Por que os técnicos brasileiros não conseguem emprego nos times da Europa?


Poucos treinadores do País tiveram sucesso no Velho Continente; falta de espaço nas principais ligas se estende a profissionais de toda a América do Sul, mas argentinos conseguem se colocar mais do que os ‘professores’ do Brasil

Por Marcos Antomil
Atualização:

O prestígio do futebol brasileiro na Europa é elevado. Dezenas de jogadores do País atraem as atenções das equipes do Velho Continente ano após ano. Nem mesmo o jejum de títulos mundiais, desde 2002, fez minguar essa condição. No entanto, o mesmo processo não acontece com os treinadores do Brasil. As poucas apostas ao longo das últimas décadas foram infrutíferas e tornaram rara a presença de técnicos brasileiros na elite europeia.

Tal descrédito não se limita apenas a técnicos brasileiros, mas aos profissionais sul-americanos como um todo. Na elite dos campeonatos nacionais dos oito principais países da Europa no futebol (Inglaterra, Espanha, França, Itália, Alemanha, Portugal, Holanda e Bélgica) há apenas seis treinadores da América do Sul, a maioria da Argentina. São eles:

  • Thiago Motta (Brasil/Itália) - Bologna (Itália)
  • Cláudio Caçapa (Brasil) - Racing White Daring Molenbeek (Bélgica)
  • Mauricio Pochettino (Argentina) - Chelsea (Inglaterra)
  • Diego Simeone (Argentina) - Atlético de Madrid (Espanha)
  • Mauricio Pellegrino (Argentina) - Cádiz (Espanha)
  • Manuel Pellegrini (Chile) - Betis (Espanha)
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Outro treinador brasileiro no futebol europeu é Sylvinho. O ex-lateral não teve sucesso no Lyon nem no Corinthians, mas tem feito bom trabalho à frente da seleção da Albânia e classificou o país para sua segunda Eurocopa, que será disputada entre os meses de junho e julho deste ano na Alemanha.

Thiago Motta é nascido em São Bernardo do Campo e tem dupla nacionalidade. Foto: Jennifer Lorenzini/ Reuters

Má impressão

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Vanderlei Luxemburgo e Luiz Felipe Scolari são, sem dúvidas, dois dos maiores treinadores que o Brasil produziu. As décadas de 1990 e 2000 tiveram ambos como protagonistas. O acúmulo de títulos em times do País alçaram ambos à seleção. Luxemburgo não foi tão feliz. Felipão foi pentacampeão em 2002.

O treinador do último mundial da seleção brasileira comandou Portugal no ciclo para a Copa de 2006. Foi vice da Euro-2004, em terras lusitanas, e ficou em quarto lugar no Mundial. Mesmo sem títulos, Felipão fez fama e só deixou Lisboa após a Euro de 2008 e foi dirigir o Chelsea. Em Londres, teve problemas com o grupo e foi despedido alguns meses depois.

Felipão levou Portugal à semifinal da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Foto: Jonne Roriz/AE
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Já Luxemburgo foi dirigir nada menos do que os galácticos do Real Madrid em 2005. Tinha nas mãos uma verdadeira constelação: Ronaldo Fenômeno, David Beckham, Zidane, Roberto Carlos, Raúl e Luís Figo. Perdeu o Espanhol e caiu nas oitavas da Champions na temporada 2004-05. Na edição seguinte, viu os torcedores acenarem com lenços brancos pedindo sua saída, que foi atendida pelo presidente Florentino Pérez. Durou pouco.

Outros brasileiros também passaram pela Europa: Paulo Autuori, Abel Braga, Milton Mendes, Argel Fuchs, Marinho Peres, Otto Glória, Carlos Alberto Silva, Zico, Ricardo Gomes, Jair Pereira, Carlos Alberto Parreira, Leonardo, Sebastião Lazaroni e René Simões.

Otto Glória levou o Benfica ao bicampeonato português em 1968 e 1969. Marinho ganhou a Taça de Portugal (equivalente à Copa do Brasil) de 1989 pelo Belenenses. Em 1992 e 1993, Carlos Alberto Silva também faturou de maneira consecutiva o Campeonato Português. Mas esses troféus ficaram no passado. O mais recente já completou 30 anos.

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Alguns técnicos ganharam títulos de menor expressão nesse intervalo, outros ergueram troféus relevantes, mas em campeonatos periféricos e sem relevo na Europa. Ricardo Gomes conquistou a Copa da França de 1998, no PSG, e a extinta Copa da Liga, no mesmo ano, com o time parisiense e com o Bordeaux, em 2007. Parreira ganhou o título turco em 1996 com o Fenerbahçe, Zico faturou o mesmo troféu em 2007 e a Copa do Rússia em 2009, no CSKA. Em 2011, Leonardo levou a Internazionale ao título da Copa da Itália.

