Quem são e o que pensam os donos da Cimed, patrocinadora de Cruzeiro e Palmeiras


Farmacêutica comandada pelos irmãos João Adibe e Karla Marques planeja investir mais de R$ 20 milhões no futebol brasileiro até 2023

Por Ricardo Magatti
Atualização:

O empresário João Adibe Marques, de 50 anos, se define como um “eterno vendedor”. A persuasão ligada às vendas que adquiriu ao longo da carreira ele usou para acertar acordos de patrocínio com Palmeiras e Cruzeiro num intervalo de duas semanas. “O Palmeiras foi quem abriu as portas para o Cruzeiro. Quando o Cruzeiro viu o que estávamos proporcionando para o Palmeiras, também quis estar do nosso lado”, diz ele ao Estadão em evento de parceria com o clube mineiro nesta semana em São Paulo.

Sua empresa, a Cimed, terceira maior farmacêutica do Brasil em volumes de vendas, estampa a marca em times e confederações do esporte nacional há mais de 20 anos, mas voltou neste semestre a intensificar a conexão com as modalidades esportivas, sobretudo com o futebol, avançando suas dobradinhas com dois grandes do País.

O empresário tem 50 anos, comemorados em uma festa luxuosa em um palácio no Porto, em Portugal. Ele está longe de ser um neófito no esporte e investe alto no marketing para que sua empresa seja ainda mais conhecida. Nas redes sociais, que usa para compartilha sua rotina de trabalho e lazer, o bilionário é popular. Só no Instagram, arregimenta mais de 1,7 milhão de seguidores.

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Embora já investisse no esporte há mais de duas décadas e fosse patrocinadora da CBF desde 2016, a Cimed ganhou os noticiários mesmo graças à parceria com Palmeiras e Cruzeiro. Primeiro fechou com o time paulista, do qual tanto Adibe quanto Karla são torcedores. Os dois se entenderam bem com a presidente Leila Pereira e ele está pavimentando um caminho para se tornar figura influente no futebol.

“Quando falo de Palmeiras, falo do CNPJ e do torcedor. Eu, como CNPJ, estou trabalhando nos bastidores. É poder organizar esse time para ser campeão”, diz na conversa com a reportagem no escritório da empresa, em São Paulo. Ele conta gostar de arquibancada e assistiu in loco, no Centenário, em Montevidéu, o Palmeiras ganhar o tri da Libertadores no ano passado.

No Palmeiras, a empresa aparece nas mangas do uniforme do time feminino, no futsal, e também em ativos pouco explorados dentro de campo, como a faixa de capitão da equipe masculina e feminina, o carrinho-maca, a maca, a garrafinha de água, a mala do médico e em outras propriedades que possam ser desenvolvidas.

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João Adibe é presidente da Cimed e entusiasta do esporte Foto: Fabio Menotti/Palmeiras

A Cimed não abre os valores, mas o Estadão apurou que o patrocínio com vigência até o fim de 2024 renderá ao Palmeiras R$ 3 milhões anuais. A Crefisa continua com exclusividade na camisa do time masculino, cenário que Leila Pereira não pretende mudar. No entanto, Adibe diz estar “atento às possibilidades”. “A gente começou no Palmeiras com um patrocínio de quatro anos. Cabe à Cimed conquistar seu espaço”, ressalta.

Os moldes do contrato com o Cruzeiro, válido até o fim de 2026, se assemelham aos do assinado com o Palmeiras, incluindo também apoio ao futebol feminino, com o logo da farmacêutica estampado no uniforme principal das jogadoras. A diferença é que a marca está presente na camisa do goleiro e a da comissão técnica do time masculino. A partir de agora, o goleiro do Cruzeiro vai sempre atuar de camisa amarela, a cor da empresa farmacêutica.

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O escopo ainda inclui a faixa de capitão de ambos os times e foco em ativos digitais, como mini documentários, quadros assinados e desafios, a fim de engajar o torcedor celeste. Nos dois casos, com Palmeiras e Cruzeiro, existe o plano de criar ações, incluindo o desenvolvimento de produtos que contribuam para o desempenho dos atletas.

