ChatGPT informa: Palmeiras campeão mundial de 2000, gol de Caniggia


Serviço de inteligência artificial responde a uma das perguntas mais polêmicas do futebol brasileiro

Por Leonardo Mendes

ChatGPT é a tecnologia da vez. O Estadão tem produzido muito conteúdo informativo e educativo sobre a nova fronteira da inteligência artificial. Aprendi, por exemplo, que a qualidade da resposta depende das orientações da pergunta, o que fará surgir a profissão de “DJ de prompt”, como apelidou Bruno Romani, editor do Link.

Eu, como gosto mesmo é de confusão, fiz uma versão boleira de um experimento realizado pelo Flávio Gomes, lá no Uol. Ele perguntou ao ChatGPT sobre acontecimentos históricos da Fórmula 1. Recebeu barbaridades como Ayrton Senna morreu no GP do Brasil de 1990, em Interlagos, após seu carro pegar fogo em um acidente com Satoru Nakajima.

Fiz, então, a única pergunta possível: o Palmeiras tem Mundial? Na verdade, joguei uma casca de banana para a inteligência artificial e pedi, por favor, um parágrafo sobre o título mundial do Palmeiras.

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Taça da Copa Rio de 1951, que o Palmeiras busca reconhecimento junto à Fifa. Foto: Valéria Gonçalvez/AE

Imaginava a confirmação do título de 51. Ou uma resposta sarcástica, de que “o Palmeiras não tem Mundial, já tem Copinha, não tem Mundial”. A resposta que eu recebi (se você fizer a mesma consulta, receberá outra) foi tão surpreendente, que prefiro reproduzir na íntegra. Hold my beer.

“O Palmeiras conquistou o título de campeão mundial de futebol em 2000, ao vencer a equipe do Deportivo Cali na final da Copa Libertadores da América. Na final disputada no Estádio do Morumbi, em São Paulo, o Palmeiras venceu por 2 a 1 e garantiu o título inédito da competição continental. Com a vitória, o Palmeiras se classificou para a disputa do Mundial Interclubes, realizado em janeiro de 2001, no Japão. Na final do torneio, o Palmeiras venceu a equipe do Deportivo Alavés, da Espanha, por 1 a 0, com um gol marcado na prorrogação pelo atacante argentino Claudio Caniggia. O título de campeão mundial foi o ponto alto de uma equipe que contava com grandes jogadores, como o goleiro Marcos, o meia Alex e o atacante Paulo Nunes, e que marcou época no futebol brasileiro. A conquista de 2000 é lembrada até hoje como um dos grandes momentos da história do Palmeiras e do futebol brasileiro.”

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Palmeiras disputou o Mundial Interclubes de 1999, mas foi derrotado pelo Manchester United. Foto: Paulo Whitaker/Reuters

O texto mescla informações incorretas e imprecisas com o que só pode ser um save bizarro de Elifoot 98 (deem um google).

As informações incorretas e imprecisas:

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  • O Palmeiras ganhou, sim, a Libertadores sobre o Deportivo Cali, mas foi em 1999, no Palestra Itália, nos pênaltis, após vitória por 2 a 1 com bola rolando;
  • Houve um Mundial em 2000, para o qual o Palmeiras seria o classificado natural pelo título da Libertadores em 99. A vaga foi para o Vasco, campeão de 98.

O que só pode ser save bizarro do Eliffot 98:

  • Alavés na final do Mundial (ou de qualquer campeonato);
  • Caniggia no Palmeiras.
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A resposta é tão bizarra que chega a ser cômica. Não parece ter saído de uma inteligência artificial, mas daqueles papos de boteco em que o álcool elimina as fronteiras entre realidade e ficção, memória e galhofa. Ou de uma mesa redonda em que um comentarista imposta a voz e solta qualquer absurdo com autoridade, só para render mais discussão e audiência.

Essas figuras foram varridas do futebol pela tecnologia. Não há lapso de memória ou malandragem que resista a um google.

O espírito freestyle da resposta do ChatGPT mostra um ponto de retorno. A inteligência artificial seria a alma do boteco e de qualquer mesa redonda. Pensando bem, vou pedir ao Romani que proteja o futebol dos “DJs de prompt”. Vai que o ChatGPT começa a falar em box-to-box, jogo apoiado e saber sofrer.