Reciprocidade

A chegada de muitos técnicos estrangeiros no Brasil impulsionou treinadores locais a questionarem a falta de reciprocidade no tratamento com os profissionais brasileiros na Europa. Isso se devia ao fato de haver a necessidade de possuir licença Pro chancelada pela Uefa para poder dirigir times da elite da Europa, enquanto no futebol brasileiro não havia cobrança para os treinadores estrangeiros fazerem o curso da CBF.

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Essa reivindicação gerou impactos. A Conmebol e a Uefa assinaram em dezembro de 2022 um acordo para o desenvolvimento dos técnicos. Os treinadores que obtiverem a licença pro (categoria máxima) na CBF Academy devem pedir à Conmebol a homologação da titulação e esta, então, passa a valer também na Uefa.

“Tivesse o Luxemburgo campeão com o Real Madrid, o Lazaroni com a Fiorentina, o Parreira com o Valencia, o Jair Pereira com o Atlético de Madrid, jamais haveria problema com essa homologação. O problema é que todos, inclusive eu com o Vitória de Guimarães, se tivéssemos conquistado títulos, essa licença não estaria dizendo muita coisa. As experiências do brasileiros não foram as melhores, e os técnicos brasileiros perderam terreno em termo de reputação na Europa”, afirmou René Simões, que também é professor dos cursos da CBF Academy.

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No sistema de treinadores licenciados da Conmebol aparece o nome de 58 técnicos brasileiros formados pela CBF. Entre eles estão Tite, Felipão, Dorival Júnior, Fernando Diniz, Fábio Carille, Mano Menezes, Cuca e Vanderlei Luxemburgo. Abel Ferreira, do Palmeiras, tem a licença Pro da Uefa. Renato Gaúcho disse no passado que não queria frequentar as aulas da entidade.

Quanto custa tirar a licença Pro da CBF Academy?

Para passar por todas as etapas dos cursos da CBF Academy, com licenças C, B, A e Pro. O treinador deve desembolsar R$ 47,1 mil, em uma somatória total de 1.170 horas/aula em modalidade semipresencial. Para iniciar o curso há alguns requisitos:

  • Ter diploma de Graduação em Educação Física ou Esporte (Licenciatura ou Bacharelado) ou;
  • Estar no 7º ou 8º período da graduação em Educação Física ou Esporte (Licenciatura ou Bacharelado) ou;
  • Ter experiência comprovada de, pelo menos, 7 temporadas completas (84 meses) como Atleta profissional de Futebol e possuir Ensino Médio completo ou;
  • Ter experiência comprovada de, pelo menos, 5 anos (60 meses) como Treinador ou Professor em Escolas de Futebol e possuir Ensino Médio Completo.

Já os cursos com licença direta da Uefa são ofertadores pela Federações nacionais dos países-membro da entidade que controla o futebol europeu. Com base nos preços dos cursos da Federação Portuguesa, por exemplo, o custo totaliza 11,2 mil euros (R$ 59,8 mil) em 948h/aula de curso nos quatro níveis.

O prestígio do futebol brasileiro na Europa é elevado. Dezenas de jogadores do País atraem as atenções das equipes do Velho Continente ano após ano. Nem mesmo o jejum de títulos mundiais, desde 2002, fez minguar essa condição. No entanto, o mesmo processo não acontece com os treinadores do Brasil. As poucas apostas ao longo das últimas décadas foram infrutíferas e tornaram rara a presença de técnicos brasileiros na elite europeia.

Tal descrédito não se limita apenas a técnicos brasileiros, mas aos profissionais sul-americanos como um todo. Na elite dos campeonatos nacionais dos oito principais países da Europa no futebol (Inglaterra, Espanha, França, Itália, Alemanha, Portugal, Holanda e Bélgica) há apenas seis treinadores da América do Sul, a maioria da Argentina. São eles:

  • Thiago Motta (Brasil/Itália) - Bologna (Itália)
  • Cláudio Caçapa (Brasil) - Racing White Daring Molenbeek (Bélgica)
  • Mauricio Pochettino (Argentina) - Chelsea (Inglaterra)
  • Diego Simeone (Argentina) - Atlético de Madrid (Espanha)
  • Mauricio Pellegrino (Argentina) - Cádiz (Espanha)
  • Manuel Pellegrini (Chile) - Betis (Espanha)

Outro treinador brasileiro no futebol europeu é Sylvinho. O ex-lateral não teve sucesso no Lyon nem no Corinthians, mas tem feito bom trabalho à frente da seleção da Albânia e classificou o país para sua segunda Eurocopa, que será disputada entre os meses de junho e julho deste ano na Alemanha.

