Quem é Ancelotti, técnico italiano sugerido por Ronaldo para a seleção brasileira; saiba trajetória


Treinador de 63 anos comanda o Real Madrid, trabalhou com o Fenômeno no Milan e tem carreira vitoriosa

Por Redação
Atualização:

Sugerido por Ronaldo para substituir Tite no comando técnico da seleção brasileira, Carlo Ancelotti tem uma carreira vitoriosa à beira dos gramados. O italiano de 63 anos já ergueu quatro títulos de Liga dos Campeões, sendo o treinador que mais vezes venceu a principal competição de clubes da Europa, além de ser o único a ganhar as cinco principais ligas europeias (Inglaterra, Itália, Espanha, Alemanha e França). Não é pouco.

Ancelotti trabalhou com Ronaldo no Milan, em 2007, último clube que o brasileiro defendeu na Europa antes de encerrar a carreira com a camisa do Corinthians. Há cerca de dois anos, em entrevista à France Football, o técnico revelou uma conversa que teve com o Fenômeno sobre os problemas de peso que o atleta sofria na época.

Carlo Ancelotti orienta Vini Jr. durante jogo do Real Madrid.  Foto: Marcelo Del Pozo/REUTERS
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“Ao chegar ao Milan, Ronaldo pesava 100 kg. Antes do primeiro jogo, eu disse a ele: ‘Você não pode jogar assim. Precisa perder peso’. Ele respondeu: ‘O que você quer que eu faça em campo? Que marque (gols) ou corra? Se for para correr, me deixe no banco. Se for para marcar gols, pode me escalar’. Eu escalei. Ele não correu, mas fez dois gols”, disse Ancelotti.

Atualmente em sua segunda passagem no Real Madrid, Carlo Ancelotti também já esteve à frente de times como Chelsea, Paris Saint-Germain e Bayern de Munique. Um dos traços da carreira do treinador foi ter trabalhado com elencos repletos de estrelas — algo similar ao que aconteceria se aceitasse comandar a seleção brasileira. A CBF não fez nenhum convite a qualquer treinador para substituir Tite.

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O técnico italiano adora e é querido por brasileiros, tanto que contou com eles em todos os cinco títulos de ligas europeias. Foi campeão com Dida, Cafu, Serginho e Kaká no Milan; Alex e Belletti no Chelsea; Thiago Silva, Alex, Maxwell e Lucas Moura no Paris Saint-Germain; Douglas Costa e Rafinha no Bayern; além de Militão, Vinicius Junior, Rodrygo e Casemiro no Real Madrid mais recentemente.

Vinicius Junior, por diversas vezes, já exaltou Ancelotti. O treinador conseguiu potencializar o futebol do atacante no Real Madrid, transformando-o em um dos melhores do mundo.

“Sempre me deu a confiança que preciso, os esporros que preciso também no momento certo. É como um pai para mim, dá o carinho e a responsabilidade”, descreveu o jogador da seleção. “Faz isso comigo e com todos os jovens. O Ronaldo sempre fala que foi o melhor treinador dele, pela parte tática, técnica e também por saber lidar com grandes jogadores”.

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Meio-campista de grande criatividade e capacidade técnica, Ancelotti ganhou notoriedade atuando na Roma ao lado dos brasileiros Falcão e Toninho Cerezo, vencendo o Campeonato Italiano da temporada 1982/83 e erguendo quatro vezes o troféu da Copa da Itália. Também foi multicampeão pelo Milan, sendo bicampeão da Liga dos Campeões. Esteve no elenco da seleção italiana que ficou com o terceiro lugar na Copa de 1990.

O técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti, conversa com o atacante brasileiro Vinicius Junior. Foto: EFE/ Rodrigo Jiménez

Carreira de Ancelotti como técnico começou por acaso

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Sua carreira como técnico não foi algo planejado e começou de forma despretensiosa. Enfrentando sérios problemas de lesão no joelho no Milan comandado pelo histórico técnico Arrigo Sacchi, já caminhava para o fim da vida nos gramados. Foi então que acabou convidado pelo próprio Sacchi a acompanhá-lo na seleção italiana, para onde estava indo. Mas não seria no papel de jogador e, sim, como assistente.