Outras ativações previstas são placas de led nos jogos, exposições de marca na Toca da Raposa, incluindo placas e bandeiras de escanteio, colete de treinamento amarelo para todos os times. O acordo também prevê a criação de uma farmácia Cimed no Mineirão e na Toca da Raposa. Estão nos planos ações com sócios-torcedores envolvendo ingressos e camisas autografadas.

A trajetória da Cimed no esporte começou em 2001 com o Vila Nova, de Goiás, e teve parcerias com a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e a Confederação Brasileira de Basquete (CBB), além de acordos curtos com Grêmio, Figueirense, Portuguesa, Santos, Botafogo, Fluminense, América-MG e Vitória.

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Medicamento não tem classe social. Gosto de trabalhar com o Brasil profundo

João Adibe, CEO da Cimed

Agora, o propósito da companhia é patrocinar mais dois clubes em breve e alcançar R$ 20 milhões investidos no futebol nacional até o ano que vem. “Estamos em negociações”, avisa Karla Marques Felmanas, irmã de Adibe e vice-presidente da empresa, que estava de viagem marcada para a Índia a trabalho.

“Acho que o esporte no Brasil não foi desenvolvido ainda. Cabe a mim como empresário mostrar para as empresas os outros ativos que o futebol pode proporcionar”, argumenta Adibe, ansioso com “a cereja do bolo” neste ano, que é a possibilidade de o Brasil conquistar o hexa no Catar. “Vamos levar 100 clientes para ativações na Copa”, diz.

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Estilo de gestão inspirado no esporte

O avô de João Adibe, João Marques, foi pioneiro do ramo farmacêutico no Brasil, ao fundar na década de 1950 o laboratório Prata. Seu pai, João de Castro Marques, também trabalhou na empresa, da qual saiu posteriormente para fundar a Cimed.

Habitualmente vestindo um moletom amarelo, cor predominante na identidade visual da empresa, Adibe administra a empresa com Karla. Os irmãos estão à frente da companhia, dividem o comando do grupo e preparam a terceira geração da holding familiar, já que um filho dele e dois dela têm cargos na companhia. A executiva é formada em moda e trocou a confecção pela direção do grupo farmacêutico.

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Fundada há 45 anos, a farmacêutica mineira faturou R$ 1,2 bilhão no primeiro semestre de 2022 e projeta fechar o ano com faturamento total de R$ 2,5 bilhões - o maior desde a fundação da companhia.

Donos da Cimed, João Adibe e Karla Marques com CEO e o diretor de negócios do Cruzeiro Foto: Divulgação/Trinta Dezessete

São 600 produtos no catálogo e uma distribuição nacional para mais de 60 mil pontos de vendas, com presença em 90% das farmácias brasileiras. A empresa é líder em segmentos de produtos como antigripais, vitaminas e medicamentos isentos de prescrição médica.

Adibe, cujo lema é “sucesso não aceita preguiça”, tem uma coleção de carros de luxo - todos amarelos, entre elétricos, híbridos e esportivos - e é entusiasta de automobilismo, tanto que já foi piloto da Stock Car e era dono da Cimed Racing, equipe que competiu e foi campeã da categoria em 2015 e 2016 com os pilotos Marcos Gomes e Felipe Fraga, respectivamente.

No entendimento do empresário, “medicamento não tem classe social”. “Gosto de trabalhar com o Brasil profundo”, conta o integrante de uma família tradicional no ramo farmacêutico. Ele entende que o marketing será determinante para o desenvolvimento do futebol nacional, explorando, por exemplo, todos os espaços possíveis.

Nas redes sociais, o magnata usa a hashtag “FlyNow” a fim de incentivar outros empreendedores. Lá expõe suas ideias de empreendedorismo e estratégias de marketing, além de versículos bíblicos e fotos com a família e com os colaboradores.