Thiago Motta é nascido em São Bernardo do Campo e tem dupla nacionalidade. Foto: Jennifer Lorenzini/ Reuters

Má impressão

Vanderlei Luxemburgo e Luiz Felipe Scolari são, sem dúvidas, dois dos maiores treinadores que o Brasil produziu. As décadas de 1990 e 2000 tiveram ambos como protagonistas. O acúmulo de títulos em times do País alçaram ambos à seleção. Luxemburgo não foi tão feliz. Felipão foi pentacampeão em 2002.

O treinador do último mundial da seleção brasileira comandou Portugal no ciclo para a Copa de 2006. Foi vice da Euro-2004, em terras lusitanas, e ficou em quarto lugar no Mundial. Mesmo sem títulos, Felipão fez fama e só deixou Lisboa após a Euro de 2008 e foi dirigir o Chelsea. Em Londres, teve problemas com o grupo e foi despedido alguns meses depois.

Felipão levou Portugal à semifinal da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Foto: Jonne Roriz/AE

Já Luxemburgo foi dirigir nada menos do que os galácticos do Real Madrid em 2005. Tinha nas mãos uma verdadeira constelação: Ronaldo Fenômeno, David Beckham, Zidane, Roberto Carlos, Raúl e Luís Figo. Perdeu o Espanhol e caiu nas oitavas da Champions na temporada 2004-05. Na edição seguinte, viu os torcedores acenarem com lenços brancos pedindo sua saída, que foi atendida pelo presidente Florentino Pérez. Durou pouco.

Outros brasileiros também passaram pela Europa: Paulo Autuori, Abel Braga, Milton Mendes, Argel Fuchs, Marinho Peres, Otto Glória, Carlos Alberto Silva, Zico, Ricardo Gomes, Jair Pereira, Carlos Alberto Parreira, Leonardo, Sebastião Lazaroni e René Simões.

Otto Glória levou o Benfica ao bicampeonato português em 1968 e 1969. Marinho ganhou a Taça de Portugal (equivalente à Copa do Brasil) de 1989 pelo Belenenses. Em 1992 e 1993, Carlos Alberto Silva também faturou de maneira consecutiva o Campeonato Português. Mas esses troféus ficaram no passado. O mais recente já completou 30 anos.

Alguns técnicos ganharam títulos de menor expressão nesse intervalo, outros ergueram troféus relevantes, mas em campeonatos periféricos e sem relevo na Europa. Ricardo Gomes conquistou a Copa da França de 1998, no PSG, e a extinta Copa da Liga, no mesmo ano, com o time parisiense e com o Bordeaux, em 2007. Parreira ganhou o título turco em 1996 com o Fenerbahçe, Zico faturou o mesmo troféu em 2007 e a Copa do Rússia em 2009, no CSKA. Em 2011, Leonardo levou a Internazionale ao título da Copa da Itália.

Reciprocidade

A chegada de muitos técnicos estrangeiros no Brasil impulsionou treinadores locais a questionarem a falta de reciprocidade no tratamento com os profissionais brasileiros na Europa. Isso se devia ao fato de haver a necessidade de possuir licença Pro chancelada pela Uefa para poder dirigir times da elite da Europa, enquanto no futebol brasileiro não havia cobrança para os treinadores estrangeiros fazerem o curso da CBF.

Essa reivindicação gerou impactos. A Conmebol e a Uefa assinaram em dezembro de 2022 um acordo para o desenvolvimento dos técnicos. Os treinadores que obtiverem a licença pro (categoria máxima) na CBF Academy devem pedir à Conmebol a homologação da titulação e esta, então, passa a valer também na Uefa.

“Tivesse o Luxemburgo campeão com o Real Madrid, o Lazaroni com a Fiorentina, o Parreira com o Valencia, o Jair Pereira com o Atlético de Madrid, jamais haveria problema com essa homologação. O problema é que todos, inclusive eu com o Vitória de Guimarães, se tivéssemos conquistado títulos, essa licença não estaria dizendo muita coisa. As experiências do brasileiros não foram as melhores, e os técnicos brasileiros perderam terreno em termo de reputação na Europa”, afirmou René Simões, que também é professor dos cursos da CBF Academy.

No sistema de treinadores licenciados da Conmebol aparece o nome de 58 técnicos brasileiros formados pela CBF. Entre eles estão Tite, Felipão, Dorival Júnior, Fernando Diniz, Fábio Carille, Mano Menezes, Cuca e Vanderlei Luxemburgo. Abel Ferreira, do Palmeiras, tem a licença Pro da Uefa. Renato Gaúcho disse no passado que não queria frequentar as aulas da entidade.

Quanto custa tirar a licença Pro da CBF Academy?

