Pelé morreu aos 82 anos nesta quinta-feira, 29 de dezembro de 2022. Antes de ser internado em São Paulo, passou seus dias de resguardo em sua casa no Guarujá. Perguntava dos filhos e dos netos, e continuou sendo o jogador de futebol mais respeitado do planeta, mesmo após ter parado de jogar em 1º de outubro de 1977, aos 36 anos, quando vestiu em tempos diferentes as camisas do Santos e do Cosmos, clube dos Estados Unidos, para onde foi após deixar o Brasil.
Pelé esteve e continuará estando nas redes sociais mesmo após a morte. Ganhou a vida fazendo comerciais e vendendo sua imagem. Há uma empresa que cuida de seus negócios e não o deixa “desaparecer”. Mas como parou de jogar há 45 anos, existem gerações de torcedores que nunca o viram em campos, a não ser em imagens antigas, livros e filmes que retratam sua vida e obra. Para as gerações mais recentes, de meninas e meninos que gostam de futebol, nomes como Cristiano Ronaldo, Lionel Messi e Neymar são bem mais conhecidos. Daí a intenção de contar para essa garotada a história de Pelé, que lá atrás deixou a cidade mineira de Três Corações ainda criança para fazer o mundo se dobrar ao seus pés, ganhar três Copas do Mundo, marcar 1.283 gols e ser eleito o Atleta do Século.
EDSON, O NOME DE PELÉ, VEIO DE THOMAS EDISON, O INVENTOR DA LÂMPADA
Se você nunca ouviu falar de Pelé, aqui vai sua história. Ele sempre foi um menino de sorriso largo e fácil. Foi batizado Edson Arantes do Nascimento, numa homenagem do seu pai, seu Dondinho, que era jogador de futebol, por causa de um homem chamado Thomas Edison, o inventor da lâmpada, entre outras coisas.
Pelé nasceu em Três Corações, cidade de Minas Gerais, no dia 23 de outubro de 1940. Já foi moleque e adorava jogar futebol na rua. Não tinha bola. Sua turma brincava com bolas de pano. Sabe como se faz bolas de pano? Você vai enchendo o pé da meia com outros panos e trapos, papel e tudo que seja macio. E vai formando uma estrutura redonda. Bola de pano não pinga. Mas dá para brincar. Pelé também jogava com laranjas. Ele brincava na rua e às vezes tomava bronca de seus pais porque voltava para casa todo sujo. Sua mãe, dona Celeste, cuidava dos filhos. Queria que todos estudassem. Pelé tinha irmã e irmão.
Pelé também tinha um sonho. Era encabulado e o menorzinho entre os amigos. Sua infância foi boa, com dificuldades em casa, mas feliz. Não contava seu sonho para ninguém. Quando tinha 4 anos, mudou-se para Bauru, em São Paulo. Com 10 anos, seu pai arrumou para ele jogar futebol num time da cidade, o Bauru Atlético Clube, conhecido como Baquinho.
Para ajudar seu pai em casa, Pelé trabalhava em lojas de chá. Quem o ensinou a jogar futebol foi seu próprio pai. Ainda garoto, começou a jogar em outros times amadores de Bauru. O Baquinho ganhou dois campeonatos da juventude. O time era dirigido pelo técnico Waldemar de Brito. Pelé também jogou futebol de salão num time chamado Radium. Mas não gostava. Era muito rápido e aprendeu a decidir as jogadas em segundos. E isso o ajudou na vida.
NO SANTOS, AOS 16 ANOS, ELE GANHOU O APELIDO DE GASOLINA
Pelé não era mais do que um menino quando chegou ao Santos no dia 8 de agosto de 1956, antes mesmo de completar 16 anos. Estava assustado. Chegou pelas mãos de Waldemar de Brito, aquele técnico do Baquinho. Ele garantiu ao pessoal do Santos: “Esse menino vai ser o melhor jogador de futebol do mundo”.
Pelé chegou arrebentando nos treinos do time e recebeu o apelido de “Gasolina”, de tão rápido que era com a bola nos pés. Atrevido, não tinha medo dos mais velhos, coisa rara na sua idade. O futebol era muito amador ainda.
