A concorrência aberta pela presidente Leila Pereira há alguns meses pelo patrocínio máster do Palmeiras teve como interessados apenas casas de apostas. Desde que o diretor de marketing Everaldo Coelho está no mercado atrás de parceiros para o espaço mais nobre da camisa, quatro sites de apostas fizeram propostas. A Sportingbet ofereceu a oferta mais vantajosa financeiramente e está perto de um acordo.
Leila relatou a pessoas próximas que, ainda que o Palmeiras seja uma marca valiosa, não é tão simples a tarefa de atrair parceiros sólidos e confiáveis no mercado dispostos a oferecer um contrato interessante.
O clube esperou por semanas empresas de outros setores que não bets e eles não apareceram, ao menos para o patrocínio master. Nem bancos, nem montadoras de carros, nem companhias aéreas. Até houve contato e demonstração de interesse, mas propostas mesmo, com o detalhamento de valores e metas, apenas de bets.
Além da Sportingbet, Betnacional, Pixbet e Esportes da Sorte fizeram consultas e enviaram propostas para patrocinar o Palmeiras. Mas a presidente Leila não é simpática à ideia de ter uma casa de aposta nacional como principal patrocinador, tanto que as ofertas não prosperaram - a da Betnacional sequer foi respondida.
Recentemente, a presidente admitiu em entrevista ao Estadão que é impossível concorrer com os valores pagos pelas bets, daí a razão de ela escolher tirar, depois de uma década, as suas empresas, Crefisa e FAM, como patrocinadoras.
“Costumo dizer que essa parceria foi extremamente vitoriosa. Agora vêm as bets, com valores muito relevantes aos clubes. Todo mundo sabe que um futebol vencedor você só faz com investimento”, afirmou Leila. A empresária disse a aliados que os torcedores “vão sentir falta” de suas empresas.
O tempo de contrato ainda não foi definido - será de três ou quatro anos. Certo é que não haverá exclusividade no acordo, como é o atual, de modo que outras empresas pagarão por diferentes espaços na camisa. A Sportingbet pagará R$ 100 milhões fixos por ano ao Palmeiras. Mas esse valor aumenta e pode chegar, no máximo, a R$ 150 milhões com bônus pagos em caso do cumprimento de metas.
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O plano da diretoria é fechar acordos fixos na casa dos R$ 150 milhões anuais em patrocínios em todas propriedades da camisa. A meta, portanto, é conseguir perto do dobro do que pagará até dezembro Crefisa e FAM. O atual acordo rende R$ 81 milhões fixos por temporada ao Palmeiras - com a possibilidade de alcançar R$ 120 milhões em caso de metas atingidas por títulos conquistados.
O clube chegou a ter o maior patrocínio do País no início da parceria das empresas de Leila com o time, mas os valores ficaram defasados e os rivais passaram a ter camisas mais valiosas, sobretudo depois que as casas de apostas, chamadas de bets, dominaram o mercado.
Existia o receio de algumas pessoas dentro do Palmeiras de ter uma casa de aposta no espaço mais nobre do uniforme, mas eles forem convencidos de que a Sportingbet é uma empresa sólida e confiável. Os departamentos de marketing e jurídico fizeram contatos e pesquisa e constataram que a companhia, criada em Londres e ativa no mercado desde 1997, opera há bastante tempo no setor e tem credibilidade.
Além disso, a casa de aposta está na lista do governo entre as bets autoridades a operar no País. Por essas razões, o clube entende que a provável futura parceira será capaz de cumprir o contrato até o final, sem sobressaltos durante a vigência do acordo.
A casa de aposta tem histórico no futebol. Não estampa seu nome em nenhum clube de futebol no momento, mas é patrocinadora oficial da Conmebol e exibe sua marca na Libertadores, Sul-Americana e Recopa, além de patrocinar o futebol na Globo. Também comprou uma das cotas de patrocínio do Brasileirão na Record em 2025.