A eliminação para o Boca Juniors nos pênaltis dentro do Allianz Parque vai doer também no bolso da diretoria do Palmeiras. Apesar de chegar na semifinal da Libertadores pela quarta vez seguida, igualando o feito do Santos, de Pelé, o time de Abel Ferreira deixará de ganhar ao menos US$ 7 milhões, cerca de R$ 36 milhões na cotação atual, que é o valor pago para o vice-campeão.
O valor é somente o que o Palmeiras receberia da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) se estivesse na final do dia 4 de novembro no Maracanã. O montante poderia ser ainda maior se fosse considerado os possíveis bônus contratuais dos patrocínios no caso da terceira final continental em quatro anos. A própria Crefisa, de Leila Pereira, pagaria bônus por meta (valor não divulgado).
Se conseguisse conquistar o quatro título da Libertadores de sua história, o Palmeiras receberia de premiação oficial US$ 18 milhões, cerca de R$ 93 milhões. Esse dinheiro de premiação tem feito a receita do clube disparar. Neste ano, o Palmeiras ganhou apenas o Paulistão, cujo valor pago foi de R$ 5 milhões.
Menos dinheiro, menos reforços?
Apesar do sucesso nos últimos anos dentro e fora de campo, com as seguidas conquistas, a perda do dinheiro com a final da Libertadores pode afetar a próxima temporada. Uma marca no 2023 da torcida do Palmeiras foi a reclamação pela falta de reforços. Neste ano, o clube trouxe para o elenco o atacante Artur e o volante Richard Ríos. Questionada inúmeras vezes durante o ano sobre a razão de não investir em reforços, a direção do clube se explicou dizendo que existia um respeito pelo limite financeiro do clube.
“O planejamento é um processo constante. O Palmeiras tem uma definição muito claro do que quer. Temos uma espinha dorsal e um trabalho de base que é exemplar e seguiremos apostando nisso. O que a gente procura manter o tempo inteiro é o equilíbrio. Temos alguns movimentos que não acontecem por respeitar o nosso limite financeiro. Mesmo assim, nas últimas temporadas, o Palmeiras é uma equipe que tem brigado pelos títulos”, justificou Anderson Barros, diretor de futebol do clube.
Apesar do comentário do diretor, o técnico Abel Ferreira já vem demonstrando sua preocupação com o fato de ter de usar os jovens do elenco profissional com certa frequência nas partidas. Na coletiva após a derrota para o RB Bragantino, na última partida pelo Brasileirão, o treinador valorizou as conquistas do clube, mas deixou claro sua preocupação com a situação do grupo.
“Há que valorizar o trabalho que temos feito e o que já conquistamos, além dos jogadores que jogaram hoje (quinta). Acho que qualquer dia vou ser acusado por trabalho forçado de crianças, porque eles não são maiores de idade e serei acusado por colocar moleques para trabalhar sem idade. [...] Eu já disse isso: a equipe tem presente e futuro. O que o futebol não tem é, às vezes, paciência neste processo de formação. Às vezes ganhamos e às vezes aprendemos”, comentou Abel.