O que explica a queda precoce dos EUA, atual bicampeão mundial, na Copa do Mundo feminina de 2023?


Time de Megan Rapinoe faz sua pior campanha da história: é a primeira vez que a seleção americana não fica entre as três melhores da competição

Por Daniel Vila Nova
Atualização:

Os Estados Unidos estão fora da Copa do Mundo feminina de 2023. É uma surpresa. As atuais bicampeãs mundiais foram eliminadas pela Suécia nas oitavas de final na manhã deste domingo, dia 06, e deram adeus ao torneio. É a primeira vez que as americanas deixam a competição tão cedo. Em todas as outras edições, a posição mais baixa que os EUA ficaram foi o terceiro lugar, como aconteceu em 1995, 2003 e 2007.

Ao todo, a equipe estava a mais de 4.300 dias sem perder uma partida de Mundial, tendo se sagrado campeãs nas edições de 2015 e de 2019. O roteiro de 2023, no entanto, foi bem diferente. Em um grupo relativamente fácil, as americanas lideradas por Megan Rapinoe ganharam do Vietnã e empataram com a Holanda, dois resultados aceitáveis dentro do contexto.

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Melbourne (Australia), 06/08/2023.- A dejected USA following their loss to Sweden during the FIFA Women's World Cup 2023 Round of 16 soccer match between Sweden and the USA at Melbourne Rectangular Stadium in Melbourne, Australia, 06 August 2023. (Mundial de Fútbol, Suecia) EFE/EPA/JOEL CARRETT EDITORIAL USE ONLY AUSTRALIA AND NEW ZEALAND OUT  Foto: EFE / EFE
A atacante Megan Rapinoe sorri após perder um pênalti na partida contra a Suécia pela Copa do Mundo de 2023.  Foto: William West/AFP

A reedição da final de 2019 contra as holandesas foi tensa, com um jogo aberto onde cada time foi superior em um dos tempos. Para a maior parte dos especialistas, a grande dúvida do Grupo E era qual das duas favoritas, EUA e Holanda, ficaria com a primeira vaga.

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O primeiro sinal de problema foi na partida contra as portuguesas. Precisando vencer para se classificar, os EUA encontraram dificuldades no jogo contra as europeias. Na primeira Copa feminina de sua história, Portugal jogou de igual para igual contra as americanas e não venceu a disputa por detalhes: já nos acréscimos da segunda etapa, a atacante Ana Capeta mandou uma bola na trave. O time americano ficou com a bola, mas não sabia o que fazer com ela. As defesas das rivais também melhoraram. Faltaram chutes a gols e boas penetrações. O ataque estava mais lento nesta edição.

Contudo, o 0 a 0 garantiu os EUA na próxima fase, mas a mídia americana não poupou o elenco. Carli Lloyd, que foi capitã das conquistas de 2015 e 2019, detonou a atuação de suas ex-colegas e afirmou que a classificação para as oitavas de final do torneio foi conquistada ‘na sorte’.

Em entrevista à Fox Sports, a meio-campista classificou a postura delas como “arrogante”. Teve isso também. A jogadora entende que os EUA não são mais imbatíveis como foram durante seu período de atuação. “Pensamos que podemos simplesmente entrar e vencer os jogos. E esse não é mais o caso e as equipes veem isso. Elas veem a arrogância dos EUA, sabem que esse time não é mais imparável”, disparou a atleta. “A melhor jogadora em campo foi a trave. Vocês são sortudas de não estarem indo para casa”, afirmou Lloyd.

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Uma das principais criticas contra a atual geração americana é a falta de uma suposta “mentalidade vencedora”. Na coletiva de imprensa realizada na véspera do jogo contra a Suécia, o treinador Vlatko Andonovski defendeu suas atletas. “Para alguém questionar os padrões e a mentalidade desta equipe, após tudo o que fazem, primeiro, não acho que seja a hora certa para isso e, segundo, não acho que seja a coisa certa também. A gente aceita que poderíamos ter saído se a bola não batesse no travessão. Mas tem o fato de estarmos dentro, ok que tivemos sorte, mas estamos seguindo em frente. Então, agora faremos o possível para que essa mesma situação não aconteça”, disse, antes da eliminação.

Andonovski assumiu a equipe em 2019, após a conquista do bicampeonato. Seu trabalho, no entanto, não era nem um pouco fácil: ele substituiu a lendária Jill Ellis, que conquistou ambos os títulos Mundiais e, em 132 jogos, venceu 106, empatou 19 e perdeu somente sete. As jogadoras que brilharam com Ellis, entretanto, ou já se aposentaram ou não apresentam a mesma forma que apresentaram nas últimas Copas.