Para passar por todas as etapas dos cursos da CBF Academy, com licenças C, B, A e Pro. O treinador deve desembolsar R$ 47,1 mil, em uma somatória total de 1.170 horas/aula em modalidade semipresencial. Para iniciar o curso há alguns requisitos:

  • Ter diploma de Graduação em Educação Física ou Esporte (Licenciatura ou Bacharelado) ou;
  • Estar no 7º ou 8º período da graduação em Educação Física ou Esporte (Licenciatura ou Bacharelado) ou;
  • Ter experiência comprovada de, pelo menos, 7 temporadas completas (84 meses) como Atleta profissional de Futebol e possuir Ensino Médio completo ou;
  • Ter experiência comprovada de, pelo menos, 5 anos (60 meses) como Treinador ou Professor em Escolas de Futebol e possuir Ensino Médio Completo.

Já os cursos com licença direta da Uefa são ofertadores pela Federações nacionais dos países-membro da entidade que controla o futebol europeu. Com base nos preços dos cursos da Federação Portuguesa, por exemplo, o custo totaliza 11,2 mil euros (R$ 59,8 mil) em 948h/aula de curso nos quatro níveis.

O prestígio do futebol brasileiro na Europa é elevado. Dezenas de jogadores do País atraem as atenções das equipes do Velho Continente ano após ano. Nem mesmo o jejum de títulos mundiais, desde 2002, fez minguar essa condição. No entanto, o mesmo processo não acontece com os treinadores do Brasil. As poucas apostas ao longo das últimas décadas foram infrutíferas e tornaram rara a presença de técnicos brasileiros na elite europeia.

Tal descrédito não se limita apenas a técnicos brasileiros, mas aos profissionais sul-americanos como um todo. Na elite dos campeonatos nacionais dos oito principais países da Europa no futebol (Inglaterra, Espanha, França, Itália, Alemanha, Portugal, Holanda e Bélgica) há apenas seis treinadores da América do Sul, a maioria da Argentina. São eles:

  • Thiago Motta (Brasil/Itália) - Bologna (Itália)
  • Cláudio Caçapa (Brasil) - Racing White Daring Molenbeek (Bélgica)
  • Mauricio Pochettino (Argentina) - Chelsea (Inglaterra)
  • Diego Simeone (Argentina) - Atlético de Madrid (Espanha)
  • Mauricio Pellegrino (Argentina) - Cádiz (Espanha)
  • Manuel Pellegrini (Chile) - Betis (Espanha)

Outro treinador brasileiro no futebol europeu é Sylvinho. O ex-lateral não teve sucesso no Lyon nem no Corinthians, mas tem feito bom trabalho à frente da seleção da Albânia e classificou o país para sua segunda Eurocopa, que será disputada entre os meses de junho e julho deste ano na Alemanha.

Thiago Motta é nascido em São Bernardo do Campo e tem dupla nacionalidade. Foto: Jennifer Lorenzini/ Reuters

Má impressão

Vanderlei Luxemburgo e Luiz Felipe Scolari são, sem dúvidas, dois dos maiores treinadores que o Brasil produziu. As décadas de 1990 e 2000 tiveram ambos como protagonistas. O acúmulo de títulos em times do País alçaram ambos à seleção. Luxemburgo não foi tão feliz. Felipão foi pentacampeão em 2002.

O treinador do último mundial da seleção brasileira comandou Portugal no ciclo para a Copa de 2006. Foi vice da Euro-2004, em terras lusitanas, e ficou em quarto lugar no Mundial. Mesmo sem títulos, Felipão fez fama e só deixou Lisboa após a Euro de 2008 e foi dirigir o Chelsea. Em Londres, teve problemas com o grupo e foi despedido alguns meses depois.

Felipão levou Portugal à semifinal da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Foto: Jonne Roriz/AE

Já Luxemburgo foi dirigir nada menos do que os galácticos do Real Madrid em 2005. Tinha nas mãos uma verdadeira constelação: Ronaldo Fenômeno, David Beckham, Zidane, Roberto Carlos, Raúl e Luís Figo. Perdeu o Espanhol e caiu nas oitavas da Champions na temporada 2004-05. Na edição seguinte, viu os torcedores acenarem com lenços brancos pedindo sua saída, que foi atendida pelo presidente Florentino Pérez. Durou pouco.

Outros brasileiros também passaram pela Europa: Paulo Autuori, Abel Braga, Milton Mendes, Argel Fuchs, Marinho Peres, Otto Glória, Carlos Alberto Silva, Zico, Ricardo Gomes, Jair Pereira, Carlos Alberto Parreira, Leonardo, Sebastião Lazaroni e René Simões.