O primeiro jogo pelo time principal do Santos foi no dia 7 de setembro de 1956, uma sexta-feira ensolarada. Pelé adorava jogar futebol, mas tudo aquilo era diferente para ele. A partida foi contra o Corinthians de Santo André. Sim, existia um Corinthians na cidade vizinha a São Paulo, menos famoso do que o Corinthians que todo mundo conhece, claro. Imagina a ansiedade de um menino de 16 anos em sua estreia num time de futebol profissional. Mas ele já sabia do que era capaz.
Pelé, é lógico, marcou um gol na vitória por 7 a 1. Foi o primeiro dos 1.283 gols que ele faria na sua carreira. Para você ter ideia de como aquele gol foi marcante, o goleiro chamado Zaluar ficou famoso só por ter levado o primeiro gol de Pelé. Naquele dia, ele nem imaginava quem seria Pelé.
O jogo foi no dia em que o Brasil comemora a Proclamação da Independência. Para o futebol, ficou lembrado como o primeiro ato de Pelé. Daquele dia em diante, Pelé passou a acreditar mais em seu sonho.
No mês seguinte, aconteceu uma coisa que poderia ter mudado a história do garoto. Ou melhor, do futebol brasileiro e mundial. Depois de perder um pênalti em jogo da Liga de Futebol Amador de Santos, o menino ficou muito triste. Choroso e com saudades dos pais que ainda moravam em Bauru, arrumou sua mala e decidiu ir embora sem avisar ninguém. Pronto para sair, deu de cara com o roupeiro Sabuzinho. Roupeiro é aquele cara que cuida das roupas dos jogadores. Geralmente, todos gostam do roupeiro. Sabuzinho o convenceu a ficar. Ufa!
BRASIL GANHA 1ª COPA COM ELE USANDO A CAMISA 10, NÚMERO DA SUA MALA
Pelé tinha apenas 17 anos quando fez sua primeira viagem para fora do Brasil. E não foi qualquer viagem. O garoto foi para a Suécia jogar pela seleção brasileira. Ele realizou então dois sonhos de uma só vez: ir para o exterior e ganhar uma Copa do Mundo. Isso foi em 1958.
Ah, mas por muito pouco ele não participou daquela competição. Pelé estava machucado, com dores no joelho. Só continuou no time porque os outros jogadores pediram que ele ficasse.
Outra curiosidade é que foi a partir daquela Copa que Pelé começou a usar a camisa 10. Depois de uma grande confusão, escolheram o número das malas de viagem dos atletas para os uniformes também. A mala do Pelé era a 10.
Pelé não jogou os primeiros jogos do torneio, mas depois que colegas mais velhos pediram para o treinador, ele entrou na equipe para não sair mais. Nunca mais. Aqui no Brasil, muita gente já conhecia Pelé, mas foi depois do jogo contra a França naquele Mundial de Futebol que o mundo inteiro passou a saber quem era aquele garoto franzino.
Ele marcou três gols! Pelé gostava de fazer gols. Fez muitos. Mas o melhor ainda estava por vir. Na grande final, contra a Suécia, ele marcou mais dois gols e o Brasil foi campeão pela primeira vez. Um de seus sonhos era ganhar uma Copa para seu pai, que chorou quando o Brasil perdeu em 1950 para o Uruguai no Maracanã. Pelé tinha 9 anos.
O segundo gol foi eleito como um dos mais bonitos da história de todas as Copas. Pelé deu um chapéu no jogador da Suécia e chutou no canto do goleiro. Você sabe o que é chapéu no futebol? É quando um jogador lança a bola por cima da cabeça do rival e a pega do outro lado. O gol foi tão bonito, mas tão bonito, que teve até atleta da Suécia aplaudindo. Você acredita?
A emoção com o título foi grande. Pelé desmaiou em campo quando a partida terminou. Quem o acordou foi seu amigo Garrincha, outro jogador muito bom, apesar de ter as pernas tortas como um arco. Depois que acordou, Pelé chorou muito, mas foi de emoção. Com 17 anos, ele era o jogador mais jovem de todas as Copas. E campeão!