Se Carli Lloyd agora só comenta as partidas, Alex Morgan e Megan Rapinoe, dois dos pilares da seleção americana durante a década de 2010, já não são mais as mesmas jogadoras, a exemplo do que foi Marta para o Brasil, também eliminado precocemente. No Mundial de 2023, ambas passaram em branco e pouco contribuíram para a equipe. Rapinoe, inclusive, perdeu um dos pênaltis que selou a eliminação dos EUA na edição do torneio. Ele encerra sua carreira nesta Copa talvez para entrar na política dos EUA.

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Se as jogadoras jovens ainda não estão prontas para assumir o comando da seleção americana, as experientes estão em baixa e já não produzem o futebol que costumavam produzir. Para os EUA, a Copa de 2023 era uma competição de transição geracional. Saem Morgan, de 34 anos, e Rapinoe, de 38, e entram Sophia Smith, de 22, e Trinity Rodman, de 21 - filha do jogador de basquete. A permanência de Andonovski ainda é incerta, mas o pior resultado na história da seleção deve pesar. O futuro, no entanto, é promissor. E com a nova leva de boas atletas amadurecendo, é bem capaz que os EUA voltem a se tornar “imbatíveis” em 2027. Só o tempo dirá.

Os Estados Unidos estão fora da Copa do Mundo feminina de 2023. É uma surpresa. As atuais bicampeãs mundiais foram eliminadas pela Suécia nas oitavas de final na manhã deste domingo, dia 06, e deram adeus ao torneio. É a primeira vez que as americanas deixam a competição tão cedo. Em todas as outras edições, a posição mais baixa que os EUA ficaram foi o terceiro lugar, como aconteceu em 1995, 2003 e 2007.

Ao todo, a equipe estava a mais de 4.300 dias sem perder uma partida de Mundial, tendo se sagrado campeãs nas edições de 2015 e de 2019. O roteiro de 2023, no entanto, foi bem diferente. Em um grupo relativamente fácil, as americanas lideradas por Megan Rapinoe ganharam do Vietnã e empataram com a Holanda, dois resultados aceitáveis dentro do contexto.

Melbourne (Australia), 06/08/2023.- A dejected USA following their loss to Sweden during the FIFA Women's World Cup 2023 Round of 16 soccer match between Sweden and the USA at Melbourne Rectangular Stadium in Melbourne, Australia, 06 August 2023. (Mundial de Fútbol, Suecia) EFE/EPA/JOEL CARRETT EDITORIAL USE ONLY AUSTRALIA AND NEW ZEALAND OUT  Foto: EFE / EFE
A atacante Megan Rapinoe sorri após perder um pênalti na partida contra a Suécia pela Copa do Mundo de 2023.  Foto: William West/AFP

A reedição da final de 2019 contra as holandesas foi tensa, com um jogo aberto onde cada time foi superior em um dos tempos. Para a maior parte dos especialistas, a grande dúvida do Grupo E era qual das duas favoritas, EUA e Holanda, ficaria com a primeira vaga.

O primeiro sinal de problema foi na partida contra as portuguesas. Precisando vencer para se classificar, os EUA encontraram dificuldades no jogo contra as europeias. Na primeira Copa feminina de sua história, Portugal jogou de igual para igual contra as americanas e não venceu a disputa por detalhes: já nos acréscimos da segunda etapa, a atacante Ana Capeta mandou uma bola na trave. O time americano ficou com a bola, mas não sabia o que fazer com ela. As defesas das rivais também melhoraram. Faltaram chutes a gols e boas penetrações. O ataque estava mais lento nesta edição.

Contudo, o 0 a 0 garantiu os EUA na próxima fase, mas a mídia americana não poupou o elenco. Carli Lloyd, que foi capitã das conquistas de 2015 e 2019, detonou a atuação de suas ex-colegas e afirmou que a classificação para as oitavas de final do torneio foi conquistada ‘na sorte’.

Em entrevista à Fox Sports, a meio-campista classificou a postura delas como “arrogante”. Teve isso também. A jogadora entende que os EUA não são mais imbatíveis como foram durante seu período de atuação. “Pensamos que podemos simplesmente entrar e vencer os jogos. E esse não é mais o caso e as equipes veem isso. Elas veem a arrogância dos EUA, sabem que esse time não é mais imparável”, disparou a atleta. “A melhor jogadora em campo foi a trave. Vocês são sortudas de não estarem indo para casa”, afirmou Lloyd.

