem do Estadão relembra os caminhos que o Santos tomou após o clássico, há 18 anos, e o que ainda cerca o resultado de 2005.

Escalação e suspeita de ‘entregada’

O Santos, à época, era comandado por Nelsinho Baptista. Contra o Corinthians, foi a campo com Saulo; Paulo César, Halisson (Wendell), Rogério e Kléber; Fabinho (Mateus), Heleno, Ricardinho e Giovanni; Geílson e Luizão (Basílio). O time não passava por uma crise na tabela do Brasileirão: quando entrou para o jogo no dia 6 de novembro, ocupava a oitava colocação, com 55 pontos. No entanto, vinha de uma sequência de duas derrotas, para Cruzeiro (em casa) e Ponte Preta.

Logo após a partida, a certeza era de que Nelsinho não continuaria no comando da equipe para o ano seguinte. Pressionado por não conseguir desempenhar o futebol que era esperado do time santista – o clube terminou o Brasileirão daquele ano com -3 de saldo de gols e na 10ª posição –, os conselheiros do Santos pediam por sua saída. Marcelo Teixeira, então presidente do Santos, já “andava insatisfeito” com o trabalho do treinador havia algumas rodadas.

Conselheiros do Santos pediram a demissão de Nelsinho Baptista após goleada do Corinthians em 2005. Foto: Paulo Liebert/Estadão

Torcedores queriam que Serginho Chulapa, então auxiliar-técnico, assumisse o comando da equipe na reta final da temporada – com cinco jogos restantes no Brasileirão. “Não é hora de ficar falando nisso. Na verdade, não é hora de falar nada. É para sentir vergonha. Ainda mais por ter sido de sete e contra o Corinthians”, afirmou o auxiliar após a partida.

Nelsinho afirmou que não teria se sentido boicotado pelos jogadores. No entanto, na semana que antecedeu o clássico, o treinador dispensou quatro atletas (Flávio, Bóvio, Diego e Léo Lima), que eram queridos pelo restante do elenco. A atitude não foi bem aceita por uma parcela dos jogadores no vestiário à época.

Em 2021, 16 anos após o clássico, o árbitro do 7 a 1, Evandro Román, então deputado federal pelo Patriota, disse que houve um conluio dos atletas para que Nelsinho fosse demitido. A declaração ocorreu durante uma sessão da Comissão de Educação da Câmara. “Neste jogo, dentro do campo, liderados por um dos jogadores do Santos, eles fizeram um conluio, não com todos, mas para derrubar o treinador, que era o Nelsinho Baptista. Eles iam perder um jogo no interior de São Paulo? Não. Eles tinham de perder o jogo para o maior rival, que era o Corinthians. E entregaram. Perderam de 7 a 1.″

Tevez marcou três gols na goleada corintiana em 2005 Foto: Evelson de Freitas/Estadão

Román nunca afirmou qual teria sido este jogador do Santos que liderou o boicote a Nelsinho. A reportagem do Estadão procurou o ex-árbitro, para consultar se sua opinião se manteve 18 anos após o clássico, mas não obteve resposta. Caso ocorra, a matéria será atualizada.

Demissão veio após 15 dias

Apesar de não ter o aval do presidente santista, Nelsinho permaneceu no cargo por mais duas semanas. Francisco Lopes, então diretor de futebol do clube, queria que o treinador continuasse seu trabalho em 2006. Durante sua breve passagem pelo Santos, ele disputou 13 jogos, com sete derrotas no período, na reta final do Brasileirão.

Após uma derrota para o Brasiliense, lanterna do Brasileirão, Nelsinho pediu demissão e entregou seu cargo à diretoria. Ele procurou Lopes ainda no hotel em que a delegação estava hospedada em Brasília. “Nelsinho não se sentia mais feliz no Santos e não conseguia realizar seu trabalho em um clube que tanto ama”, afirmou o diretor do futebol à época. Serginho Chulapa comandou o time na reta final daquele ano. Para 2006, o escolhido foi o treinador Vanderlei Luxemburgo. Campeão brasileiro em 2004 pelo clube, Luxa retornou após breve passagem pelo Real Madrid.

No mesmo fim de semana que Nelsinho Baptista se demitiu, Luxemburgo vivia enorme pressão na Espanha. O treinador havia acabado de perder o clássico para o Barcelona, em pleno Santiago Bernabéu, por 3 a 0. O Santos monitorou a situação do profissional para, em 2006, repatriá-lo, uma melhora no nível técnico da equipe após desempenho medíocre em 2005.