“O empresário não anda sozinho, tem de ter alguém atrás dele. E o artilheiro não faz gol sozinho, tem um time com ele. Tem de voar. Se não decolar rápido está enrolado”, explica, comparando a gestão de uma empresa à de um time de futebol. Ele imprime na gestão da empresa o DNA esportivo que carrega. “Futebol é paixão. Esporte é paixão. Tem tudo a ver com o nosso propósito”.

O empresário João Adibe Marques, de 50 anos, se define como um “eterno vendedor”. A persuasão ligada às vendas que adquiriu ao longo da carreira ele usou para acertar acordos de patrocínio com Palmeiras e Cruzeiro num intervalo de duas semanas. “O Palmeiras foi quem abriu as portas para o Cruzeiro. Quando o Cruzeiro viu o que estávamos proporcionando para o Palmeiras, também quis estar do nosso lado”, diz ele ao Estadão em evento de parceria com o clube mineiro nesta semana em São Paulo.

Sua empresa, a Cimed, terceira maior farmacêutica do Brasil em volumes de vendas, estampa a marca em times e confederações do esporte nacional há mais de 20 anos, mas voltou neste semestre a intensificar a conexão com as modalidades esportivas, sobretudo com o futebol, avançando suas dobradinhas com dois grandes do País.

O empresário tem 50 anos, comemorados em uma festa luxuosa em um palácio no Porto, em Portugal. Ele está longe de ser um neófito no esporte e investe alto no marketing para que sua empresa seja ainda mais conhecida. Nas redes sociais, que usa para compartilha sua rotina de trabalho e lazer, o bilionário é popular. Só no Instagram, arregimenta mais de 1,7 milhão de seguidores.

Embora já investisse no esporte há mais de duas décadas e fosse patrocinadora da CBF desde 2016, a Cimed ganhou os noticiários mesmo graças à parceria com Palmeiras e Cruzeiro. Primeiro fechou com o time paulista, do qual tanto Adibe quanto Karla são torcedores. Os dois se entenderam bem com a presidente Leila Pereira e ele está pavimentando um caminho para se tornar figura influente no futebol.

“Quando falo de Palmeiras, falo do CNPJ e do torcedor. Eu, como CNPJ, estou trabalhando nos bastidores. É poder organizar esse time para ser campeão”, diz na conversa com a reportagem no escritório da empresa, em São Paulo. Ele conta gostar de arquibancada e assistiu in loco, no Centenário, em Montevidéu, o Palmeiras ganhar o tri da Libertadores no ano passado.

No Palmeiras, a empresa aparece nas mangas do uniforme do time feminino, no futsal, e também em ativos pouco explorados dentro de campo, como a faixa de capitão da equipe masculina e feminina, o carrinho-maca, a maca, a garrafinha de água, a mala do médico e em outras propriedades que possam ser desenvolvidas.

João Adibe é presidente da Cimed e entusiasta do esporte Foto: Fabio Menotti/Palmeiras

A Cimed não abre os valores, mas o Estadão apurou que o patrocínio com vigência até o fim de 2024 renderá ao Palmeiras R$ 3 milhões anuais. A Crefisa continua com exclusividade na camisa do time masculino, cenário que Leila Pereira não pretende mudar. No entanto, Adibe diz estar “atento às possibilidades”. “A gente começou no Palmeiras com um patrocínio de quatro anos. Cabe à Cimed conquistar seu espaço”, ressalta.

Os moldes do contrato com o Cruzeiro, válido até o fim de 2026, se assemelham aos do assinado com o Palmeiras, incluindo também apoio ao futebol feminino, com o logo da farmacêutica estampado no uniforme principal das jogadoras. A diferença é que a marca está presente na camisa do goleiro e a da comissão técnica do time masculino. A partir de agora, o goleiro do Cruzeiro vai sempre atuar de camisa amarela, a cor da empresa farmacêutica.

O escopo ainda inclui a faixa de capitão de ambos os times e foco em ativos digitais, como mini documentários, quadros assinados e desafios, a fim de engajar o torcedor celeste. Nos dois casos, com Palmeiras e Cruzeiro, existe o plano de criar ações, incluindo o desenvolvimento de produtos que contribuam para o desempenho dos atletas.