Uma das principais criticas contra a atual geração americana é a falta de uma suposta “mentalidade vencedora”. Na coletiva de imprensa realizada na véspera do jogo contra a Suécia, o treinador Vlatko Andonovski defendeu suas atletas. “Para alguém questionar os padrões e a mentalidade desta equipe, após tudo o que fazem, primeiro, não acho que seja a hora certa para isso e, segundo, não acho que seja a coisa certa também. A gente aceita que poderíamos ter saído se a bola não batesse no travessão. Mas tem o fato de estarmos dentro, ok que tivemos sorte, mas estamos seguindo em frente. Então, agora faremos o possível para que essa mesma situação não aconteça”, disse, antes da eliminação.

Andonovski assumiu a equipe em 2019, após a conquista do bicampeonato. Seu trabalho, no entanto, não era nem um pouco fácil: ele substituiu a lendária Jill Ellis, que conquistou ambos os títulos Mundiais e, em 132 jogos, venceu 106, empatou 19 e perdeu somente sete. As jogadoras que brilharam com Ellis, entretanto, ou já se aposentaram ou não apresentam a mesma forma que apresentaram nas últimas Copas.

Se Carli Lloyd agora só comenta as partidas, Alex Morgan e Megan Rapinoe, dois dos pilares da seleção americana durante a década de 2010, já não são mais as mesmas jogadoras, a exemplo do que foi Marta para o Brasil, também eliminado precocemente. No Mundial de 2023, ambas passaram em branco e pouco contribuíram para a equipe. Rapinoe, inclusive, perdeu um dos pênaltis que selou a eliminação dos EUA na edição do torneio. Ele encerra sua carreira nesta Copa talvez para entrar na política dos EUA.

Se as jogadoras jovens ainda não estão prontas para assumir o comando da seleção americana, as experientes estão em baixa e já não produzem o futebol que costumavam produzir. Para os EUA, a Copa de 2023 era uma competição de transição geracional. Saem Morgan, de 34 anos, e Rapinoe, de 38, e entram Sophia Smith, de 22, e Trinity Rodman, de 21 - filha do jogador de basquete. A permanência de Andonovski ainda é incerta, mas o pior resultado na história da seleção deve pesar. O futuro, no entanto, é promissor. E com a nova leva de boas atletas amadurecendo, é bem capaz que os EUA voltem a se tornar “imbatíveis” em 2027. Só o tempo dirá.

Os Estados Unidos estão fora da Copa do Mundo feminina de 2023. É uma surpresa. As atuais bicampeãs mundiais foram eliminadas pela Suécia nas oitavas de final na manhã deste domingo, dia 06, e deram adeus ao torneio. É a primeira vez que as americanas deixam a competição tão cedo. Em todas as outras edições, a posição mais baixa que os EUA ficaram foi o terceiro lugar, como aconteceu em 1995, 2003 e 2007.

Ao todo, a equipe estava a mais de 4.300 dias sem perder uma partida de Mundial, tendo se sagrado campeãs nas edições de 2015 e de 2019. O roteiro de 2023, no entanto, foi bem diferente. Em um grupo relativamente fácil, as americanas lideradas por Megan Rapinoe ganharam do Vietnã e empataram com a Holanda, dois resultados aceitáveis dentro do contexto.

Melbourne (Australia), 06/08/2023.- A dejected USA following their loss to Sweden during the FIFA Women's World Cup 2023 Round of 16 soccer match between Sweden and the USA at Melbourne Rectangular Stadium in Melbourne, Australia, 06 August 2023. (Mundial de Fútbol, Suecia) EFE/EPA/JOEL CARRETT EDITORIAL USE ONLY AUSTRALIA AND NEW ZEALAND OUT  Foto: EFE / EFE
A atacante Megan Rapinoe sorri após perder um pênalti na partida contra a Suécia pela Copa do Mundo de 2023.  Foto: William West/AFP

A reedição da final de 2019 contra as holandesas foi tensa, com um jogo aberto onde cada time foi superior em um dos tempos. Para a maior parte dos especialistas, a grande dúvida do Grupo E era qual das duas favoritas, EUA e Holanda, ficaria com a primeira vaga.

O primeiro sinal de problema foi na partida contra as portuguesas. Precisando vencer para se classificar, os EUA encontraram dificuldades no jogo contra as europeias. Na primeira Copa feminina de sua história, Portugal jogou de igual para igual contra as americanas e não venceu a disputa por detalhes: já nos acréscimos da segunda etapa, a atacante Ana Capeta mandou uma bola na trave. O time americano ficou com a bola, mas não sabia o que fazer com ela. As defesas das rivais também melhoraram. Faltaram chutes a gols e boas penetrações. O ataque estava mais lento nesta edição.