“A sugestão de Arrigo (Sacchi) foi uma revelação para mim. Pela primeira vez, me vi no banco de reservas e, confesso, gostei da ideia. Na mesma hora, vi como uma grande oportunidade”, conta no livro Carlo Ancelotti: The Beautiful Game of an Ordinary Genius, lançado em 2010. Ancelotti ficaria mais uma temporada como jogador do Milan e a relação difícil com o técnico Fabio Capello só acelerou seu processo de despedida dos gramados e entrada na nova fase da carreira.

O treinador tem admiradores por toda parte e um deles é o próprio Tite, que o tem como inspiração. Foram oito dias do treinador brasileiro em Madri, na primeira passagem do italiano pelo principal clube da capital, e total abertura entre os dois para falar de futebol.

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“Aquilo foi marcante. Ele fez questão de me explicar todas as posições/funções dos atletas, quais as liberdades que concedia a cada um, como a equipe atuava com seis, às vezes sete jogadores, nas ações ofensivas, como posicionava Cristiano Ronaldo para tirar o melhor dele, os gráficos de posicionamento nas bolas paradas, enfim, um minucioso material sobre a organização de sua equipe”, conta o treinador brasileiro no prefácio do livro Carlo Ancelotti: Liderança Tranquila.

Recentemente, o técnico conquistou o seu segundo título da Liga dos Campeões com o Real Madrid. Ele ganhou a competição outras duas vezes com o Milan. Tanto pela equipe italiana quanto pela espanhola possui um título de liga nacional cada, também alcançado na Inglaterra (Chelsea), Alemanha (Bayern) e França (PSG). Ao todo, são 24 taças conquistadas em 27 anos de carreira. À beira do gramado, é tranquilo, gosta de mascar chiclete e já apareceu fumando charutos em festas de conquistas de título.

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Apesar dos rumores na seleção brasileira, Ancelotti cogita se aposentar após o fim do seu contrato com o Real Madrid, em 2024. “Depois desta passagem pelo Real Madrid, provavelmente vou me aposentar. Mas, se o Real me quiser aqui por mais dez anos, vou treinar o time por mais dez anos”, disse o treinador, em entrevista à plataforma Prime Video, sem descartar assumir uma seleção. “Sim, poderia haver, mas é prematuro falar sobre isso agora.”

Sugerido por Ronaldo para substituir Tite no comando técnico da seleção brasileira, Carlo Ancelotti tem uma carreira vitoriosa à beira dos gramados. O italiano de 63 anos já ergueu quatro títulos de Liga dos Campeões, sendo o treinador que mais vezes venceu a principal competição de clubes da Europa, além de ser o único a ganhar as cinco principais ligas europeias (Inglaterra, Itália, Espanha, Alemanha e França). Não é pouco.

Ancelotti trabalhou com Ronaldo no Milan, em 2007, último clube que o brasileiro defendeu na Europa antes de encerrar a carreira com a camisa do Corinthians. Há cerca de dois anos, em entrevista à France Football, o técnico revelou uma conversa que teve com o Fenômeno sobre os problemas de peso que o atleta sofria na época.

Carlo Ancelotti orienta Vini Jr. durante jogo do Real Madrid.  Foto: Marcelo Del Pozo/REUTERS

“Ao chegar ao Milan, Ronaldo pesava 100 kg. Antes do primeiro jogo, eu disse a ele: ‘Você não pode jogar assim. Precisa perder peso’. Ele respondeu: ‘O que você quer que eu faça em campo? Que marque (gols) ou corra? Se for para correr, me deixe no banco. Se for para marcar gols, pode me escalar’. Eu escalei. Ele não correu, mas fez dois gols”, disse Ancelotti.

Atualmente em sua segunda passagem no Real Madrid, Carlo Ancelotti também já esteve à frente de times como Chelsea, Paris Saint-Germain e Bayern de Munique. Um dos traços da carreira do treinador foi ter trabalhado com elencos repletos de estrelas — algo similar ao que aconteceria se aceitasse comandar a seleção brasileira. A CBF não fez nenhum convite a qualquer treinador para substituir Tite.