Outras ativações previstas são placas de led nos jogos, exposições de marca na Toca da Raposa, incluindo placas e bandeiras de escanteio, colete de treinamento amarelo para todos os times. O acordo também prevê a criação de uma farmácia Cimed no Mineirão e na Toca da Raposa. Estão nos planos ações com sócios-torcedores envolvendo ingressos e camisas autografadas.

A trajetória da Cimed no esporte começou em 2001 com o Vila Nova, de Goiás, e teve parcerias com a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e a Confederação Brasileira de Basquete (CBB), além de acordos curtos com Grêmio, Figueirense, Portuguesa, Santos, Botafogo, Fluminense, América-MG e Vitória.

Medicamento não tem classe social. Gosto de trabalhar com o Brasil profundo

João Adibe, CEO da Cimed

Agora, o propósito da companhia é patrocinar mais dois clubes em breve e alcançar R$ 20 milhões investidos no futebol nacional até o ano que vem. “Estamos em negociações”, avisa Karla Marques Felmanas, irmã de Adibe e vice-presidente da empresa, que estava de viagem marcada para a Índia a trabalho.

“Acho que o esporte no Brasil não foi desenvolvido ainda. Cabe a mim como empresário mostrar para as empresas os outros ativos que o futebol pode proporcionar”, argumenta Adibe, ansioso com “a cereja do bolo” neste ano, que é a possibilidade de o Brasil conquistar o hexa no Catar. “Vamos levar 100 clientes para ativações na Copa”, diz.

Estilo de gestão inspirado no esporte

O avô de João Adibe, João Marques, foi pioneiro do ramo farmacêutico no Brasil, ao fundar na década de 1950 o laboratório Prata. Seu pai, João de Castro Marques, também trabalhou na empresa, da qual saiu posteriormente para fundar a Cimed.

Habitualmente vestindo um moletom amarelo, cor predominante na identidade visual da empresa, Adibe administra a empresa com Karla. Os irmãos estão à frente da companhia, dividem o comando do grupo e preparam a terceira geração da holding familiar, já que um filho dele e dois dela têm cargos na companhia. A executiva é formada em moda e trocou a confecção pela direção do grupo farmacêutico.

Fundada há 45 anos, a farmacêutica mineira faturou R$ 1,2 bilhão no primeiro semestre de 2022 e projeta fechar o ano com faturamento total de R$ 2,5 bilhões - o maior desde a fundação da companhia.

Donos da Cimed, João Adibe e Karla Marques com CEO e o diretor de negócios do Cruzeiro Foto: Divulgação/Trinta Dezessete

São 600 produtos no catálogo e uma distribuição nacional para mais de 60 mil pontos de vendas, com presença em 90% das farmácias brasileiras. A empresa é líder em segmentos de produtos como antigripais, vitaminas e medicamentos isentos de prescrição médica.

Adibe, cujo lema é “sucesso não aceita preguiça”, tem uma coleção de carros de luxo - todos amarelos, entre elétricos, híbridos e esportivos - e é entusiasta de automobilismo, tanto que já foi piloto da Stock Car e era dono da Cimed Racing, equipe que competiu e foi campeã da categoria em 2015 e 2016 com os pilotos Marcos Gomes e Felipe Fraga, respectivamente.

No entendimento do empresário, “medicamento não tem classe social”. “Gosto de trabalhar com o Brasil profundo”, conta o integrante de uma família tradicional no ramo farmacêutico. Ele entende que o marketing será determinante para o desenvolvimento do futebol nacional, explorando, por exemplo, todos os espaços possíveis.

Nas redes sociais, o magnata usa a hashtag “FlyNow” a fim de incentivar outros empreendedores. Lá expõe suas ideias de empreendedorismo e estratégias de marketing, além de versículos bíblicos e fotos com a família e com os colaboradores.

“O empresário não anda sozinho, tem de ter alguém atrás dele. E o artilheiro não faz gol sozinho, tem um time com ele. Tem de voar. Se não decolar rápido está enrolado”, explica, comparando a gestão de uma empresa à de um time de futebol. Ele imprime na gestão da empresa o DNA esportivo que carrega. “Futebol é paixão. Esporte é paixão. Tem tudo a ver com o nosso propósito”.