Reestruturação do elenco e sucesso com Luxemburgo

Dos 50 jogadores que disputaram o Brasileirão de 2005 com o Santos, poucos permaneceram no clube para a disputa do Campeonato Paulista no ano seguinte, já com Luxemburgo à frente da equipe. Ficaram 11 atletas: os laterais Kléber e Carlinhos; os zagueiros Ávalos, Domingos e Luiz Alberto; Wendel, Fabinho e Heleno como volante; Léo Lima e Luciano Henrique no meio-campo; Geílson, que marcou contra o Corinthians, e Fabiano foram os atacantes que permaneceram. Com Luxemburgo no comando do time, o Santos conquistou o bicampeonato paulista em 2006 e 2007. Em seu segundo ano, chegou às semifinais da Libertadores, mas foi eliminado pelo Grêmio.

Hallison, que teve um desempenho abaixo contra o Corinthians, foi um dos que não permaneceram na Vila. Após a goleada de 7 a 1, ele se desculpou com a torcida. “Não sei o que aconteceu. Chutava a bola pra frente e ela caía nos pés dos caras (jogadores do Corinthians). Só posso pedir desculpas aos companheiros e à torcida.” Ele foi substituído na partida pelo volante Wendel, que permaneceu no clube para a temporada seguinte ao vexame.

Após o jogo de deste domingo no Beira-Rio, o técnico Marcelo Fernandes também pediu desculpas em nome de todos, assumiu sua responsabilidade e disse que os atletas têm de levantar a cabeça e seguir. Fernandes era interino e foi efetivado até o fim da temporada. Na quinta, 26, o Santos recebe o Coritiba, às 21h30.

Na véspera do aniversário de Pelé, que completaria 83 anos nesta segunda-feira, dia 23, o Santos sofreu seu segundo maior vexame na história do Campeonato Brasileiro. No Beira-Rio, diante do Internacional, o time foi goleado por 7 a 1 e igualou a marca de 2005, quando perdeu o clássico para o rival Corinthians pelo mesmo placar. O resultado deste domingo manteve a equipe na zona de rebaixamento, com 30 pontos. Só no primeiro tempo, os comandados de Marcelo Fernandes levaram quatro gols e continuaram a ser vazados também na etapa final.

O resultado há 18 anos tem características semelhantes. O clássico alvinegro ocorreu no dia 6 de novembro de 2005, apenas 15 dias de diferença para o aniversário do resultado. No Estádio do Pacaembu, logo aos 42 segundos do primeiro tempo, Rosinei abriu o marcador para o Corinthians; Geílson, pouco tempo depois, conseguiu empatar. Mas ainda no primeiro tempo, os donos da casa ampliaram a vantagem.

No intervalo, a vitória corintiana já era de 3 a 1. Ao fim do jogo, com a goleada histórica – que é lembrada pela torcida como motivo de provocação em todos os clássicos com o Santos, com faixas escritas “Eterno 7 x 1″ –, o Corinthians se aproximou da conquista do Brasileirão. O Estadão destacou, na manchete da edição do dia seguinte ao clássico, a façanha do líder da competição.

Capa do 'Estadão', no dia 7 de novembro de 2005, destacou a goleada do Corinthians sobre o Santos. Foto: Acervo/Estadão

“Corinthians faz 7 x 1 e torcida grita campeão. Goleada sobre o Santos deixa o time mais perto do título a cinco rodadas do final.” Além de Rosinei, Carlitos Tevez (três vezes), Nilmar (duas) e Marcelo Mattos ampliaram a vantagem corintiana no estádio Paulo Machado de Carvalho. Com paralelos ao resultado deste domingo, de outubro de 2023, a reportagem do Estadão relembra os caminhos que o Santos tomou após o clássico, há 18 anos, e o que ainda cerca o resultado de 2005.

Escalação e suspeita de ‘entregada’

O Santos, à época, era comandado por Nelsinho Baptista. Contra o Corinthians, foi a campo com Saulo; Paulo César, Halisson (Wendell), Rogério e Kléber; Fabinho (Mateus), Heleno, Ricardinho e Giovanni; Geílson e Luizão (Basílio). O time não passava por uma crise na tabela do Brasileirão: quando entrou para o jogo no dia 6 de novembro, ocupava a oitava colocação, com 55 pontos. No entanto, vinha de uma sequência de duas derrotas, para Cruzeiro (em casa) e Ponte Preta.

Logo após a partida, a certeza era de que Nelsinho não continuaria no comando da equipe para o ano seguinte. Pressionado por não conseguir desempenhar o futebol que era esperado do time santista – o clube terminou o Brasileirão daquele ano com -3 de saldo de gols e na 10ª posição –, os conselheiros do Santos pediam por sua saída. Marcelo Teixeira, então presidente do Santos, já “andava insatisfeito” com o trabalho do treinador havia algumas rodadas.