O técnico italiano adora e é querido por brasileiros, tanto que contou com eles em todos os cinco títulos de ligas europeias. Foi campeão com Dida, Cafu, Serginho e Kaká no Milan; Alex e Belletti no Chelsea; Thiago Silva, Alex, Maxwell e Lucas Moura no Paris Saint-Germain; Douglas Costa e Rafinha no Bayern; além de Militão, Vinicius Junior, Rodrygo e Casemiro no Real Madrid mais recentemente.

Vinicius Junior, por diversas vezes, já exaltou Ancelotti. O treinador conseguiu potencializar o futebol do atacante no Real Madrid, transformando-o em um dos melhores do mundo.

“Sempre me deu a confiança que preciso, os esporros que preciso também no momento certo. É como um pai para mim, dá o carinho e a responsabilidade”, descreveu o jogador da seleção. “Faz isso comigo e com todos os jovens. O Ronaldo sempre fala que foi o melhor treinador dele, pela parte tática, técnica e também por saber lidar com grandes jogadores”.

Meio-campista de grande criatividade e capacidade técnica, Ancelotti ganhou notoriedade atuando na Roma ao lado dos brasileiros Falcão e Toninho Cerezo, vencendo o Campeonato Italiano da temporada 1982/83 e erguendo quatro vezes o troféu da Copa da Itália. Também foi multicampeão pelo Milan, sendo bicampeão da Liga dos Campeões. Esteve no elenco da seleção italiana que ficou com o terceiro lugar na Copa de 1990.

O técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti, conversa com o atacante brasileiro Vinicius Junior. Foto: EFE/ Rodrigo Jiménez

Carreira de Ancelotti como técnico começou por acaso

Sua carreira como técnico não foi algo planejado e começou de forma despretensiosa. Enfrentando sérios problemas de lesão no joelho no Milan comandado pelo histórico técnico Arrigo Sacchi, já caminhava para o fim da vida nos gramados. Foi então que acabou convidado pelo próprio Sacchi a acompanhá-lo na seleção italiana, para onde estava indo. Mas não seria no papel de jogador e, sim, como assistente.

“A sugestão de Arrigo (Sacchi) foi uma revelação para mim. Pela primeira vez, me vi no banco de reservas e, confesso, gostei da ideia. Na mesma hora, vi como uma grande oportunidade”, conta no livro Carlo Ancelotti: The Beautiful Game of an Ordinary Genius, lançado em 2010. Ancelotti ficaria mais uma temporada como jogador do Milan e a relação difícil com o técnico Fabio Capello só acelerou seu processo de despedida dos gramados e entrada na nova fase da carreira.

O treinador tem admiradores por toda parte e um deles é o próprio Tite, que o tem como inspiração. Foram oito dias do treinador brasileiro em Madri, na primeira passagem do italiano pelo principal clube da capital, e total abertura entre os dois para falar de futebol.

“Aquilo foi marcante. Ele fez questão de me explicar todas as posições/funções dos atletas, quais as liberdades que concedia a cada um, como a equipe atuava com seis, às vezes sete jogadores, nas ações ofensivas, como posicionava Cristiano Ronaldo para tirar o melhor dele, os gráficos de posicionamento nas bolas paradas, enfim, um minucioso material sobre a organização de sua equipe”, conta o treinador brasileiro no prefácio do livro Carlo Ancelotti: Liderança Tranquila.

Recentemente, o técnico conquistou o seu segundo título da Liga dos Campeões com o Real Madrid. Ele ganhou a competição outras duas vezes com o Milan. Tanto pela equipe italiana quanto pela espanhola possui um título de liga nacional cada, também alcançado na Inglaterra (Chelsea), Alemanha (Bayern) e França (PSG). Ao todo, são 24 taças conquistadas em 27 anos de carreira. À beira do gramado, é tranquilo, gosta de mascar chiclete e já apareceu fumando charutos em festas de conquistas de título.

Apesar dos rumores na seleção brasileira, Ancelotti cogita se aposentar após o fim do seu contrato com o Real Madrid, em 2024. “Depois desta passagem pelo Real Madrid, provavelmente vou me aposentar. Mas, se o Real me quiser aqui por mais dez anos, vou treinar o time por mais dez anos”, disse o treinador, em entrevista à plataforma Prime Video, sem descartar assumir uma seleção. “Sim, poderia haver, mas é prematuro falar sobre isso agora.”