O empresário João Adibe Marques, de 50 anos, se define como um “eterno vendedor”. A persuasão ligada às vendas que adquiriu ao longo da carreira ele usou para acertar acordos de patrocínio com Palmeiras e Cruzeiro num intervalo de duas semanas. “O Palmeiras foi quem abriu as portas para o Cruzeiro. Quando o Cruzeiro viu o que estávamos proporcionando para o Palmeiras, também quis estar do nosso lado”, diz ele ao Estadão em evento de parceria com o clube mineiro nesta semana em São Paulo.

Sua empresa, a Cimed, terceira maior farmacêutica do Brasil em volumes de vendas, estampa a marca em times e confederações do esporte nacional há mais de 20 anos, mas voltou neste semestre a intensificar a conexão com as modalidades esportivas, sobretudo com o futebol, avançando suas dobradinhas com dois grandes do País.

O empresário tem 50 anos, comemorados em uma festa luxuosa em um palácio no Porto, em Portugal. Ele está longe de ser um neófito no esporte e investe alto no marketing para que sua empresa seja ainda mais conhecida. Nas redes sociais, que usa para compartilha sua rotina de trabalho e lazer, o bilionário é popular. Só no Instagram, arregimenta mais de 1,7 milhão de seguidores.

Embora já investisse no esporte há mais de duas décadas e fosse patrocinadora da CBF desde 2016, a Cimed ganhou os noticiários mesmo graças à parceria com Palmeiras e Cruzeiro. Primeiro fechou com o time paulista, do qual tanto Adibe quanto Karla são torcedores. Os dois se entenderam bem com a presidente Leila Pereira e ele está pavimentando um caminho para se tornar figura influente no futebol.

“Quando falo de Palmeiras, falo do CNPJ e do torcedor. Eu, como CNPJ, estou trabalhando nos bastidores. É poder organizar esse time para ser campeão”, diz na conversa com a reportagem no escritório da empresa, em São Paulo. Ele conta gostar de arquibancada e assistiu in loco, no Centenário, em Montevidéu, o Palmeiras ganhar o tri da Libertadores no ano passado.

No Palmeiras, a empresa aparece nas mangas do uniforme do time feminino, no futsal, e também em ativos pouco explorados dentro de campo, como a faixa de capitão da equipe masculina e feminina, o carrinho-maca, a maca, a garrafinha de água, a mala do médico e em outras propriedades que possam ser desenvolvidas.

João Adibe é presidente da Cimed e entusiasta do esporte Foto: Fabio Menotti/Palmeiras

A Cimed não abre os valores, mas o Estadão apurou que o patrocínio com vigência até o fim de 2024 renderá ao Palmeiras R$ 3 milhões anuais. A Crefisa continua com exclusividade na camisa do time masculino, cenário que Leila Pereira não pretende mudar. No entanto, Adibe diz estar “atento às possibilidades”. “A gente começou no Palmeiras com um patrocínio de quatro anos. Cabe à Cimed conquistar seu espaço”, ressalta.

Os moldes do contrato com o Cruzeiro, válido até o fim de 2026, se assemelham aos do assinado com o Palmeiras, incluindo também apoio ao futebol feminino, com o logo da farmacêutica estampado no uniforme principal das jogadoras. A diferença é que a marca está presente na camisa do goleiro e a da comissão técnica do time masculino. A partir de agora, o goleiro do Cruzeiro vai sempre atuar de camisa amarela, a cor da empresa farmacêutica.

O escopo ainda inclui a faixa de capitão de ambos os times e foco em ativos digitais, como mini documentários, quadros assinados e desafios, a fim de engajar o torcedor celeste. Nos dois casos, com Palmeiras e Cruzeiro, existe o plano de criar ações, incluindo o desenvolvimento de produtos que contribuam para o desempenho dos atletas.