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Leonardo Mendes Júnior é jornalista e diretor de Audiência do Estadão.

ChatGPT é a tecnologia da vez. O Estadão tem produzido muito conteúdo informativo e educativo sobre a nova fronteira da inteligência artificial. Aprendi, por exemplo, que a qualidade da resposta depende das orientações da pergunta, o que fará surgir a profissão de “DJ de prompt”, como apelidou Bruno Romani, editor do Link.

Eu, como gosto mesmo é de confusão, fiz uma versão boleira de um experimento realizado pelo Flávio Gomes, lá no Uol. Ele perguntou ao ChatGPT sobre acontecimentos históricos da Fórmula 1. Recebeu barbaridades como Ayrton Senna morreu no GP do Brasil de 1990, em Interlagos, após seu carro pegar fogo em um acidente com Satoru Nakajima.

Fiz, então, a única pergunta possível: o Palmeiras tem Mundial? Na verdade, joguei uma casca de banana para a inteligência artificial e pedi, por favor, um parágrafo sobre o título mundial do Palmeiras.

Taça da Copa Rio de 1951, que o Palmeiras busca reconhecimento junto à Fifa. Foto: Valéria Gonçalvez/AE

Imaginava a confirmação do título de 51. Ou uma resposta sarcástica, de que “o Palmeiras não tem Mundial, já tem Copinha, não tem Mundial”. A resposta que eu recebi (se você fizer a mesma consulta, receberá outra) foi tão surpreendente, que prefiro reproduzir na íntegra. Hold my beer.

“O Palmeiras conquistou o título de campeão mundial de futebol em 2000, ao vencer a equipe do Deportivo Cali na final da Copa Libertadores da América. Na final disputada no Estádio do Morumbi, em São Paulo, o Palmeiras venceu por 2 a 1 e garantiu o título inédito da competição continental. Com a vitória, o Palmeiras se classificou para a disputa do Mundial Interclubes, realizado em janeiro de 2001, no Japão. Na final do torneio, o Palmeiras venceu a equipe do Deportivo Alavés, da Espanha, por 1 a 0, com um gol marcado na prorrogação pelo atacante argentino Claudio Caniggia. O título de campeão mundial foi o ponto alto de uma equipe que contava com grandes jogadores, como o goleiro Marcos, o meia Alex e o atacante Paulo Nunes, e que marcou época no futebol brasileiro. A conquista de 2000 é lembrada até hoje como um dos grandes momentos da história do Palmeiras e do futebol brasileiro.”

Palmeiras disputou o Mundial Interclubes de 1999, mas foi derrotado pelo Manchester United. Foto: Paulo Whitaker/Reuters

O texto mescla informações incorretas e imprecisas com o que só pode ser um save bizarro de Elifoot 98 (deem um google).

As informações incorretas e imprecisas:

  • O Palmeiras ganhou, sim, a Libertadores sobre o Deportivo Cali, mas foi em 1999, no Palestra Itália, nos pênaltis, após vitória por 2 a 1 com bola rolando;
  • Houve um Mundial em 2000, para o qual o Palmeiras seria o classificado natural pelo título da Libertadores em 99. A vaga foi para o Vasco, campeão de 98.

O que só pode ser save bizarro do Eliffot 98:

  • Alavés na final do Mundial (ou de qualquer campeonato);
  • Caniggia no Palmeiras.

A resposta é tão bizarra que chega a ser cômica. Não parece ter saído de uma inteligência artificial, mas daqueles papos de boteco em que o álcool elimina as fronteiras entre realidade e ficção, memória e galhofa. Ou de uma mesa redonda em que um comentarista imposta a voz e solta qualquer absurdo com autoridade, só para render mais discussão e audiência.

Essas figuras foram varridas do futebol pela tecnologia. Não há lapso de memória ou malandragem que resista a um google.

O espírito freestyle da resposta do ChatGPT mostra um ponto de retorno. A inteligência artificial seria a alma do boteco e de qualquer mesa redonda. Pensando bem, vou pedir ao Romani que proteja o futebol dos “DJs de prompt”. Vai que o ChatGPT começa a falar em box-to-box, jogo apoiado e saber sofrer.