Otto Glória levou o Benfica ao bicampeonato português em 1968 e 1969. Marinho ganhou a Taça de Portugal (equivalente à Copa do Brasil) de 1989 pelo Belenenses. Em 1992 e 1993, Carlos Alberto Silva também faturou de maneira consecutiva o Campeonato Português. Mas esses troféus ficaram no passado. O mais recente já completou 30 anos.

Alguns técnicos ganharam títulos de menor expressão nesse intervalo, outros ergueram troféus relevantes, mas em campeonatos periféricos e sem relevo na Europa. Ricardo Gomes conquistou a Copa da França de 1998, no PSG, e a extinta Copa da Liga, no mesmo ano, com o time parisiense e com o Bordeaux, em 2007. Parreira ganhou o título turco em 1996 com o Fenerbahçe, Zico faturou o mesmo troféu em 2007 e a Copa do Rússia em 2009, no CSKA. Em 2011, Leonardo levou a Internazionale ao título da Copa da Itália.

Reciprocidade

A chegada de muitos técnicos estrangeiros no Brasil impulsionou treinadores locais a questionarem a falta de reciprocidade no tratamento com os profissionais brasileiros na Europa. Isso se devia ao fato de haver a necessidade de possuir licença Pro chancelada pela Uefa para poder dirigir times da elite da Europa, enquanto no futebol brasileiro não havia cobrança para os treinadores estrangeiros fazerem o curso da CBF.

Essa reivindicação gerou impactos. A Conmebol e a Uefa assinaram em dezembro de 2022 um acordo para o desenvolvimento dos técnicos. Os treinadores que obtiverem a licença pro (categoria máxima) na CBF Academy devem pedir à Conmebol a homologação da titulação e esta, então, passa a valer também na Uefa.

“Tivesse o Luxemburgo campeão com o Real Madrid, o Lazaroni com a Fiorentina, o Parreira com o Valencia, o Jair Pereira com o Atlético de Madrid, jamais haveria problema com essa homologação. O problema é que todos, inclusive eu com o Vitória de Guimarães, se tivéssemos conquistado títulos, essa licença não estaria dizendo muita coisa. As experiências do brasileiros não foram as melhores, e os técnicos brasileiros perderam terreno em termo de reputação na Europa”, afirmou René Simões, que também é professor dos cursos da CBF Academy.

No sistema de treinadores licenciados da Conmebol aparece o nome de 58 técnicos brasileiros formados pela CBF. Entre eles estão Tite, Felipão, Dorival Júnior, Fernando Diniz, Fábio Carille, Mano Menezes, Cuca e Vanderlei Luxemburgo. Abel Ferreira, do Palmeiras, tem a licença Pro da Uefa. Renato Gaúcho disse no passado que não queria frequentar as aulas da entidade.

Quanto custa tirar a licença Pro da CBF Academy?

Para passar por todas as etapas dos cursos da CBF Academy, com licenças C, B, A e Pro. O treinador deve desembolsar R$ 47,1 mil, em uma somatória total de 1.170 horas/aula em modalidade semipresencial. Para iniciar o curso há alguns requisitos:

  • Ter diploma de Graduação em Educação Física ou Esporte (Licenciatura ou Bacharelado) ou;
  • Estar no 7º ou 8º período da graduação em Educação Física ou Esporte (Licenciatura ou Bacharelado) ou;
  • Ter experiência comprovada de, pelo menos, 7 temporadas completas (84 meses) como Atleta profissional de Futebol e possuir Ensino Médio completo ou;
  • Ter experiência comprovada de, pelo menos, 5 anos (60 meses) como Treinador ou Professor em Escolas de Futebol e possuir Ensino Médio Completo.

Já os cursos com licença direta da Uefa são ofertadores pela Federações nacionais dos países-membro da entidade que controla o futebol europeu. Com base nos preços dos cursos da Federação Portuguesa, por exemplo, o custo totaliza 11,2 mil euros (R$ 59,8 mil) em 948h/aula de curso nos quatro níveis.

O prestígio do futebol brasileiro na Europa é elevado. Dezenas de jogadores do País atraem as atenções das equipes do Velho Continente ano após ano. Nem mesmo o jejum de títulos mundiais, desde 2002, fez minguar essa condição. No entanto, o mesmo processo não acontece com os treinadores do Brasil. As poucas apostas ao longo das últimas décadas foram infrutíferas e tornaram rara a presença de técnicos brasileiros na elite europeia.