UM PRESIDENTE DA REPÚBLICA CHAMOU PELÉ DE ‘TESOURO NACIONAL’
Pelé não fez sucesso apenas com a seleção. O menino cresceu e foi ganhando abraços dos companheiros no futebol. No Santos, ganhou muitos títulos. Ele usava a camisa 10, que não tinha nenhum significado antes dele. Depois, a camisa 10 passou a ser reverenciada, a mais vendida dos times. Era sinônimo de bom jogador.
Ele foi campeão do mundo duas vezes com o Santos.
Todo mundo queria ver Pelé jogar. Vários clubes convidavam o Santos para jogar nos seus países só por causa de Pelé. Os times brasileiros faziam excursões pela Europa e ganhavam muito dinheiro. O Santos aceitava os convites. Foi assim também que Pelé passou a ser conhecido no mundo. Não tinha internet nem rede social naquela época. Tinha rádio, jornal e a TV estava chegando ao Brasil.
Teve até uma vez que pararam uma guerra para assistir ao jogo de Pelé. Isso mesmo, pararam uma guerra. Os dois lados entraram em paz. Isso aconteceu lá na Nigéria, um país que fica na África. Foi em 1967. Os dois lados do conflito pediram “paz” para ver Pelé jogar.
Teve outra vez, em 1968, muito tempo atrás, que Pelé estava jogando com o Santos na Colômbia, um país da América do Sul. Mas ele foi expulso. Como todos os torcedores foram ao estádio só para ver Pelé, eles pediram aos gritos sua volta. Quando um jogador é expulso, ele tem de ir para o vestiário. Com Pelé foi diferente. Ele retornou ao campo e quem acabou saindo foi o juiz.
Pelé fez o Santos conhecido no mundo todo. Até hoje muita gente chama o time de o ‘Santos de Pelé’.
Em 1962, antes de Pelé parar uma guerra lá na África, ele já tinha vivido cena bastante curiosa. O Santos jogava no Peru e Pelé foi substituído no intervalo. Um outro jogador entrou no seu lugar. A torcida não gostou e queria invadir o campo para pedir que ele continuasse jogando. O juiz, então, parou a partida e atendeu ao pedido. Pelé voltou.
Durante essas viagens do Santos pelo mundo, muitos clubes da Europa quiseram comprar Pelé, como Real Madrid, Juventus e Manchester United.
Mas ele sempre disse “não” para todos porque queria continuar no Santos. Teve até presidente da República que disse que Pelé era um “Tesouro Nacional” e, por isso, não poderia jogar em clubes fora do Brasil. Foi Jânio Quadros.
Pelé não era bom só com a bola nos pés. Você sabia que ele jogou como goleiro em quatro partidas pelo Santos e não sofreu nenhum gol? Verdade. Sempre que um goleiro era expulso e o treinador não podia colocar outro goleiro no lugar, era Pelé quem ia defender o time. Ele era craque em qualquer posição. Um de seus filhos, Edinho, virou goleiro.
O DIA EM QUE COMPLETOU 1000 GOLS E QUANDO FOI ELEITO ATLETA DO SÉCULO
Pelé fez muitas coisas para o futebol. Duas em especial ficaram marcadas na história. As pessoas vão lembrar dele para sempre por isso. A primeira foi o dia em que ele marcou seu milésimo gol. Foi em 1969. Sim, você não leu errado. Pelé fez mais de mil gols na carreira, mais precisamente 1.283. Tem gol de tudo quanto é jeito.
O milésimo gol de Pelé foi marcado contra o Vasco, um time do Rio de Janeiro, no Estádio do Maracanã, que também fica no Rio. Jornalistas de vários países vieram ao Brasil só para ver aquele jogo. O gol foi de pênalti, para todo mundo ver. Pelé diz que ficou nervoso. Depois do gol, ele foi carregado pelos colegas. Na comemoração, levantou a bola para o céu e dedicou o gol para as crianças pobres, que precisavam de roupas e comida. Por causa do gol, Pelé até recebeu uma homenagem.
O outro fato que entrou para sua história e também para a história do futebol ocorreu em 1980. Neste ano, Pelé nem era mais jogador. Ele foi escolhido por jornalistas do mundo todo como o Atleta do Século em votação feita por um jornal lá da França. França é um país que fica na Europa. Pelé ganhou a disputa com 50 outros atletas de diversos esportes. Tinha ciclista, nadador, boxeador, tenista... Pelé ficou em primeiro lugar, à frente de um americano chamado Jesse Owens, um corredor que ganhou quatro medalhas olímpicas de ouro.