Leonardo Mendes Júnior é jornalista e diretor de Audiência do Estadão.

ChatGPT é a tecnologia da vez. O Estadão tem produzido muito conteúdo informativo e educativo sobre a nova fronteira da inteligência artificial. Aprendi, por exemplo, que a qualidade da resposta depende das orientações da pergunta, o que fará surgir a profissão de “DJ de prompt”, como apelidou Bruno Romani, editor do Link.

Eu, como gosto mesmo é de confusão, fiz uma versão boleira de um experimento realizado pelo Flávio Gomes, lá no Uol. Ele perguntou ao ChatGPT sobre acontecimentos históricos da Fórmula 1. Recebeu barbaridades como Ayrton Senna morreu no GP do Brasil de 1990, em Interlagos, após seu carro pegar fogo em um acidente com Satoru Nakajima.

Fiz, então, a única pergunta possível: o Palmeiras tem Mundial? Na verdade, joguei uma casca de banana para a inteligência artificial e pedi, por favor, um parágrafo sobre o título mundial do Palmeiras.

Taça da Copa Rio de 1951, que o Palmeiras busca reconhecimento junto à Fifa. Foto: Valéria Gonçalvez/AE

Imaginava a confirmação do título de 51. Ou uma resposta sarcástica, de que “o Palmeiras não tem Mundial, já tem Copinha, não tem Mundial”. A resposta que eu recebi (se você fizer a mesma consulta, receberá outra) foi tão surpreendente, que prefiro reproduzir na íntegra. Hold my beer.

“O Palmeiras conquistou o título de campeão mundial de futebol em 2000, ao vencer a equipe do Deportivo Cali na final da Copa Libertadores da América. Na final disputada no Estádio do Morumbi, em São Paulo, o Palmeiras venceu por 2 a 1 e garantiu o título inédito da competição continental. Com a vitória, o Palmeiras se classificou para a disputa do Mundial Interclubes, realizado em janeiro de 2001, no Japão. Na final do torneio, o Palmeiras venceu a equipe do Deportivo Alavés, da Espanha, por 1 a 0, com um gol marcado na prorrogação pelo atacante argentino Claudio Caniggia. O título de campeão mundial foi o ponto alto de uma equipe que contava com grandes jogadores, como o goleiro Marcos, o meia Alex e o atacante Paulo Nunes, e que marcou época no futebol brasileiro. A conquista de 2000 é lembrada até hoje como um dos grandes momentos da história do Palmeiras e do futebol brasileiro.”

Palmeiras disputou o Mundial Interclubes de 1999, mas foi derrotado pelo Manchester United. Foto: Paulo Whitaker/Reuters

O texto mescla informações incorretas e imprecisas com o que só pode ser um save bizarro de Elifoot 98 (deem um google).

As informações incorretas e imprecisas:

  • O Palmeiras ganhou, sim, a Libertadores sobre o Deportivo Cali, mas foi em 1999, no Palestra Itália, nos pênaltis, após vitória por 2 a 1 com bola rolando;
  • Houve um Mundial em 2000, para o qual o Palmeiras seria o classificado natural pelo título da Libertadores em 99. A vaga foi para o Vasco, campeão de 98.

O que só pode ser save bizarro do Eliffot 98:

  • Alavés na final do Mundial (ou de qualquer campeonato);
  • Caniggia no Palmeiras.

A resposta é tão bizarra que chega a ser cômica. Não parece ter saído de uma inteligência artificial, mas daqueles papos de boteco em que o álcool elimina as fronteiras entre realidade e ficção, memória e galhofa. Ou de uma mesa redonda em que um comentarista imposta a voz e solta qualquer absurdo com autoridade, só para render mais discussão e audiência.

Essas figuras foram varridas do futebol pela tecnologia. Não há lapso de memória ou malandragem que resista a um google.

O espírito freestyle da resposta do ChatGPT mostra um ponto de retorno. A inteligência artificial seria a alma do boteco e de qualquer mesa redonda. Pensando bem, vou pedir ao Romani que proteja o futebol dos “DJs de prompt”. Vai que o ChatGPT começa a falar em box-to-box, jogo apoiado e saber sofrer.