Tal descrédito não se limita apenas a técnicos brasileiros, mas aos profissionais sul-americanos como um todo. Na elite dos campeonatos nacionais dos oito principais países da Europa no futebol (Inglaterra, Espanha, França, Itália, Alemanha, Portugal, Holanda e Bélgica) há apenas seis treinadores da América do Sul, a maioria da Argentina. São eles:

  • Thiago Motta (Brasil/Itália) - Bologna (Itália)
  • Cláudio Caçapa (Brasil) - Racing White Daring Molenbeek (Bélgica)
  • Mauricio Pochettino (Argentina) - Chelsea (Inglaterra)
  • Diego Simeone (Argentina) - Atlético de Madrid (Espanha)
  • Mauricio Pellegrino (Argentina) - Cádiz (Espanha)
  • Manuel Pellegrini (Chile) - Betis (Espanha)

Outro treinador brasileiro no futebol europeu é Sylvinho. O ex-lateral não teve sucesso no Lyon nem no Corinthians, mas tem feito bom trabalho à frente da seleção da Albânia e classificou o país para sua segunda Eurocopa, que será disputada entre os meses de junho e julho deste ano na Alemanha.

Thiago Motta é nascido em São Bernardo do Campo e tem dupla nacionalidade. Foto: Jennifer Lorenzini/ Reuters

Má impressão

Vanderlei Luxemburgo e Luiz Felipe Scolari são, sem dúvidas, dois dos maiores treinadores que o Brasil produziu. As décadas de 1990 e 2000 tiveram ambos como protagonistas. O acúmulo de títulos em times do País alçaram ambos à seleção. Luxemburgo não foi tão feliz. Felipão foi pentacampeão em 2002.

O treinador do último mundial da seleção brasileira comandou Portugal no ciclo para a Copa de 2006. Foi vice da Euro-2004, em terras lusitanas, e ficou em quarto lugar no Mundial. Mesmo sem títulos, Felipão fez fama e só deixou Lisboa após a Euro de 2008 e foi dirigir o Chelsea. Em Londres, teve problemas com o grupo e foi despedido alguns meses depois.

Felipão levou Portugal à semifinal da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Foto: Jonne Roriz/AE

Já Luxemburgo foi dirigir nada menos do que os galácticos do Real Madrid em 2005. Tinha nas mãos uma verdadeira constelação: Ronaldo Fenômeno, David Beckham, Zidane, Roberto Carlos, Raúl e Luís Figo. Perdeu o Espanhol e caiu nas oitavas da Champions na temporada 2004-05. Na edição seguinte, viu os torcedores acenarem com lenços brancos pedindo sua saída, que foi atendida pelo presidente Florentino Pérez. Durou pouco.

Outros brasileiros também passaram pela Europa: Paulo Autuori, Abel Braga, Milton Mendes, Argel Fuchs, Marinho Peres, Otto Glória, Carlos Alberto Silva, Zico, Ricardo Gomes, Jair Pereira, Carlos Alberto Parreira, Leonardo, Sebastião Lazaroni e René Simões.

Otto Glória levou o Benfica ao bicampeonato português em 1968 e 1969. Marinho ganhou a Taça de Portugal (equivalente à Copa do Brasil) de 1989 pelo Belenenses. Em 1992 e 1993, Carlos Alberto Silva também faturou de maneira consecutiva o Campeonato Português. Mas esses troféus ficaram no passado. O mais recente já completou 30 anos.

Alguns técnicos ganharam títulos de menor expressão nesse intervalo, outros ergueram troféus relevantes, mas em campeonatos periféricos e sem relevo na Europa. Ricardo Gomes conquistou a Copa da França de 1998, no PSG, e a extinta Copa da Liga, no mesmo ano, com o time parisiense e com o Bordeaux, em 2007. Parreira ganhou o título turco em 1996 com o Fenerbahçe, Zico faturou o mesmo troféu em 2007 e a Copa do Rússia em 2009, no CSKA. Em 2011, Leonardo levou a Internazionale ao título da Copa da Itália.

Reciprocidade

A chegada de muitos técnicos estrangeiros no Brasil impulsionou treinadores locais a questionarem a falta de reciprocidade no tratamento com os profissionais brasileiros na Europa. Isso se devia ao fato de haver a necessidade de possuir licença Pro chancelada pela Uefa para poder dirigir times da elite da Europa, enquanto no futebol brasileiro não havia cobrança para os treinadores estrangeiros fazerem o curso da CBF.

Essa reivindicação gerou impactos. A Conmebol e a Uefa assinaram em dezembro de 2022 um acordo para o desenvolvimento dos técnicos. Os treinadores que obtiverem a licença pro (categoria máxima) na CBF Academy devem pedir à Conmebol a homologação da titulação e esta, então, passa a valer também na Uefa.