Como a escolha ocorreu em 1980, o título dado a Pelé foi do século 20. Hoje, nós estamos no século 21.
Pelé até ganhou um troféu por causa disso. Era uma escultura grande e bonita, de um atleta de futebol com os braços para o alto. Era engraçada.
Pelé também foi eleito Atleta do Século pelo Comitê Olímpico Internacional em 1999. Este comitê é chamado de COI e é ele que organiza todas as Olimpíadas. Mas Pelé nunca disputou uma Olimpíada.
EM 1970, PELÉ E SEUS AMIGOS FORMARAM A MELHOR SELEÇÃO DO MUNDO
Pelé tinha 29 anos quando jogou a Copa do Mundo de 1970. Ele não queria jogar, mas como o Brasil não ganhou o Mundial de 1966, quatro anos antes, na Inglaterra, Pelé mudou de ideia. Em 1966, ele se machucou e viu a seleção perder. O Brasil tinha vencido em 1958 e em 1962. Pelé queria ganhar também em 1966, no país onde o futebol foi inventado. Naquela época, os jogadores paravam de jogar cedo. A Copa é jogada de quatro em quatro anos. Pelé estava pronto.
Aquela Copa também foi a primeira mostrada na TV colorida. Mas a maioria das pessoas no Brasil tinha TV em preto e branco. Hoje ninguém mais tem TV em preto e branco. Os torcedores também queriam que Pelé jogasse aquele Mundial. Ele jogou como nunca. Já tinha sido coroado “Rei do Futebol”. E já tinha marcado mil gols. Foi sua última Copa. Por isso ele queria ganhar.
Pelé parecia um menino chupando picolé pela primeira vez. Ele estava animado. Treinou mais do que todos. Se preparou mais do que todos para se despedir da seleção. Sabia que o Brasil poderia ganhar. E não é que ganhou mesmo. Pelé fez quatro gols no torneio. Ele era o camisa 10. Sempre foi camisa 10. Havia outros jogadores ao seu lado muito importantes, como Rivellino, Tostão, Jairzinho, Gerson, Clodoaldo... Eles são amigos até hoje.
Esses amigos de Pelé ficaram mais famosos depois daquela Copa porque muita gente fala que aquela foi a melhor seleção de todos os tempos, do Brasil e do mundo. Ninguém esquece daquele time e de suas vitórias. O Brasil foi chamado tricampeão porque era a terceira Copa que ganhava. Além dos gols, Pelé fez jogadas que entraram para a história. Até gols perdidos foram eternizados. Eternizar é lembrar para sempre. Pelé será lembrado para sempre.
Ah! Já ia me esquecendo! Na final, o Brasil ganhou da Itália por 4 a 1. O torneio foi disputado no México. Teve uma festa muito grande lá depois da conquista. Os mexicanos adoram o futebol do Brasil até hoje. Naquele jogo, muita gente invadiu o campo. Pelé foi carregado nos ombros, sem camisa, usando um grande chapéu mexicano.
SUA ÚLTIMA MISSÃO FOI ENSINAR FUTEBOL NOS ESTADOS UNIDOS
Depois de ganhar tudo no Brasil com o seu Santos, encantar o mundo e ainda festejar três conquistas de Copas das quatro que disputou pelo Brasil, Pelé podia dizer que cumpriu sua missão. Mas ele ainda tinha outra tarefa: ensinar futebol nos Estados Unidos.
Os EUA ficam na América do Norte. Os americanos gostam de beisebol e de basquete. Futebol lá se chama soccer. Futebol americano é jogado com as mãos. Tem um jogador que dá alguns chutes para frente ou dentro de uma trave ao contrário. A bola desse futebol é oval e não redonda. Pelé foi para os EUA em 1975, quando o soccer era pouco desenvolvido por lá. Seu time se chamava Cosmos, e ficava na cidade de Nova York.
Os campos de futebol nos EUA eram ruins. O público não gostava do esporte também. Mas com Pelé, tudo mudou. Os estádios foram enchendo só para vê-lo. Sua estreia ocorreu no dia 15 de junho de 1975, num estádio chamado Downing. Pelé também ganhou muito dinheiro nos EUA. Ele tinha 34 anos.