Outras ativações previstas são placas de led nos jogos, exposições de marca na Toca da Raposa, incluindo placas e bandeiras de escanteio, colete de treinamento amarelo para todos os times. O acordo também prevê a criação de uma farmácia Cimed no Mineirão e na Toca da Raposa. Estão nos planos ações com sócios-torcedores envolvendo ingressos e camisas autografadas.

A trajetória da Cimed no esporte começou em 2001 com o Vila Nova, de Goiás, e teve parcerias com a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e a Confederação Brasileira de Basquete (CBB), além de acordos curtos com Grêmio, Figueirense, Portuguesa, Santos, Botafogo, Fluminense, América-MG e Vitória.

Medicamento não tem classe social. Gosto de trabalhar com o Brasil profundo

João Adibe, CEO da Cimed

Agora, o propósito da companhia é patrocinar mais dois clubes em breve e alcançar R$ 20 milhões investidos no futebol nacional até o ano que vem. “Estamos em negociações”, avisa Karla Marques Felmanas, irmã de Adibe e vice-presidente da empresa, que estava de viagem marcada para a Índia a trabalho.

“Acho que o esporte no Brasil não foi desenvolvido ainda. Cabe a mim como empresário mostrar para as empresas os outros ativos que o futebol pode proporcionar”, argumenta Adibe, ansioso com “a cereja do bolo” neste ano, que é a possibilidade de o Brasil conquistar o hexa no Catar. “Vamos levar 100 clientes para ativações na Copa”, diz.

Estilo de gestão inspirado no esporte

O avô de João Adibe, João Marques, foi pioneiro do ramo farmacêutico no Brasil, ao fundar na década de 1950 o laboratório Prata. Seu pai, João de Castro Marques, também trabalhou na empresa, da qual saiu posteriormente para fundar a Cimed.

Habitualmente vestindo um moletom amarelo, cor predominante na identidade visual da empresa, Adibe administra a empresa com Karla. Os irmãos estão à frente da companhia, dividem o comando do grupo e preparam a terceira geração da holding familiar, já que um filho dele e dois dela têm cargos na companhia. A executiva é formada em moda e trocou a confecção pela direção do grupo farmacêutico.

Fundada há 45 anos, a farmacêutica mineira faturou R$ 1,2 bilhão no primeiro semestre de 2022 e projeta fechar o ano com faturamento total de R$ 2,5 bilhões - o maior desde a fundação da companhia.

Donos da Cimed, João Adibe e Karla Marques com CEO e o diretor de negócios do Cruzeiro Foto: Divulgação/Trinta Dezessete

São 600 produtos no catálogo e uma distribuição nacional para mais de 60 mil pontos de vendas, com presença em 90% das farmácias brasileiras. A empresa é líder em segmentos de produtos como antigripais, vitaminas e medicamentos isentos de prescrição médica.

Adibe, cujo lema é “sucesso não aceita preguiça”, tem uma coleção de carros de luxo - todos amarelos, entre elétricos, híbridos e esportivos - e é entusiasta de automobilismo, tanto que já foi piloto da Stock Car e era dono da Cimed Racing, equipe que competiu e foi campeã da categoria em 2015 e 2016 com os pilotos Marcos Gomes e Felipe Fraga, respectivamente.

No entendimento do empresário, “medicamento não tem classe social”. “Gosto de trabalhar com o Brasil profundo”, conta o integrante de uma família tradicional no ramo farmacêutico. Ele entende que o marketing será determinante para o desenvolvimento do futebol nacional, explorando, por exemplo, todos os espaços possíveis.

Nas redes sociais, o magnata usa a hashtag “FlyNow” a fim de incentivar outros empreendedores. Lá expõe suas ideias de empreendedorismo e estratégias de marketing, além de versículos bíblicos e fotos com a família e com os colaboradores.

“O empresário não anda sozinho, tem de ter alguém atrás dele. E o artilheiro não faz gol sozinho, tem um time com ele. Tem de voar. Se não decolar rápido está enrolado”, explica, comparando a gestão de uma empresa à de um time de futebol. Ele imprime na gestão da empresa o DNA esportivo que carrega. “Futebol é paixão. Esporte é paixão. Tem tudo a ver com o nosso propósito”.

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