“Tivesse o Luxemburgo campeão com o Real Madrid, o Lazaroni com a Fiorentina, o Parreira com o Valencia, o Jair Pereira com o Atlético de Madrid, jamais haveria problema com essa homologação. O problema é que todos, inclusive eu com o Vitória de Guimarães, se tivéssemos conquistado títulos, essa licença não estaria dizendo muita coisa. As experiências do brasileiros não foram as melhores, e os técnicos brasileiros perderam terreno em termo de reputação na Europa”, afirmou René Simões, que também é professor dos cursos da CBF Academy.

No sistema de treinadores licenciados da Conmebol aparece o nome de 58 técnicos brasileiros formados pela CBF. Entre eles estão Tite, Felipão, Dorival Júnior, Fernando Diniz, Fábio Carille, Mano Menezes, Cuca e Vanderlei Luxemburgo. Abel Ferreira, do Palmeiras, tem a licença Pro da Uefa. Renato Gaúcho disse no passado que não queria frequentar as aulas da entidade.

Quanto custa tirar a licença Pro da CBF Academy?

Para passar por todas as etapas dos cursos da CBF Academy, com licenças C, B, A e Pro. O treinador deve desembolsar R$ 47,1 mil, em uma somatória total de 1.170 horas/aula em modalidade semipresencial. Para iniciar o curso há alguns requisitos:

  • Ter diploma de Graduação em Educação Física ou Esporte (Licenciatura ou Bacharelado) ou;
  • Estar no 7º ou 8º período da graduação em Educação Física ou Esporte (Licenciatura ou Bacharelado) ou;
  • Ter experiência comprovada de, pelo menos, 7 temporadas completas (84 meses) como Atleta profissional de Futebol e possuir Ensino Médio completo ou;
  • Ter experiência comprovada de, pelo menos, 5 anos (60 meses) como Treinador ou Professor em Escolas de Futebol e possuir Ensino Médio Completo.

Já os cursos com licença direta da Uefa são ofertadores pela Federações nacionais dos países-membro da entidade que controla o futebol europeu. Com base nos preços dos cursos da Federação Portuguesa, por exemplo, o custo totaliza 11,2 mil euros (R$ 59,8 mil) em 948h/aula de curso nos quatro níveis.

O prestígio do futebol brasileiro na Europa é elevado. Dezenas de jogadores do País atraem as atenções das equipes do Velho Continente ano após ano. Nem mesmo o jejum de títulos mundiais, desde 2002, fez minguar essa condição. No entanto, o mesmo processo não acontece com os treinadores do Brasil. As poucas apostas ao longo das últimas décadas foram infrutíferas e tornaram rara a presença de técnicos brasileiros na elite europeia.

Tal descrédito não se limita apenas a técnicos brasileiros, mas aos profissionais sul-americanos como um todo. Na elite dos campeonatos nacionais dos oito principais países da Europa no futebol (Inglaterra, Espanha, França, Itália, Alemanha, Portugal, Holanda e Bélgica) há apenas seis treinadores da América do Sul, a maioria da Argentina. São eles:

  • Thiago Motta (Brasil/Itália) - Bologna (Itália)
  • Cláudio Caçapa (Brasil) - Racing White Daring Molenbeek (Bélgica)
  • Mauricio Pochettino (Argentina) - Chelsea (Inglaterra)
  • Diego Simeone (Argentina) - Atlético de Madrid (Espanha)
  • Mauricio Pellegrino (Argentina) - Cádiz (Espanha)
  • Manuel Pellegrini (Chile) - Betis (Espanha)

Outro treinador brasileiro no futebol europeu é Sylvinho. O ex-lateral não teve sucesso no Lyon nem no Corinthians, mas tem feito bom trabalho à frente da seleção da Albânia e classificou o país para sua segunda Eurocopa, que será disputada entre os meses de junho e julho deste ano na Alemanha.

Thiago Motta é nascido em São Bernardo do Campo e tem dupla nacionalidade. Foto: Jennifer Lorenzini/ Reuters

Má impressão

Vanderlei Luxemburgo e Luiz Felipe Scolari são, sem dúvidas, dois dos maiores treinadores que o Brasil produziu. As décadas de 1990 e 2000 tiveram ambos como protagonistas. O acúmulo de títulos em times do País alçaram ambos à seleção. Luxemburgo não foi tão feliz. Felipão foi pentacampeão em 2002.

O treinador do último mundial da seleção brasileira comandou Portugal no ciclo para a Copa de 2006. Foi vice da Euro-2004, em terras lusitanas, e ficou em quarto lugar no Mundial. Mesmo sem títulos, Felipão fez fama e só deixou Lisboa após a Euro de 2008 e foi dirigir o Chelsea. Em Londres, teve problemas com o grupo e foi despedido alguns meses depois.