Contudo, o 0 a 0 garantiu os EUA na próxima fase, mas a mídia americana não poupou o elenco. Carli Lloyd, que foi capitã das conquistas de 2015 e 2019, detonou a atuação de suas ex-colegas e afirmou que a classificação para as oitavas de final do torneio foi conquistada ‘na sorte’.

Em entrevista à Fox Sports, a meio-campista classificou a postura delas como “arrogante”. Teve isso também. A jogadora entende que os EUA não são mais imbatíveis como foram durante seu período de atuação. “Pensamos que podemos simplesmente entrar e vencer os jogos. E esse não é mais o caso e as equipes veem isso. Elas veem a arrogância dos EUA, sabem que esse time não é mais imparável”, disparou a atleta. “A melhor jogadora em campo foi a trave. Vocês são sortudas de não estarem indo para casa”, afirmou Lloyd.

Uma das principais criticas contra a atual geração americana é a falta de uma suposta “mentalidade vencedora”. Na coletiva de imprensa realizada na véspera do jogo contra a Suécia, o treinador Vlatko Andonovski defendeu suas atletas. “Para alguém questionar os padrões e a mentalidade desta equipe, após tudo o que fazem, primeiro, não acho que seja a hora certa para isso e, segundo, não acho que seja a coisa certa também. A gente aceita que poderíamos ter saído se a bola não batesse no travessão. Mas tem o fato de estarmos dentro, ok que tivemos sorte, mas estamos seguindo em frente. Então, agora faremos o possível para que essa mesma situação não aconteça”, disse, antes da eliminação.

Andonovski assumiu a equipe em 2019, após a conquista do bicampeonato. Seu trabalho, no entanto, não era nem um pouco fácil: ele substituiu a lendária Jill Ellis, que conquistou ambos os títulos Mundiais e, em 132 jogos, venceu 106, empatou 19 e perdeu somente sete. As jogadoras que brilharam com Ellis, entretanto, ou já se aposentaram ou não apresentam a mesma forma que apresentaram nas últimas Copas.

Se Carli Lloyd agora só comenta as partidas, Alex Morgan e Megan Rapinoe, dois dos pilares da seleção americana durante a década de 2010, já não são mais as mesmas jogadoras, a exemplo do que foi Marta para o Brasil, também eliminado precocemente. No Mundial de 2023, ambas passaram em branco e pouco contribuíram para a equipe. Rapinoe, inclusive, perdeu um dos pênaltis que selou a eliminação dos EUA na edição do torneio. Ele encerra sua carreira nesta Copa talvez para entrar na política dos EUA.

Se as jogadoras jovens ainda não estão prontas para assumir o comando da seleção americana, as experientes estão em baixa e já não produzem o futebol que costumavam produzir. Para os EUA, a Copa de 2023 era uma competição de transição geracional. Saem Morgan, de 34 anos, e Rapinoe, de 38, e entram Sophia Smith, de 22, e Trinity Rodman, de 21 - filha do jogador de basquete. A permanência de Andonovski ainda é incerta, mas o pior resultado na história da seleção deve pesar. O futuro, no entanto, é promissor. E com a nova leva de boas atletas amadurecendo, é bem capaz que os EUA voltem a se tornar “imbatíveis” em 2027. Só o tempo dirá.

Os Estados Unidos estão fora da Copa do Mundo feminina de 2023. É uma surpresa. As atuais bicampeãs mundiais foram eliminadas pela Suécia nas oitavas de final na manhã deste domingo, dia 06, e deram adeus ao torneio. É a primeira vez que as americanas deixam a competição tão cedo. Em todas as outras edições, a posição mais baixa que os EUA ficaram foi o terceiro lugar, como aconteceu em 1995, 2003 e 2007.

Ao todo, a equipe estava a mais de 4.300 dias sem perder uma partida de Mundial, tendo se sagrado campeãs nas edições de 2015 e de 2019. O roteiro de 2023, no entanto, foi bem diferente. Em um grupo relativamente fácil, as americanas lideradas por Megan Rapinoe ganharam do Vietnã e empataram com a Holanda, dois resultados aceitáveis dentro do contexto.