Sugerido por Ronaldo para substituir Tite no comando técnico da seleção brasileira, Carlo Ancelotti tem uma carreira vitoriosa à beira dos gramados. O italiano de 63 anos já ergueu quatro títulos de Liga dos Campeões, sendo o treinador que mais vezes venceu a principal competição de clubes da Europa, além de ser o único a ganhar as cinco principais ligas europeias (Inglaterra, Itália, Espanha, Alemanha e França). Não é pouco.

Ancelotti trabalhou com Ronaldo no Milan, em 2007, último clube que o brasileiro defendeu na Europa antes de encerrar a carreira com a camisa do Corinthians. Há cerca de dois anos, em entrevista à France Football, o técnico revelou uma conversa que teve com o Fenômeno sobre os problemas de peso que o atleta sofria na época.

Carlo Ancelotti orienta Vini Jr. durante jogo do Real Madrid.  Foto: Marcelo Del Pozo/REUTERS

“Ao chegar ao Milan, Ronaldo pesava 100 kg. Antes do primeiro jogo, eu disse a ele: ‘Você não pode jogar assim. Precisa perder peso’. Ele respondeu: ‘O que você quer que eu faça em campo? Que marque (gols) ou corra? Se for para correr, me deixe no banco. Se for para marcar gols, pode me escalar’. Eu escalei. Ele não correu, mas fez dois gols”, disse Ancelotti.

Atualmente em sua segunda passagem no Real Madrid, Carlo Ancelotti também já esteve à frente de times como Chelsea, Paris Saint-Germain e Bayern de Munique. Um dos traços da carreira do treinador foi ter trabalhado com elencos repletos de estrelas — algo similar ao que aconteceria se aceitasse comandar a seleção brasileira. A CBF não fez nenhum convite a qualquer treinador para substituir Tite.

O técnico italiano adora e é querido por brasileiros, tanto que contou com eles em todos os cinco títulos de ligas europeias. Foi campeão com Dida, Cafu, Serginho e Kaká no Milan; Alex e Belletti no Chelsea; Thiago Silva, Alex, Maxwell e Lucas Moura no Paris Saint-Germain; Douglas Costa e Rafinha no Bayern; além de Militão, Vinicius Junior, Rodrygo e Casemiro no Real Madrid mais recentemente.

Vinicius Junior, por diversas vezes, já exaltou Ancelotti. O treinador conseguiu potencializar o futebol do atacante no Real Madrid, transformando-o em um dos melhores do mundo.

“Sempre me deu a confiança que preciso, os esporros que preciso também no momento certo. É como um pai para mim, dá o carinho e a responsabilidade”, descreveu o jogador da seleção. “Faz isso comigo e com todos os jovens. O Ronaldo sempre fala que foi o melhor treinador dele, pela parte tática, técnica e também por saber lidar com grandes jogadores”.

Meio-campista de grande criatividade e capacidade técnica, Ancelotti ganhou notoriedade atuando na Roma ao lado dos brasileiros Falcão e Toninho Cerezo, vencendo o Campeonato Italiano da temporada 1982/83 e erguendo quatro vezes o troféu da Copa da Itália. Também foi multicampeão pelo Milan, sendo bicampeão da Liga dos Campeões. Esteve no elenco da seleção italiana que ficou com o terceiro lugar na Copa de 1990.

O técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti, conversa com o atacante brasileiro Vinicius Junior. Foto: EFE/ Rodrigo Jiménez

Carreira de Ancelotti como técnico começou por acaso

Sua carreira como técnico não foi algo planejado e começou de forma despretensiosa. Enfrentando sérios problemas de lesão no joelho no Milan comandado pelo histórico técnico Arrigo Sacchi, já caminhava para o fim da vida nos gramados. Foi então que acabou convidado pelo próprio Sacchi a acompanhá-lo na seleção italiana, para onde estava indo. Mas não seria no papel de jogador e, sim, como assistente.