Felipão levou Portugal à semifinal da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Foto: Jonne Roriz/AE

Já Luxemburgo foi dirigir nada menos do que os galácticos do Real Madrid em 2005. Tinha nas mãos uma verdadeira constelação: Ronaldo Fenômeno, David Beckham, Zidane, Roberto Carlos, Raúl e Luís Figo. Perdeu o Espanhol e caiu nas oitavas da Champions na temporada 2004-05. Na edição seguinte, viu os torcedores acenarem com lenços brancos pedindo sua saída, que foi atendida pelo presidente Florentino Pérez. Durou pouco.

Outros brasileiros também passaram pela Europa: Paulo Autuori, Abel Braga, Milton Mendes, Argel Fuchs, Marinho Peres, Otto Glória, Carlos Alberto Silva, Zico, Ricardo Gomes, Jair Pereira, Carlos Alberto Parreira, Leonardo, Sebastião Lazaroni e René Simões.

Otto Glória levou o Benfica ao bicampeonato português em 1968 e 1969. Marinho ganhou a Taça de Portugal (equivalente à Copa do Brasil) de 1989 pelo Belenenses. Em 1992 e 1993, Carlos Alberto Silva também faturou de maneira consecutiva o Campeonato Português. Mas esses troféus ficaram no passado. O mais recente já completou 30 anos.

Alguns técnicos ganharam títulos de menor expressão nesse intervalo, outros ergueram troféus relevantes, mas em campeonatos periféricos e sem relevo na Europa. Ricardo Gomes conquistou a Copa da França de 1998, no PSG, e a extinta Copa da Liga, no mesmo ano, com o time parisiense e com o Bordeaux, em 2007. Parreira ganhou o título turco em 1996 com o Fenerbahçe, Zico faturou o mesmo troféu em 2007 e a Copa do Rússia em 2009, no CSKA. Em 2011, Leonardo levou a Internazionale ao título da Copa da Itália.

Reciprocidade

A chegada de muitos técnicos estrangeiros no Brasil impulsionou treinadores locais a questionarem a falta de reciprocidade no tratamento com os profissionais brasileiros na Europa. Isso se devia ao fato de haver a necessidade de possuir licença Pro chancelada pela Uefa para poder dirigir times da elite da Europa, enquanto no futebol brasileiro não havia cobrança para os treinadores estrangeiros fazerem o curso da CBF.

Essa reivindicação gerou impactos. A Conmebol e a Uefa assinaram em dezembro de 2022 um acordo para o desenvolvimento dos técnicos. Os treinadores que obtiverem a licença pro (categoria máxima) na CBF Academy devem pedir à Conmebol a homologação da titulação e esta, então, passa a valer também na Uefa.

“Tivesse o Luxemburgo campeão com o Real Madrid, o Lazaroni com a Fiorentina, o Parreira com o Valencia, o Jair Pereira com o Atlético de Madrid, jamais haveria problema com essa homologação. O problema é que todos, inclusive eu com o Vitória de Guimarães, se tivéssemos conquistado títulos, essa licença não estaria dizendo muita coisa. As experiências do brasileiros não foram as melhores, e os técnicos brasileiros perderam terreno em termo de reputação na Europa”, afirmou René Simões, que também é professor dos cursos da CBF Academy.

No sistema de treinadores licenciados da Conmebol aparece o nome de 58 técnicos brasileiros formados pela CBF. Entre eles estão Tite, Felipão, Dorival Júnior, Fernando Diniz, Fábio Carille, Mano Menezes, Cuca e Vanderlei Luxemburgo. Abel Ferreira, do Palmeiras, tem a licença Pro da Uefa. Renato Gaúcho disse no passado que não queria frequentar as aulas da entidade.

Quanto custa tirar a licença Pro da CBF Academy?

Para passar por todas as etapas dos cursos da CBF Academy, com licenças C, B, A e Pro. O treinador deve desembolsar R$ 47,1 mil, em uma somatória total de 1.170 horas/aula em modalidade semipresencial. Para iniciar o curso há alguns requisitos:

  • Ter diploma de Graduação em Educação Física ou Esporte (Licenciatura ou Bacharelado) ou;
  • Estar no 7º ou 8º período da graduação em Educação Física ou Esporte (Licenciatura ou Bacharelado) ou;
  • Ter experiência comprovada de, pelo menos, 7 temporadas completas (84 meses) como Atleta profissional de Futebol e possuir Ensino Médio completo ou;
  • Ter experiência comprovada de, pelo menos, 5 anos (60 meses) como Treinador ou Professor em Escolas de Futebol e possuir Ensino Médio Completo.

Já os cursos com licença direta da Uefa são ofertadores pela Federações nacionais dos países-membro da entidade que controla o futebol europeu. Com base nos preços dos cursos da Federação Portuguesa, por exemplo, o custo totaliza 11,2 mil euros (R$ 59,8 mil) em 948h/aula de curso nos quatro níveis.

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