Conselheiros do Santos pediram a demissão de Nelsinho Baptista após goleada do Corinthians em 2005. Foto: Paulo Liebert/Estadão

Torcedores queriam que Serginho Chulapa, então auxiliar-técnico, assumisse o comando da equipe na reta final da temporada – com cinco jogos restantes no Brasileirão. “Não é hora de ficar falando nisso. Na verdade, não é hora de falar nada. É para sentir vergonha. Ainda mais por ter sido de sete e contra o Corinthians”, afirmou o auxiliar após a partida.

Nelsinho afirmou que não teria se sentido boicotado pelos jogadores. No entanto, na semana que antecedeu o clássico, o treinador dispensou quatro atletas (Flávio, Bóvio, Diego e Léo Lima), que eram queridos pelo restante do elenco. A atitude não foi bem aceita por uma parcela dos jogadores no vestiário à época.

Em 2021, 16 anos após o clássico, o árbitro do 7 a 1, Evandro Román, então deputado federal pelo Patriota, disse que houve um conluio dos atletas para que Nelsinho fosse demitido. A declaração ocorreu durante uma sessão da Comissão de Educação da Câmara. “Neste jogo, dentro do campo, liderados por um dos jogadores do Santos, eles fizeram um conluio, não com todos, mas para derrubar o treinador, que era o Nelsinho Baptista. Eles iam perder um jogo no interior de São Paulo? Não. Eles tinham de perder o jogo para o maior rival, que era o Corinthians. E entregaram. Perderam de 7 a 1.″

Tevez marcou três gols na goleada corintiana em 2005 Foto: Evelson de Freitas/Estadão

Román nunca afirmou qual teria sido este jogador do Santos que liderou o boicote a Nelsinho. A reportagem do Estadão procurou o ex-árbitro, para consultar se sua opinião se manteve 18 anos após o clássico, mas não obteve resposta. Caso ocorra, a matéria será atualizada.

Demissão veio após 15 dias

Apesar de não ter o aval do presidente santista, Nelsinho permaneceu no cargo por mais duas semanas. Francisco Lopes, então diretor de futebol do clube, queria que o treinador continuasse seu trabalho em 2006. Durante sua breve passagem pelo Santos, ele disputou 13 jogos, com sete derrotas no período, na reta final do Brasileirão.

Após uma derrota para o Brasiliense, lanterna do Brasileirão, Nelsinho pediu demissão e entregou seu cargo à diretoria. Ele procurou Lopes ainda no hotel em que a delegação estava hospedada em Brasília. “Nelsinho não se sentia mais feliz no Santos e não conseguia realizar seu trabalho em um clube que tanto ama”, afirmou o diretor do futebol à época. Serginho Chulapa comandou o time na reta final daquele ano. Para 2006, o escolhido foi o treinador Vanderlei Luxemburgo. Campeão brasileiro em 2004 pelo clube, Luxa retornou após breve passagem pelo Real Madrid.

No mesmo fim de semana que Nelsinho Baptista se demitiu, Luxemburgo vivia enorme pressão na Espanha. O treinador havia acabado de perder o clássico para o Barcelona, em pleno Santiago Bernabéu, por 3 a 0. O Santos monitorou a situação do profissional para, em 2006, repatriá-lo, uma melhora no nível técnico da equipe após desempenho medíocre em 2005.

Reestruturação do elenco e sucesso com Luxemburgo

Dos 50 jogadores que disputaram o Brasileirão de 2005 com o Santos, poucos permaneceram no clube para a disputa do Campeonato Paulista no ano seguinte, já com Luxemburgo à frente da equipe. Ficaram 11 atletas: os laterais Kléber e Carlinhos; os zagueiros Ávalos, Domingos e Luiz Alberto; Wendel, Fabinho e Heleno como volante; Léo Lima e Luciano Henrique no meio-campo; Geílson, que marcou contra o Corinthians, e Fabiano foram os atacantes que permaneceram. Com Luxemburgo no comando do time, o Santos conquistou o bicampeonato paulista em 2006 e 2007. Em seu segundo ano, chegou às semifinais da Libertadores, mas foi eliminado pelo Grêmio.

Hallison, que teve um desempenho abaixo contra o Corinthians, foi um dos que não permaneceram na Vila. Após a goleada de 7 a 1, ele se desculpou com a torcida. “Não sei o que aconteceu. Chutava a bola pra frente e ela caía nos pés dos caras (jogadores do Corinthians). Só posso pedir desculpas aos companheiros e à torcida.” Ele foi substituído na partida pelo volante Wendel, que permaneceu no clube para a temporada seguinte ao vexame.

Após o jogo de deste domingo no Beira-Rio, o técnico Marcelo Fernandes também pediu desculpas em nome de todos, assumiu sua responsabilidade e disse que os atletas têm de levantar a cabeça e seguir. Fernandes era interino e foi efetivado até o fim da temporada. Na quinta, 26, o Santos recebe o Coritiba, às 21h30.

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