Melbourne (Australia), 06/08/2023.- A dejected USA following their loss to Sweden during the FIFA Women's World Cup 2023 Round of 16 soccer match between Sweden and the USA at Melbourne Rectangular Stadium in Melbourne, Australia, 06 August 2023. (Mundial de Fútbol, Suecia) EFE/EPA/JOEL CARRETT EDITORIAL USE ONLY AUSTRALIA AND NEW ZEALAND OUT  Foto: EFE / EFE
A atacante Megan Rapinoe sorri após perder um pênalti na partida contra a Suécia pela Copa do Mundo de 2023.  Foto: William West/AFP

A reedição da final de 2019 contra as holandesas foi tensa, com um jogo aberto onde cada time foi superior em um dos tempos. Para a maior parte dos especialistas, a grande dúvida do Grupo E era qual das duas favoritas, EUA e Holanda, ficaria com a primeira vaga.

O primeiro sinal de problema foi na partida contra as portuguesas. Precisando vencer para se classificar, os EUA encontraram dificuldades no jogo contra as europeias. Na primeira Copa feminina de sua história, Portugal jogou de igual para igual contra as americanas e não venceu a disputa por detalhes: já nos acréscimos da segunda etapa, a atacante Ana Capeta mandou uma bola na trave. O time americano ficou com a bola, mas não sabia o que fazer com ela. As defesas das rivais também melhoraram. Faltaram chutes a gols e boas penetrações. O ataque estava mais lento nesta edição.

Contudo, o 0 a 0 garantiu os EUA na próxima fase, mas a mídia americana não poupou o elenco. Carli Lloyd, que foi capitã das conquistas de 2015 e 2019, detonou a atuação de suas ex-colegas e afirmou que a classificação para as oitavas de final do torneio foi conquistada ‘na sorte’.

Em entrevista à Fox Sports, a meio-campista classificou a postura delas como “arrogante”. Teve isso também. A jogadora entende que os EUA não são mais imbatíveis como foram durante seu período de atuação. “Pensamos que podemos simplesmente entrar e vencer os jogos. E esse não é mais o caso e as equipes veem isso. Elas veem a arrogância dos EUA, sabem que esse time não é mais imparável”, disparou a atleta. “A melhor jogadora em campo foi a trave. Vocês são sortudas de não estarem indo para casa”, afirmou Lloyd.

Uma das principais criticas contra a atual geração americana é a falta de uma suposta “mentalidade vencedora”. Na coletiva de imprensa realizada na véspera do jogo contra a Suécia, o treinador Vlatko Andonovski defendeu suas atletas. “Para alguém questionar os padrões e a mentalidade desta equipe, após tudo o que fazem, primeiro, não acho que seja a hora certa para isso e, segundo, não acho que seja a coisa certa também. A gente aceita que poderíamos ter saído se a bola não batesse no travessão. Mas tem o fato de estarmos dentro, ok que tivemos sorte, mas estamos seguindo em frente. Então, agora faremos o possível para que essa mesma situação não aconteça”, disse, antes da eliminação.

Andonovski assumiu a equipe em 2019, após a conquista do bicampeonato. Seu trabalho, no entanto, não era nem um pouco fácil: ele substituiu a lendária Jill Ellis, que conquistou ambos os títulos Mundiais e, em 132 jogos, venceu 106, empatou 19 e perdeu somente sete. As jogadoras que brilharam com Ellis, entretanto, ou já se aposentaram ou não apresentam a mesma forma que apresentaram nas últimas Copas.

Se Carli Lloyd agora só comenta as partidas, Alex Morgan e Megan Rapinoe, dois dos pilares da seleção americana durante a década de 2010, já não são mais as mesmas jogadoras, a exemplo do que foi Marta para o Brasil, também eliminado precocemente. No Mundial de 2023, ambas passaram em branco e pouco contribuíram para a equipe. Rapinoe, inclusive, perdeu um dos pênaltis que selou a eliminação dos EUA na edição do torneio. Ele encerra sua carreira nesta Copa talvez para entrar na política dos EUA.

Se as jogadoras jovens ainda não estão prontas para assumir o comando da seleção americana, as experientes estão em baixa e já não produzem o futebol que costumavam produzir. Para os EUA, a Copa de 2023 era uma competição de transição geracional. Saem Morgan, de 34 anos, e Rapinoe, de 38, e entram Sophia Smith, de 22, e Trinity Rodman, de 21 - filha do jogador de basquete. A permanência de Andonovski ainda é incerta, mas o pior resultado na história da seleção deve pesar. O futuro, no entanto, é promissor. E com a nova leva de boas atletas amadurecendo, é bem capaz que os EUA voltem a se tornar “imbatíveis” em 2027. Só o tempo dirá.

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