Leonardo Mendes Júnior é jornalista e diretor de Audiência do Estadão.

ChatGPT é a tecnologia da vez. O Estadão tem produzido muito conteúdo informativo e educativo sobre a nova fronteira da inteligência artificial. Aprendi, por exemplo, que a qualidade da resposta depende das orientações da pergunta, o que fará surgir a profissão de “DJ de prompt”, como apelidou Bruno Romani, editor do Link.

Eu, como gosto mesmo é de confusão, fiz uma versão boleira de um experimento realizado pelo Flávio Gomes, lá no Uol. Ele perguntou ao ChatGPT sobre acontecimentos históricos da Fórmula 1. Recebeu barbaridades como Ayrton Senna morreu no GP do Brasil de 1990, em Interlagos, após seu carro pegar fogo em um acidente com Satoru Nakajima.

Fiz, então, a única pergunta possível: o Palmeiras tem Mundial? Na verdade, joguei uma casca de banana para a inteligência artificial e pedi, por favor, um parágrafo sobre o título mundial do Palmeiras.

Taça da Copa Rio de 1951, que o Palmeiras busca reconhecimento junto à Fifa. Foto: Valéria Gonçalvez/AE

Imaginava a confirmação do título de 51. Ou uma resposta sarcástica, de que “o Palmeiras não tem Mundial, já tem Copinha, não tem Mundial”. A resposta que eu recebi (se você fizer a mesma consulta, receberá outra) foi tão surpreendente, que prefiro reproduzir na íntegra. Hold my beer.

“O Palmeiras conquistou o título de campeão mundial de futebol em 2000, ao vencer a equipe do Deportivo Cali na final da Copa Libertadores da América. Na final disputada no Estádio do Morumbi, em São Paulo, o Palmeiras venceu por 2 a 1 e garantiu o título inédito da competição continental. Com a vitória, o Palmeiras se classificou para a disputa do Mundial Interclubes, realizado em janeiro de 2001, no Japão. Na final do torneio, o Palmeiras venceu a equipe do Deportivo Alavés, da Espanha, por 1 a 0, com um gol marcado na prorrogação pelo atacante argentino Claudio Caniggia. O título de campeão mundial foi o ponto alto de uma equipe que contava com grandes jogadores, como o goleiro Marcos, o meia Alex e o atacante Paulo Nunes, e que marcou época no futebol brasileiro. A conquista de 2000 é lembrada até hoje como um dos grandes momentos da história do Palmeiras e do futebol brasileiro.”

Palmeiras disputou o Mundial Interclubes de 1999, mas foi derrotado pelo Manchester United. Foto: Paulo Whitaker/Reuters

O texto mescla informações incorretas e imprecisas com o que só pode ser um save bizarro de Elifoot 98 (deem um google).

As informações incorretas e imprecisas:

  • O Palmeiras ganhou, sim, a Libertadores sobre o Deportivo Cali, mas foi em 1999, no Palestra Itália, nos pênaltis, após vitória por 2 a 1 com bola rolando;
  • Houve um Mundial em 2000, para o qual o Palmeiras seria o classificado natural pelo título da Libertadores em 99. A vaga foi para o Vasco, campeão de 98.

O que só pode ser save bizarro do Eliffot 98:

  • Alavés na final do Mundial (ou de qualquer campeonato);
  • Caniggia no Palmeiras.

A resposta é tão bizarra que chega a ser cômica. Não parece ter saído de uma inteligência artificial, mas daqueles papos de boteco em que o álcool elimina as fronteiras entre realidade e ficção, memória e galhofa. Ou de uma mesa redonda em que um comentarista imposta a voz e solta qualquer absurdo com autoridade, só para render mais discussão e audiência.

Essas figuras foram varridas do futebol pela tecnologia. Não há lapso de memória ou malandragem que resista a um google.

O espírito freestyle da resposta do ChatGPT mostra um ponto de retorno. A inteligência artificial seria a alma do boteco e de qualquer mesa redonda. Pensando bem, vou pedir ao Romani que proteja o futebol dos “DJs de prompt”. Vai que o ChatGPT começa a falar em box-to-box, jogo apoiado e saber sofrer.

Leonardo Mendes Júnior é jornalista e diretor de Audiência do Estadão.

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