“A sugestão de Arrigo (Sacchi) foi uma revelação para mim. Pela primeira vez, me vi no banco de reservas e, confesso, gostei da ideia. Na mesma hora, vi como uma grande oportunidade”, conta no livro Carlo Ancelotti: The Beautiful Game of an Ordinary Genius, lançado em 2010. Ancelotti ficaria mais uma temporada como jogador do Milan e a relação difícil com o técnico Fabio Capello só acelerou seu processo de despedida dos gramados e entrada na nova fase da carreira.

O treinador tem admiradores por toda parte e um deles é o próprio Tite, que o tem como inspiração. Foram oito dias do treinador brasileiro em Madri, na primeira passagem do italiano pelo principal clube da capital, e total abertura entre os dois para falar de futebol.

“Aquilo foi marcante. Ele fez questão de me explicar todas as posições/funções dos atletas, quais as liberdades que concedia a cada um, como a equipe atuava com seis, às vezes sete jogadores, nas ações ofensivas, como posicionava Cristiano Ronaldo para tirar o melhor dele, os gráficos de posicionamento nas bolas paradas, enfim, um minucioso material sobre a organização de sua equipe”, conta o treinador brasileiro no prefácio do livro Carlo Ancelotti: Liderança Tranquila.

Recentemente, o técnico conquistou o seu segundo título da Liga dos Campeões com o Real Madrid. Ele ganhou a competição outras duas vezes com o Milan. Tanto pela equipe italiana quanto pela espanhola possui um título de liga nacional cada, também alcançado na Inglaterra (Chelsea), Alemanha (Bayern) e França (PSG). Ao todo, são 24 taças conquistadas em 27 anos de carreira. À beira do gramado, é tranquilo, gosta de mascar chiclete e já apareceu fumando charutos em festas de conquistas de título.

Apesar dos rumores na seleção brasileira, Ancelotti cogita se aposentar após o fim do seu contrato com o Real Madrid, em 2024. “Depois desta passagem pelo Real Madrid, provavelmente vou me aposentar. Mas, se o Real me quiser aqui por mais dez anos, vou treinar o time por mais dez anos”, disse o treinador, em entrevista à plataforma Prime Video, sem descartar assumir uma seleção. “Sim, poderia haver, mas é prematuro falar sobre isso agora.”

Sugerido por Ronaldo para substituir Tite no comando técnico da seleção brasileira, Carlo Ancelotti tem uma carreira vitoriosa à beira dos gramados. O italiano de 63 anos já ergueu quatro títulos de Liga dos Campeões, sendo o treinador que mais vezes venceu a principal competição de clubes da Europa, além de ser o único a ganhar as cinco principais ligas europeias (Inglaterra, Itália, Espanha, Alemanha e França). Não é pouco.

Ancelotti trabalhou com Ronaldo no Milan, em 2007, último clube que o brasileiro defendeu na Europa antes de encerrar a carreira com a camisa do Corinthians. Há cerca de dois anos, em entrevista à France Football, o técnico revelou uma conversa que teve com o Fenômeno sobre os problemas de peso que o atleta sofria na época.

Carlo Ancelotti orienta Vini Jr. durante jogo do Real Madrid.  Foto: Marcelo Del Pozo/REUTERS

“Ao chegar ao Milan, Ronaldo pesava 100 kg. Antes do primeiro jogo, eu disse a ele: ‘Você não pode jogar assim. Precisa perder peso’. Ele respondeu: ‘O que você quer que eu faça em campo? Que marque (gols) ou corra? Se for para correr, me deixe no banco. Se for para marcar gols, pode me escalar’. Eu escalei. Ele não correu, mas fez dois gols”, disse Ancelotti.

Atualmente em sua segunda passagem no Real Madrid, Carlo Ancelotti também já esteve à frente de times como Chelsea, Paris Saint-Germain e Bayern de Munique. Um dos traços da carreira do treinador foi ter trabalhado com elencos repletos de estrelas — algo similar ao que aconteceria se aceitasse comandar a seleção brasileira. A CBF não fez nenhum convite a qualquer treinador para substituir Tite.

O técnico italiano adora e é querido por brasileiros, tanto que contou com eles em todos os cinco títulos de ligas europeias. Foi campeão com Dida, Cafu, Serginho e Kaká no Milan; Alex e Belletti no Chelsea; Thiago Silva, Alex, Maxwell e Lucas Moura no Paris Saint-Germain; Douglas Costa e Rafinha no Bayern; além de Militão, Vinicius Junior, Rodrygo e Casemiro no Real Madrid mais recentemente.