Todas as pessoas nos EUA queriam ver Pelé. Na estreia, o Cosmos empatou por 2 a 2 com o Dallas Tornado. Pelé fez um gol de cabeça. Foi uma alegria quando ele marcou o gol. Todo mundo foi abraçá-lo. Ele ficou oito meses parado quando se aposentou do Santos. A principal emissora de TV dos EUA, a CBS, mostrou a partida. Foi um acontecimento. O jogo foi exibido em 30 países diferentes.
Na comemoração do seu gol, Pelé deu um soco no ar. Esse gesto o consagrou. Toda vez que fazia um gol, ele comemorava desta forma. Ele pulava e dava um soco no ar. Todo jogador tem um jeito de festejar gol. Esse era o jeito de Pelé.
Pelé ficou nos Estados Unidos até 1977, quando resolveu se aposentar de vez. Foi nesse ano que o New York Cosmos foi campeão. Pelé marcou 37 gols no tempo em que jogou lá. Aposentar é parar de trabalhar. Pelé então não jogaria mais futebol. Sua despedida do Cosmos foi no dia 1º de outubro de 1977.
O Cosmos convidou o Santos para jogar naquele dia. Pelé atuou metade do tempo num time e a outra metade no outro. Pessoas importantes foram convidadas para ver a partida. O pai de Pelé, seu Dondinho, também foi. Pelé parou de jogar, mas nem por isso deixou de ser o principal jogador que o planeta já viu.
QUANDO PAROU DE JOGAR, SUA FAMA SÓ AUMENTOU E PELÉ VIROU UMA LENDA
Quando parou de jogar, no mês que completaria 37 anos, Pelé já era uma lenda. Lenda é uma história contada de forma maravilhosa, que atravessa gerações. O mundo conhecia Pelé dentro de campo. Passou a conhecê-lo também fora. Pelé virou celebridade. Seu nome era associado a marcas, eventos e pessoas importantes, como presidentes e artistas. Pelé conheceu John Lennon, por exemplo. Ele era cantor de um grupo inglês chamado The Beatles. Foi muito famoso. Já morreu. Uma empresa dos EUA comprou o direito de trabalhar a imagem de Pelé como garoto-propaganda.
Pelé passou a fazer comerciais de TV, participar de eventos e ações promocionais. Virou uma marca. Lembra do Café Pelé? O interesse em vê-lo e conhecê-lo continuou grande, em qualquer parte do mundo. Sua nova condição o fez viajar bastante. Ele assinou muitos outros contratos de trabalho. Sorria com facilidade. Onde havia futebol, lá estava Pelé se mostrando e mostrando algum produto. Todos sabiam quem ele era. Sua presença dava prestígio.
Pessoas famosas queriam apertar sua mão e tirar fotos ao seu lado. Hoje essas pessoas tiram selfies. Pelé nasceu em 1940. Nunca deixou de ser uma pessoa famosa, mas humilde. Ele parou de jogar faz 45 anos. Mesmo assim, manteve seu nome entre os mais conhecidos do mundo. Ele conheceu outros esportistas famosos, cantores internacionais e presidentes, muitos presidentes, como os dos EUA. Casou algumas vezes. Teve filhos e netos. Seus gols e sua história no Santos e na seleção brasileira são sempre lembrados.
Viajar e aparecer nos eventos esportivos passou a ser seu trabalho. Filmes e livros foram feitos sobre sua história. A carreira de outros jogadores é comparada à sua. Talvez os argentinos Maradona e Messi foram os que mais se aproximaram do Rei. Com o tempo, os feitos de Pelé também foram eternizados. Há pessoas que falam que ele veio de outro planeta. É uma brincadeira. Outras juram que ele é um deus. Outra brincadeira.
Sua fama e suas histórias correram o mundo. Não há um só país onde seu nome não seja associado ao futebol. E ele conseguiu isso muito antes da existência das redes sociais. Aos 82 anos, Pelé mora no Guarujá. Na cidade de Santos há o Museu Pelé, com toda sua história e peças do seu acervo pessoal, como chuteiras, camisas e presentes que ele ganhou. Pelé tem uma sala no museu. De lá, ele gostava de olhar o porto e suas embarcações.