Vinicius Junior, por diversas vezes, já exaltou Ancelotti. O treinador conseguiu potencializar o futebol do atacante no Real Madrid, transformando-o em um dos melhores do mundo.

“Sempre me deu a confiança que preciso, os esporros que preciso também no momento certo. É como um pai para mim, dá o carinho e a responsabilidade”, descreveu o jogador da seleção. “Faz isso comigo e com todos os jovens. O Ronaldo sempre fala que foi o melhor treinador dele, pela parte tática, técnica e também por saber lidar com grandes jogadores”.

Meio-campista de grande criatividade e capacidade técnica, Ancelotti ganhou notoriedade atuando na Roma ao lado dos brasileiros Falcão e Toninho Cerezo, vencendo o Campeonato Italiano da temporada 1982/83 e erguendo quatro vezes o troféu da Copa da Itália. Também foi multicampeão pelo Milan, sendo bicampeão da Liga dos Campeões. Esteve no elenco da seleção italiana que ficou com o terceiro lugar na Copa de 1990.

O técnico do Real Madrid, Carlo Ancelotti, conversa com o atacante brasileiro Vinicius Junior. Foto: EFE/ Rodrigo Jiménez

Carreira de Ancelotti como técnico começou por acaso

Sua carreira como técnico não foi algo planejado e começou de forma despretensiosa. Enfrentando sérios problemas de lesão no joelho no Milan comandado pelo histórico técnico Arrigo Sacchi, já caminhava para o fim da vida nos gramados. Foi então que acabou convidado pelo próprio Sacchi a acompanhá-lo na seleção italiana, para onde estava indo. Mas não seria no papel de jogador e, sim, como assistente.

“A sugestão de Arrigo (Sacchi) foi uma revelação para mim. Pela primeira vez, me vi no banco de reservas e, confesso, gostei da ideia. Na mesma hora, vi como uma grande oportunidade”, conta no livro Carlo Ancelotti: The Beautiful Game of an Ordinary Genius, lançado em 2010. Ancelotti ficaria mais uma temporada como jogador do Milan e a relação difícil com o técnico Fabio Capello só acelerou seu processo de despedida dos gramados e entrada na nova fase da carreira.

O treinador tem admiradores por toda parte e um deles é o próprio Tite, que o tem como inspiração. Foram oito dias do treinador brasileiro em Madri, na primeira passagem do italiano pelo principal clube da capital, e total abertura entre os dois para falar de futebol.

“Aquilo foi marcante. Ele fez questão de me explicar todas as posições/funções dos atletas, quais as liberdades que concedia a cada um, como a equipe atuava com seis, às vezes sete jogadores, nas ações ofensivas, como posicionava Cristiano Ronaldo para tirar o melhor dele, os gráficos de posicionamento nas bolas paradas, enfim, um minucioso material sobre a organização de sua equipe”, conta o treinador brasileiro no prefácio do livro Carlo Ancelotti: Liderança Tranquila.

Recentemente, o técnico conquistou o seu segundo título da Liga dos Campeões com o Real Madrid. Ele ganhou a competição outras duas vezes com o Milan. Tanto pela equipe italiana quanto pela espanhola possui um título de liga nacional cada, também alcançado na Inglaterra (Chelsea), Alemanha (Bayern) e França (PSG). Ao todo, são 24 taças conquistadas em 27 anos de carreira. À beira do gramado, é tranquilo, gosta de mascar chiclete e já apareceu fumando charutos em festas de conquistas de título.

Apesar dos rumores na seleção brasileira, Ancelotti cogita se aposentar após o fim do seu contrato com o Real Madrid, em 2024. “Depois desta passagem pelo Real Madrid, provavelmente vou me aposentar. Mas, se o Real me quiser aqui por mais dez anos, vou treinar o time por mais dez anos”, disse o treinador, em entrevista à plataforma Prime Video, sem descartar assumir uma seleção. “Sim, poderia haver, mas é prematuro falar sobre isso agora.”

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